Os Mercadores de Opinião e a sua Privacidade

https://sites.google.com/site/barataeletricafanzine Email drrcunha@yahoo.com.br Índice barata19

Os Mercadores de Opinião e a sua Privacidade

Derneval R.R. Cunha

"As mensagens em nossos meios de comunicação vem empacotadas como Cavalos de Tróia. Entram em nossas casas em uma forma, mas funcionam de forma diferente uma vez dentro. Não é tanto uma conspiração contra o público espectador como é um método para conseguir que os campeões de audiência inadivertidamente promovam agendas contraculturais que apenas podem fortalecer os indivíduos que estão expostos a elas. As pessoas que rodam redes de televisão ou revistas populares, por exemplo, são compreensívelmente indispostas a rodar histórias que criticam os princípios operantes da sociedade que seus patrocinadores estão tentando manter. Os jovens e espertos estrategistas da mídia com novas e usualmente ameaçadoras idéias, precisam inventar novas formas que são capazes de hospedar estes novos conceitos até que eles tenham sido entregues ao público americano de forma bem sucedida como parte da dieta de mensagens dos meios de comunicação de massa." (RUSHKOFF, Douglas - MEDIA VIRUS! Hidden Agendas in Popular Culture)

Original no http://www.epic.org/privacy/faa/bodysearch.gif

ando criança, que perguntaram:

- Qual animal você gostaria de ser? (Eu gostaria de ser vocalista de uma banda de Heavy Metal)

- Que que você vai ser quando crescer? (Eu vou ser velho, oras)

Mercadores de Opinião e a sua PrivacidadeSão perguntas simples, mas que podem dizer muito sobre a personalidade da pessoa. Uma criança que responde que queria ser macaco, pode simplesmente achar um macaco bonitinho ou adorar fazer "macacadas". Aí os pais já ficam de alerta, porque tem um "bagunceiro" na família.

Hoje em dia, porém, quem realmente tem opinião sobre alguma coisa? Já parou pra pensar? Você aponta para um apresentador de televisão: este cara parece ser um sujeito de opinião. Sem dúvida. Faz aquele programa de entrevistas e sempre parece que está por cima. As perguntas e as respostas que ele faz parecem mexer direto na ferida do sujeito que está sendo entrevistado. É, um cara desses parece ter opinião.

Mas será que aquelas perguntas não foram ensaiadas?

Se eu te contar que existe uma equipe por trás daquele sujeito. Uma equipe que é chamada de "produção"? Provavelmente estou perdendo meu tempo escrevendo que essa equipe é encarregada de entrevistar o entrevistado antes que ele se sente ali pra conversar. E não é só isso: a equipe pode até discutir com o cara se tem alguma matéria sobre a qual não se deve tocar ou assunto que interessa que seja tocado. Pensa bem: alguma vez você conseguiu ter uma conversa interessante todo santo dia, durante todos os dias, e com mais de uma pessoa? Não. Isso é muito difícil. A produção de um programa se encarrega que o apresentador apareça sempre com um ás escondido na manga. Pra impressionar a audiência. Que é o que chama os anunciantes. São eles que pagam o salário tanto da produção como do apresentador.

Então, o maior problema não é ter opinião. O problema é convencer o público a ligar a televisão dia tal, hora tal e ficar sintonizada no programa tal. O que vai passar nesse dia e nessa hora, não interessa a mínima para o dono daquele canal de TV. Sendo sucesso, pode ser qualquer coisa. Como é que se sabe que é um sucesso? Pelos jornais e por pesquisas. Tem tambem o público que escreve para o programa. Havendo público suficiente, é como água morro abaixo.

Resumindo: Não é alguém na TV que tem opinião. Claro que o sujeito para estar lá tem que ter alguma inteligência. Mas o mais importante é chamar a atenção. Por isso que a Carla Perez está chegando lá, enquanto um monte de recém-saídos das faculdades de comunicação estão lendo os classificados.

Bom, o que que acontece então com a imagem que a gente tem do apresentador? Fica meio diluída, né? Mas, talk-show, como a palavra indica, é espetáculo, vamos voltar ao cotidiano. Numa turma de amigos, cada um tem sua opinião sobre cada coisa, mas na maioria das vezes, o que acaba acontecendo é uma opinião grupal, depois de um tempo. Isso porque ninguém vai ficar criando caso se o grupo não concorda. Quem não concorda se cala ou tenta convencer até que o grupo resolva mudar de assunto. Em vários casos, a opinião geral prevalece, mesmo que seja copiada daquilo que aparece no rádio, na TV e nos jornais. (Já pararam para pensar nisso? Eu posso estar errado). Eu por exemplo, posso me gabar de ter acreditado no Zagalo quando todos os jornais falavam que daquele jeito a seleção não ia chegar as quartas de final (o pessoal até me gozou, no jogo da Noruega).

Nos jornais poderia ser diferente. Mas hoje em dia, os jornais praticamente copiam e exploram o mesmo material que passa na TV. Se aparecer no Telejornal que a viadagem tá na moda, vai aparecer matéria na imprensa escrita repensando o ser ou não ser viado. As revistas, porém, e

stão um pouco mais imunes em relação a essa flutuação de opiniões. Por um motivo mais simples, cada novo número leva 48 dias para ser feito. No entanto, ainda assim sofrem uma certa influência dos jornais e da TV, porque também tem anunciantes. Eu já coloquei numa matéria anterior sobre "Hackers e a Mídia" como isso acontece, mas nem detalhei muito. Pra não repetir, vou lembrar apenas que numa matéria que detonava o hacker como um mal elemento, havia um a

núncio de firewall.

Quem estava copiando de quem, na Copa? O público estava lendo nos jornais e não acreditava na seleção ou o público via a seleção jogar e acreditava no que os jornais diziam? Mudando completamente de assunto (porque se se começa a falar de futebol, não se acaba mais): será que a inflação vai voltar? Será que mais bancos vão falir? Será que o filho da Xuxa vai ser menino ou menina? Tudo isso são opiniões. Você tira conclusões, baseado em alguns dados que você conhece e aí emite a conclusão para um público, que pode ou não querer ouvir e tirar um sarro da sua cara ou elogiar.

O que trás uma outra questão:

Será que o público queria ouvir que o Zagalo era um gênio porque estava escondendo o jogo? Não. O público que estava pichando o técnico tava afim de vitória. Estava querendo ver a seleção ganhar batalhas enquanto o técnico queria vencer a guerra. Mas quem é que tem a coragem de defender o lado errado? Pensa bem: se todo mundo está falando que fulano está errado, você tem coragem de ir contar a corrente? Muito provavelmente, não. A maior parte, guarda a opinião negativa pra si mesmo e acaba se convencendo daquilo que todo mundo está falando. Quase todo mundo faz isso. Menos este ou aquele cara da televisão. Porquê?

É difícil lembrar a primeira vez que te pedem sua opinião para alguma coisa. No mais provável, talvez pinte a lembrança daquela vez, qu

<HTML> <HEAD> <META HTTP-EQUIV="Content-Type" CONTENT="text/html; charset=iso-8859-1"> <META NAME="GENERATOR" CONTENT="Mozilla/4.03 [en] (Win95; I) [Netscape]"> <META NAME="Author" CONTENT="John Smith"> <!-- Created by AOLpress/1.2 --> <TITLE>Mercadores de Opini&atilde;o e a sua privacidade</TITLE> </HEAD> <BODY TEXT="#400000" BGCOLOR="#330033" LINK="#0000EE" VLINK="#551A8B" BACKGROUND="tvlisao.jpg"> <P> &nbsp; <CENTER> <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#FFDDBB" > <TR> <TD> <B><FONT SIZE=+3>Os Mercadores de Opini&atilde;o e a sua Privacidade</FONT></B><P ALIGN=Center> <A HREF="index.html">http://www1.webng.com/curupira/index.html</A>

