Rodrigo bueno

A guerrilha afetiva do ateliê Mata Adentro, se utiliza da inserção de plantas, madeiras, fogo e água como suportes de obras e especialmente na ativação dos espaços de convívio. O garimpo ao longo dos anos, tem reunido uma quantidade considerável de madeiras de extração descartadas pela cidade ao ponto de transmutar espaços e suas dinâmicas. A simples indagação da origem dessas madeiras, fragmentos de árvores cujos nomes em tupi revelam o valor de uma cultura nativa ainda muito ameaçada pelo ocultamento de suas narrativas históricas. Mata Adentro é uma provocação para a desconstrução do pensamento colonizado, ao movimentar a engrenagem de memórias veladas por uma opressão ainda em curso. O romper de paradigmas culturais brota pelas rachaduras de um sistema encalacrado pela pandemia. As questões cotidianas mais urgentes têm sido alimentadas pelo que se poderia chamar: tecnologia do encontro - cultivo dos potenciais do isolamento de autocuidado frente ao cultivo da intensidade dos encontros. A transformação eminente de nossa ordem social, nos emociona ao ponto de reinventá-la. Os mecanismos da arte buscam a sobrevida ao imaginar laboratórios de criatividade, onde atividades terapêuticas são facilitadas através do estímulo sensorial a partir de um ambiente integral, carregados de dispositivos que reúnem a humanidade à natureza, em meio a composição de uma outra história, muito mais diversa, interdimensional e transcendente.