Motor Crítico

A figura abaixo demonstra duas situações que objetivam analisar a relação dos ângulos de ataque das pás de uma hélice, relacionando o segmento de movimento de descida com o de subida de uma pá.

Na esquerda temos uma aeronave num ângulo de ataque igual a zero e o ângulo de ataque da "pá que sobe" se igualando ao ângulo de ataque da "pá que desce".

Na figura da direita, em ângulos de ataque elevados, o ângulo de ataque da "pá que desce" é aproximadamente o dobro do ângulo da "pá que sobe".

Podemos então concluir que quando colocamos uma aeronave em ângulos de ataque maiores, o momento de maior tração numa hélice vai ocorrer quando a pá estiver executando o movimento de descida.

Abaixo podemos verificar que uma aeronave num ângulo de ataque igual a zero a tração é idêntica tanto no momento de subida como no de descida da pá da hélice.

Abaixo podemos verificar que num ângulo de ataque maior que zero, uma eventual falha do motor esquerdo será a situação mais crítica para o piloto, pois a tração do motor direito será aplicada num braço bem maior em relação ao centro de gravidade da aeronave.

Então o motor esquerdo é o crítico nesta aeronave, ou seja, aquele que cuja falha numa situação de baixa velocidade e elevado ângulo de ataque (como na decolagem), implicará numa maior amplitude de comandos para compensar o voo monomotor.

Com o intuito de evitar tal problema, foram criados motores contra-rotativos (abaixo) que eliminam o problema de ter que operar com uma aeronave com motores críticos. Assim, aeronaves com motores contra-rotativos não possuem motor crítico.

E que fique bem claro: O conceito acima apresentado serve apenas para as aeronaves certificadas pelo RBHA23. Para aeronaves a jato existem outros conceitos que devem ser considerados para determinar se existe ou não motor crítico. Bem, isto ficará para outra oportunidade, pois aqui no site, como disse um usuário, é para a aviação mais pobre rs rs rs.

(Colaboração Cmte Davi Branco)

Sergio Koch - TCel AV R/R