O 11 de setembro e o cinema: memórias contemplativas no curta-metragem de Alejandro González Iñarritu

Marília Schramm Régio

Unipampa/PUCRS

 

Os atentados em 11 de Setembro de 2001, nos Estados Unidos, foram e estão sendo utilizados nas narrativas cinematográficas. O episódio quando ilustrado e/ou resgatados por imagens não tem a única intenção de preservar a memória, mas funcionam, ao mesmo tempo, como uma forma para se pensar o presente. O propósito deste artigo é essencial para iniciar uma pesquisa focada na compreensão das maneiras que o cinema tem contribuído para o desenvolvimento crítico da sociedade, através da memória. Andreas Huyssen, exemplifica, que um fato é recontado diversas vezes, para elucidar um problema contemporâneo. É oportuno compreender os limites de representação da história e da memória. A história é a reconstituição sempre problemática e incompleta do que não existe mais. Já a memória, é vida, carregada por grupos vividos, estando permanentemente em evolução e aberta à dialética de lembrança e do esquecimento. É inconsciente de suas deformações sucessivas, vulnerável a usos e manipulações, suscetíveis a latências e a revitalizações. No caso do 11 de setembro, no curta-metragem do diretor mexicano Alejandro González Iñarritu contempla-nos em um cinema “que mostra sua distância com o modo de circulação de palavras, sons, imagens, gestos e afetos, em cujo âmago ele pensa o efeito de suas formas” (RANCIÈRE, 2012, p. 81).