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As pessoas que rodam redes de televis&atilde;o ou revistas populares, por exemplo, s&atilde;o compreens&iacute;velmente indispostas a rodar hist&oacute;rias que criticam os princ&iacute;pios operantes da sociedade que seus patrocinadores est&atilde;o tentando manter. Os jovens e espertos estrategistas da m&iacute;dia com novas e usualmente amea&ccedil;adoras id&eacute;ias, precisam inventar novas formas que s&atilde;o capazes de hospedar estes novos conceitos at&eacute; que eles tenham sido entregues ao p&uacute;blico americano de forma bem sucedida como parte da dieta de mensagens dos meios de comunica&ccedil;&atilde;o de massa."</I> (RUSHKOFF, Douglas - MEDIA VIRUS! 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Uma crian&ccedil;a que responde que queria ser macaco, pode simplesmente achar um macaco bonitinho ou adorar fazer "macacadas". A&iacute; os pais j&aacute; ficam de alerta, porque tem um "bagunceiro" na fam&iacute;lia.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Hoje em dia, por&eacute;m, quem realmente tem opini&atilde;o sobre alguma coisa? J&aacute; parou pra pensar? Voc&ecirc; aponta para um apresentador de televis&atilde;o:&nbsp; este cara parece ser um sujeito de opini&atilde;o. Sem d&uacute;vida. Faz aquele programa de entrevistas e sempre parece que est&aacute; por cima. As perguntas e as respostas que ele faz parecem mexer direto na ferida do sujeito que est&aacute; sendo entrevistado. &Eacute;, um cara desses parece ter opini&atilde;o.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Mas ser&aacute; que aquelas perguntas n&atilde;o foram ensaiadas?</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Se eu te contar que existe uma equipe por tr&aacute;s daquele sujeito. Uma equipe que &eacute; chamada de "produ&ccedil;&atilde;o"? Provavelmente estou perdendo meu tempo escrevendo que essa equipe &eacute; encarregada de entrevistar o entrevistado antes que ele se sente ali pra conversar. E n&atilde;o &eacute; s&oacute; isso:&nbsp; a equipe pode at&eacute; discutir com o cara se tem alguma mat&eacute;ria sobre a qual n&atilde;o se deve tocar ou assunto que interessa que seja tocado. Pensa bem: alguma vez voc&ecirc; conseguiu ter uma conversa interessante todo santo dia, durante todos os dias, e com mais de uma pessoa? N&atilde;o. Isso &eacute; muito dif&iacute;cil. A produ&ccedil;&atilde;o de um programa se encarrega que o apresentador apare&ccedil;a sempre com um &aacute;s escondido na manga. Pra impressionar a audi&ecirc;ncia. Que &eacute; o que chama os anunciantes. S&atilde;o eles que pagam o sal&aacute;rio tanto da produ&ccedil;&atilde;o como do apresentador.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Ent&atilde;o, o maior problema n&atilde;o &eacute; ter opini&atilde;o. O problema &eacute; convencer o p&uacute;blico a ligar a televis&atilde;o dia tal, hora tal e ficar sintonizada no programa tal. O que vai passar nesse dia e nessa hora, n&atilde;o interessa a m&iacute;nima para o dono daquele canal de TV. Sendo sucesso, pode ser qualquer coisa. Como &eacute; que se sabe que &eacute; um sucesso? Pelos jornais e por pesquisas. Tem tambem o p&uacute;blico que escreve para o programa. Havendo p&uacute;blico suficiente, &eacute; como &aacute;gua morro abaixo.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Resumindo: N&atilde;o &eacute; algu&eacute;m na TV que tem opini&atilde;o. Claro que o sujeito para estar l&aacute; tem que ter alguma intelig&ecirc;ncia. Mas o mais importante &eacute; chamar a aten&ccedil;&atilde;o. Por isso que a Carla Perez est&aacute; chegando l&aacute;, enquanto um monte de rec&eacute;m-sa&iacute;dos das faculdades de comunica&ccedil;&atilde;o est&atilde;o lendo os classificados.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Bom, o que que acontece ent&atilde;o com a imagem que a gente tem do apresentador? Fica meio dilu&iacute;da, n&eacute;? Mas, talk-show, como a palavra indica, &eacute; espet&aacute;culo, vamos voltar ao cotidiano. Numa turma de amigos, cada um tem sua opini&atilde;o sobre cada coisa, mas na maioria das vezes, o que acaba acontecendo &eacute; uma opini&atilde;o grupal, depois de um tempo.&nbsp; Isso porque ningu&eacute;m vai ficar criando caso se o grupo n&atilde;o concorda. Quem n&atilde;o concorda se cala ou tenta convencer at&eacute; que o grupo resolva mudar de assunto. Em v&aacute;rios casos, a opini&atilde;o geral prevalece, mesmo que seja copiada daquilo que aparece no r&aacute;dio, na TV e nos jornais. (J&aacute; pararam para pensar nisso? Eu posso estar errado). Eu por exemplo, posso me gabar de ter acreditado no Zagalo quando todos os jornais falavam que daquele jeito a sele&ccedil;&atilde;o n&atilde;o ia chegar as quartas de final (o pessoal at&eacute; me gozou, no jogo da Noruega).&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Nos jornais poderia ser diferente. Mas hoje em dia, os jornais praticamente copiam e exploram o mesmo material que passa na TV. Se aparecer no Telejornal que a viadagem t&aacute; na moda, vai aparecer mat&eacute;ria na imprensa escrita repensando o ser ou n&atilde;o ser viado. As revistas, por&eacute;m, est&atilde;o um pouco mais imunes em rela&ccedil;&atilde;o a essa flutua&ccedil;&atilde;o de opini&otilde;es. Por um motivo mais simples, cada novo n&uacute;mero leva 48 dias para ser feito. No entanto, ainda assim sofrem uma certa influ&ecirc;ncia dos jornais e da TV, porque tamb&eacute;m tem anunciantes. Eu j&aacute; coloquei numa mat&eacute;ria anterior sobre "Hackers e a M&iacute;dia" como isso acontece, mas nem detalhei muito. Pra n&atilde;o repetir, vou lembrar apenas que numa mat&eacute;ria que detonava o hacker como um mal elemento, havia um an&uacute;ncio de firewall.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Quem estava copiando de quem, na Copa? O p&uacute;blico estava lendo nos jornais e n&atilde;o acreditava na sele&ccedil;&atilde;o ou o p&uacute;blico via a sele&ccedil;&atilde;o jogar e acreditava no que os jornais diziam? Mudando completamente de assunto (porque se se come&ccedil;a a falar de futebol, n&atilde;o se acaba mais):&nbsp; ser&aacute; que a infla&ccedil;&atilde;o vai voltar? Ser&aacute; que mais bancos v&atilde;o falir? Ser&aacute; que o filho da Xuxa vai ser menino ou menina? Tudo isso s&atilde;o opini&otilde;es. Voc&ecirc; tira conclus&otilde;es, baseado em alguns dados que voc&ecirc; conhece e a&iacute; emite a conclus&atilde;o para um p&uacute;blico, que pode ou n&atilde;o querer ouvir e tirar um sarro da sua cara ou elogiar.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; O que tr&aacute;s uma outra quest&atilde;o:</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Ser&aacute; que o p&uacute;blico queria ouvir que o Zagalo era um g&ecirc;nio porque estava escondendo o jogo? N&atilde;o. O p&uacute;blico que estava pichando o t&eacute;cnico tava afim de vit&oacute;ria. Estava querendo ver a sele&ccedil;&atilde;o ganhar batalhas enquanto o t&eacute;cnico queria vencer a guerra. Mas quem &eacute; que tem a coragem de defender o lado errado? Pensa bem: se todo mundo est&aacute; falando que fulano est&aacute; errado, voc&ecirc; tem coragem de ir contar a corrente? Muito provavelmente, n&atilde;o. A maior parte, guarda a opini&atilde;o negativa pra si mesmo e acaba se convencendo daquilo que todo mundo est&aacute; falando. Quase todo mundo faz isso. Menos este ou aquele cara da televis&atilde;o. Porqu&ecirc;?</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#000000" > <TR> <TD> <FONT COLOR="#FFFF00">Porque ele tem coragem, as vezes, de ter uma opini&atilde;o contr&aacute;ria? Porque ele &eacute; uma estrela de TV. Ele &eacute; importante. Ele &eacute; dono de um hor&aacute;rio com sei l&aacute; quantos mil espectadores. Ele pode se dar ao luxo de pensar diferente. Porque n&atilde;o tem que ouvir as vozes chamando ele de imbecil. Televis&atilde;o &eacute; s&oacute; pra gente ver e escutar e n&atilde;o pra falar. Pra falar, tem o disque 900, por enquanto. Mas esse da&iacute;, &eacute; uma opini&atilde;o que voc&ecirc; paga para ser ouvida. Pensa bem: pra se fazer ouvir numa rodinha, voc&ecirc; pode falar mais alto, cutucar o colega, fazer cara feia, bater na mesa, v&atilde;o acabar te ouvindo. Agora, pra fazer diferen&ccedil;a sua opini&atilde;o num disque 900 voc&ecirc; tem que desembolsar uma grana.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; E qual &eacute; a opini&atilde;o que sobra? A opini&atilde;o de um monte de gente que tinha em casa televis&atilde;o, telefone e dinheiro pra se fazer ouvir. E o resultado final? &Eacute; realmente "aquilo que voc&ecirc; decidiu"? N&atilde;o &eacute;. O computador d&aacute; defeito, n&atilde;o d&aacute;? O Win 95 trava de vez em quando, n&atilde;o trava? Como &eacute; que o software que faz as contagens tamb&eacute;m n&atilde;o funciona ou para de funcionar? Al&eacute;m disso, as linhas ficam congestionadas. Se a pergunta que aparece na TV &eacute; v&aacute;lida pra toda uma regi&atilde;o, como garantir que haja linha pra todo mundo? Depois das oito horas, conseguir um interurbano para algum lugar &eacute; sorte.. Isso da&iacute; &eacute; s&oacute; pra pensar um pouco e aprender a duvida daquilo que aparece na TV.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; E as revistas? Ser&aacute; que voc&ecirc; acredita nelas? Believe me, n&atilde;o s&atilde;o muito diferentes. O editor da revista manda o rep&oacute;rter escrever uma porcaria qualquer que alcance um determinado p&uacute;blico. Falo porcaria porque normalmente os textos s&atilde;o o suficiente para transmitir determinada informa&ccedil;&atilde;o, mas curtos o bastante para o sujeito n&atilde;o largar antes do final. O texto compete com imagens. Duas p&aacute;ginas ent&atilde;o n&atilde;o podem ser s&oacute; de texto. T&eacute;m que ter imagens. E tem as propagandas e as mini-propagandas. J&aacute; experimentaram algum dia rasgar fora todas as p&aacute;ginas que tem propaganda dos dois lados, como emagrece determinadas revistas?&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Mas voltando ao lance de opini&atilde;o, o que eu queria colocar &eacute; algo mais profundo: sua opini&atilde;o, que pode ser manipulada por quest&otilde;es de marketing (da privacidade falo depois). Um anunciante pode fazer algo que se chama de campanha publicit&aacute;ria. Veja o caso da viadagem (ou usando um termo politicamente mais correto e erudito, o caso do homossexualismo). Do ponto de vista comercial, o homossexualismo &eacute; um grande neg&oacute;cio. Enorme (ou Enoooorme, desculpa&nbsp; a piada, n&atilde;o resisti). Esse p&uacute;blico n&atilde;o gasta grana com creche, escola para os filhos ou coisas do g&ecirc;nero. Mas vai gastar com discos, viagens, roupas, motel, boite, etc.. fica interessante ent&atilde;o que a imprensa n&atilde;o seja preconceituosa, porque tem anunciante disposto a investir no mercado homossexual. E se tem anunciante pagando para aparecer an&uacute;ncio de coisas relativas ao mundo gay, tem que aparecer gente falando que &eacute; algo culturalmente muito rico, que fulano, ciclano, beltrano eram chegados. Ent&atilde;o, o cidad&atilde;o comum n&atilde;o se revolta em ver um sujeito vestido de rosa andando de m&atilde;o junta no parque. N&atilde;o, ele at&eacute; se acha culto, porque est&aacute; admitindo que dois homens fa&ccedil;am o que bem entenderem entre quatro paredes.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Campanha contra as drogas, por exemplo, voc&ecirc;s j&aacute; notaram a quantidade de coisas que j&aacute; se falou de quem usa drogas? N&atilde;o se fala mal das crian&ccedil;as que ficam assistindo sess&atilde;o da tarde, evitam tocar no assunto do alcolismo. Mas sem querer fazer apologia, algumas das maiores besteiras j&aacute; publicadas foi sobre esse assunto. J&aacute; houve reportagens falando que toxico causavam impot&ecirc;ncia, c&acirc;ncer, tudo quanto &eacute; coisa, no entanto o que mais mata s&atilde;o as mortes por cigarro comum. Bebida tamb&eacute;m &eacute; uma das maiores causas de acidentes nas estradas. Inventam umas hist&oacute;rias fant&aacute;sticas sobre LSD (se voc&ecirc; tomar, corre o risco de ficar olhando para o Sol at&eacute; ficar cego, durante uma viagem) ou tr&aacute;fico de drogas (traficantes usam cad&aacute;ver de beb&ecirc; como m&eacute;todo para contrabandear coca&iacute;na sem a alf&acirc;ndega perceber). S&atilde;o hist&oacute;rias divertidas de se ler, porque impressionam.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Geram discuss&atilde;o, coisa que n&atilde;o acontece se aparecer uma not&iacute;cia sobre algu&eacute;m que bebeu e se jogou de um pr&eacute;dio. Ningu&eacute;m fala que vai parar de beber s&oacute; porque leu isso no jornal. No entanto, tanto a hist&oacute;ria sobre o LSD induzir algu&eacute;m a querer ficar cego olhando pro sol ou a do tr&aacute;fico usar cad&aacute;veres pra ocultar drogas s&atilde;o mentiras. Americano chama isso de <A HREF="http://snopes.simplenet.com/">lenda urbana</A>. S&atilde;o hist&oacute;rias t&atilde;o interessantes que os caras botam em circula&ccedil;&atilde;o sem checar e depois ficam com vergonha de desmentir.&nbsp; A dos beb&ecirc;s com coca&iacute;na foi publicada pelo jornal Washington Post e pela Playboy, al&eacute;m de outros lugares, em &eacute;pocas diferentes, por volta de 85. A dos caras que ficam olhando pro Sol at&eacute; ficarem cegos, apareceu no Los Angeles Times, em 67, mas tem gente que ainda repete at&eacute; hoje, sem saber que n&atilde;o &eacute; ver&iacute;dica. A fic&ccedil;&atilde;o &eacute; mais interessante do que o fato e dura mais na mem&oacute;ria popular e como o neg&oacute;cio &eacute; falar mal de t&oacute;xico, porque n&atilde;o? Que mal faz uma mentira quando o neg&oacute;cio &eacute; convencer a juventude a n&atilde;o fazer coisas erradas, n&eacute;?&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">Mas est&aacute; ficando muito pesado este assunto, ent&atilde;o vou mudar para outro mais pr&oacute;ximo de onde eu quero chegar.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Que &eacute; .. privacidade. J&aacute; falei sobre isso antes, em outro n&uacute;mero do Barata El&eacute;trica. Mas.. estou vendo que ningu&eacute;m liga muito para isso. Vi nos jornais: "Bancos v&atilde;o condicionar tal&atilde;o de cheque a hist&oacute;rico banc&aacute;rio". Ou seja, tem cheque devolvido, pensa-se duas vezes antes at&eacute; de aceitar que o sujeito abra conta no banco. Legal. Os bancos j&aacute; cobram quase um real para que a gente veja nosso saldo, um dinheiro que &eacute; nosso, mas "eles" est&atilde;o guardando, ainda v&atilde;o fazer mais essa. Se voc&ecirc; tem um passado de inadimpl&ecirc;ncia, perdeu sua "cidadania financeira". Vai ter que fazer que nem os americandos, que tem um monte de livros sobre como fazer uma identidade falsa, para poder movimentar cheques de novo. E l&aacute; nos EUA, a coisa &eacute; pior, viu? Um cheque devolvido, um s&oacute;, e voc&ecirc; n&atilde;o pode mais alugar um apartamento no seu nome. Nunca mais. N&atilde;o interessa se a culpa n&atilde;o &eacute; sua. N&atilde;o interessa se aquela sua ex-namorada te roubou uma folha do seu tal&atilde;o e fez o cheque ser devolvido s&oacute; pra te ferrar. Ou se a culpa foi do banco, que ao cancelar o seu cart&atilde;o de cr&eacute;dito, n&atilde;o cancelou o seguro dele, tornando voc&ecirc; inadimplente quando acabou o saldo da sua conta (quase aconteceu comigo, deixei 10 Reais na conta do BB e 4 meses depois tinha 6, fui olhar e descobri isso, se tivesse fechado a conta, hoje estaria fichado no SPC, mais uma do Ourocard).&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Mas n&atilde;o foi s&oacute; isso que me preocupou. Tem gente que escreve "brincando de imaginar que o mundo pode ser perfeito e que todas as pessoas poder&atilde;o ser felizes". Pessoas que n&atilde;o param para pensar e escrevem sobre algo que n&atilde;o entendem. Como numa revista que eu costumava comprar todo m&ecirc;s, independente da minha (falta de) grana. Costumava. Essa revista come&ccedil;ou a ter uma coluna onde o cara brincava de imaginar que privacidade &eacute; uma quest&atilde;o de h&aacute;bito. Todo mundo tem direito a opini&atilde;o. A opini&atilde;o do cara &eacute; que as pessoas poderiam perfeitamente se acostumar a viver sem essa "prefer&ecirc;ncia".