ACAMPAMENTO TIBIRIÇÁ


Coordenadas: -22.23848, -49.19228

Bauru - SP - Brasil


Endereço: Distrito de Tibiriçá - Marechal Rondon, 360

Telefone: +55 14 99795-5074

Formas de Pagamento: dinheiro, débito e crédito

Facebook: @acamptibirica

Site: www.acampamentotibirica.com.br

Horários: Domingos e feriados, de 11h até 16h30

Sinal 3G e 4G: vivo

Sinal de Telefone: oscilante

Acessibilidade para Cadeirantes: sim

Infos: não reserva mesas; hospedagem e visitas escolares devem ser agendadas; atividades particulares podem ser agendadas de segunda a sábado.

CULTURA DA ROÇA

Márcia nasceu em São Paulo e mudou-se para Bauru quando tinha um ano. Faz 55 anos que está casada com Cynise, que nasceu e foi criado onde hoje é a parte central de Bauru. Depois de casarem, foram com o filho de 15 dias morar numa fazenda que ficava a 100 km da cidade - 50 de asfalto e 50 de terra. Foram para o local onde hoje é o Acampamento Tibiriçá após uma geada que acabou com a sua plantação de café. Criavam bicho-da-seda quando Márcia, há 29 anos, decidiu desbravar o turismo rural na região e acomodou 22 crianças na casa sede no primeiro acampamento de férias que realizou, em julho de 90. O local, mesmo belíssimo, não tem paisagens naturais, corredeiras, cachoeiras, então o atrativo para o público seria a cultura.

Em 1992, começou com o turismo pedagógico para enriquecer o conteúdo da visita quando recebia as escolas. As crianças voltavam para casa contando ótimas histórias sobre o lugar e também sobre a comida de lá. Os adultos que escutavam as histórias começaram a pedir que o restaurante fosse aberto ao público. Márcia interpreta histórias infantis e da roça, entende da história local, costura as bonequinhas que ficam no balcão e que são utilizadas para os acampamentos. De professora, Márcia se tornou cozinheira, algo que sempre adorou fazer - quando tinha seis anos, já fazia bolo.

Hoje o legado atinge a terceira geração: Marcia e Cynise têm ao seu lado o filho Zé Luis e o neto-enteado Bruno. Bruno é o único que mora na cidade e Zé Luis, que com quinze dias foi morar na fazenda, herdou a paixão do pai e já estudou veterinária e depois tecnologia agrícola. Mesmo quando morava na cidade, trabalhava no sítio. Desde que a mãe decidiu criar o acampamento, ele voltou a trabalhar no sítio e hoje mora nele.

O RESTAURANTE

O restaurante hoje é o carro chefe do empreendimento, começou há 21 anos e funciona num barracão que antigamente servia para a criação de bicho-da-seda. Zé Luis foi quem fez a reforma do barracão e colabora na cozinha aos domingos. Mobiliário e objetos carregam histórias do local, da família, de amigos e de vários outros lugares. Os tijolos e as telhas foram reutilizados de outra casa que havia ali, com marcas Val de Palmas, que era a fazenda onde está hoje o lote em que fica o acampamento e que antes tinha uma olaria. A Fazenda Val de Palmas chegou a ser a maior produtora mundial de café; os primeiros pés de café foram plantados lá em 1855, enquanto a fundação de Bauru foi em 1856. Tibiriçá é o distrito mais antigo de Bauru e lá antes havia agência de automóvel, farmácia, posto de gasolina, alfaiate.

No restaurante Tibiriçá, o público é formado por famílias, crianças e também ex-acampantes que hoje trazem os filhos para o restaurante e o dia na roça. São mais de 200 lugares com mesas dentro do barracão e sob as árvores. Passeio a cavalo e de trator são cortesia para quem vai almoçar. De frente para o barracão, fica o terreiro e é possível ver o beneficiamento do café - e ver de perto como é feito. Há ainda um museu com histórias indígenas, da roça e do café; e passeio pela trilha até a nascente d'água. Há também uma casa preservada da forma como era quando não havia água encanada ou eletricidade, em que se pode conferir a vida antiga da roça.

O fogão a lenha da cozinha mantém a temperatura dos alimentos, enquanto no de fora eles ficam expostos. Aos domingos tem leitoa a passarinho, panceta, batata frita, arroz, feijão, macarrão, dobradinha, rabada, feijoada, frango com polenta, bolinho de arroz, mandioca frita. São cultivadas lá a mandioca, o leite - que serve para o queijo, o doce de leite, a bolacha de nata e outras receitas - e as frutas - que servem para os doces da sobremesa. Doces de banana, abóbora, goiaba, mamão, cidra, batata roxa e compota de jaca.

Os textos e fotos do projeto Gastronomia da Estrada de Terra são protegidos por direitos autorais. Para utilização do conteúdo do projeto, é necessário dar o seguinte crédito: Fonte: @gastronomiadaestradadeterra