325) PALIÇADA PROVISÓRIA E EXECUÇÃO DE PRADS E BIOENGENHARIA

Ordenamento e dissipação da energia das águas superficiais Para estabilização de áreas afetadas por processos de voçorocamento ou deslizamentos de terra, recomenda-se, inicialmente, conduzir adequadamente as águas provenientes do escoamento superficial na área à montante, de forma a reduzir sua velocidade e aumentar sua infiltração. Em geral, esta situação ocorre devido à locação de estradas em áreas impróprias, com canais de drenagem mal dimensionados ou mesmo sem qualquer dreno, caminhos ou trilhas formadas pela passagem constante de animais, pessoas e/ou máquinas, assim como a aplicação de água acima da capacidade de retenção do solo proveniente de irrigação mal conduzida.

Para que as águas sejam desviadas e escoem de forma ordenada para fora das áreas erodidas, técnicas como terraços em desnível associados a canais escoadouros vegetados e bacias de captação podem ser usadas; para reter a água podem-se usar terraços e plantio em nível e o uso de cobertura morta. A escolha da melhor técnica a ser utilizada deve levar em consideração características locais, como tipo de solo, declividade do terreno, disponibilidade de máquinas e intensidade das precipitações, entre outros fatores. O dimensionamento e o tipo de terraço mais apropriado para cada caso foi descrito por Macedo et al. (2009); Machado et al. (2011).

Figura 4. Bacia de captação – observa-se a presença do capim Vetiver, plantado nos limites da bacia para proteção contra a erosão. Foto: Aluísio Granato de Andrade.

Quando não for possível desviar ou reter as águas que escoam para dentro das voçorocas ou das áreas desmoronadas, utilizam-se técnicas que reduzam sua velocidade quando percorrem a parte interna, como o uso de paliçadas e cordões vegetados.

Para a construção dos cordões vegetados, devem ser selecionadas plantas com as seguintes características: ciclo perene, crescimento rápido, não invasora, sistema radicular extenso, resistente a pragas, doenças e a condições adversas do solo e do clima, ser capaz de formar barreira densa junto ao solo e, ainda, preferencialmente, ter potencial para exploração econômica para o produtor.

Alguns exemplos de espécies adequadas para uso em cordões de vegetação permanente são: Capim Vetiver (Vetiveria zizanioides (L.) Nash), Erva Cidreira (Melissa officinalis) e Capim Elefante (Pennisetum purpureum schum).

Os espaçamentos entre cordões podem ser calculados da mesma forma que os terraços, pois, com o tempo, o acúmulo de sedimentos na parte superior dos cordões inicia a formação de pequenos terraços, que podem ser acertados com o uso de enxada. Para que o fechamento da vegetação seja mais rápido, o espaçamento ideal entre plantas é de 0,15 a 0,20m.

Dentro das voçorocas e/ou das áreas desmoronadas, quando não for possível desviar o fluxo de água à montante, ou quando as águas que caem diretamente em sua parte interna forem excessivas, torna-se necessária a construção de paliçadas (Fig. 6) para reduzir a velocidade de escoamento da água e reter parte dos sedimentos por ela transportados, o que vai permitir a estabilização do solo no local e evitar que mudas, sementes e adubos, sejam arrastados durante as primeiras chuvas na fase de implantação do projeto.

A construção das paliçadas pode ser feita com bambu, eucalipto ou outra madeira disponível na região. As estacas de bambu são colocadas na horizontal e, por trás delas, toras de eucalipto ou outra madeira que sirva de escora, que deverão ser enterradas, no mínimo, 60 cm no solo. Para reduzir custos, as escoras podem ser feitas com bambu de maior diâmetro, o importante é evitar que a água abra caminho por baixo das paliçadas, causando seu solapamento, podendo-se colocar pedras no fundo da paliçada quando houver disponibilidade e/ou encaixar estacas de bambu na vertical.

Para fixar as paliçadas, devem-se realizar cortes nas laterais dos canais, sulcos e/ou linhas de drenagem da voçoroca e/ou da área desmoronada de forma a garantir sua estabilização até que a vegetação se desenvolva. Seus componentes devem ser amarrados com arame de aço inoxidável, deixando as estacas de bambu bem unidas para aumentar a eficiência na retenção de sedimentos e redução da velocidade da água. Em seguida, acomodam-se sacos de ráfia ou algodão cheios de terra, pneus ou outros materiais disponíveis na área e que sirvam para absorver o impacto da água que atravessa a paliçada. É importante destacar que o uso desses materiais impede que a água faça um buraco após a paliçada, comprometendo a sua estrutura.

Tratamento de erosões lineares com paliçadas de madeira protegidas com Bermalonga D40 de palha agrícola. Taludes revestidos com biomanta biotêxtil 400UP. - DEFLOR

Antes da recuperação da área degradada da erosão do pe´das torres

Toda área recebe os tratos culturais, semeio manual de gramíneas e Leguminosas e posteriormente recobrimento com Biomantas Antierosivas. 

Com tratamento de bioengenharia feito pelo PRAD e recuperação da área degradada e protegida contra a formação de novas ravinas e vossorocas e erosões