&nbsp; Isso para mim &eacute; muito duro de engolir. Qualquer adolescente hoje em dia sabe que, morando com os pais n&atilde;o tem privacidade. Existem at&eacute; teorias que atribuem o gosto das "gatinhas" por ficar horas e horas malhando tamb&eacute;m tem a ver com n&atilde;o passar o tempo junto da fam&iacute;lia. S&oacute; conversando com um casal de cubanos &eacute; que senti a falta de preconceito contra a vida em grupo (l&aacute; em Cuba, o casamento implica em morar com a fam&iacute;lia do noivo/noiva e o div&oacute;rcio, quando acontece l&aacute;, n&atilde;o implica em separa&ccedil;&atilde;o dessa co-habita&ccedil;&atilde;o). Ent&atilde;o tentei imaginar o que se passa na cabe&ccedil;a de algu&eacute;m que n&atilde;o acredita no valor da privacidade. Para mim &eacute; um sintoma, apenas, pode ser parte de algo maior que est&aacute; acontecendo. Comecei ent&atilde;o&nbsp; pensando na cidade onde acho q mora, j&aacute; que escreve para jornais cariocas. Rio de Janeiro.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; O Rio &eacute; uma cidade dif&iacute;cil de explicar para quem n&atilde;o mora l&aacute;. Depois que voc&ecirc; mora, continua achando incompreens&iacute;vel, mas se acostuma e n&atilde;o quer nunca mudar. Morei 4 anos l&aacute;, saudades do Rui, da Dora e de um pessoal que foi parte da minha juventude. Como &eacute; que &eacute; morar l&aacute;? Voc&ecirc; n&atilde;o sai sem documento. Ningu&eacute;m te conhece, precisa dele para entrar em tudo quanto &eacute; lugar. Tem que dar satisfa&ccedil;&atilde;o para todo mundo, se entra num pr&eacute;dio ou coisa do g&ecirc;nero. Claro que todo mundo aceita essa desconfian&ccedil;a. O carioca acredita em assalto. Pelo menos s&atilde;o as duas imagens do Rio na TV, a das mulheres exibindo seu corpo e os assaltos.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; N&atilde;o tem porque ficar insistindo numa frescura chamada "privacidade". Quanto mais voc&ecirc; se "abre", mais voc&ecirc; demonstra para a pessoa que est&aacute; junto de voc&ecirc;, que &eacute; algu&eacute;m que merece confian&ccedil;a. Pelo menos &eacute; isso que entendi quando estava l&aacute;. N&atilde;o &eacute; s&oacute; l&aacute; que vigora este tipo de comportamento. Quase todo mundo (no Brasil que eu conheci at&eacute; hoje) automaticamente desconfia quando a pessoa, por uma raz&atilde;o ou outra n&atilde;o se "abre" num bate-papo informal.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; &Eacute;, o argumento usado pelo cara chega a parecer v&aacute;lido. S&oacute; foras-dos-padr&otilde;es &eacute; que teriam raz&otilde;es para se esconder. Se voc&ecirc; paga suas contas em dia, que diferen&ccedil;a faz cair na boca do povo ou n&atilde;o?</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Com licen&ccedil;a, mas acho de uma ingenuidade incr&iacute;vel esse racioc&iacute;nio. Muitos podem&nbsp; achar o contr&aacute;rio. Lembran&ccedil;a de outros tempos . Heran&ccedil;a dos tempos da ditadura, sei l&aacute;. Sabiam que numa determinada &eacute;poca do Brasil, faz n&atilde;o muito tempo, tinha-se que preencher um cart&atilde;o com seu nome, endere&ccedil;o e RG pra visitar algu&eacute;m num pr&eacute;dio? &Eacute;, a ditadura fez uma esp&eacute;cie de lobotomia (*) no povo e as vezes parece que o pessoal acredita em qualquer besteira desse g&ecirc;nero. Principalmente porque todo mundo vai mentir e negar, se o outro n&atilde;o puder provar. Da boca pra fora, todo mundo &eacute; inocente. Pergunta em qualquer pris&atilde;o se tem algu&eacute;m que realmente &eacute; culpado. Todo mundo &eacute; inocente.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Porque esse argumento de que s&oacute; os "marginais e foras-do-esquema" &eacute; que teriam a perder com o fim da privacidade &eacute; ing&ecirc;nuo?</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Podia comentar parafraseando um ministro da justi&ccedil;a de um determinado pa&iacute;s, que disse:</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">"O crime, &agrave;s vezes, &eacute; inevit&aacute;vel"</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Sem coment&aacute;rios. Mas tudo bem, vamos esquecer essa frase. Manja vida de casado? Existe um cartum do Hagar, o B&aacute;rbaro. Ele chega de viagem, numa noite em que est&aacute; caindo neve pra caramba. Bate na porta de casa e a mulher pergunta:</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">- Quem &eacute;?&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">- Sou eu, aquele a quem voc&ecirc; vem amando e dedicando toda a sua vida, desde a adolesc&ecirc;ncia.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">- Agora &eacute; tarde. Estou casada, tenho um marido e dois filhos. V&aacute; embora.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Triste, n&eacute;? Mas a verdade &eacute; que as pessoas nunca revelam toda a verdade. "Se voc&ecirc; ouvisse o que as mulheres falam quando est&atilde;o em grupo, nunca mais deixaria a sua sozinha" (Descartes?)</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Isso da&iacute; &eacute; que &eacute; o ser humano. &Eacute; ser contradit&oacute;rio. Voc&ecirc; pode n&atilde;o saber, mas convive com a mentira, diariamente.&nbsp;&nbsp; Vide o poema famoso de Fernando Pessoa.</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="400" BGCOLOR="#FDDFFB" > <TR> <TD> <B><I>POEMA EM LINHA RETA</I></B>&nbsp; <P> <I>Nunca conheci quem tivesse levado porrada.&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Todos os meus conhecidos t&ecirc;m sido campe&otilde;es em tudo.</I>&nbsp; <P> <I>E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Indesculpavelmente sujo,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tantas vezes n&atilde;o tenho tido paci&ecirc;ncia para tomar banho,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tantas vezes tenho sido rid&iacute;culo, absurdo,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que tenho enrolado os p&eacute;s publicamente nos tapetes das etiquetas,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que tenho sofrido enxovalhos e calado,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que quando n&atilde;o tenho calado, tenho sido mais rid&iacute;culo ainda;&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tenho sido c&ocirc;mico &agrave;s criadas de hotel,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos mo&ccedil;os de fretes,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Para fora da possibilidade do soco;&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tenho sofrido a ang&uacute;stia das pequenas coisas rid&iacute;culas,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu verifico que n&atilde;o tenho par nisto tudo neste mundo.</I>&nbsp; <P> <I>Toda a gente que eu conhe&ccedil;o e que fala comigo&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Nunca teve um ato rid&iacute;culo, nunca sofreu enxovalho,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Nunca foi sen&atilde;o pr&iacute;ncipe - todos eles pr&iacute;ncipes - na vida...</I>&nbsp; <P> <I>Quem me dera ouvir de algu&eacute;m a voz humana&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que confessasse n&atilde;o um pecado, mas uma inf&acirc;mia;&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que contasse, n&atilde;o uma viol&ecirc;ncia, mas uma cobardia!&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>N&atilde;o, s&atilde;o todos o Ideal, se os oi&ccedil;o e me falam.&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Quem h&aacute; neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>&Oacute; pr&iacute;ncipes, meus irm&atilde;os,</I>&nbsp; <P> <I>Arre, estou farto de semideuses!&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Onde &eacute; que h&aacute; gente no mundo?</I>&nbsp; <P> <I>Ent&atilde;o sou s&oacute; eu que &eacute; vil e err&ocirc;neo nesta terra?</I>&nbsp; <P> <I>Poder&atilde;o as mulheres n&atilde;o os terem amado,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Podem ter sido tra&iacute;dos - mas rid&iacute;culos nunca!&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>E eu, que tenho sido rid&iacute;culo sem ter sido tra&iacute;do,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que venho sido vil, literalmente vil,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.</I>&nbsp; <P> <I>&Aacute;lvaro de Campos</I> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#000000" > <TR> <TD> <FONT COLOR="#FFFF00">&Eacute;, esse poema &eacute; antigo, mas acredito que sempre foi assim. Acreditar que o ser humano vai mudar seria deixar de acreditar que ele continuaria humano.</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Imagine a vida n&atilde;o no Rio de Janeiro, onde a vida cultural &eacute; farta. Lugar onde tamb&eacute;m s&atilde;o filmadas as novelas e que por consequ&ecirc;ncia, molda o jeito de pensar do Brasil desde que a televis&atilde;o come&ccedil;ou a fazer sucesso. Pois &eacute;. Imagina a vida l&aacute; no interior, onde a sociedade cobra um pouco, todas as atitudes da pessoa. Todo mundo fica sabendo da vida de todo mundo. Ent&atilde;o todo mundo s&oacute; faz o que todo mundo faz. Ningu&eacute;m tem muita coragem de inovar, por medo de n&atilde;o ser aceito socialmente. N&atilde;o ser convidado para as festas.&nbsp; Aqueles que v&atilde;o contra corrente viram not&iacute;cia. "O qu&ecirc;? Fulano teve coragem?"&nbsp; E &eacute; como se aparece n&atilde;o nas p&aacute;ginas policiais, mas naquela coluna de mexericos.&nbsp; &Eacute; gente rindo pelas suas costas. &Eacute; gente que nunca teve o menor contato contigo te apontando na rua. Ent&atilde;o vira uma esp&eacute;cie de pris&atilde;o, da qual voc&ecirc; s&oacute; sai quando&nbsp; o cemit&eacute;rio chama. &Eacute; um neg&oacute;cio que vo&ecirc; poderia chamar de "m&aacute;scara social". Pra sair na rua, voc&ecirc; tem que vestir, como se fosse roupa. Com o passar dos anos, vira uma pele, que te protege de qualquer inova&ccedil;&atilde;o da qual n&atilde;o se est&aacute; preparado.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; &Eacute;, voc&ecirc; cria uma armadura para te proteger do falat&oacute;rio. Tudo para n&atilde;o virar assunto dos outros. Ningu&eacute;m inova nada.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; &Eacute;, o mundo sem privacidade j&aacute; existe. De norte a sul do pa&iacute;s, caiu na boca do povo, por um motivo qualquer, ser&aacute; lembrado por toda eternidade. Voc&ecirc; &eacute; aquilo que sempre foi. Filho de fulano de tal, fez escola com ciclano que &eacute; amigo de beltrano, que foi preso por tr&aacute;fico de drogas. Ent&atilde;o n&atilde;o pode casar com a filha do outro fulano de tal, que &eacute; uma fam&iacute;lia muito digna para um p&eacute; rapado que tem amigo com ficha na pol&iacute;cia. Isso &eacute; um exemplo, acontece todo dia. Falar que isso &eacute; retrocesso, que &eacute; coisa do passado, n&atilde;o muda o fato de que coisas aconte&ccedil;am atitudes de preconceito inexplic&aacute;vel. Acontecem.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Quando pintou a Aids, nos anos 80, acabou a figura do cabelereiro em Bras&iacute;lia, durante um tempo. As "madames" tinham medo de ir fazer o cabelo nos sal&otilde;es e contrair a doen&ccedil;a.&nbsp; Isso, numa &eacute;poca em que a "revolu&ccedil;&atilde;o sexual" estava no apogeu.&nbsp; Quando morava no Rio, conheci um cara do interior que me contou que tinha medo de se aproximar de mulheres. N&atilde;o era "gay". Apenas tinha tentado e conseguido beijar a irm&atilde; quando tinha uns 8, 9 anos. Queria saber que neg&oacute;cio era aquele que aparecia toda hora na televis&atilde;o. &Eacute; engra&ccedil;ado, as irm&atilde;s n&atilde;o queriam explicar. Ele resolveu experimentar na pr&aacute;tica. E porque ficou com o trauma? &Eacute; que a irm&atilde; que ele escolheu era meio rebordosa. 2 ou 3 doses e a cidade inteira ficou sabendo. E tirando sarro do garoto. Que n&atilde;o entendeu nada durante um bom tempo. Ficou sendo o bobo da fam&iacute;lia (**). Ali&aacute;s, acabou desistindo de entender, porque virou crente, quando chegou na adolesc&ecirc;ncia, num cursinho pr&eacute;-vestibular. Largou tudo e parece que foi pra Africa ser mission&aacute;rio.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Outra hist&oacute;ria que ouvi foi a de um sujeito que morou muito tempo fora da cidade, esqueceu como eram as coisas na terra dele. Fez amizade com um cara, sem saber que ele era o maior "gay" da par&oacute;quia. "Queimou o filme" com os amigos que tinham sobrado. Perdeu todos.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Talvez o fim da privacidade acabasse com esse tipo de coisa. Mas n&atilde;o acredito muito nisso. Acho dif&iacute;cil extinguirem esse servi&ccedil;o de desinforma&ccedil;&atilde;o chamado "fofoca" ou essa classe social apelidada de "panelinha". Onde todo mundo sabe de todo mundo, por falta de assunto melhor. Qualquer mulher sabe quantos defeitos podem ser achados em "outra" mulher. Voc&ecirc; duvida? Tenta ouvir "os bastidores femininos" de qualquer casamento.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Tem gente que n&atilde;o sabe, mas o excesso de informa&ccedil;&atilde;o sobre outra pessoa facilita seu controle.&nbsp; Sua manipula&ccedil;&atilde;o. Se seu chefe sabe que voc&ecirc; recebeu uma oferta melhor, ele pode te ferrar oferecendo uma promo&ccedil;&atilde;o, dentro da empresa. Suja o curr&iacute;culo, recusar uma promo&ccedil;&atilde;o.&nbsp; Resultado: voc&ecirc;, que estava saindo da empresa talvez pra mudar o ambiente,&nbsp; mudar uma s&eacute;rie de coisas, &eacute; obrigado a mudar de planos. Ent&atilde;o, aquela fofoca que n&atilde;o tem import&atilde;ncia nenhuma todo mundo ficar sabendo, j&aacute; n&atilde;o &eacute; a mesma coisa.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Na verdade, existem os jornalistas de dois tipos: os que julgam que tudo deve ser revelado, doa a quem doer e os que acreditam que alguma coisa deve ser preservada. Em outras palavras, se o sujeito conseguiu entrar no site de um banco, isso N&Atilde;O tem que ser revelado porque vai abalar a confian&ccedil;a de quem deposita l&aacute;. A&iacute; as pessoas v&atilde;o retirar o dinheiro e o tal banco j&aacute; era. &Eacute; uma opini&atilde;o.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Agora, para alguns jornalistas, isso significa n&atilde;o ter not&iacute;cia. Fica a tenta&ccedil;&atilde;o de inventar fatos. Ou explorar fatos de forma sensacionalista. Um exemplo &eacute; o caso da Jenny, uma menina que entrou pras p&aacute;ginas de jornal de todo mundo porque resolveu "vender" sua privacidade, fica com uma c&acirc;mera plugada na casa dela 24 horas por dia.&nbsp; Seria o mesmo que colocar uma parede de vidro. Rende p&aacute;gina de jornal. N&atilde;o &eacute; todo mundo que faria isso. E o caso do casal que iria perder a virgindade na Internet? Maior fraude. Um suposto casal que supostamente "virgem", ia fazer sexo on-line. H&aacute; poucas horas, li que o site est&aacute; "ca&iacute;do", que o casal n&atilde;o era "virgem" e que isso foi um golpe pra chamar a aten&ccedil;&atilde;o do mundo. &Eacute;, a vida ainda &eacute; a melhor manchete de jornal.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Mas abandonando isso, vamos pra algo mais real e menos abstrato:&nbsp; A quem interessaria ou poderia interessar hoje, que as pessoas ficassem menos preconceituosas com rela&ccedil;&atilde;o a privacidade? Vamos pensar nos bancos? Algu&eacute;m gosta de ser revistado quando entra num s&oacute; pra ver seu saldo? Eu n&atilde;o gosto. E o trabalho que d&aacute;, abrir a pasta, mochila ou sacola, para mostrar ao guarda que n&atilde;o, n&atilde;o somos assaltantes. Eu j&aacute; li uma revista de sindicato de vigia de banco. Caiu na minha m&atilde;o. "A maior reclama&ccedil;&atilde;o da classe &eacute; ter que ser respons&aacute;vel por quem entra no banco".