DE ONDE VÊM OS DISCURSOS ANTIFEMINISTAS: AS VOZES DAS MULHERES QUE MULHERES QUE SE COLOCAM CONTRA OS MOVIMENTOS FEMINISTAS

Maria Daniela Leite da Silva (UFRGS)

 

No momento em que as militâncias feministas passam a ter maior visibilidade, principalmente através das mídias virtuais surgem, a reboque, outros tantos discursos, alguns deles colocando-se como notadamente antagônicos aos discursos dos movimentos feministas. Éo caso dos dizeres das blogueiras autodenominadas antifeministas, como Cris Corrêa. Utilizando o suporte teórico da Análise do Discurso pêcheutiana para compreender como os falas de certas mulheres conhecidas virtualmente  como antifeministas se articulam, faz-se necessária a moblização de determinados conceitos como discurso e sentido, fundamentais no processo de  costura entre  análise a teoria deste trabalho. Segundo Orlandi (1999) “O discurso é palavra em movimento, prática e linguagem: com o estudo do discurso, observa-se o homem falando”. Temos presente,então, o caráter processual do discurso, algo que encontra-se em permanente transformação, isso por que sempre afetado tanto pela interioridade – aspecto linguístico, como pela exerioridade – aspecto histórico. Para abordar questões atinentes à praticas discursivas requer lembrar que sem sunjeitos não existem discursos, logo a concepção de sujeito na análise dos dizeres da blogueira Cris Corrêa é estudada e compreendida permanentemente à luz dos pressupostos teóricos de A.D, que dizem entre outras coisas que “o sujeito não é uma entidade homogênea, exterior a língua, que lhe serviria para 'traduzir' em palavras um sentido do qual seria a fonte consciente”. Authier-Revuz (1982). Os textos da blogueira em questão fornecem pistas neste direção, quando é possível observar que muito do ela diz ancora-se em discursos outros, tanto antifeministas, como inclusive feministas.