Lopanear: deslocamentos de sentidos entre o gozo e o sarcasmo no Paraíso das Águas - Maceió - AL

Ernani Viana da Silva Neto

UCS 

Este trabalho expõe uma análise sobre a mais recente campanha promocional “Maceió – Meu Bem Querer” de Janeiro de 2013 do Bar Lopana, localizado na praia de Pajuçara na orla marítima de Maceió, Capital do Estado de Alagoas e as críticas decorrentes. A campanha em questão transformou em verbo o substantivo, que marca o bar enquanto ambiente distintivo de alto consumo, sendo este Gozo o momento de Lopanear. Sob a perspectiva da Análise do Discurso francesa (Pêcheux, 1995), o agenciamento da produção de sentido e seus deslizes se dão no contexto histórico, sendo estas relações manifestas pela língua marcadas pela incompletude, pelo não totalizável, que sinaliza falhas e equívocos na linguagem, a Ironia e o Sarcasmo encontram pasto para arder. O Bar Lopana, por ser uma empresa privada, sua promoção objetiva agradar ao perfil do seu consumidor e fidelizá-lo. As condições de produção discursiva da expressão “lopanear” demonstram um aspecto da cidade vivenciado apenas por um grupo restrito, que se coloca como de alta renda em contraste com os baixos índices de desenvolvimento humano em Alagoas e de Maceió. No intuito faltoso de expor o que “Maceió tem de melhor”, oculta uma série de elementos constituintes da dinâmica cultural e urbana da cidade e seu entorno lagunar. Por outro lado, a força do chute de Chuck Norris e a sátira característica do Homem-Aranha impedem que este enunciado tome a parte pelo todo ou que possa adquirir um vulto maior. Enquanto um movimento de resistência, assinala uma posição-sujeito de contra-identificação, fazendo o sentido deslizar na ironia das imagens.