Autora: Tamires Pereira Duarte Goulart - UCPEL
Coautora: Veridiana Borges – UCPEL
Coautora: Viviane Lino - UCPEL
O papel da memória vincula-se ao universo de interações e significações de um sujeito em seu mundo, por meio de uma reinterpretação constante do passado e sua reconfiguração com formas de ação no presente, conforme revela Maria Letícia Mazzuchi Ferreira (2011), sendo que memória e esquecimento estão intimamente vinculados, de modo que um implica o outro. Devido a isso, essas são noções que operam no discurso de modo geral e, de forma evidente, na materialidade do discurso político. Também no discurso político se faz clara a questão de gênero (masculino/ feminino). O foco do presente trabalho é uma reflexão sobre relações da memória e do esquecimento com a expressão do gênero no discurso político, as quais estão ligadas às interações e significações de um sujeito com o mundo. Dessa maneira, esta pesquisa tem como objetivo analisar o gênero frente às questões de memória e de esquecimento em uma propaganda eleitoral, a partir da hipótese de que a manifestação do gênero pode apresentar uma memória discursiva relacionada ao preconceito homem/mulher e aos estereótipos de gêneros que ainda se fazem presentes na sociedade. As reflexões buscaram suporte em autores como Eni Orlandi, cujos estudos focalizam as políticas da memória e as políticas do esquecimento. As observações revelaram que o que é silenciado, a forma como o discurso acontece, as imagens perpassadas no ato do discurso e a maneira como se manifestam nas propagandas eleitorais apontam significativamente pontos de memória e de esquecimento, evidenciando estigmas vinculados à questão de gênero no meio social brasileiro da atualidade.