415) O que é Silica e quais os riscos

O QUE É SÍLICA E QUAIS SEUS RISCOS DE EXPOSIÇÃO DOS COLABORADORES.

A sílica é utilizada em vários processos ou operações de diversos segmentos industriais.

 Podemos citar a mineração, cerâmica e vidro, metalurgia, fundição e siderurgia, indústria química e na construção civil. Por isso, é importante entender o que é a sílica e se ela traz algum risco para os colaboradores.

De modo geral, a sílica é um componente químico que faz parte da composição de vários minérios. Ela é responsável pelo desenvolvimento de doenças crônicas muito graves e que podem levar à morte. 

Os funcionários expostos à sílica de forma diária na realização de suas atividades deverão ser protegidos por ações de prevenção, devido ao risco das doenças ocupacionais graves.   

A sílica, representada pela fórmula química SiO2 (dióxido de silício), é o segundo mineral mais abundante da crosta terrestre, pois está na forma de areia, rochas e minerais. 

Tal minério pode ser encontrado em formas cristalinas, tais como o quartzo, a tridimita, a cristobalita e a trípoli, ou na forma amorfa como a sílica gel ou a sílica coloidal.

A sílica é utilizada em vários processos ou operações de diversos segmentos industriais.

 Podemos citar a mineração, cerâmica e vidro, metalurgia, fundição e siderurgia, indústria química e na construção civil. Por isso, é importante entender o que é a sílica e se ela traz algum risco para os colaboradores.

De modo geral, a sílica é um componente químico que faz parte da composição de vários minérios.

 Ela é responsável pelo desenvolvimento de doenças crônicas muito graves e que podem levar à morte. 

Os funcionários expostos à sílica de forma diária na realização de suas atividades deverão ser protegidos por ações de prevenção, devido ao risco das doenças ocupacionais graves.   

A sílica, representada pela fórmula química SiO2 (dióxido de silício), é o segundo mineral mais abundante da crosta terrestre, pois está na forma de areia, rochas e minerais. 

Tal minério pode ser encontrado em formas cristalinas, tais como o quartzo, a tridimita, a cristobalita e a trípoli, ou na forma amorfa como a sílica gel ou a sílica coloidal.

Sílica cristalina x sílica amorfa 

A sílica cristalina é um agregado de pequenos cristais, graças ao arranjo estrutural bem definido existente entre os átomos de oxigênio e silício.  

As suas formas mais comuns são quartzo, cristobalita e tridimita, sendo que o quartzo é o responsável por mais de 99% das exposições ocupacionais. 

Diferentemente da sílica cristalina, a sílica amorfa possui um arranjo estrutural desorganizado e suas propriedades toxicológicas são bem distintas da cristalina. 

O que faz com que a exposição à sílica amorfa apresente danos menores à saúde humana.

A sílica livre cristalizada é a principal causadora da doença chamada Silicose.

A Silicose

As Pneumoconioses são definidas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como “doenças pulmonares causadas pelo acúmulo de poeira nos pulmões e reação tissular à presença dessas poeiras”. 

A silicose é um tipo de pneumoconiose conhecida desde a antiguidade, causada pela inalação de poeiras contendo sílica livre cristalina. Trata-se de uma doença crônica e incurável gerada, como vimos, pela inalação de pequenas partículas de sílica cristalina. 

Essas partículas atravessam todo o sistema respiratório e se depositam nos pulmões. Como o corpo humano não consegue eliminar as partículas duras e finas de sílica que alcançam os alvéolos pulmonares, elas são então enclausuradas formando uma fibrose no tecido, causando um endurecimento dos pulmões. 

O que dificulta a atividade respiratória.  

Além disso, o pulmão lesionado pode causar uma sobrecarga no lado direito do coração que é o lado que bombeia o sangue para os pulmões. Esse esforço adicional pode causar danos permanentes ao coração e, consequentemente, o colaborador poderá vir a óbito por problemas cardíacos. 

O que é a sílica e doenças ocupacionais  

O aparecimento das doenças ocupacionais associadas à sílica depende de fatores como:

Tamanho aerodinâmico das partículas;

Concentração presente no ar;

Tempo de exposição.

Por se tratar de uma doença crônica, é necessária uma exposição prolongada por vários anos, para que o processo de desenvolvimento dessa doença se inicie. 

Vale lembrar que as partículas que causam silicose são capazes de se depositar na região de troca de gases, quando inaladas. Isso equivale a dizer que são as partículas da fração respirável que tem potencial para causar esse dano. 

A silicose predispõe o organismo a uma série de comorbidades pulmonares e extrapulmonares, como a tuberculose, o enfisema, a limitação crônica ao fluxo aéreo, as doenças autoimunes e o câncer.

Efeitos da silicose

Os sintomas decorrentes da silicose são: 

Falta de ar (dispneia) ao fazer esforço;

Tosse crônica com expectoração;

Sintomas associados como febre e perda de peso. 

Em relação ao diagnóstico, este é baseado na história ocupacional do colaborador e da interpretação da radiografia simples de tórax. O RX de tórax caracteriza-se pela presença de pequenas opacidades nodulares, que se iniciam mais comumente nos campos superiores do pulmão e se estendem depois para os campos médios e inferiores. 

Os testes de função pulmonar têm utilidade complementar no estudo epidemiológico de trabalhadores expostos às poeiras ou, individualmente, na avaliação da presença de alterações iniciais e do grau de incapacidade respiratória. Contudo, no caso da silicose, na maioria das vezes, a espirometria revela-se dentro dos limites da normalidade.

Tratamento da silicose

Não existe um tratamento específico para a silicose, mas é muito importante afastar o colaborador da fonte de exposição à sílica para evitar o seu agravamento. O tratamento de apoio compreende medicamentos supressores da tosse, bronco dilatadores e oxigênio. 

No caso de infecções respiratórias associadas, pode ser necessária a utilização de antibióticos. Outras ações para se evitar o agravamento da doença é:

Restringir a exposição contínua à substâncias irritantes;

Deixar de fumar;

Realizar exames para detectar a tuberculose, uma vez que a tuberculose pode estar associada à silicose. 

Veja aqui como é a ação da sílica no pulmão

O que é a sílica e medidas de controle

Depois de entender o que é a sílica e as doenças ocupacionais relacionadas, é fundamental atuar no controle dessas doenças e da exposição à inalação de ar contaminado com poeiras de sílica.

O objetivo principal deve ser minimizar ou até eliminar a contaminação do local de trabalho, com a adoção de medidas de proteção coletiva. Quando essas medidas de proteção não são viáveis, ou enquanto estão sendo implantadas ou avaliadas, as medidas de proteção individual devem ser consideradas como a adoção de proteção respiratória adequada.                

Vejamos algumas delas:

Substituição da matéria-prima por outra menos tóxica 

Sempre que possível, a empresa deverá utilizar matérias-primas que não contenham sílica e, quando não for possível, deve-se escolher aquelas que possuem menores concentrações de sílica. Um exemplo é a substituição de jateamento com areia por jateamento com granalha de aço. 

Lembrando que é proibido o processo de trabalho de jateamento que utilize areia seca ou úmida como abrasivo, conforme consta na Norma Regulamentadora 15 (NR-15). 

Adoção de exaustão localizada 

Outra maneira de controlar a poeira é captá-la no próprio local em que ela se forma, não permitindo que seja inalada pelo colaborador e evitando sua dispersão no ambiente. 

Para garantir a sua eficiência no controle da poeira, o sistema de exaustão deverá ser inspecionado periodicamente, realizando as manutenções preventivas e corretivas necessárias.

Umidificação 

A utilização de água em matérias-primas, peças, equipamentos ou operações que produzem poeira é uma das melhores formas de controle, pois impede sua formação.