&nbsp; Eles n&atilde;o suportam o "servi&ccedil;o sujo" de ter que aguentar as reclama&ccedil;&otilde;es de clientes. &Eacute;, eles tamb&eacute;m n&atilde;o gostam. Eu n&atilde;o duvido, ent&atilde;o, que os R.P. dos bancos n&atilde;o estejam trabalhando em cima de uma campanha publicit&aacute;ria para fazer a popula&ccedil;&atilde;o aceitar essa invas&atilde;o de privacidade ou aceitar esse insulto que &eacute;, passar pelo detector de metais. Ou talvez seja algo ainda mais "teoria de conspira&ccedil;&atilde;o" (vide filme com Mel Gibson).&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Talvez seja um sinal dos tempos, avisando que a cidade grande vai ter que se comportar como cidade do interior. Todo mundo vai ter que ter sua hist&oacute;ria de vida impressa num chip. Dispon&iacute;vel para quem quiser saber. A&iacute;, vai ser f&aacute;cil fazer contrata&ccedil;&otilde;es baseando-se em coisas como a vida da pessoa. Basta ler no chip que o sujeito tinha mania de enganar seus amigos quando era pequeno.. pronto. Pra que se arriscar contratando um sujeito desses para lidar com dinheiro? Porque n&atilde;o colocar ele na &aacute;rea de vendas? Mesmo que ele jure que quer mexer com fotografia? Sei l&aacute;. Daria uma senhora fic&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica. Mas n&atilde;o teria muito de fic&ccedil;&atilde;o. Os exemplos est&atilde;o aqui e ali. Basta procurar. Eu li num jornal do Rio que a moda entre socialites &eacute; perguntar "como nasce". Assim a "socialite" fica por dentro se a nova amiguinha da filha n&atilde;o vai roubar o marido dela. Como se isso impedisse alguma coisa.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Provavelmente, sempre usar&atilde;o o argumento de que "existem as ma&ccedil;as podres". E da&iacute;? No Rio de Janeiro, todo mundo sabe quem s&atilde;o os ladr&otilde;es. Tantas vezes foi mat&eacute;ria de jornal, fulano sendo fotografado roubando, que nem &eacute; mais not&iacute;cia. A pol&iacute;cia prende e solta, mesmo sabendo que o cara vai roubar em outra esquina. N&atilde;o &eacute; saber que o cara &eacute; ladr&atilde;o que facilita o trabalho da pol&iacute;cia. O que poderia facilitar seria um sistema jur&iacute;dico que funcionasse 24 horas, o sujeito poder dar queixa na delegacia sem perder&nbsp; o expediente no trabalho. O que poderia facilitar seria uma justi&ccedil;a que funcionasse mais r&aacute;pido, demora-se anos para um assaltante ser condenado. E lugar nas cadeias, n&atilde;o se tem lugar para os que seria presos, se o sistema funcionasse mais r&aacute;pido e mais eficiente. Usar o argumento de que o direito a privacidade e ao sigilo banc&aacute;rio facilitam o crime &eacute; coisa de quem quer tapar o sol com a peneira ou arrumar um motivo para explicar uma inefic&aacute;cia. Montes de criminosos nunca v&atilde;o para as cadeias apesar de todo mundo saber quem s&atilde;o. Ali&aacute;s, quer uma piadinha?</FONT>&nbsp; <BR> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="450" BGCOLOR="#FFFBBB" > <TR> <TD> Fizeram um concurso para avaliar as pol&iacute;cias de v&aacute;rios pa&iacute;ses. Para ser mais exato, o interesse era saber at&eacute; que ponto cada pol&iacute;cia era eficiente em descobrir os criminosos. Como avaliar isso? Reuniram o pessoal numa floresta e soltaram um coelho. Come&ccedil;ando com o FBI: <P> O agente do FBI abriu seu laptop, conectou a antena que tinha um link com um sat&eacute;lite, chamou Washington. De l&aacute; conectou com um especialista e detalhou as caracter&iacute;sticas do coelho. Depois pediu um vasculhamento via computador, que por sua vez resolveu usar um sat&eacute;lite de espionagem para vasculhar a &aacute;rea do bosque onde se encontrava o coelho. Achou o animal atr&aacute;s de uma pedra, 20 passos a esquerda de onde estava o j&uacute;ri do concurso. Tempo gasto: 10 minutos. <P> O pessoal bateu palmas e chamou o representante da Scotland Yard, que parecia o Sherlock Holmes, com aquele cachimbo. Que nem perdeu tempo, achou um pelo do coelho, levou ao microsc&oacute;pio eletr&ocirc;nico, scaneou o resultado, mandou para sede via telefone e&nbsp;pouco tempo depois recebia de volta os resultados:<BR> <UL> <LI> Conta banc&aacute;ria do coelho <LI> &Uacute;ltima namorada <LI> Endere&ccedil;o <LI> Revistas que ele assinava <LI> H&aacute;bitos </UL> <P> E juntando isso com as dedu&ccedil;&otilde;es, apontou um trecho, 9 passos dal&iacute;, uma moita, onde com certeza se acharia o roedor. Dito e feito. Estava l&aacute;. Tempo:&nbsp;8 minutos.&nbsp;Mais uma salva de palmas da comiss&atilde;o julgadora. <P> A&iacute; veio o representante do Brasil. Que tamb&eacute;m n&atilde;o perdeu tempo. Foi logo se embrenhando at&eacute; uma casinha ali perto e fez o maior barulho. A&iacute; trouxe uma vaca, toda cheia de feridas, queimaduras, etc..&nbsp;e o mais incr&iacute;vel, falando: <P> - eu sou o&nbsp;coelho, eu sou o coelho, eu sou o coelho..&nbsp; </TD> </TR> </TABLE> <P> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Pode acontecer com voc&ecirc;. </FONT> <P> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Mas, voltando ao assunto, como comentei ali em cima, os bancos e institui&ccedil;&otilde;es financeiras (AQUI NO BRASIL) parecem que v&atilde;o condicionar v&aacute;rios servi&ccedil;os ao hist&oacute;rico de seus clientes. Parece l&oacute;gico. Por&eacute;m, vasculhando a rede, descobri que existe um estudo, l&aacute; nos EUA, sobre a efic&aacute;cia de coisas como essa id&eacute;ia&nbsp; que est&atilde;o pensando em importar dos EUA, de vasculhar a vida financeira de algu&eacute;m e atrav&eacute;s dela decidir coisas at&eacute; onde essa pessoa pode ser bem atendida (em coisas como emprego, seguros, cr&eacute;dito, etc). Este estudo est&aacute; dispon&iacute;vel em <A HREF="http://www.pirg.org/consumer/credit/mistakes/index.htm">http://www.pirg.org/consumer/credit/mistakes/index.htm</A>, junto com os erros que acarreta. S&oacute; para listar alguns:</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="450" BGCOLOR="#FFFBBB" > <TR> <TD> <UL> <LI> Registro errado da informa&ccedil;&atilde;o sobre o indiv&iacute;duo, coisas como mudan&ccedil;a de endere&ccedil;o, telefone, etc, que dificulta a atualiza&ccedil;&atilde;o&nbsp; <LI> Registro errado de servi&ccedil;os ou pedidos feitos usando o cart&atilde;o de cr&eacute;dito (algu&eacute;m se lembra de cart&otilde;es que s&atilde;o enviados "por engano" a quem nunca pediu?)&nbsp; <LI> Informa&ccedil;&otilde;es erradas sobre nomes parecidos, que s&atilde;o misturadas a pessoas de outras contas, confundindo os dados sobre aquela pessoa (j&aacute; falei disso em artigos anteriores, sobre hom&ocirc;nimos, gente com nomes parecidos)&nbsp; <LI> Falta de equipamento adequado para ficar conferindo&nbsp; e/ou apagando informa&ccedil;&atilde;o obsoleta (apesar de n&atilde;o ser a mesma coisa, pensa em quantas vezes voc&ecirc; achou um link na web que teria tudo o que voc&ecirc; queria, s&oacute; que a p&aacute;gina j&aacute; estava fora do ar, pensa se isso acontece com seu hist&oacute;rico de cr&eacute;dito)&nbsp; </UL> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#000000" > <TR> <TD> <FONT COLOR="#FFFF00">A&iacute; tudo bem. Isso acontece nos EUA, um pa&iacute;s que botou o homem na Lua, baita efici&ecirc;ncia tecnol&oacute;gica. Anos de experi&ecirc;ncia em coisas como cart&atilde;o de cr&eacute;dito, computadores, etc. E ainda assim esses erros acontecem. Erros s&eacute;rios. &Eacute; como chamam l&aacute; as pessoas que s&atilde;o colocadas na lista negra, por conta de compras erradamente colocadas na conta de outra pessoa (ou mesmo compras que nunca foram feitas). As estat&iacute;sticas foram as seguintes:</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="450" BGCOLOR="#FFFBBB" > <TR> <TD> <UL> <LI> 70% dos relat&oacute;rios de cr&eacute;dito tinham algum tipo de erro qualquer&nbsp; <LI> 41% do total da pesquisa tinha informa&ccedil;&atilde;o pessoal (nome, endere&ccedil;o, fone, idade) desatualizada, de pessoa diferente ou simplesmente incorreta&nbsp; <LI> 33% tinham endere&ccedil;os que estavam desatualizados, errados ou mal escritos&nbsp; <LI> 19% dos relat&oacute;rios (de cr&eacute;dito) detalhando o uso que estava sendo feito do cart&atilde;o continham contas que eram claramente incompreens&iacute;veis ou n&atilde;o pertenciam ao consumidor.&nbsp; <LI> 13% estavam incorretamente listadas como inadimplentes ou "lista negra"&nbsp; <LI> 5% continham nomes incorretamente escritos ou confundidos com outros&nbsp; <LI> 5% tinham datas de nascimento incorretas&nbsp; <LI> Algumas pessoas apareceram como empregados de gente para quem nunca tinham trabalhado&nbsp; <LI> Uma mulher apareceu com 3 listagens diferentes para o cart&atilde;o (uma falava que ela era "lista negra", outra falava que n&atilde;o, etc)&nbsp; </UL> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#000000" > <TR> <TD> <FONT COLOR="#FFFF00">Mas o mais interessante &eacute; a dificuldade para se entender a listagem. Em 45% dos casos, o consumidor n&atilde;o entendia o que a listagem do seu uso do cart&atilde;o de cr&eacute;dito dizia. Isso &eacute; que &eacute; precis&atilde;o com o dinheiro dos outros. Realmente, n&atilde;o &eacute; preciso se preocupar com a privacidade. J&aacute; que o sistema vai engolir informa&ccedil;&atilde;o errada, qual o problema? O problema &eacute; que essa informa&ccedil;&atilde;o errada n&atilde;o vai permitir em alguns casos, que a pessoa alugue uma casa, em outros casos pode dificultar o acesso ao cheque especial, ou atrapalhar a busca de um emprego numa posi&ccedil;&atilde;o de responsabilidade (ex: aqui no Brasil, quem tem ficha negativa no Servi&ccedil;o de Prote&ccedil;&atilde;o ao Cr&eacute;dito n&atilde;o pode exercer cargo p&uacute;blico). Sem falar no crime de roubo de identidade, que l&aacute; &eacute; muito comum, o ladr&atilde;o rouba os dados de outra pessoa e usa para fazer credi&aacute;rios, conta em banco, depois o sujeito verdadeiro tem que esclarecer toda a hist&oacute;ria. Toda uma vida dentro da lei, todo um esfor&ccedil;o para n&atilde;o ficar devendo nada a ningu&eacute;m e um cara an&ocirc;nimamente simplesmente ferra tudo. Hacker? N&atilde;o. Aqui no Brasil isso tamb&eacute;m acontece. A pessoa coloca um an&uacute;ncio oferecendo emprego, um imbecil manda o C.V. com dados tipo CPF, RG e pronto. N&atilde;o precisa ter computador envolvido nessa hist&oacute;ria. Como n&atilde;o vende jornal esse tipo de not&iacute;cia, ningu&eacute;m fica sabendo. N&atilde;o sei se pesa o fato de que empresas de cart&atilde;o de cr&eacute;dito serem grandes anunciantes. E sempre mandam propaganda pelo correio. Nenhuma falando desses problemas. Mas tamb&eacute;m, todo mundo sorri em comercial de cigarro. Ningu&eacute;m tosse at&eacute; morrer. Ningu&eacute;m olha pro pr&oacute;prio saldo e fala que vai reclamar no Procom. Todos s&atilde;o felizes. Voltando ao assunto..&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Pois &eacute;, nos EUA, eles tem esses problemas em armazenar informa&ccedil;&otilde;es sobre as pessoas. Informa&ccedil;&otilde;es vitais (para eles, j&aacute; que sem cr&eacute;dito ningu&eacute;m vive) s&atilde;o embaralhadas de vez em quando. E talvez o mesmo esquema seja implantado aqui. Provavelmente os erros de l&aacute; v&atilde;o acontecer aqui tamb&eacute;m. As pessoas v&atilde;o continuar falando que "minha vida &eacute; um livro aberto", "n&atilde;o devo nada a ningu&eacute;m", etc e v&atilde;o ficar tentando conseguir uma linha para reclamar em algum servi&ccedil;o de cr&eacute;dito qualquer que "o sistema &eacute; muito bom, mas no meu caso, voc&ecirc;s erraram" . Os presos nas cadeias n&atilde;o fazem rebeli&atilde;o tamb&eacute;m porque a justi&ccedil;a n&atilde;o avalia seus processos (coisa que em v&aacute;rios casos significaria liberdade condicional ou mesmo imediata). Ouvi falar que tem gente que &eacute; esquecida na cadeia. Uma amiga minha (ela nunca explicou isso direito) teve que ir no tribunal provar que n&atilde;o era culpada de assassinato em 1o Grau porque simplesmente n&atilde;o conhecia a v&iacute;tima. Teve um cara que foi preso duas vezes e passou 55 dias preso apenas porque&nbsp; assaltante que levou seus documentos foi preso e condenado usando a sua identidade.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; A revista 2600 (edi&ccedil;&atilde;o Summer 98) tem um artigo que espero ser fic&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica: o Projeto Lucid. Trata-se de uma rede de computadores projetada para complementar e implementar o sistema de justi&ccedil;a internacional. Todos os bancos de dados interconectados. Tudo, desde telefone, at&eacute; cart&otilde;es de cr&eacute;dito, etc.. tudo junto. Espero s&oacute; que n&atilde;o funcione com Win95.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Parece besteira, escrever um artigo t&atilde;o grande assim, por uma coisa que parece t&atilde;o pequena. Exatamente porque as pessoas n&atilde;o d&atilde;o import&atilde;ncia. Ningu&eacute;m sabe explicar direito porque privacidade &eacute; algo importante. Como era dif&iacute;cil, faz alguns anos, entender que o consumidor podia devolver a mercadoria e receber o dinheiro de volta, se n&atilde;o estivesse satisfeito. N&atilde;o &eacute; nenhum "favor" da loja. Os &uacute;nicos artigos que est&atilde;o aparecendo nos jornais sobre privacidade englobam principalmente o medo de "hackers". Como se um hacker tivesse tempo de ficar se divertindo vasculhando a vida alheia. Aqueles que "choram" porque alguem "escutou" sua conversa reservada numa sala de chat tem espa&ccedil;o garantido nos &oacute;rg&atilde;os de informa&ccedil;&atilde;o, quando na verdade j&aacute; deviam saber desde pequenas que n&atilde;o deveriam partilhar sua vida com estranhos. Fiquei muito impressionado com um chef&atilde;o da Pol&iacute;cia Federal que teve seu fone grampeado. Eu mesmo procuro n&atilde;o dizer no telefone nada que eu n&atilde;o diria na TV. Isso &eacute; uma regra t&atilde;o simples. Mas &oacute;bvio, tem gente que entra na Internet para zoar e hoje isso est&aacute; muito f&aacute;cil. Ao facilitar o acesso da rede ao cidad&atilde;o comum (e tamb&eacute;m ao "bandido comum"), Microsoft criou uma legi&atilde;o de usu&aacute;rios que podem "entrar" nos micros uns dos outros, basta saber o caminho das pedras.&nbsp; A Internet ficou algo mais noticioso do que sexo e as pessoas ficam chateadas porque batem com a cara na parede. A&iacute;, acham que o governo deveria ser r&iacute;gido com isso e aquilo quando na verdade, "n&atilde;o usam camisinha" ou melhor dizendo, n&atilde;o tomam precau&ccedil;&otilde;es para se resguardar, mergulham de cabe&ccedil;a e depois querem resolver "por decreto" seus fracassos em lidar com a tecnologia. E esquecem talvez a li&ccedil;&atilde;o mais importante, com rela&ccedil;&atilde;o a privacidade, a vida, com rela&ccedil;&atilde;o a muita coisa:&nbsp; "O pre&ccedil;o da liberdade, &eacute; a eterna vigil&atilde;ncia".</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">(*) Lobotomia, para quem n&atilde;o sabe, era uma opera&ccedil;&atilde;o muito na moda nos anos 50, parece que foi inventada por um portugu&ecirc;s de fam&iacute;lia nobre, de nome Moniz (li em algum lugar). Ganhou o pr&ecirc;mio Nobel com isso. Era a "cura" cir&uacute;rgica da loucura, atrav&eacute;s da destrui&ccedil;&atilde;o de um peda&ccedil;o do c&eacute;rebro que lida com os sentimentos. Tinha uns efeitos colaterais, como o fato de tornar o sujeito um completo imbecil, incapaz de atravessar uma rua sem se matar ou reagir a uma surra, etc.. mais tarde descobriu-se que h&aacute; drogas pesadas que poderiam ter o mesmo efeito, sem o perigo de matar o cara numa opera&ccedil;&atilde;o dessas. O que &eacute; a tecnologia.. hoje, basta comprar uma TV e pronto.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">(**) O famoso humorista Bar&atilde;o de Itarar&eacute; tinha uma piada: "toda fam&iacute;lia tem um bobo. coitado daquele que &eacute; o filho &uacute;nico".</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp;

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uma opera&ccedil;&atilde;o dessas. O que &eacute; a tecnologia.. hoje, basta comprar uma TV e pronto.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">(**) O famoso humorista Bar&atilde;o de Itarar&eacute; tinha uma piada: "toda fam&iacute;lia tem um bobo. coitado daquele que &eacute; o filho &uacute;nico".</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp;

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<HTML> <HEAD> <META HTTP-EQUIV="Content-Type" CONTENT="text/html; charset=iso-8859-1"> <META NAME="GENERATOR" CONTENT="Mozilla/4.03 [en] (Win95; I) [Netscape]"> <META NAME="Author" CONTENT="John Smith"> <!-- Created by AOLpress/1.2 --> <TITLE>Mercadores de Opini&atilde;o e a sua privacidade</TITLE> </HEAD> <BODY TEXT="#400000" BGCOLOR="#330033" LINK="#0000EE" VLINK="#551A8B" BACKGROUND="tvlisao.jpg"> <P> &nbsp; <CENTER> <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#FFDDBB" > <TR> <TD> <B><FONT SIZE=+3>Os Mercadores de Opini&atilde;o e a sua Privacidade</FONT></B><P ALIGN=Center> <A HREF="index.html">http://www1.webng.com/curupira/index.html</A>

Email <A HREF="mailto:derneval@gmail.com">derneval@gmail.com</A> &Iacute;ndice <A HREF="barata19.html">barata19.html </A> </CENTER> </TD> </TR> </TABLE> </CENTER> <CENTER> Derneval R.R. Cunha </CENTER> <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#000000" > <TR> <TD> <FONT COLOR="#FFFF00"><I>"As mensagens em nossos meios de comunica&ccedil;&atilde;o vem empacotadas como Cavalos de Tr&oacute;ia. Entram em nossas casas em uma forma, mas funcionam de forma diferente uma vez dentro. N&atilde;o &eacute; tanto uma conspira&ccedil;&atilde;o contra o p&uacute;blico espectador como &eacute; um m&eacute;todo para conseguir que os campe&otilde;es de audi&ecirc;ncia inadivertidamente promovam agendas contraculturais que apenas podem fortalecer os indiv&iacute;duos que est&atilde;o expostos a elas. As pessoas que rodam redes de televis&atilde;o ou revistas populares, por exemplo, s&atilde;o compreens&iacute;velmente indispostas a rodar hist&oacute;rias que criticam os princ&iacute;pios operantes da sociedade que seus patrocinadores est&atilde;o tentando manter. Os jovens e espertos estrategistas da m&iacute;dia com novas e usualmente amea&ccedil;adoras id&eacute;ias, precisam inventar novas formas que s&atilde;o capazes de hospedar estes novos conceitos at&eacute; que eles tenham sido entregues ao p&uacute;blico americano de forma bem sucedida como parte da dieta de mensagens dos meios de comunica&ccedil;&atilde;o de massa."</I> (RUSHKOFF, Douglas - MEDIA VIRUS! Hidden Agendas in Popular Culture)</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <CENTER> <IMG SRC="bodyx.jpg" HEIGHT=463 WIDTH=353 ALIGN=CENTER> </CENTER> <CENTER> Original no <A HREF="http://www.epic.org/privacy/faa/bodysearch.gif">http://www.epic.org/privacy/faa/bodysearch.gif</A> </CENTER> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#000000" > <TR> <TD> <FONT COLOR="#FFFF00">&Eacute; dif&iacute;cil lembrar a primeira vez que te pedem sua opini&atilde;o para alguma coisa. No mais prov&aacute;vel, talvez pinte a lembran&ccedil;a daquela vez, quando crian&ccedil;a, que perguntaram:</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">- Qual animal voc&ecirc; gostaria de ser?&nbsp;&nbsp; (Eu gostaria de ser vocalista de uma banda de Heavy Metal)</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">- Que que voc&ecirc; vai ser quando crescer? (Eu vou ser velho, oras)</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">S&atilde;o perguntas simples, mas que podem dizer muito sobre a personalidade da pessoa. Uma crian&ccedil;a que responde que queria ser macaco, pode simplesmente achar um macaco bonitinho ou adorar fazer "macacadas". A&iacute; os pais j&aacute; ficam de alerta, porque tem um "bagunceiro" na fam&iacute;lia.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Hoje em dia, por&eacute;m, quem realmente tem opini&atilde;o sobre alguma coisa? J&aacute; parou pra pensar? Voc&ecirc; aponta para um apresentador de televis&atilde;o:&nbsp; este cara parece ser um sujeito de opini&atilde;o. Sem d&uacute;vida. Faz aquele programa de entrevistas e sempre parece que est&aacute; por cima. As perguntas e as respostas que ele faz parecem mexer direto na ferida do sujeito que est&aacute; sendo entrevistado. &Eacute;, um cara desses parece ter opini&atilde;o.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Mas ser&aacute; que aquelas perguntas n&atilde;o foram ensaiadas?</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Se eu te contar que existe uma equipe por tr&aacute;s daquele sujeito. Uma equipe que &eacute; chamada de "produ&ccedil;&atilde;o"? Provavelmente estou perdendo meu tempo escrevendo que essa equipe &eacute; encarregada de entrevistar o entrevistado antes que ele se sente ali pra conversar. E n&atilde;o &eacute; s&oacute; isso:&nbsp; a equipe pode at&eacute; discutir com o cara se tem alguma mat&eacute;ria sobre a qual n&atilde;o se deve tocar ou assunto que interessa que seja tocado. Pensa bem: alguma vez voc&ecirc; conseguiu ter uma conversa interessante todo santo dia, durante todos os dias, e com mais de uma pessoa? N&atilde;o. Isso &eacute; muito dif&iacute;cil. A produ&ccedil;&atilde;o de um programa se encarrega que o apresentador apare&ccedil;a sempre com um &aacute;s escondido na manga. Pra impressionar a audi&ecirc;ncia. Que &eacute; o que chama os anunciantes. S&atilde;o eles que pagam o sal&aacute;rio tanto da produ&ccedil;&atilde;o como do apresentador.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Ent&atilde;o, o maior problema n&atilde;o &eacute; ter opini&atilde;o. O problema &eacute; convencer o p&uacute;blico a ligar a televis&atilde;o dia tal, hora tal e ficar sintonizada no programa tal. O que vai passar nesse dia e nessa hora, n&atilde;o interessa a m&iacute;nima para o dono daquele canal de TV. Sendo sucesso, pode ser qualquer coisa. Como &eacute; que se sabe que &eacute; um sucesso? Pelos jornais e por pesquisas. Tem tambem o p&uacute;blico que escreve para o programa. Havendo p&uacute;blico suficiente, &eacute; como &aacute;gua morro abaixo.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Resumindo: N&atilde;o &eacute; algu&eacute;m na TV que tem opini&atilde;o. Claro que o sujeito para estar l&aacute; tem que ter alguma intelig&ecirc;ncia. Mas o mais importante &eacute; chamar a aten&ccedil;&atilde;o. Por isso que a Carla Perez est&aacute; chegando l&aacute;, enquanto um monte de rec&eacute;m-sa&iacute;dos das faculdades de comunica&ccedil;&atilde;o est&atilde;o lendo os classificados.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Bom, o que que acontece ent&atilde;o com a imagem que a gente tem do apresentador? Fica meio dilu&iacute;da, n&eacute;? Mas, talk-show, como a palavra indica, &eacute; espet&aacute;culo, vamos voltar ao cotidiano. Numa turma de amigos, cada um tem sua opini&atilde;o sobre cada coisa, mas na maioria das vezes, o que acaba acontecendo &eacute; uma opini&atilde;o grupal, depois de um tempo.&nbsp; Isso porque ningu&eacute;m vai ficar criando caso se o grupo n&atilde;o concorda. Quem n&atilde;o concorda se cala ou tenta convencer at&eacute; que o grupo resolva mudar de assunto. Em v&aacute;rios casos, a opini&atilde;o geral prevalece, mesmo que seja copiada daquilo que aparece no r&aacute;dio, na TV e nos jornais. (J&aacute; pararam para pensar nisso? Eu posso estar errado). Eu por exemplo, posso me gabar de ter acreditado no Zagalo quando todos os jornais falavam que daquele jeito a sele&ccedil;&atilde;o n&atilde;o ia chegar as quartas de final (o pessoal at&eacute; me gozou, no jogo da Noruega).&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Nos jornais poderia ser diferente. Mas hoje em dia, os jornais praticamente copiam e exploram o mesmo material que passa na TV. Se aparecer no Telejornal que a viadagem t&aacute; na moda, vai aparecer mat&eacute;ria na imprensa escrita repensando o ser ou n&atilde;o ser viado. As revistas, por&eacute;m, est&atilde;o um pouco mais imunes em rela&ccedil;&atilde;o a essa flutua&ccedil;&atilde;o de opini&otilde;es. Por um motivo mais simples, cada novo n&uacute;mero leva 48 dias para ser feito. No entanto, ainda assim sofrem uma certa influ&ecirc;ncia dos jornais e da TV, porque tamb&eacute;m tem anunciantes. Eu j&aacute; coloquei numa mat&eacute;ria anterior sobre "Hackers e a M&iacute;dia" como isso acontece, mas nem detalhei muito. Pra n&atilde;o repetir, vou lembrar apenas que numa mat&eacute;ria que detonava o hacker como um mal elemento, havia um an&uacute;ncio de firewall.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Quem estava copiando de quem, na Copa? O p&uacute;blico estava lendo nos jornais e n&atilde;o acreditava na sele&ccedil;&atilde;o ou o p&uacute;blico via a sele&ccedil;&atilde;o jogar e acreditava no que os jornais diziam? Mudando completamente de assunto (porque se se come&ccedil;a a falar de futebol, n&atilde;o se acaba mais):&nbsp; ser&aacute; que a infla&ccedil;&atilde;o vai voltar? Ser&aacute; que mais bancos v&atilde;o falir? Ser&aacute; que o filho da Xuxa vai ser menino ou menina? Tudo isso s&atilde;o opini&otilde;es. Voc&ecirc; tira conclus&otilde;es, baseado em alguns dados que voc&ecirc; conhece e a&iacute; emite a conclus&atilde;o para um p&uacute;blico, que pode ou n&atilde;o querer ouvir e tirar um sarro da sua cara ou elogiar.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; O que tr&aacute;s uma outra quest&atilde;o:</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Ser&aacute; que o p&uacute;blico queria ouvir que o Zagalo era um g&ecirc;nio porque estava escondendo o jogo? N&atilde;o. O p&uacute;blico que estava pichando o t&eacute;cnico tava afim de vit&oacute;ria. Estava querendo ver a sele&ccedil;&atilde;o ganhar batalhas enquanto o t&eacute;cnico queria vencer a guerra. Mas quem &eacute; que tem a coragem de defender o lado errado? Pensa bem: se todo mundo est&aacute; falando que fulano est&aacute; errado, voc&ecirc; tem coragem de ir contar a corrente? Muito provavelmente, n&atilde;o. A maior parte, guarda a opini&atilde;o negativa pra si mesmo e acaba se convencendo daquilo que todo mundo est&aacute; falando. Quase todo mundo faz isso. Menos este ou aquele cara da televis&atilde;o. Porqu&ecirc;?</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#000000" > <TR> <TD> <FONT COLOR="#FFFF00">Porque ele tem coragem, as vezes, de ter uma opini&atilde;o contr&aacute;ria? Porque ele &eacute; uma estrela de TV. Ele &eacute; importante. Ele &eacute; dono de um hor&aacute;rio com sei l&aacute; quantos mil espectadores. Ele pode se dar ao luxo de pensar diferente. Porque n&atilde;o tem que ouvir as vozes chamando ele de imbecil. Televis&atilde;o &eacute; s&oacute; pra gente ver e escutar e n&atilde;o pra falar. Pra falar, tem o disque 900, por enquanto. Mas esse da&iacute;, &eacute; uma opini&atilde;o que voc&ecirc; paga para ser ouvida. Pensa bem: pra se fazer ouvir numa rodinha, voc&ecirc; pode falar mais alto, cutucar o colega, fazer cara feia, bater na mesa, v&atilde;o acabar te ouvindo. Agora, pra fazer diferen&ccedil;a sua opini&atilde;o num disque 900 voc&ecirc; tem que desembolsar uma grana.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; E qual &eacute; a opini&atilde;o que sobra? A opini&atilde;o de um monte de gente que tinha em casa televis&atilde;o, telefone e dinheiro pra se fazer ouvir. E o resultado final? &Eacute; realmente "aquilo que voc&ecirc; decidiu"? N&atilde;o &eacute;. O computador d&aacute; defeito, n&atilde;o d&aacute;? O Win 95 trava de vez em quando, n&atilde;o trava? Como &eacute; que o software que faz as contagens tamb&eacute;m n&atilde;o funciona ou para de funcionar? Al&eacute;m disso, as linhas ficam congestionadas. Se a pergunta que aparece na TV &eacute; v&aacute;lida pra toda uma regi&atilde;o, como garantir que haja linha pra todo mundo? Depois das oito horas, conseguir um interurbano para algum lugar &eacute; sorte.. Isso da&iacute; &eacute; s&oacute; pra pensar um pouco e aprender a duvida daquilo que aparece na TV.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; E as revistas? Ser&aacute; que voc&ecirc; acredita nelas? Believe me, n&atilde;o s&atilde;o muito diferentes. O editor da revista manda o rep&oacute;rter escrever uma porcaria qualquer que alcance um determinado p&uacute;blico. Falo porcaria porque normalmente os textos s&atilde;o o suficiente para transmitir determinada informa&ccedil;&atilde;o, mas curtos o bastante para o sujeito n&atilde;o largar antes do final. O texto compete com imagens. Duas p&aacute;ginas ent&atilde;o n&atilde;o podem ser s&oacute; de texto. T&eacute;m que ter imagens. E tem as propagandas e as mini-propagandas. J&aacute; experimentaram algum dia rasgar fora todas as p&aacute;ginas que tem propaganda dos dois lados, como emagrece determinadas revistas?&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Mas voltando ao lance de opini&atilde;o, o que eu queria colocar &eacute; algo mais profundo: sua opini&atilde;o, que pode ser manipulada por quest&otilde;es de marketing (da privacidade falo depois). Um anunciante pode fazer algo que se chama de campanha publicit&aacute;ria. Veja o caso da viadagem (ou usando um termo politicamente mais correto e erudito, o caso do homossexualismo). Do ponto de vista comercial, o homossexualismo &eacute; um grande neg&oacute;cio. Enorme (ou Enoooorme, desculpa&nbsp; a piada, n&atilde;o resisti). Esse p&uacute;blico n&atilde;o gasta grana com creche, escola para os filhos ou coisas do g&ecirc;nero. Mas vai gastar com discos, viagens, roupas, motel, boite, etc.. fica interessante ent&atilde;o que a imprensa n&atilde;o seja preconceituosa, porque tem anunciante disposto a investir no mercado homossexual. E se tem anunciante pagando para aparecer an&uacute;ncio de coisas relativas ao mundo gay, tem que aparecer gente falando que &eacute; algo culturalmente muito rico, que fulano, ciclano, beltrano eram chegados. Ent&atilde;o, o cidad&atilde;o comum n&atilde;o se revolta em ver um sujeito vestido de rosa andando de m&atilde;o junta no parque. N&atilde;o, ele at&eacute; se acha culto, porque est&aacute; admitindo que dois homens fa&ccedil;am o que bem entenderem entre quatro paredes.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Campanha contra as drogas, por exemplo, voc&ecirc;s j&aacute; notaram a quantidade de coisas que j&aacute; se falou de quem usa drogas? N&atilde;o se fala mal das crian&ccedil;as que ficam assistindo sess&atilde;o da tarde, evitam tocar no assunto do alcolismo. Mas sem querer fazer apologia, algumas das maiores besteiras j&aacute; publicadas foi sobre esse assunto. J&aacute; houve reportagens falando que toxico causavam impot&ecirc;ncia, c&acirc;ncer, tudo quanto &eacute; coisa, no entanto o que mais mata s&atilde;o as mortes por cigarro comum. Bebida tamb&eacute;m &eacute; uma das maiores causas de acidentes nas estradas. Inventam umas hist&oacute;rias fant&aacute;sticas sobre LSD (se voc&ecirc; tomar, corre o risco de ficar olhando para o Sol at&eacute; ficar cego, durante uma viagem) ou tr&aacute;fico de drogas (traficantes usam cad&aacute;ver de beb&ecirc; como m&eacute;todo para contrabandear coca&iacute;na sem a alf&acirc;ndega perceber). S&atilde;o hist&oacute;rias divertidas de se ler, porque impressionam.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Geram discuss&atilde;o, coisa que n&atilde;o acontece se aparecer uma not&iacute;cia sobre algu&eacute;m que bebeu e se jogou de um pr&eacute;dio. Ningu&eacute;m fala que vai parar de beber s&oacute; porque leu isso no jornal. No entanto, tanto a hist&oacute;ria sobre o LSD induzir algu&eacute;m a querer ficar cego olhando pro sol ou a do tr&aacute;fico usar cad&aacute;veres pra ocultar drogas s&atilde;o mentiras. Americano chama isso de <A HREF="http://snopes.simplenet.com/">lenda urbana</A>. S&atilde;o hist&oacute;rias t&atilde;o interessantes que os caras botam em circula&ccedil;&atilde;o sem checar e depois ficam com vergonha de desmentir.&nbsp; A dos beb&ecirc;s com coca&iacute;na foi publicada pelo jornal Washington Post e pela Playboy, al&eacute;m de outros lugares, em &eacute;pocas diferentes, por volta de 85. A dos caras que ficam olhando pro Sol at&eacute; ficarem cegos, apareceu no Los Angeles Times, em 67, mas tem gente que ainda repete at&eacute; hoje, sem saber que n&atilde;o &eacute; ver&iacute;dica. A fic&ccedil;&atilde;o &eacute; mais interessante do que o fato e dura mais na mem&oacute;ria popular e como o neg&oacute;cio &eacute; falar mal de t&oacute;xico, porque n&atilde;o? Que mal faz uma mentira quando o neg&oacute;cio &eacute; convencer a juventude a n&atilde;o fazer coisas erradas, n&eacute;?&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">Mas est&aacute; ficando muito pesado este assunto, ent&atilde;o vou mudar para outro mais pr&oacute;ximo de onde eu quero chegar.