Angela Plath da Costa
UFRGS
Atualmente, a Legislação brasileira inclui a obrigatoriedade da inclusão dos estudos sobre a cultura Afro-Brasileira e Indígena comotemática interdisciplinar nos Aparelhos Ideológicos de Estado. Entretanto, cabe a cada instituição refletir sobre as perspectivas e planejaras metodologias sob as quais será desenvolvida a questão e, quanto à prática do ensino, cabe ao professor desenvolver o planejamentoda escola, a partir de seu posicionamento. Assim, a partir das novas condições de produção que se desenvolvem com a inclusão dosestudos sobre a diversidade no ensino, buscamos refletir, à luz da perspectiva da Análise do Discurso de linha francesa, sobre como temsido a abordagem da diversidade religiosa no ensino da leitura e da escrita na escola pública. Para isso, o nosso enfoque recai nodiscurso da normatização sobre o ensino da diversidade na instituição escolar, em relação a duas práticas de ensino que trabalham essatemática e também quanto ao posicionamento do sujeito-aluno e do sujeito-professor. As noções de ideologia, sujeito, imaginário ememória constituem o dispositivo teórico a partir do qual pensaremos sobre a constituição discursiva da identidade do sujeito-aluno noAparelho Ideológico Escolar, em meio ao diálogo entre diferentes redes de memória – da cultura Afro-Brasileira e da Cristã. A partir dosmecanismos da ideologia e do inconsciente, os modos de inscrição do sujeito nos discursos que o antecedem promovem diferentes funcionamentos das redes de memória. Esses mecanismos regulam a circulação, o silenciamento ou o esquecimento, de certos discursos,até que a história produza o seu reaparecimento e novas formas de circulação.