Enclausuramento total ou parcial do processo produtor de poeiras 

As fontes geradoras de poeira devem, preferencialmente, ser enclausuradas, não permitindo saída de poeira para o ambiente. Um bom enclausuramento deve ser acompanhado de ventilação local exaustora.

Isolamento 

As operações ou processos que geram poeira podem ser isolados, usando-se barreiras para reduzir o número de trabalhadores expostos ao risco. O trabalhador que entrar no local isolado deverá estar adequadamente protegido com o uso do respirador.

Mudança de processo ou operação 

Devem ser adotados processos ou operações que não produzam poeira para o ambiente de trabalho, como por exemplo, a troca do enchimento manual de sacos por enchimento automático de sacos. 

Limpeza 

O local de trabalho deve ser mantido sempre limpo. A empresa deve fornecer as condições necessárias para a limpeza diária por lavagem ou por aspiração da poeira nas máquinas, bancadas, pisos, peças de produção e instrumentos de trabalho. 

Vassouras não devem ser utilizadas. 

Limpezas com ar comprimido ou escovas devem ser realizadas dentro da cabine de exaustão. 

Os locais de trabalho deverão ter pisos lisos e canaletas com grades para permitir escoamento da água, quando a limpeza for por lavagem.

Manutenção geral 

Deverá ser elaborado um cronograma de manutenções preventivas e corretivas em todos os equipamentos operacionais, de forma a permitir o seu uso adequado e controlar possíveis vazamentos de poeira. Os equipamentos usados no controle da poeira devem ter a mesma prioridade de manutenção para garantir a sua eficiência.

Sinalização 

Os locais onde possa ter a presença de sílica deverão ser sinalizados com placas. Todos os produtos que contêm sílica também deverão ter um rótulo de alerta. 

Monitoramento da exposição ocupacional 

É fundamental que seja realizado o reconhecimento de risco das atividades e quando pertinente deverá ser realizada a avaliação da exposição ocupacional dos funcionários à sílica. Assim, as ações de prevenção podem ser adotadas de modo assertivo.

Proteção respiratória 

Com os resultados da avaliação da exposição ocupacional, será possível adotar a proteção respiratória mais adequada, enquanto as medidas de controle do ambiente estão sendo implantadas.

Em operações eventuais, como manutenção e limpeza de equipamentos geradores de poeira e sempre que haja risco não controlado à saúde do trabalhador, deverão ser observadas as diretrizes do Programa de Proteção Respiratória (PPR) da Fundacentro.

Treinamento 

A empresa deve realizar treinamentos periódicos que orientem o trabalhador a respeito de:  

Informações sobre o risco do trabalho com poeira;

Procedimentos seguros de trabalho para menor produção de poeira no ambiente;

Informações sobre a importância das medidas de controle coletivas e individuais;

Uso correto das medidas de controle e equipamentos de proteção.

Quem é responsável por fiscalizar a questão da sílica?

Não basta conhecer o que é a sílica, seus riscos e medidas de controle. Também é importante saber que alguns órgãos são responsáveis por fiscalização o uso desse elemento nos processos produtivos.

O Ministério Público do Trabalho tem como atribuição fiscalizar e exigir o cumprimento da legislação trabalhista, sempre que existir interesse público, de forma a regular e mediar as relações existentes entre empregados e empregadores. 

A Codemat (Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho) atua na fiscalização das empresas, que possam atuar de forma indevida, quanto à utilização da sílica nas questões relacionadas à segurança dos colaboradores. 

A exposição à sílica cristalina pode resultar em condições crônicas com risco de morte e reduzir significativamente a qualidade de vida. Proteger os colaboradores da exposição não é opcional. Medidas de controle devem ser adotadas, de forma a preservar a saúde e a segurança dos colaboradores expostos a essa substância.

Para te ajudar na avaliação dos riscos de exposição dos trabalhadores a agentes químicos, como a sílica, e no direcionamento das medidas adequadas de controle preventivo, conte com uma empresa especializada em assessoria e consultoria de segurança química.