3.1. Processo de Aconselhamento

Os papéis possuem responsabilidades e domínios bem definidos para fornecer a autonomia de ação necessária para quem os energiza. Assim, decisões dentro de um domínio de um papel, não precisam passar por um processo de decisão em governança.


Diariamente, muitas decisões são tomadas no escopo de responsabilidades e domínio de um papel, porém, para decisões mais difíceis, é proveitoso utilizar o processo de aconselhamento.

Este consiste em acessar a inteligência coletiva na tomada de decisão de assuntos complexos. Pessoas com mais experiência ou que serão afetadas oferecem conselhos que serão levados em consideração pela pessoa tomadora de decisão. Conselhos são simplesmente conselhos, o domínio da decisão está no papel decisor.

Caso o tomador de decisão conclua que que a decisão a ser tomada afeta estruturalmente o círculo, a tensão pode ser registrada no Backlog como uma tensão de governança, e a pessoa que conduziu o processo de aconselhamento pode utilizar os aprendizados que teve para criar uma Proposta de Governança.

Como fazer

O processo realizado, pela pessoa que ocupa o papel com poder de decisão, consiste em:

  1. Identificar qual a tensão operacional por trás da decisão.

  2. Coletar informações e elaborar uma proposta.

  3. Coletar feedbacks com pessoas mais experientes e/ou mais afetadas pela decisão.

A coleta de conselhos variam e podem ser: ligações/mensagens individuais, reuniões com grupos ou mesmo formulários.

  1. Integrar ou não os conselhos e tomar a decisão.

Porque fazer

O aconselhamento permite:

  • Comunidade: une as pessoas, cujo conselho é procurado na questão sendo decidida. Elas aprendem sobre o assunto. O compartilhamento de informações reforça o sentimento de comunidade e pertencimento. A pessoa cujo conselho é procurado sente-se honrada e necessária.

  • Humildade: pedir conselhos é um ato de humildade, que é uma das características mais importantes de um ambiente de trabalho divertido. O ato sozinho diz: "Eu preciso de você!". O tomador de decisão e o consultor caminham para um relacionamento mais próximo, proporcionando vulnerabilidade e abertura para dar e receber os conselhos, integrando-os na solução.

  • Aprendizagem: tomar decisões é a educação no trabalho. O conselho vem de pessoas que entendem a situação e se importam com o resultado. Nenhuma outra forma de educação ou treinamento pode corresponder a essa experiência em tempo real.

  • Melhores decisões: a melhor solução para um problema complexo, deve ser aquela que contenha em si a maior variedade de visões sobre diversos aspectos da proposta. Quando pessoas com conhecimentos diversos contribuem com sua sabedoria para a tomada de decisão, esta se aproxima do melhor cenário.