Fazenda Santa Teresa Hotel & Spa


Coordenadas: -22.13293, -48.43387

Bocaina - SP - Brasil


Endereço: Rodovia SP 255 (Comandante João Ribeiro de Barros), KM 130

Telefone/whatsapp: (14) 99707-0737

Formas de Pagamento: cartão, dinheiro, depósito

Site: www.fazendasantateresa.com.br

Facebook: @fazendasantateresa

Horários: todos os dias, sob reserva e sujeito à lotação do hotel

Wi-fi: sim

Sinal 3G e 4G: oscilante

Sinal de Telefone: oscilante

Acessibilidade para Cadeirantes: sim

Infos: não siga por waze; tudo funciona sob reserva, quando é possível solicitar que sejam servidos pratos vegetarianos e veganos

A Fazenda Santa Teresa Hotel e Spa produz, hospeda e serve no restaurante – tudo mediante reserva, mediante lotação da hospedagem, pois a ideia ali é tratar cada necessidade de forma atenta. A ideia era, a princípio, fazer do local um acampamento que recebesse crianças com deficiência física, mesma condição de Patrícia, proprietária do local, uma vez que provavelmente não há nenhum estabelecimento neste sentido. A ideia original não vingou, mas a partir de 2009, a Santa Teresa honrou sua vocação de cuidar das pessoas: o local, bastante adaptado, se tornou enfim um spa, no início voltado para o emagrecimento. Mas o público, em busca de atividades para a saúde e o bem estar, não queria deixar de comer a comida da fazenda.

Foi então que começaram a pesquisar sobre como tornar a comida da fazenda e as receitas da família menos calóricas e gordurosas, a fim de não faltar nada tradicional no cardápio. A equipe foi treinada na melhor escola de gastronomia da região para lidar e inovar com os alimentos, mantendo a tradição de fazer uma comida genuína, da roça. Atualmente, o restaurante serve até comida vegetariana e vegana, de acordo com as necessidades que o cliente especificar na reserva. Um dos maiores orgulhos da Fazenda Santa Teresa Hotel e Spa é a relação com as pessoas que trabalham lá, diretamente refletido no atendimento ao público – todos ali são tratados com muito cuidado e respeito ao ser humano, inerentes à cultura local.

Os temperos são plantados em vasos sob uma árvore logo atrás da cozinha do restaurante. A horta foi construída sobre um dos terreiros da fazenda e é cultivada de forma orgânica. Ela é regada com água de mina, cuja análise conferiu que a água é muito pura e tem características de água mineral. A tecnologia desenvolvida por um amigo ambientalista permitiu que a mina fosse desassoreada e recuperada de forma que a água nunca será contaminada.

Produzem ovos, leite, derivados do leite (doce, queijo, manteiga), pão integral, café. Alguns produtos são vendidos para o público, incluindo os excedentes da horta. O mel vem de parceiro apicultor.

Vocação e Meio Ambiente

O local acomoda poucos, e por isso todos são recebidos com certa exclusividade. O mais importante ali é fazer com que as pessoas se sintam bem e recomponham energias. A Santa Teresa tem algo de especial: em torno das cachoeiras ficam até as colmeias de um apicultor parceiro, pois quando as abelhas estão doentes, ele as deixa lá para descansar e se recuperar. O mesmo mel que essas abelhas produzem é utilizado no restaurante. A vocação para recompor e recuperar atinge os seres humanos e também os animais.

A fazenda já teve mais de 500 mil pés de café, época em que Patrícia ainda era criança e a visitou pela primeira vez, quando até brincava colaborando no plantio. Os grandes terreiros continuam lá (em um deles está a horta), figurando num horizonte recuperado com paisagismo, que eliminou a pirambeira que antes havia em frente a onde hoje é o restaurante.

Após a fase do café, a fazenda enveredou por trinta anos para o arrendamento para a produção de cana de açúcar. Depois de assumir a fazenda, Patrícia aos poucos foi retomando as rédeas da produção própria e pretende cada vez mais variar a lavoura, inclusive para o cultivo das frutas, legumes e hortaliças que são usadas no restaurante – e cujo excedente os clientes sempre querem comprar.

Um hóspede, especializado em meio ambiente, uma vez observou que uma garça de cor prateada, que fazia ali sua visita anual, é uma ave muito rara, que só fica em locais em que a qualidade ambiental é boa. Após o fim das queimadas da cana-de-açúcar, também voltaram a circular por lá espécies como jaguatiricas, lobos-guará e veados. O gato Tigrão recebe a todos com um “bem-vindo” muito carinhoso.

Patricia é de São Paulo e morava na cidade de Avaré. Quando começou a fazer o hotel, se mudou para a Fazenda. Hoje, não troca a fazenda por nada. Perceber a lua, o canto dos passarinhos, a vista e o som da natureza não podem ser substituídos por nada. Ela se impressiona como as pessoas que vão lá começam a se acalmar horas depois de chegar. Tal energia, tal vocação, não tem muita explicação – só vivendo para compreender. Uma das maiores alegrias é ver o estado em que as pessoas vão embora – leves e felizes.


O restaurante

O salão onde fica o restaurante é decorado com mesas da casa da mãe de Patrícia, de amigos que deixaram, do irmão, das casas que haviam ali. As louças também são de família. Todos os objetos têm histórias para contar. Os charmosos armários brancos que armazenam os objetos eram de uma antiga farmácia. As receitas são de família, da roça e têm adaptações feitas na cozinha, permitindo-se invenções.

No frio, fazem feijoada aos sábados – receita da vida inteira da Patrícia. Há salada de cebola, vinagrete, mix de folhas, feijão sem carnes, laranja, farofa, couve, torresmo, mandioca frita. Os vegetarianos têm vez até na feijoada, pois os pratos não levam carne, assim como os extras. No cardápio habitual, os pratos variam entre saladas cruas, legumes cozidos, arroz, feijão, couve, ovo frito, linguiça artesanal, farofa, lasanha de berinjela, peixe ao forno com legumes e ervas, filé mignon de porco, batata rústica e mais guarnições, de acordo com o que há na horta. Os pratos veganos começaram a ser preparados a partir da recepção de hóspedes com essa opção alimentar. Cada caso é estudado com carinho a partir da reserva e dos pedidos.

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