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Que &eacute; .. privacidade. J&aacute; falei sobre isso antes, em outro n&uacute;mero do Barata El&eacute;trica. Mas.. estou vendo que ningu&eacute;m liga muito para isso. Vi nos jornais: "Bancos v&atilde;o condicionar tal&atilde;o de cheque a hist&oacute;rico banc&aacute;rio". Ou seja, tem cheque devolvido, pensa-se duas vezes antes at&eacute; de aceitar que o sujeito abra conta no banco. Legal. Os bancos j&aacute; cobram quase um real para que a gente veja nosso saldo, um dinheiro que &eacute; nosso, mas "eles" est&atilde;o guardando, ainda v&atilde;o fazer mais essa. Se voc&ecirc; tem um passado de inadimpl&ecirc;ncia, perdeu sua "cidadania financeira". Vai ter que fazer que nem os americandos, que tem um monte de livros sobre como fazer uma identidade falsa, para poder movimentar cheques de novo. E l&aacute; nos EUA, a coisa &eacute; pior, viu? Um cheque devolvido, um s&oacute;, e voc&ecirc; n&atilde;o pode mais alugar um apartamento no seu nome. Nunca mais. N&atilde;o interessa se a culpa n&atilde;o &eacute; sua. N&atilde;o interessa se aquela sua ex-namorada te roubou uma folha do seu tal&atilde;o e fez o cheque ser devolvido s&oacute; pra te ferrar. Ou se a culpa foi do banco, que ao cancelar o seu cart&atilde;o de cr&eacute;dito, n&atilde;o cancelou o seguro dele, tornando voc&ecirc; inadimplente quando acabou o saldo da sua conta (quase aconteceu comigo, deixei 10 Reais na conta do BB e 4 meses depois tinha 6, fui olhar e descobri isso, se tivesse fechado a conta, hoje estaria fichado no SPC, mais uma do Ourocard).&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Mas n&atilde;o foi s&oacute; isso que me preocupou. Tem gente que escreve "brincando de imaginar que o mundo pode ser perfeito e que todas as pessoas poder&atilde;o ser felizes". Pessoas que n&atilde;o param para pensar e escrevem sobre algo que n&atilde;o entendem. Como numa revista que eu costumava comprar todo m&ecirc;s, independente da minha (falta de) grana. Costumava. Essa revista come&ccedil;ou a ter uma coluna onde o cara brincava de imaginar que privacidade &eacute; uma quest&atilde;o de h&aacute;bito. Todo mundo tem direito a opini&atilde;o. A opini&atilde;o do cara &eacute; que as pessoas poderiam perfeitamente se acostumar a viver sem essa "prefer&ecirc;ncia".&nbsp; Isso para mim &eacute; muito duro de engolir. Qualquer adolescente hoje em dia sabe que, morando com os pais n&atilde;o tem privacidade. Existem at&eacute; teorias que atribuem o gosto das "gatinhas" por ficar horas e horas malhando tamb&eacute;m tem a ver com n&atilde;o passar o tempo junto da fam&iacute;lia. S&oacute; conversando com um casal de cubanos &eacute; que senti a falta de preconceito contra a vida em grupo (l&aacute; em Cuba, o casamento implica em morar com a fam&iacute;lia do noivo/noiva e o div&oacute;rcio, quando acontece l&aacute;, n&atilde;o implica em separa&ccedil;&atilde;o dessa co-habita&ccedil;&atilde;o). Ent&atilde;o tentei imaginar o que se passa na cabe&ccedil;a de algu&eacute;m que n&atilde;o acredita no valor da privacidade. Para mim &eacute; um sintoma, apenas, pode ser parte de algo maior que est&aacute; acontecendo. Comecei ent&atilde;o&nbsp; pensando na cidade onde acho q mora, j&aacute; que escreve para jornais cariocas. Rio de Janeiro.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; O Rio &eacute; uma cidade dif&iacute;cil de explicar para quem n&atilde;o mora l&aacute;. Depois que voc&ecirc; mora, continua achando incompreens&iacute;vel, mas se acostuma e n&atilde;o quer nunca mudar. Morei 4 anos l&aacute;, saudades do Rui, da Dora e de um pessoal que foi parte da minha juventude. Como &eacute; que &eacute; morar l&aacute;? Voc&ecirc; n&atilde;o sai sem documento. Ningu&eacute;m te conhece, precisa dele para entrar em tudo quanto &eacute; lugar. Tem que dar satisfa&ccedil;&atilde;o para todo mundo, se entra num pr&eacute;dio ou coisa do g&ecirc;nero. Claro que todo mundo aceita essa desconfian&ccedil;a. O carioca acredita em assalto. Pelo menos s&atilde;o as duas imagens do Rio na TV, a das mulheres exibindo seu corpo e os assaltos.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; N&atilde;o tem porque ficar insistindo numa frescura chamada "privacidade". Quanto mais voc&ecirc; se "abre", mais voc&ecirc; demonstra para a pessoa que est&aacute; junto de voc&ecirc;, que &eacute; algu&eacute;m que merece confian&ccedil;a. Pelo menos &eacute; isso que entendi quando estava l&aacute;. N&atilde;o &eacute; s&oacute; l&aacute; que vigora este tipo de comportamento. Quase todo mundo (no Brasil que eu conheci at&eacute; hoje) automaticamente desconfia quando a pessoa, por uma raz&atilde;o ou outra n&atilde;o se "abre" num bate-papo informal.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; &Eacute;, o argumento usado pelo cara chega a parecer v&aacute;lido. S&oacute; foras-dos-padr&otilde;es &eacute; que teriam raz&otilde;es para se esconder. Se voc&ecirc; paga suas contas em dia, que diferen&ccedil;a faz cair na boca do povo ou n&atilde;o?</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Com licen&ccedil;a, mas acho de uma ingenuidade incr&iacute;vel esse racioc&iacute;nio. Muitos podem&nbsp; achar o contr&aacute;rio. Lembran&ccedil;a de outros tempos . Heran&ccedil;a dos tempos da ditadura, sei l&aacute;. Sabiam que numa determinada &eacute;poca do Brasil, faz n&atilde;o muito tempo, tinha-se que preencher um cart&atilde;o com seu nome, endere&ccedil;o e RG pra visitar algu&eacute;m num pr&eacute;dio? &Eacute;, a ditadura fez uma esp&eacute;cie de lobotomia (*) no povo e as vezes parece que o pessoal acredita em qualquer besteira desse g&ecirc;nero. Principalmente porque todo mundo vai mentir e negar, se o outro n&atilde;o puder provar. Da boca pra fora, todo mundo &eacute; inocente. Pergunta em qualquer pris&atilde;o se tem algu&eacute;m que realmente &eacute; culpado. Todo mundo &eacute; inocente.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Porque esse argumento de que s&oacute; os "marginais e foras-do-esquema" &eacute; que teriam a perder com o fim da privacidade &eacute; ing&ecirc;nuo?</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Podia comentar parafraseando um ministro da justi&ccedil;a de um determinado pa&iacute;s, que disse:</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">"O crime, &agrave;s vezes, &eacute; inevit&aacute;vel"</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Sem coment&aacute;rios. Mas tudo bem, vamos esquecer essa frase. Manja vida de casado? Existe um cartum do Hagar, o B&aacute;rbaro. Ele chega de viagem, numa noite em que est&aacute; caindo neve pra caramba. Bate na porta de casa e a mulher pergunta:</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">- Quem &eacute;?&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">- Sou eu, aquele a quem voc&ecirc; vem amando e dedicando toda a sua vida, desde a adolesc&ecirc;ncia.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">- Agora &eacute; tarde. Estou casada, tenho um marido e dois filhos. V&aacute; embora.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Triste, n&eacute;? Mas a verdade &eacute; que as pessoas nunca revelam toda a verdade. "Se voc&ecirc; ouvisse o que as mulheres falam quando est&atilde;o em grupo, nunca mais deixaria a sua sozinha" (Descartes?)</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Isso da&iacute; &eacute; que &eacute; o ser humano. &Eacute; ser contradit&oacute;rio. Voc&ecirc; pode n&atilde;o saber, mas convive com a mentira, diariamente.&nbsp;&nbsp; Vide o poema famoso de Fernando Pessoa.</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="400" BGCOLOR="#FDDFFB" > <TR> <TD> <B><I>POEMA EM LINHA RETA</I></B>&nbsp; <P> <I>Nunca conheci quem tivesse levado porrada.&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Todos os meus conhecidos t&ecirc;m sido campe&otilde;es em tudo.</I>&nbsp; <P> <I>E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Indesculpavelmente sujo,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tantas vezes n&atilde;o tenho tido paci&ecirc;ncia para tomar banho,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tantas vezes tenho sido rid&iacute;culo, absurdo,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que tenho enrolado os p&eacute;s publicamente nos tapetes das etiquetas,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que tenho sofrido enxovalhos e calado,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que quando n&atilde;o tenho calado, tenho sido mais rid&iacute;culo ainda;&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tenho sido c&ocirc;mico &agrave;s criadas de hotel,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos mo&ccedil;os de fretes,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Para fora da possibilidade do soco;&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tenho sofrido a ang&uacute;stia das pequenas coisas rid&iacute;culas,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu verifico que n&atilde;o tenho par nisto tudo neste mundo.</I>&nbsp; <P> <I>Toda a gente que eu conhe&ccedil;o e que fala comigo&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Nunca teve um ato rid&iacute;culo, nunca sofreu enxovalho,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Nunca foi sen&atilde;o pr&iacute;ncipe - todos eles pr&iacute;ncipes - na vida...</I>&nbsp; <P> <I>Quem me dera ouvir de algu&eacute;m a voz humana&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que confessasse n&atilde;o um pecado, mas uma inf&acirc;mia;&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que contasse, n&atilde;o uma viol&ecirc;ncia, mas uma cobardia!&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>N&atilde;o, s&atilde;o todos o Ideal, se os oi&ccedil;o e me falam.&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Quem h&aacute; neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>&Oacute; pr&iacute;ncipes, meus irm&atilde;os,</I>&nbsp; <P> <I>Arre, estou farto de semideuses!&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Onde &eacute; que h&aacute; gente no mundo?</I>&nbsp; <P> <I>Ent&atilde;o sou s&oacute; eu que &eacute; vil e err&ocirc;neo nesta terra?</I>&nbsp; <P> <I>Poder&atilde;o as mulheres n&atilde;o os terem amado,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Podem ter sido tra&iacute;dos - mas rid&iacute;culos nunca!&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>E eu, que tenho sido rid&iacute;culo sem ter sido tra&iacute;do,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que venho sido vil, literalmente vil,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.</I>&nbsp; <P> <I>&Aacute;lvaro de Campos</I> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#000000" > <TR> <TD> <FONT COLOR="#FFFF00">&Eacute;, esse poema &eacute; antigo, mas acredito que sempre foi assim. Acreditar que o ser humano vai mudar seria deixar de acreditar que ele continuaria humano.</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Imagine a vida n&atilde;o no Rio de Janeiro, onde a vida cultural &eacute; farta. Lugar onde tamb&eacute;m s&atilde;o filmadas as novelas e que por consequ&ecirc;ncia, molda o jeito de pensar do Brasil desde que a televis&atilde;o come&ccedil;ou a fazer sucesso. Pois &eacute;. Imagina a vida l&aacute; no interior, onde a sociedade cobra um pouco, todas as atitudes da pessoa. Todo mundo fica sabendo da vida de todo mundo. Ent&atilde;o todo mundo s&oacute; faz o que todo mundo faz. Ningu&eacute;m tem muita coragem de inovar, por medo de n&atilde;o ser aceito socialmente. N&atilde;o ser convidado para as festas.&nbsp; Aqueles que v&atilde;o contra corrente viram not&iacute;cia. "O qu&ecirc;? Fulano teve coragem?"&nbsp; E &eacute; como se aparece n&atilde;o nas p&aacute;ginas policiais, mas naquela coluna de mexericos.&nbsp; &Eacute; gente rindo pelas suas costas. &Eacute; gente que nunca teve o menor contato contigo te apontando na rua. Ent&atilde;o vira uma esp&eacute;cie de pris&atilde;o, da qual voc&ecirc; s&oacute; sai quando&nbsp; o cemit&eacute;rio chama. &Eacute; um neg&oacute;cio que vo&ecirc; poderia chamar de "m&aacute;scara social". Pra sair na rua, voc&ecirc; tem que vestir, como se fosse roupa. Com o passar dos anos, vira uma pele, que te protege de qualquer inova&ccedil;&atilde;o da qual n&atilde;o se est&aacute; preparado.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; &Eacute;, voc&ecirc; cria uma armadura para te proteger do falat&oacute;rio. Tudo para n&atilde;o virar assunto dos outros. Ningu&eacute;m inova nada.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; &Eacute;, o mundo sem privacidade j&aacute; existe. De norte a sul do pa&iacute;s, caiu na boca do povo, por um motivo qualquer, ser&aacute; lembrado por toda eternidade. Voc&ecirc; &eacute; aquilo que sempre foi. Filho de fulano de tal, fez escola com ciclano que &eacute; amigo de beltrano, que foi preso por tr&aacute;fico de drogas. Ent&atilde;o n&atilde;o pode casar com a filha do outro fulano de tal, que &eacute; uma fam&iacute;lia muito digna para um p&eacute; rapado que tem amigo com ficha na pol&iacute;cia. Isso &eacute; um exemplo, acontece todo dia. Falar que isso &eacute; retrocesso, que &eacute; coisa do passado, n&atilde;o muda o fato de que coisas aconte&ccedil;am atitudes de preconceito inexplic&aacute;vel. Acontecem.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Quando pintou a Aids, nos anos 80, acabou a figura do cabelereiro em Bras&iacute;lia, durante um tempo. As "madames" tinham medo de ir fazer o cabelo nos sal&otilde;es e contrair a doen&ccedil;a.&nbsp; Isso, numa &eacute;poca em que a "revolu&ccedil;&atilde;o sexual" estava no apogeu.&nbsp; Quando morava no Rio, conheci um cara do interior que me contou que tinha medo de se aproximar de mulheres. N&atilde;o era "gay". Apenas tinha tentado e conseguido beijar a irm&atilde; quando tinha uns 8, 9 anos. Queria saber que neg&oacute;cio era aquele que aparecia toda hora na televis&atilde;o. &Eacute; engra&ccedil;ado, as irm&atilde;s n&atilde;o queriam explicar. Ele resolveu experimentar na pr&aacute;tica. E porque ficou com o trauma? &Eacute; que a irm&atilde; que ele escolheu era meio rebordosa. 2 ou 3 doses e a cidade inteira ficou sabendo. E tirando sarro do garoto. Que n&atilde;o entendeu nada durante um bom tempo. Ficou sendo o bobo da fam&iacute;lia (**). Ali&aacute;s, acabou desistindo de entender, porque virou crente, quando chegou na adolesc&ecirc;ncia, num cursinho pr&eacute;-vestibular. Largou tudo e parece que foi pra Africa ser mission&aacute;rio.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Outra hist&oacute;ria que ouvi foi a de um sujeito que morou muito tempo fora da cidade, esqueceu como eram as coisas na terra dele. Fez amizade com um cara, sem saber que ele era o maior "gay" da par&oacute;quia. "Queimou o filme" com os amigos que tinham sobrado. Perdeu todos.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Talvez o fim da privacidade acabasse com esse tipo de coisa. Mas n&atilde;o acredito muito nisso. Acho dif&iacute;cil extinguirem esse servi&ccedil;o de desinforma&ccedil;&atilde;o chamado "fofoca" ou essa classe social apelidada de "panelinha". Onde todo mundo sabe de todo mundo, por falta de assunto melhor. Qualquer mulher sabe quantos defeitos podem ser achados em "outra" mulher. Voc&ecirc; duvida? Tenta ouvir "os bastidores femininos" de qualquer casamento.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Tem gente que n&atilde;o sabe, mas o excesso de informa&ccedil;&atilde;o sobre outra pessoa facilita seu controle.&nbsp; Sua manipula&ccedil;&atilde;o. Se seu chefe sabe que voc&ecirc; recebeu uma oferta melhor, ele pode te ferrar oferecendo uma promo&ccedil;&atilde;o, dentro da empresa. Suja o curr&iacute;culo, recusar uma promo&ccedil;&atilde;o.&nbsp; Resultado: voc&ecirc;, que estava saindo da empresa talvez pra mudar o ambiente,&nbsp; mudar uma s&eacute;rie de coisas, &eacute; obrigado a mudar de planos. Ent&atilde;o, aquela fofoca que n&atilde;o tem import&atilde;ncia nenhuma todo mundo ficar sabendo, j&aacute; n&atilde;o &eacute; a mesma coisa.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Na verdade, existem os jornalistas de dois tipos: os que julgam que tudo deve ser revelado, doa a quem doer e os que acreditam que alguma coisa deve ser preservada. Em outras palavras, se o sujeito conseguiu entrar no site de um banco, isso N&Atilde;O tem que ser revelado porque vai abalar a confian&ccedil;a de quem deposita l&aacute;. A&iacute; as pessoas v&atilde;o retirar o dinheiro e o tal banco j&aacute; era. &Eacute; uma opini&atilde;o.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Agora, para alguns jornalistas, isso significa n&atilde;o ter not&iacute;cia. Fica a tenta&ccedil;&atilde;o de inventar fatos. Ou explorar fatos de forma sensacionalista. Um exemplo &eacute; o caso da Jenny, uma menina que entrou pras p&aacute;ginas de jornal de todo mundo porque resolveu "vender" sua privacidade, fica com uma c&acirc;mera plugada na casa dela 24 horas por dia.