SEGUNDA-SS

2ª FEIRA DA SEMANA SANTA

25/03/2024

TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 


Leitura: Isaías 42,1-7

Salmo Responsorial 26(27) R-  O Senhor é minha luz e salvação.

Evangelho: João 12,1-11 

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 12,1-11 1Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi para Betânia, onde morava Lázaro, que ele havia ressuscitado dos mortos. 2Ali ofereceram a Jesus um jantar; Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. 3Maria, tomando quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com seus cabelos. A casa inteira ficou cheia do perfume do bálsamo. 4Então, falou Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de entregar: 5'Por que não se vendeu este perfume por trezentas moedas de prata, para as dar aos pobres?' 6Judas falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão; ele tomava conta da bolsa comum e roubava o que se depositava nela. 7Jesus, porém, disse: 'Deixa-a; ela fez isto em vista do dia de minha sepultura. 8Pobres, sempre os tereis convosco, enquanto a mim, nem sempre me tereis.' 9Muitos judeus, tendo sabido que Jesus estava em Betânia, foram para lá, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Jesus havia ressuscitado dos mortos. 10Então, os sumos sacerdotes decidiram matar também Lázaro, 11porque, por causa dele, muitos deixavam os judeus e acreditavam em Jesus. Palavra de Salvação.

Comentário:

Como diz o Missal Cotidiano, esta é uma semana privilegiada, em que a liturgia nos oferece a oportunidade de meditarmos sobre a figura do Servo de Javé, a mais idônea para nos preparar para a contemplação do Calvário.

O Servo de Javé, de Isaías, está preanunciando Jesus Cristo que, ao contrário dos dominadores e grandes da história, não mostra seu triunfo em entradas triunfais, mas apenas com a força da convicção de que as pessoas têm capacidade de amar, de se converterem, de mudarem as suas vidas.

Como o procedimento de Jesus deve também ser o nosso, ou seja, na humildade e, principalmente, na convicção, como ele tinha, de que o Espírito Santo nos dá toda a força de que precisamos para vivermos na santidade.

A salvação não é não será nunca uma obra nossa, mas sim, um dom gratuito, gerado pela entrega completa que Jesus fez por nós, e que reviveremos nesta Semana Santa.

O evangelho nos leva a valorizar os pequenos gestos do dia a dia, os cumprimentos, os desejos de um bom dia, uma conversa amigável, coisas que aparentemente são inúteis, como era aparentemente inútil aquele perfume gasto nos pés de Jesus.

Ao contrário do que muitos pensam, e inclusive do que fala o comentário do missal cotidiano, eu penso diferente: Mesmo hoje em dia não tem sentido gastarmos fortunas para usarmos paramentos, vestimentas e tudo o que se refere ao culto, exageradamente adornados com coisas caras, com o pretexto de estarmos louvando e honrando o Senhor. O que eu penso é que, ao cuidarmos dos pobres, ao cuidarmos dos doentes e necessitados, estamos louvando e honrando o Senhor.

A unção de Betânia, como é chamada essa passagem que lemos hoje, é praticada quando “ungimos” os pés dos pobres; ou seja: ao cuidarmos dos pobres, doentes e necessitados, estamos, na verdade, ungindo os pés de Jesus. Foi ele mesmo quem disse que tudo o que fizermos a um desses pequeninos, é a ele que estamos fazendo. Como disse Santo Ambrósio, não podemos querer agradar o Cristo, como que ungir os seus pés, dourando os cálices da igreja enquanto esse mesmo Cristo está morrendo de fome na pessoa do pobre! Não tem sentido!

O mesmo digo quanto aos que querem fazer jejum na Sexta-feira Santa comendo bacalhoada. Que tristeza pensar isso! Estariam talvez cumprindo melhor o jejum comendo aquelas carnes de segunda... mas, comer bacalhoada na Sexta-feira Santa é uma afronta não contra Jesus, que talvez não ligue para essas coisas, mas para os próprios pobres!