FAZENDA VOLTINHA


Coordenadas: -21,7179, -49,0098

Ibitinga - SP - Brasil


Endereço: Rodovia Cezário José de Castilho, KM 411 (Mais 4 Km de Estrada de Terra)

Telefone: +55 16 99728-3946

Facebook: @fazendavoltinha

Horário: sob agendamento

Forma de Pagamento: Dinheiro ou Depósito

Wi-Fi: não

Sinal 3G e 4G: não

Sinal de Telefone: não

Acessibilidade: tem banheiro adaptado e as atividades são programadas conforme necessidades

Infos: Oferece café da manhã e/ou almoço em conjunto com atividades e experiências no local. Funciona com a "porteira fechada": é preciso reservar com antecedência e informar as características do grupo para que o passeio adequado seja programado.

A comida na Fazenda Voltinha é feita do jeito tradicional da fazenda, com os ingredientes que estão na safra ou disponíveis na Fazenda. Afinal, o resgate e preservação de tradições são parte da experiência que a Fazenda propõe, em paralelo à premissa da reutilização e respeito ao meio ambiente. O leite é tirado no dia, o queijo e o pão são feitos lá; os pratos são os que se comia na fazenda, como milho, bolo de banana, frango com polenta, quiabo, algum refogado, salada de abóbora. O café da manhã ou o almoço são intercalados com caminhadas pela mata, casa sede, terreiro, beneficiadora de café, pelo ribeirão e demais dependências.

As turmas são recebidas pelo Eduardo, dono da fazenda, que há mais de vinte anos pesquisa, garimpa, "fuça" e se informa para transformar a Voltinha em uma experiência inesquecível. É ele quem conduz toda a visita, garante parte da diversão e sabe a história de cada coisa que existe ali: desde as árvores até cada pequeno objeto exposto no museu "Ananias Rosa da Silva", que leva o nome de seu avô.

A varanda onde acontecem as refeições é totalmente construída com material de demolição ou reaproveitado. Sobre as mesas, objetos artesanais feitos na fazenda ou esculturas de artistas locais.


ROÇA DE ANTIGAMENTE

Ao lado da varanda está a casa sede, construída para o casamento do avô. O porão da casa foi transformado no museu onde estão expostos objetos, dali preservados ou garimpados, que permitem uma viagem pela vida no campo ao longo do último século; na casa, o mobiliário conta a história da família e os costumes domésticos de antigamente.

Eduardo revela que o porão da casa sede servia para guardar alimento e abrigar pessoas, seja quem estivesse passando ou trabalhando na fazenda, revelando os costumes fraternos entre as comunidades rurais; celebra personalidades, principalmente os locais, desde jornalistas até ferreiros, com ênfase para a valorização de artistas da região. Os costumes de antigamente são constantemente comparados com os atuais, revelando a evolução ou transformação de toda uma sociedade, desde o comportamento dos fazendeiros em leilão de gado, até como era a convivência da família no dia a dia na casa; o tipo de panela de madeira e para que servia, a carrocinha usada pelas mulheres para os serviços domésticos como ir lavar roupas no ribeirão ou colher as folhas da frente da casa

Na beneficiadora de café, em frente ao terreiro, outras histórias e comparações com os modos de produção são feitas. Em meio às conversas, revelam-se histórias como a do balde com uma régua sobre ele: para que a quantia de café comercializada fosse justa para o comprador e para o vendedor (50 litros de café em côco), passava-se a régua sobre a medida de café - e é daí que vem a expressão "passa a régua e fecha a conta"; ou da carroça com a roda de madeira prejudicada pelo uso, que explica o por quê da expressão "rodou tanto que ficou quadrado", pois os pneus de madeira perdiam lascas, ficando retos.


RESPEITO À NATUREZA

A Voltinha é cortada pelo Ribeirão dos Porcos (Rio São Lourenço com Ribeirão dos Porcos, mas com predominância do Ribeirão dos Porcos), que deságua no Rio Tietê cerca de seis quilômetros abaixo. É o ribeirão que dá nome à fazenda, pois era o principal modo de acesso a ela no passado já que os outros caminhos eram somente "picadas"; como o rio é sinuoso, para chegar lá percorria-se várias "voltinhas".

Na chegada, o Eduardo fica de prontidão aguardando próximo à porteira, com seu cajado para a caminhada na mata, quando conta sobre cada tipo de árvore e para quê cada tipo madeira era ou é utilizado, sobre as erosões, os efeitos do tempo, a forma como as plantas interagem entre si. A caminhada é acompanhada por um bando de macacos bugios, que adoram ganhar as frutas que Eduardo separa para os convidados servirem na mão deles. É assim que o dia normalmente começa, junto da solicitação de dirigir a 20 Km/h no máximo - pois não se pode correr o risco de machucar algum animal, e muito menos se pode correr o risco de não desacelerar para fazer esta viagem no tempo - quando os costumes eram outros - e pela natureza - prioridade por ali.

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