&nbsp; Seria o mesmo que colocar uma parede de vidro. Rende p&aacute;gina de jornal. N&atilde;o &eacute; todo mundo que faria isso. E o caso do casal que iria perder a virgindade na Internet? Maior fraude. Um suposto casal que supostamente "virgem", ia fazer sexo on-line. H&aacute; poucas horas, li que o site est&aacute; "ca&iacute;do", que o casal n&atilde;o era "virgem" e que isso foi um golpe pra chamar a aten&ccedil;&atilde;o do mundo. &Eacute;, a vida ainda &eacute; a melhor manchete de jornal.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Mas abandonando isso, vamos pra algo mais real e menos abstrato:&nbsp; A quem interessaria ou poderia interessar hoje, que as pessoas ficassem menos preconceituosas com rela&ccedil;&atilde;o a privacidade? Vamos pensar nos bancos? Algu&eacute;m gosta de ser revistado quando entra num s&oacute; pra ver seu saldo? Eu n&atilde;o gosto. E o trabalho que d&aacute;, abrir a pasta, mochila ou sacola, para mostrar ao guarda que n&atilde;o, n&atilde;o somos assaltantes. Eu j&aacute; li uma revista de sindicato de vigia de banco. Caiu na minha m&atilde;o. "A maior reclama&ccedil;&atilde;o da classe &eacute; ter que ser respons&aacute;vel por quem entra no banco".&nbsp; Eles n&atilde;o suportam o "servi&ccedil;o sujo" de ter que aguentar as reclama&ccedil;&otilde;es de clientes. &Eacute;, eles tamb&eacute;m n&atilde;o gostam. Eu n&atilde;o duvido, ent&atilde;o, que os R.P. dos bancos n&atilde;o estejam trabalhando em cima de uma campanha publicit&aacute;ria para fazer a popula&ccedil;&atilde;o aceitar essa invas&atilde;o de privacidade ou aceitar esse insulto que &eacute;, passar pelo detector de metais. Ou talvez seja algo ainda mais "teoria de conspira&ccedil;&atilde;o" (vide filme com Mel Gibson).&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Talvez seja um sinal dos tempos, avisando que a cidade grande vai ter que se comportar como cidade do interior. Todo mundo vai ter que ter sua hist&oacute;ria de vida impressa num chip. Dispon&iacute;vel para quem quiser saber. A&iacute;, vai ser f&aacute;cil fazer contrata&ccedil;&otilde;es baseando-se em coisas como a vida da pessoa. Basta ler no chip que o sujeito tinha mania de enganar seus amigos quando era pequeno.. pronto. Pra que se arriscar contratando um sujeito desses para lidar com dinheiro? Porque n&atilde;o colocar ele na &aacute;rea de vendas? Mesmo que ele jure que quer mexer com fotografia? Sei l&aacute;. Daria uma senhora fic&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica. Mas n&atilde;o teria muito de fic&ccedil;&atilde;o. Os exemplos est&atilde;o aqui e ali. Basta procurar. Eu li num jornal do Rio que a moda entre socialites &eacute; perguntar "como nasce". Assim a "socialite" fica por dentro se a nova amiguinha da filha n&atilde;o vai roubar o marido dela. Como se isso impedisse alguma coisa.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Provavelmente, sempre usar&atilde;o o argumento de que "existem as ma&ccedil;as podres". E da&iacute;? No Rio de Janeiro, todo mundo sabe quem s&atilde;o os ladr&otilde;es. Tantas vezes foi mat&eacute;ria de jornal, fulano sendo fotografado roubando, que nem &eacute; mais not&iacute;cia. A pol&iacute;cia prende e solta, mesmo sabendo que o cara vai roubar em outra esquina. N&atilde;o &eacute; saber que o cara &eacute; ladr&atilde;o que facilita o trabalho da pol&iacute;cia. O que poderia facilitar seria um sistema jur&iacute;dico que funcionasse 24 horas, o sujeito poder dar queixa na delegacia sem perder&nbsp; o expediente no trabalho. O que poderia facilitar seria uma justi&ccedil;a que funcionasse mais r&aacute;pido, demora-se anos para um assaltante ser condenado. E lugar nas cadeias, n&atilde;o se tem lugar para os que seria presos, se o sistema funcionasse mais r&aacute;pido e mais eficiente. Usar o argumento de que o direito a privacidade e ao sigilo banc&aacute;rio facilitam o crime &eacute; coisa de quem quer tapar o sol com a peneira ou arrumar um motivo para explicar uma inefic&aacute;cia. Montes de criminosos nunca v&atilde;o para as cadeias apesar de todo mundo saber quem s&atilde;o. Ali&aacute;s, quer uma piadinha?</FONT>&nbsp; <BR> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="450" BGCOLOR="#FFFBBB" > <TR> <TD> Fizeram um concurso para avaliar as pol&iacute;cias de v&aacute;rios pa&iacute;ses. Para ser mais exato, o interesse era saber at&eacute; que ponto cada pol&iacute;cia era eficiente em descobrir os criminosos. Como avaliar isso? Reuniram o pessoal numa floresta e soltaram um coelho. Come&ccedil;ando com o FBI: <P> O agente do FBI abriu seu laptop, conectou a antena que tinha um link com um sat&eacute;lite, chamou Washington. De l&aacute; conectou com um especialista e detalhou as caracter&iacute;sticas do coelho. Depois pediu um vasculhamento via computador, que por sua vez resolveu usar um sat&eacute;lite de espionagem para vasculhar a &aacute;rea do bosque onde se encontrava o coelho. Achou o animal atr&aacute;s de uma pedra, 20 passos a esquerda de onde estava o j&uacute;ri do concurso. Tempo gasto: 10 minutos. <P> O pessoal bateu palmas e chamou o representante da Scotland Yard, que parecia o Sherlock Holmes, com aquele cachimbo. Que nem perdeu tempo, achou um pelo do coelho, levou ao microsc&oacute;pio eletr&ocirc;nico, scaneou o resultado, mandou para sede via telefone e&nbsp;pouco tempo depois recebia de volta os resultados:<BR> <UL> <LI> Conta banc&aacute;ria do coelho <LI> &Uacute;ltima namorada <LI> Endere&ccedil;o <LI> Revistas que ele assinava <LI> H&aacute;bitos </UL> <P> E juntando isso com as dedu&ccedil;&otilde;es, apontou um trecho, 9 passos dal&iacute;, uma moita, onde com certeza se acharia o roedor. Dito e feito. Estava l&aacute;. Tempo:&nbsp;8 minutos.&nbsp;Mais uma salva de palmas da comiss&atilde;o julgadora. <P> A&iacute; veio o representante do Brasil. Que tamb&eacute;m n&atilde;o perdeu tempo. Foi logo se embrenhando at&eacute; uma casinha ali perto e fez o maior barulho. A&iacute; trouxe uma vaca, toda cheia de feridas, queimaduras, etc..&nbsp;e o mais incr&iacute;vel, falando: <P> - eu sou o&nbsp;coelho, eu sou o coelho, eu sou o coelho..&nbsp; </TD> </TR> </TABLE> <P> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Pode acontecer com voc&ecirc;. </FONT> <P> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Mas, voltando ao assunto, como comentei ali em cima, os bancos e institui&ccedil;&otilde;es financeiras (AQUI NO BRASIL) parecem que v&atilde;o condicionar v&aacute;rios servi&ccedil;os ao hist&oacute;rico de seus clientes. Parece l&oacute;gico. Por&eacute;m, vasculhando a rede, descobri que existe um estudo, l&aacute; nos EUA, sobre a efic&aacute;cia de coisas como essa id&eacute;ia&nbsp; que est&atilde;o pensando em importar dos EUA, de vasculhar a vida financeira de algu&eacute;m e atrav&eacute;s dela decidir coisas at&eacute; onde essa pessoa pode ser bem atendida (em coisas como emprego, seguros, cr&eacute;dito, etc). Este estudo est&aacute; dispon&iacute;vel em <A HREF="http://www.pirg.org/consumer/credit/mistakes/index.htm">http://www.pirg.org/consumer/credit/mistakes/index.htm</A>, junto com os erros que acarreta. S&oacute; para listar alguns:</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="450" BGCOLOR="#FFFBBB" > <TR> <TD> <UL> <LI> Registro errado da informa&ccedil;&atilde;o sobre o indiv&iacute;duo, coisas como mudan&ccedil;a de endere&ccedil;o, telefone, etc, que dificulta a atualiza&ccedil;&atilde;o&nbsp; <LI> Registro errado de servi&ccedil;os ou pedidos feitos usando o cart&atilde;o de cr&eacute;dito (algu&eacute;m se lembra de cart&otilde;es que s&atilde;o enviados "por engano" a quem nunca pediu?)&nbsp; <LI> Informa&ccedil;&otilde;es erradas sobre nomes parecidos, que s&atilde;o misturadas a pessoas de outras contas, confundindo os dados sobre aquela pessoa (j&aacute; falei disso em artigos anteriores, sobre hom&ocirc;nimos, gente com nomes parecidos)&nbsp; <LI> Falta de equipamento adequado para ficar conferindo&nbsp; e/ou apagando informa&ccedil;&atilde;o obsoleta (apesar de n&atilde;o ser a mesma coisa, pensa em quantas vezes voc&ecirc; achou um link na web que teria tudo o que voc&ecirc; queria, s&oacute; que a p&aacute;gina j&aacute; estava fora do ar, pensa se isso acontece com seu hist&oacute;rico de cr&eacute;dito)&nbsp; </UL> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#000000" > <TR> <TD> <FONT COLOR="#FFFF00">A&iacute; tudo bem. Isso acontece nos EUA, um pa&iacute;s que botou o homem na Lua, baita efici&ecirc;ncia tecnol&oacute;gica. Anos de experi&ecirc;ncia em coisas como cart&atilde;o de cr&eacute;dito, computadores, etc. E ainda assim esses erros acontecem. Erros s&eacute;rios. &Eacute; como chamam l&aacute; as pessoas que s&atilde;o colocadas na lista negra, por conta de compras erradamente colocadas na conta de outra pessoa (ou mesmo compras que nunca foram feitas). As estat&iacute;sticas foram as seguintes:</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="450" BGCOLOR="#FFFBBB" > <TR> <TD> <UL> <LI> 70% dos relat&oacute;rios de cr&eacute;dito tinham algum tipo de erro qualquer&nbsp; <LI> 41% do total da pesquisa tinha informa&ccedil;&atilde;o pessoal (nome, endere&ccedil;o, fone, idade) desatualizada, de pessoa diferente ou simplesmente incorreta&nbsp; <LI> 33% tinham endere&ccedil;os que estavam desatualizados, errados ou mal escritos&nbsp; <LI> 19% dos relat&oacute;rios (de cr&eacute;dito) detalhando o uso que estava sendo feito do cart&atilde;o continham contas que eram claramente incompreens&iacute;veis ou n&atilde;o pertenciam ao consumidor.&nbsp; <LI> 13% estavam incorretamente listadas como inadimplentes ou "lista negra"&nbsp; <LI> 5% continham nomes incorretamente escritos ou confundidos com outros&nbsp; <LI> 5% tinham datas de nascimento incorretas&nbsp; <LI> Algumas pessoas apareceram como empregados de gente para quem nunca tinham trabalhado&nbsp; <LI> Uma mulher apareceu com 3 listagens diferentes para o cart&atilde;o (uma falava que ela era "lista negra", outra falava que n&atilde;o, etc)&nbsp; </UL> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#000000" > <TR> <TD> <FONT COLOR="#FFFF00">Mas o mais interessante &eacute; a dificuldade para se entender a listagem. Em 45% dos casos, o consumidor n&atilde;o entendia o que a listagem do seu uso do cart&atilde;o de cr&eacute;dito dizia. Isso &eacute; que &eacute; precis&atilde;o com o dinheiro dos outros. Realmente, n&atilde;o &eacute; preciso se preocupar com a privacidade. J&aacute; que o sistema vai engolir informa&ccedil;&atilde;o errada, qual o problema? O problema &eacute; que essa informa&ccedil;&atilde;o errada n&atilde;o vai permitir em alguns casos, que a pessoa alugue uma casa, em outros casos pode dificultar o acesso ao cheque especial, ou atrapalhar a busca de um emprego numa posi&ccedil;&atilde;o de responsabilidade (ex: aqui no Brasil, quem tem ficha negativa no Servi&ccedil;o de Prote&ccedil;&atilde;o ao Cr&eacute;dito n&atilde;o pode exercer cargo p&uacute;blico). Sem falar no crime de roubo de identidade, que l&aacute; &eacute; muito comum, o ladr&atilde;o rouba os dados de outra pessoa e usa para fazer credi&aacute;rios, conta em banco, depois o sujeito verdadeiro tem que esclarecer toda a hist&oacute;ria. Toda uma vida dentro da lei, todo um esfor&ccedil;o para n&atilde;o ficar devendo nada a ningu&eacute;m e um cara an&ocirc;nimamente simplesmente ferra tudo. Hacker? N&atilde;o. Aqui no Brasil isso tamb&eacute;m acontece. A pessoa coloca um an&uacute;ncio oferecendo emprego, um imbecil manda o C.V. com dados tipo CPF, RG e pronto. N&atilde;o precisa ter computador envolvido nessa hist&oacute;ria. Como n&atilde;o vende jornal esse tipo de not&iacute;cia, ningu&eacute;m fica sabendo. N&atilde;o sei se pesa o fato de que empresas de cart&atilde;o de cr&eacute;dito serem grandes anunciantes. E sempre mandam propaganda pelo correio. Nenhuma falando desses problemas. Mas tamb&eacute;m, todo mundo sorri em comercial de cigarro. Ningu&eacute;m tosse at&eacute; morrer. Ningu&eacute;m olha pro pr&oacute;prio saldo e fala que vai reclamar no Procom. Todos s&atilde;o felizes. Voltando ao assunto..&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Pois &eacute;, nos EUA, eles tem esses problemas em armazenar informa&ccedil;&otilde;es sobre as pessoas. Informa&ccedil;&otilde;es vitais (para eles, j&aacute; que sem cr&eacute;dito ningu&eacute;m vive) s&atilde;o embaralhadas de vez em quando. E talvez o mesmo esquema seja implantado aqui. Provavelmente os erros de l&aacute; v&atilde;o acontecer aqui tamb&eacute;m. As pessoas v&atilde;o continuar falando que "minha vida &eacute; um livro aberto", "n&atilde;o devo nada a ningu&eacute;m", etc e v&atilde;o ficar tentando conseguir uma linha para reclamar em algum servi&ccedil;o de cr&eacute;dito qualquer que "o sistema &eacute; muito bom, mas no meu caso, voc&ecirc;s erraram" . Os presos nas cadeias n&atilde;o fazem rebeli&atilde;o tamb&eacute;m porque a justi&ccedil;a n&atilde;o avalia seus processos (coisa que em v&aacute;rios casos significaria liberdade condicional ou mesmo imediata). Ouvi falar que tem gente que &eacute; esquecida na cadeia. Uma amiga minha (ela nunca explicou isso direito) teve que ir no tribunal provar que n&atilde;o era culpada de assassinato em 1o Grau porque simplesmente n&atilde;o conhecia a v&iacute;tima. Teve um cara que foi preso duas vezes e passou 55 dias preso apenas porque&nbsp; assaltante que levou seus documentos foi preso e condenado usando a sua identidade.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; A revista 2600 (edi&ccedil;&atilde;o Summer 98) tem um artigo que espero ser fic&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica: o Projeto Lucid. Trata-se de uma rede de computadores projetada para complementar e implementar o sistema de justi&ccedil;a internacional. Todos os bancos de dados interconectados. Tudo, desde telefone, at&eacute; cart&otilde;es de cr&eacute;dito, etc.. tudo junto. Espero s&oacute; que n&atilde;o funcione com Win95.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Parece besteira, escrever um artigo t&atilde;o grande assim, por uma coisa que parece t&atilde;o pequena. Exatamente porque as pessoas n&atilde;o d&atilde;o import&atilde;ncia. Ningu&eacute;m sabe explicar direito porque privacidade &eacute; algo importante. Como era dif&iacute;cil, faz alguns anos, entender que o consumidor podia devolver a mercadoria e receber o dinheiro de volta, se n&atilde;o estivesse satisfeito. N&atilde;o &eacute; nenhum "favor" da loja. Os &uacute;nicos artigos que est&atilde;o aparecendo nos jornais sobre privacidade englobam principalmente o medo de "hackers". Como se um hacker tivesse tempo de ficar se divertindo vasculhando a vida alheia. Aqueles que "choram" porque alguem "escutou" sua conversa reservada numa sala de chat tem espa&ccedil;o garantido nos &oacute;rg&atilde;os de informa&ccedil;&atilde;o, quando na verdade j&aacute; deviam saber desde pequenas que n&atilde;o deveriam partilhar sua vida com estranhos. Fiquei muito impressionado com um chef&atilde;o da Pol&iacute;cia Federal que teve seu fone grampeado. Eu mesmo procuro n&atilde;o dizer no telefone nada que eu n&atilde;o diria na TV. Isso &eacute; uma regra t&atilde;o simples. Mas &oacute;bvio, tem gente que entra na Internet para zoar e hoje isso est&aacute; muito f&aacute;cil. Ao facilitar o acesso da rede ao cidad&atilde;o comum (e tamb&eacute;m ao "bandido comum"), Microsoft criou uma legi&atilde;o de usu&aacute;rios que podem "entrar" nos micros uns dos outros, basta saber o caminho das pedras.&nbsp; A Internet ficou algo mais noticioso do que sexo e as pessoas ficam chateadas porque batem com a cara na parede. A&iacute;, acham que o governo deveria ser r&iacute;gido com isso e aquilo quando na verdade, "n&atilde;o usam camisinha" ou melhor dizendo, n&atilde;o tomam precau&ccedil;&otilde;es para se resguardar, mergulham de cabe&ccedil;a e depois querem resolver "por decreto" seus fracassos em lidar com a tecnologia. E esquecem talvez a li&ccedil;&atilde;o mais importante, com rela&ccedil;&atilde;o a privacidade, a vida, com rela&ccedil;&atilde;o a muita coisa:&nbsp; "O pre&ccedil;o da liberdade, &eacute; a eterna vigil&atilde;ncia".</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">(*) Lobotomia, para quem n&atilde;o sabe, era uma opera&ccedil;&atilde;o muito na moda nos anos 50, parece que foi inventada por um portugu&ecirc;s de fam&iacute;lia nobre, de nome Moniz (li em algum lugar). Ganhou o pr&ecirc;mio Nobel com isso. Era a "cura" cir&uacute;rgica da loucura, atrav&eacute;s da destrui&ccedil;&atilde;o de um peda&ccedil;o do c&eacute;rebro que lida com os sentimentos. Tinha uns efeitos colaterais, como o fato de tornar o sujeito um completo imbecil, incapaz de atravessar uma rua sem se matar ou reagir a uma surra, etc.. mais tarde descobriu-se que h&aacute; drogas pesadas que poderiam ter o mesmo efeito, sem o perigo de matar o cara numa opera&ccedil;&atilde;o dessas. O que &eacute; a tecnologia.. hoje, basta comprar uma TV e pronto.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">(**) O famoso humorista Bar&atilde;o de Itarar&eacute; tinha uma piada: "toda fam&iacute;lia tem um bobo. coitado daquele que &eacute; o filho &uacute;nico".</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp;

