Perigo Aviário

Entenda esse assunto de uma maneira didática e com a profundidade que ela merece:

1 - Perigo Aviário

2 - Medidas Mitigadoras

3 - Conclusão

4 - Ficha CENIPA 05C e Ficha CENIPA 15

5 - Informe sempre quando acontecer...

Com o desenvolvimento das aeronaves e o aumento na demanda por vôos comerciais, o tráfego aéreo aumentou e as aeronaves tornaram-se mais rápidas e silenciosas, dificultando a percepção pelas aves deixando de serem evitadas as colisões, representando sérios riscos para a segurança aeronáutica. Desta forma, as colisões entre aves e aeronaves vão se tornando cada vez mais freqüentes e sérias. Apesar das aves serem relativamente pequenas, comparadas com as aeronaves, elas podem causar danos consideráveis quando das colisões, principalmente devido à alta velocidade das aeronaves.

E=½.m.v²

A intensidade dos danos e lesões decorrentes de uma colisão entre uma aeronave e uma ave é função da velocidade daquela e da massa da ave . A massa média de um urubu-da-cabeça-preta é de 1,6Kg, mas pode facilmente ultrapassar 2Kg. De acordo com os cálculos feitos no Centro Técnico Aeroespacial (CTA), a força resultante no impacto de uma aeronave a 300 Km/h com um urubu de 2Kg varia entre 5 e 7 toneladas.

Quanto maior for essa massa, maior será a carga de impacto sobre a aeronave. Assim, percebe-se que o potencial de risco imposto por tais aves é altíssimo. Por tal razão, não é surpreendente que, entre 1955 e 1999, mais de 33 aeronaves (sendo 27 militares) e 21 vidas já tenham sido perdidas devido a colisões com urubus ao redor do mundo (INTERNATIONAL BIRD STRIKE COMMITTEE, 2000).

Os danos mais freqüentes resultantes das colisões ocorridas, envolvem a ingestão de aves pelos motores, podendo incluir empenos ou quebras de lâminas de rotor, bloqueio do quadro de entrada de ar no motor, trincamento ou espatifamento de párabrisas, além de acarretar mossas, dentear, cortar ou perfurar estruturas da fuselagem (OACI,1978).

O Perigo Aviário tende a aumentar em função do incremento dos vôos, da ampliação e implantação de novos aeroportos, do crescimento urbano e de toda uma série de fatores, indicando a necessidade de se elaborar um plano de trabalho eficaz para tentar reduzir os focos de atração de urubus no entorno dos aeroportos. A presença de aves em um aeroporto pode ser atribuída a diversos fatores e normalmente, estão relacionados à busca de alimentação, abrigo, segurança, área para nidificação, presença de água e de áreas para descanso (OACI,1978). Verifica-se então, que o potencial de risco de colisão com aves aumenta em razão da existência do número de focos de atração, ou seja, de atividades antrópicas ou de biomas, que favoreçam a presença de aves.

No Brasil, o agravamento da situação de risco de colisão de aeronaves com urubus durante os procedimentos de aproximação, pouso e decolagem é atribuído, principalmente, ao desequilíbrio ecológico causado pelas áreas destinadas à deposição de lixo urbano, aterros sanitários e lixões, além de matadouros, curtumes e pólos pesqueiros, que operam contrariando a legislação vigente, no entorno dos aeroportos (SOUZA, 2001).

É notório o potencial atrativo de aves nos locais usados para destinação final de resíduos sólidos urbanos, principalmente o urubu (Coragyps Atratus), conforme atestam levantamentos realizados no Brasil, pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – CENIPA, órgão central de Segurança de Vôo no país, e o Centro de Pesquisa Para Conservação das Aves Silvestres ( CEMAVE/IBAMA, Brasil, 1997).

A baixa condição sanitária das áreas de disposição final dos resíduos sólidos urbanos é um grave problema encontrado em todas as principais cidades do Brasil. São ambientes artificiais, totalmente desequilibrados e gravemente impactados, os quais funcionam como ponto focais de onde proliferam e dispersam os mais variados vetores de problemas infecto-contaminantes, como moscas, mosquitos, baratas, ratos e aves (SOUZA, 2001).

Normalmente, as áreas de lixão não apresentam nenhum tipo de tratamento para estes resíduos, apenas são dispostos a céu aberto. Já os aterros sanitários, graças aos princípios de engenharia aplicados na sua construção e, sobretudo na sua operação, podem apresentar menor poder atrativo de aves que os lixões, desde que sejam inseridos algumas diretrizes e procedimentos operacionais específicos no seu conjunto de atividades.

A fim de demonstrar com mais detalhes sobre este tipo de colisão, baixe o arquivo em anexo e veja o estrago que pode ser feito num helicóptero, que aliás voa numa velocidade bem menor que de um avião...

Veja mais outras matérias sobre o tema.

Caso 1

Caso 2

Caso 3

Caso 4

Caso 5 - Fumaça

Imagens do pouso forçado do Airbus A320 no Rio Hudson

Famoso caso de colisão com pássaros... Rio Hudson (Jan/09)

Imaginem as consequências desta colisão...

Invadimos seu espaço...

e sua rota de voo...

Conteúdo deste tema extraído e adaptado:

XLIV CONGRESSO DA SOBER - “Questões Agrárias, Educação no Campo e Desenvolvimento”

Fortaleza, 23 a 27 de Julho de 2006 - Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural