A Subjetivação do Sujeito-Índio através dos Espaços Virtuais
Angela Plath da Costa
UFRGS
Sob os pressupostos da Análise do Discurso de linha francesa, buscamos refletir sobre constituição da subjetividade das minorias indígenas a partir da circulação de seus discursos no ciberespaço, em prol da manutenção de seu espaço geográfico e de sua cultura. Analisamos, com essa finalidade, os discursos do sujeito-índio que utiliza as redes sociais para dar visibilidade a denuncias de repressões a suas crenças, discursos e práticas, buscando mobilizar a população brasileira em defesa de suas causas, em contraponto a discursos advindos do âmbito religioso e da esfera da política estatal. Elegemos como suporte teórico as noções de sujeito, ideologia, Aparelho Ideológico e Formação Discursiva, a fim de pensar sobre o lugar que o índio reivindica para si, em relação aos lugares destinados às minorias indígenas na sociedade brasileira da atualidade, a partir das concepções sobre o sujeito-índio que circulam no Aparelho Ideológico religioso e na esfera social, como também a partir dos discursos vinculados às práticas realizadas no âmbito do poder legislativo. As análises apontam para os novos espaços de confrontos abertos nas redes sociais a partir das reivindicações do sujeito-índio que, antes falado a partir do lugar do outro, passa a falar de si, buscando deslocamentos que permitam a inscrição de sua posição entre aquelas que constituem o sujeito de direito.