Pellegrino Artusi e o discurso identitário através da culinária

Carla Maicá Silva

A culinária italiana, difundida internacionalmente e uma das mais comemoradas é, sem dúvidas, uma culinária que passou pelo viés linguístico para se afirmar a nível nacional. Este fato tem como figura central Pellegrino Artusi que em 1891 publicou, em uma Itália recém-unificada, o livro La Scienza in Cucina e L’Art di Mangiar Bene. Foi a primeira tentativa verdadeira de dar vida a uma culinária e a uma língua unificada, simples e compreensível (FROSINI, 2009). E como sabemos, à luz da Análise do Discurso, que texto é a materialidade do discurso – aberto, afetado pela exterioridade, escrito por um sujeito que assume um lugar social e inserido num contexto (INDURSKY, 2009), partiremos da obra de Artusi, apoiados em noções como Arquivo, Memória e Autoria, para a análise desta que é considerada a fundadora da culinária italiana.