6ª FEIRA SANTA

SEXTA-FEIRA SANTA

PAIXÃO DO SENHOR

29/03/2024

TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB 


1ªLeitura: Isaías 52, 13-53,12

Salmo Responsorial 30(31) R- Ó Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.

2ª Leitura: Hebreus 4,14-16;5,7-9

Evangelho: João 18,1-19,42 

(Por favor, acesse o evangelho por meio deste link: 


Comentário:

Tenho receio de comentar as leituras de hoje e não dizer aquilo que é mais importante.

Jesus morreu por nós. Podia ter-se libertado disso tudo, mas aceitou ser “trucidado” por nosso amor, para nos dar a Salvação eterna. Como não podemos participar da cerimônia, por causa da quarentena, assista a Paixão pela televisão e medite nas palavras das leituras e do Evangelho.

Qualquer coisa que eu disser aqui ficará aquém do que realmente aconteceu com Jesus.

AS SETE PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ

1-   “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”.

Mesmo estando sendo morto injustamente, pois Jesus era plenamente inocente, ele perdoou a todos, pois sabia que estavam como que numa nuvem de ignorância e não conheciam a realidade da pessoa de Jesus, que não é apenas homem, mas também é Deus. Jesus é 100 por cento homem e 100 por cento Deus. Entretanto, até hoje há muitas pessoas que ainda não acreditam em sua divindade. Na verdade, apenas 33 por cento das pessoas do mundo todo acreditam na divindade de Jesus. Sessenta e sete por cento não acreditam. Ou seja, em cada 100 pessoas, 33 acreditam em Jesus e 67 não acreditam ainda. Que dizer do pessoal daquele tempo, que viam Jesus caminhando sujo de poeira por aqueles lugares?

Nós precisamos, com Jesus, aprender a perdoar SEMPRE

2-“Em verdade eu te digo, hoje estarás comigo no paraíso”

O bom ladrão fez seu último roubo ao lado de Jesus: roubou o Céu. Conseguiu entrar na última hora. Isso por que se arrependeu e confiou em Jesus. Ele nos dá muita esperança! Se ainda estamos vivos, podemos também alcançar o céu se pedirmos perdão e confiarmos na misericórdia divina.

Esse fato nos ensina também a acolher os que querem mudar de vida.

3-“Eis o teu filho; eis tua mãe”

Essa frase de João 19 mostra que Jesus não tinha irmãos, pois se os tivesse, por lei eles seriam obrigados a tomar conta da mãe.

Com esse ato, Jesus deu sua mãe como mãe de todos nós. Maria é nossa mãe também pelo fato de que se Jesus é nosso irmão, sua mãe é nossa mãe também. Só que em relação a ele, ele é filho de verdade. Nós somos filhos adotivos.

4- “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes”?

Jesus, na verdade, repete o salmo 21(22). Era costume dizer as primeiras palavras para estar rezando o salmo todo. É um salmo profético que narra o sofrimento de uma pessoa igual ao que aconteceu com Jesus. Mas não podemos descartar o fato de que Jesus estava abandonado, sozinho e sentiu, de fato, a solidão naquele momento tão triste de sua vida.

Conosco será diferente, se confiarmos na presença dele em nossa vida. Ele sofreu e morreu por nós, mas ressuscitou no terceiro dia, dando-nos a salvação e a certeza de que sempre estaria conosco.

Em nossos momentos de solidão e desânimo, lembremo-nos de que Jesus passou também por isso, mas não vai nos deixar sozinhos. Vai sempre estar conosco.

5- “Tenho sede”

A sede de Jesus é física, mas também simbólica: ele tem sede de nós. Deus nos deseja perto dele, mas não nos obriga a isso. Ele respeita a nossa decisão. Decidamos por Jesus! Aceitemos que ele “nos lave os pés”, como disse o Papa na Missa da Ceia do Senhor de ontem! Aceitemos que Jesus faça conosco o que ele bem entender!

6- “Tudo está consumado”

Jesus cumpriu todas as profecias. Ele cumpriu tudo o que as escrituras diziam dele. Ele obedeceu ao Pai até o fim da vida. Ninguém poderia matar Jesus se ele não deixasse. Disse ao homem que decepara a orelha do outro, lá no jardim do Getsêmani, que se quisesse, poderia pedir ao Pai e este lhe enviaria 12 legiões de anjos. Doze legiões são 72.000 anjos, fortes, que vencem qualquer pessoa aqui da terra. Jesus entregou sua vida por nós. Ele se deixou ficar nas mãos dos algozes. Isso porque nos ama demais! E nos quer perto dele. Ele obedeceu ao Pai até o fim. Façamos o mesmo! Mudemos nossa vida para um caminho de santidade, se ainda não estamos fazendo isso!

7-“Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”!

Jesus entrega sua alma ao Pai. Morreu. Saiu fisicamente deste mundo e está ao lado do Pai e do Espírito Santo, no paraíso, onde espera a todos nós. Vamos deixar nossa mansão celeste vazia, sem a nossa presença? De jeito nenhum! Sei que todos nós vamos lutar para vencer o pecado e poder estar com Jesus no céu! Um dia nós é que vamos entregar nossa alma para Deus, sobretudo neste tempo da pandemia, em que podemos morrer a qualquer instante...



Irmãos e irmãs!


Na Sexta-feira Santa, a Igreja não celebra a Eucaristia. Ela se reúne para comemorar e reviver a Paixão do Senhor, contempla Cristo que, morrendo, se oferece como vítima ao Pai, para libertar toda humanidade do pecado e da morte.


Cristo se entregou ritualmente na Ceia e historicamente na Cruz para que a Igreja celebre até o dia de Sua volta o Mistério de Sua Páscoa.


A Ceia e a Cruz é uma entrega só, onde Cristo entra na nossa morte, para que morrendo como nós possamos morrer como Ele, morte que nos conduz a vida.


Nós adoramos nesta celebração o mistério de nossa salvação e dispomos nosso coração na fé e no arrependimento, para que possamos ser santificados pelo Sacrifício de Cristo.


A sexta-feira santa não é um dia de luto. Apesar do silêncio respeitoso observado pela sociedade, a Igreja não celebra um funeral, mas a morte vitoriosa do Senhor, geradora de vida nova para os seus seguidores. Olhando para a cruz, a Igreja canta: “Vitória! Tu reinarás. Ó Cruz! Tu nos salvarás!”


“Neste dia em que Cristo nosso cordeiro pascal foi imolado, a Igreja, meditando a Paixão do seu Senhor e adorando a cruz, comemora o seu próprio nascimento do lado de Cristo que repousa na cruz e intercede pela salvação do mundo todo.


A celebração neste dia consiste na proclamação da Palavra de Deus e na escuta do Mistério da Páscoa de Cristo. Na solene Adoração da Santa Cruz, que trazida em procissão e apresentada à assembleia dos cristãos e a Igreja volta seu olhar para a obra da redentora realizada por Cristo pregado na cruz, lembrando que não se adora a cruz em si mesma, mas aquele que, do seu lenho, doou sua vida para a nossa salvação. No Rito da Comunhão ao comungarmos de com o seu corpo, assimilamos sacramentalmente sua entrega pela salvação da humanidade, a fim de que possamos viver como ele viveu.


Para a nossa fé, a Cruz é expressão do triunfo sobre o poder das trevas e, por isso, é apresentada com pedras preciosas e se tornou sinal de benção. A plenitude da vida, alcançada no alto da cruz, é causa de esperança para aqueles que vivem angustiados e marcados pelos sofrimentos da vida presente.

Nádia Corradi Teóloga (in memoriam).