Sara Ramo

ORQUESTRA PARA DESTERRO


PRIMEIRA PARTE:


Fora do mato não existem lugares honestos.


Percebemos estar no país errado, querendo raizes, pés. A casa do imigrante em Madrid estava sempre cheia, marcada pela desconfiança dos vizinhos nativos. Os encontros para a feijoada, a chegada do polvilho...Todos divididos, de passagem, sem saber quando, como. Um bando. E, ainda éramos poucos. Suspensos na falta, apegados a uma melhora. Uma vez alguém disse: “em este país não tem terra, tudo é areia”.