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uma opera&ccedil;&atilde;o dessas. O que &eacute; a tecnologia.. hoje, basta comprar uma TV e pronto.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">(**) O famoso humorista Bar&atilde;o de Itarar&eacute; tinha uma piada: "toda fam&iacute;lia tem um bobo. coitado daquele que &eacute; o filho &uacute;nico".</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp;

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<HTML> <HEAD> <META HTTP-EQUIV="Content-Type" CONTENT="text/html; charset=iso-8859-1"> <META NAME="GENERATOR" CONTENT="Mozilla/4.03 [en] (Win95; I) [Netscape]"> <META NAME="Author" CONTENT="John Smith"> <!-- Created by AOLpress/1.2 --> <TITLE>Mercadores de Opini&atilde;o e a sua privacidade</TITLE> </HEAD> <BODY TEXT="#400000" BGCOLOR="#330033" LINK="#0000EE" VLINK="#551A8B" BACKGROUND="tvlisao.jpg"> <P> &nbsp; <CENTER> <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#FFDDBB" > <TR> <TD> <B><FONT SIZE=+3>Os Mercadores de Opini&atilde;o e a sua Privacidade</FONT></B><P ALIGN=Center> <A HREF="index.html">http://www1.webng.com/curupira/index.html</A>

Email <A HREF="mailto:derneval@gmail.com">derneval@gmail.com</A> &Iacute;ndice <A HREF="barata19.html">barata19.html </A> </CENTER> </TD> </TR> </TABLE> </CENTER> <CENTER> Derneval R.R. Cunha </CENTER> <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#000000" > <TR> <TD> <FONT COLOR="#FFFF00"><I>"As mensagens em nossos meios de comunica&ccedil;&atilde;o vem empacotadas como Cavalos de Tr&oacute;ia. Entram em nossas casas em uma forma, mas funcionam de forma diferente uma vez dentro. N&atilde;o &eacute; tanto uma conspira&ccedil;&atilde;o contra o p&uacute;blico espectador como &eacute; um m&eacute;todo para conseguir que os campe&otilde;es de audi&ecirc;ncia inadivertidamente promovam agendas contraculturais que apenas podem fortalecer os indiv&iacute;duos que est&atilde;o expostos a elas. As pessoas que rodam redes de televis&atilde;o ou revistas populares, por exemplo, s&atilde;o compreens&iacute;velmente indispostas a rodar hist&oacute;rias que criticam os princ&iacute;pios operantes da sociedade que seus patrocinadores est&atilde;o tentando manter. Os jovens e espertos estrategistas da m&iacute;dia com novas e usualmente amea&ccedil;adoras id&eacute;ias, precisam inventar novas formas que s&atilde;o capazes de hospedar estes novos conceitos at&eacute; que eles tenham sido entregues ao p&uacute;blico americano de forma bem sucedida como parte da dieta de mensagens dos meios de comunica&ccedil;&atilde;o de massa."</I> (RUSHKOFF, Douglas - MEDIA VIRUS! Hidden Agendas in Popular Culture)</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <CENTER> <IMG SRC="bodyx.jpg" HEIGHT=463 WIDTH=353 ALIGN=CENTER> </CENTER> <CENTER> Original no <A HREF="http://www.epic.org/privacy/faa/bodysearch.gif">http://www.epic.org/privacy/faa/bodysearch.gif</A> </CENTER> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#000000" > <TR> <TD> <FONT COLOR="#FFFF00">&Eacute; dif&iacute;cil lembrar a primeira vez que te pedem sua opini&atilde;o para alguma coisa. No mais prov&aacute;vel, talvez pinte a lembran&ccedil;a daquela vez, quando crian&ccedil;a, que perguntaram:</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">- Qual animal voc&ecirc; gostaria de ser?&nbsp;&nbsp; (Eu gostaria de ser vocalista de uma banda de Heavy Metal)</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">- Que que voc&ecirc; vai ser quando crescer? (Eu vou ser velho, oras)</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">S&atilde;o perguntas simples, mas que podem dizer muito sobre a personalidade da pessoa. Uma crian&ccedil;a que responde que queria ser macaco, pode simplesmente achar um macaco bonitinho ou adorar fazer "macacadas". A&iacute; os pais j&aacute; ficam de alerta, porque tem um "bagunceiro" na fam&iacute;lia.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Hoje em dia, por&eacute;m, quem realmente tem opini&atilde;o sobre alguma coisa? J&aacute; parou pra pensar? Voc&ecirc; aponta para um apresentador de televis&atilde;o:&nbsp; este cara parece ser um sujeito de opini&atilde;o. Sem d&uacute;vida. Faz aquele programa de entrevistas e sempre parece que est&aacute; por cima. As perguntas e as respostas que ele faz parecem mexer direto na ferida do sujeito que est&aacute; sendo entrevistado. &Eacute;, um cara desses parece ter opini&atilde;o.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Mas ser&aacute; que aquelas perguntas n&atilde;o foram ensaiadas?</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Se eu te contar que existe uma equipe por tr&aacute;s daquele sujeito. Uma equipe que &eacute; chamada de "produ&ccedil;&atilde;o"? Provavelmente estou perdendo meu tempo escrevendo que essa equipe &eacute; encarregada de entrevistar o entrevistado antes que ele se sente ali pra conversar. E n&atilde;o &eacute; s&oacute; isso:&nbsp; a equipe pode at&eacute; discutir com o cara se tem alguma mat&eacute;ria sobre a qual n&atilde;o se deve tocar ou assunto que interessa que seja tocado. Pensa bem: alguma vez voc&ecirc; conseguiu ter uma conversa interessante todo santo dia, durante todos os dias, e com mais de uma pessoa? N&atilde;o. Isso &eacute; muito dif&iacute;cil. A produ&ccedil;&atilde;o de um programa se encarrega que o apresentador apare&ccedil;a sempre com um &aacute;s escondido na manga. Pra impressionar a audi&ecirc;ncia. Que &eacute; o que chama os anunciantes. S&atilde;o eles que pagam o sal&aacute;rio tanto da produ&ccedil;&atilde;o como do apresentador.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Ent&atilde;o, o maior problema n&atilde;o &eacute; ter opini&atilde;o. O problema &eacute; convencer o p&uacute;blico a ligar a televis&atilde;o dia tal, hora tal e ficar sintonizada no programa tal. O que vai passar nesse dia e nessa hora, n&atilde;o interessa a m&iacute;nima para o dono daquele canal de TV. Sendo sucesso, pode ser qualquer coisa. Como &eacute; que se sabe que &eacute; um sucesso? Pelos jornais e por pesquisas. Tem tambem o p&uacute;blico que escreve para o programa. Havendo p&uacute;blico suficiente, &eacute; como &aacute;gua morro abaixo.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Resumindo: N&atilde;o &eacute; algu&eacute;m na TV que tem opini&atilde;o. Claro que o sujeito para estar l&aacute; tem que ter alguma intelig&ecirc;ncia. Mas o mais importante &eacute; chamar a aten&ccedil;&atilde;o. Por isso que a Carla Perez est&aacute; chegando l&aacute;, enquanto um monte de rec&eacute;m-sa&iacute;dos das faculdades de comunica&ccedil;&atilde;o est&atilde;o lendo os classificados.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Bom, o que que acontece ent&atilde;o com a imagem que a gente tem do apresentador? Fica meio dilu&iacute;da, n&eacute;? Mas, talk-show, como a palavra indica, &eacute; espet&aacute;culo, vamos voltar ao cotidiano. Numa turma de amigos, cada um tem sua opini&atilde;o sobre cada coisa, mas na maioria das vezes, o que acaba acontecendo &eacute; uma opini&atilde;o grupal, depois de um tempo.&nbsp; Isso porque ningu&eacute;m vai ficar criando caso se o grupo n&atilde;o concorda. Quem n&atilde;o concorda se cala ou tenta convencer at&eacute; que o grupo resolva mudar de assunto. Em v&aacute;rios casos, a opini&atilde;o geral prevalece, mesmo que seja copiada daquilo que aparece no r&aacute;dio, na TV e nos jornais. (J&aacute; pararam para pensar nisso? Eu posso estar errado). Eu por exemplo, posso me gabar de ter acreditado no Zagalo quando todos os jornais falavam que daquele jeito a sele&ccedil;&atilde;o n&atilde;o ia chegar as quartas de final (o pessoal at&eacute; me gozou, no jogo da Noruega).&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Nos jornais poderia ser diferente. Mas hoje em dia, os jornais praticamente copiam e exploram o mesmo material que passa na TV. Se aparecer no Telejornal que a viadagem t&aacute; na moda, vai aparecer mat&eacute;ria na imprensa escrita repensando o ser ou n&atilde;o ser viado. As revistas, por&eacute;m, est&atilde;o um pouco mais imunes em rela&ccedil;&atilde;o a essa flutua&ccedil;&atilde;o de opini&otilde;es. Por um motivo mais simples, cada novo n&uacute;mero leva 48 dias para ser feito. No entanto, ainda assim sofrem uma certa influ&ecirc;ncia dos jornais e da TV, porque tamb&eacute;m tem anunciantes. Eu j&aacute; coloquei numa mat&eacute;ria anterior sobre "Hackers e a M&iacute;dia" como isso acontece, mas nem detalhei muito. Pra n&atilde;o repetir, vou lembrar apenas que numa mat&eacute;ria que detonava o hacker como um mal elemento, havia um an&uacute;ncio de firewall.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Quem estava copiando de quem, na Copa? O p&uacute;blico estava lendo nos jornais e n&atilde;o acreditava na sele&ccedil;&atilde;o ou o p&uacute;blico via a sele&ccedil;&atilde;o jogar e acreditava no que os jornais diziam? Mudando completamente de assunto (porque se se come&ccedil;a a falar de futebol, n&atilde;o se acaba mais):&nbsp; ser&aacute; que a infla&ccedil;&atilde;o vai voltar? Ser&aacute; que mais bancos v&atilde;o falir? Ser&aacute; que o filho da Xuxa vai ser menino ou menina? Tudo isso s&atilde;o opini&otilde;es. Voc&ecirc; tira conclus&otilde;es, baseado em alguns dados que voc&ecirc; conhece e a&iacute; emite a conclus&atilde;o para um p&uacute;blico, que pode ou n&atilde;o querer ouvir e tirar um sarro da sua cara ou elogiar.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; O que tr&aacute;s uma outra quest&atilde;o:</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Ser&aacute; que o p&uacute;blico queria ouvir que o Zagalo era um g&ecirc;nio porque estava escondendo o jogo? N&atilde;o. O p&uacute;blico que estava pichando o t&eacute;cnico tava afim de vit&oacute;ria. Estava querendo ver a sele&ccedil;&atilde;o ganhar batalhas enquanto o t&eacute;cnico queria vencer a guerra. Mas quem &eacute; que tem a coragem de defender o lado errado? Pensa bem: se todo mundo est&aacute; falando que fulano est&aacute; errado, voc&ecirc; tem coragem de ir contar a corrente? Muito provavelmente, n&atilde;o. A maior parte, guarda a opini&atilde;o negativa pra si mesmo e acaba se convencendo daquilo que todo mundo est&aacute; falando. Quase todo mundo faz isso. Menos este ou aquele cara da televis&atilde;o. Porqu&ecirc;?</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#000000" > <TR> <TD> <FONT COLOR="#FFFF00">Porque ele tem coragem, as vezes, de ter uma opini&atilde;o contr&aacute;ria? Porque ele &eacute; uma estrela de TV. Ele &eacute; importante. Ele &eacute; dono de um hor&aacute;rio com sei l&aacute; quantos mil espectadores. Ele pode se dar ao luxo de pensar diferente. Porque n&atilde;o tem que ouvir as vozes chamando ele de imbecil. Televis&atilde;o &eacute; s&oacute; pra gente ver e escutar e n&atilde;o pra falar. Pra falar, tem o disque 900, por enquanto. Mas esse da&iacute;, &eacute; uma opini&atilde;o que voc&ecirc; paga para ser ouvida. Pensa bem: pra se fazer ouvir numa rodinha, voc&ecirc; pode falar mais alto, cutucar o colega, fazer cara feia, bater na mesa, v&atilde;o acabar te ouvindo. Agora, pra fazer diferen&ccedil;a sua opini&atilde;o num disque 900 voc&ecirc; tem que desembolsar uma grana.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; E qual &eacute; a opini&atilde;o que sobra? A opini&atilde;o de um monte de gente que tinha em casa televis&atilde;o, telefone e dinheiro pra se fazer ouvir. E o resultado final? &Eacute; realmente "aquilo que voc&ecirc; decidiu"? N&atilde;o &eacute;. O computador d&aacute; defeito, n&atilde;o d&aacute;? O Win 95 trava de vez em quando, n&atilde;o trava? Como &eacute; que o software que faz as contagens tamb&eacute;m n&atilde;o funciona ou para de funcionar? Al&eacute;m disso, as linhas ficam congestionadas. Se a pergunta que aparece na TV &eacute; v&aacute;lida pra toda uma regi&atilde;o, como garantir que haja linha pra todo mundo? Depois das oito horas, conseguir um interurbano para algum lugar &eacute; sorte.. Isso da&iacute; &eacute; s&oacute; pra pensar um pouco e aprender a duvida daquilo que aparece na TV.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; E as revistas? Ser&aacute; que voc&ecirc; acredita nelas? Believe me, n&atilde;o s&atilde;o muito diferentes. O editor da revista manda o rep&oacute;rter escrever uma porcaria qualquer que alcance um determinado p&uacute;blico. Falo porcaria porque normalmente os textos s&atilde;o o suficiente para transmitir determinada informa&ccedil;&atilde;o, mas curtos o bastante para o sujeito n&atilde;o largar antes do final. O texto compete com imagens. Duas p&aacute;ginas ent&atilde;o n&atilde;o podem ser s&oacute; de texto. T&eacute;m que ter imagens. E tem as propagandas e as mini-propagandas. J&aacute; experimentaram algum dia rasgar fora todas as p&aacute;ginas que tem propaganda dos dois lados, como emagrece determinadas revistas?&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Mas voltando ao lance de opini&atilde;o, o que eu queria colocar &eacute; algo mais profundo: sua opini&atilde;o, que pode ser manipulada por quest&otilde;es de marketing (da privacidade falo depois). Um anunciante pode fazer algo que se chama de campanha publicit&aacute;ria. Veja o caso da viadagem (ou usando um termo politicamente mais correto e erudito, o caso do homossexualismo). Do ponto de vista comercial, o homossexualismo &eacute; um grande neg&oacute;cio. Enorme (ou Enoooorme, desculpa&nbsp; a piada, n&atilde;o resisti). Esse p&uacute;blico n&atilde;o gasta grana com creche, escola para os filhos ou coisas do g&ecirc;nero. Mas vai gastar com discos, viagens, roupas, motel, boite, etc.. fica interessante ent&atilde;o que a imprensa n&atilde;o seja preconceituosa, porque tem anunciante disposto a investir no mercado homossexual. E se tem anunciante pagando para aparecer an&uacute;ncio de coisas relativas ao mundo gay, tem que aparecer gente falando que &eacute; algo culturalmente muito rico, que fulano, ciclano, beltrano eram chegados. Ent&atilde;o, o cidad&atilde;o comum n&atilde;o se revolta em ver um sujeito vestido de rosa andando de m&atilde;o junta no parque. N&atilde;o, ele at&eacute; se acha culto, porque est&aacute; admitindo que dois homens fa&ccedil;am o que bem entenderem entre quatro paredes.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Campanha contra as drogas, por exemplo, voc&ecirc;s j&aacute; notaram a quantidade de coisas que j&aacute; se falou de quem usa drogas? N&atilde;o se fala mal das crian&ccedil;as que ficam assistindo sess&atilde;o da tarde, evitam tocar no assunto do alcolismo. Mas sem querer fazer apologia, algumas das maiores besteiras j&aacute; publicadas foi sobre esse assunto. J&aacute; houve reportagens falando que toxico causavam impot&ecirc;ncia, c&acirc;ncer, tudo quanto &eacute; coisa, no entanto o que mais mata s&atilde;o as mortes por cigarro comum. Bebida tamb&eacute;m &eacute; uma das maiores causas de acidentes nas estradas. Inventam umas hist&oacute;rias fant&aacute;sticas sobre LSD (se voc&ecirc; tomar, corre o risco de ficar olhando para o Sol at&eacute; ficar cego, durante uma viagem) ou tr&aacute;fico de drogas (traficantes usam cad&aacute;ver de beb&ecirc; como m&eacute;todo para contrabandear coca&iacute;na sem a alf&acirc;ndega perceber). S&atilde;o hist&oacute;rias divertidas de se ler, porque impressionam.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Geram discuss&atilde;o, coisa que n&atilde;o acontece se aparecer uma not&iacute;cia sobre algu&eacute;m que bebeu e se jogou de um pr&eacute;dio. Ningu&eacute;m fala que vai parar de beber s&oacute; porque leu isso no jornal. No entanto, tanto a hist&oacute;ria sobre o LSD induzir algu&eacute;m a querer ficar cego olhando pro sol ou a do tr&aacute;fico usar cad&aacute;veres pra ocultar drogas s&atilde;o mentiras. Americano chama isso de <A HREF="http://snopes.simplenet.com/">lenda urbana</A>. S&atilde;o hist&oacute;rias t&atilde;o interessantes que os caras botam em circula&ccedil;&atilde;o sem checar e depois ficam com vergonha de desmentir.&nbsp; A dos beb&ecirc;s com coca&iacute;na foi publicada pelo jornal Washington Post e pela Playboy, al&eacute;m de outros lugares, em &eacute;pocas diferentes, por volta de 85. A dos caras que ficam olhando pro Sol at&eacute; ficarem cegos, apareceu no Los Angeles Times, em 67, mas tem gente que ainda repete at&eacute; hoje, sem saber que n&atilde;o &eacute; ver&iacute;dica. A fic&ccedil;&atilde;o &eacute; mais interessante do que o fato e dura mais na mem&oacute;ria popular e como o neg&oacute;cio &eacute; falar mal de t&oacute;xico, porque n&atilde;o? Que mal faz uma mentira quando o neg&oacute;cio &eacute; convencer a juventude a n&atilde;o fazer coisas erradas, n&eacute;?&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">Mas est&aacute; ficando muito pesado este assunto, ent&atilde;o vou mudar para outro mais pr&oacute;ximo de onde eu quero chegar.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Que &eacute; .. privacidade. J&aacute; falei sobre isso antes, em outro n&uacute;mero do Barata El&eacute;trica. Mas.. estou vendo que ningu&eacute;m liga muito para isso. Vi nos jornais: "Bancos v&atilde;o condicionar tal&atilde;o de cheque a hist&oacute;rico banc&aacute;rio". Ou seja, tem cheque devolvido, pensa-se duas vezes antes at&eacute; de aceitar que o sujeito abra conta no banco. Legal. Os bancos j&aacute; cobram quase um real para que a gente veja nosso saldo, um dinheiro que &eacute; nosso, mas "eles" est&atilde;o guardando, ainda v&atilde;o fazer mais essa. Se voc&ecirc; tem um passado de inadimpl&ecirc;ncia, perdeu sua "cidadania financeira". Vai ter que fazer que nem os americandos, que tem um monte de livros sobre como fazer uma identidade falsa, para poder movimentar cheques de novo. E l&aacute; nos EUA, a coisa &eacute; pior, viu? Um cheque devolvido, um s&oacute;, e voc&ecirc; n&atilde;o pode mais alugar um apartamento no seu nome. Nunca mais. N&atilde;o interessa se a culpa n&atilde;o &eacute; sua. N&atilde;o interessa se aquela sua ex-namorada te roubou uma folha do seu tal&atilde;o e fez o cheque ser devolvido s&oacute; pra te ferrar. Ou se a culpa foi do banco, que ao cancelar o seu cart&atilde;o de cr&eacute;dito, n&atilde;o cancelou o seguro dele, tornando voc&ecirc; inadimplente quando acabou o saldo da sua conta (quase aconteceu comigo, deixei 10 Reais na conta do BB e 4 meses depois tinha 6, fui olhar e descobri isso, se tivesse fechado a conta, hoje estaria fichado no SPC, mais uma do Ourocard).&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Mas n&atilde;o foi s&oacute; isso que me preocupou. Tem gente que escreve "brincando de imaginar que o mundo pode ser perfeito e que todas as pessoas poder&atilde;o ser felizes". Pessoas que n&atilde;o param para pensar e escrevem sobre algo que n&atilde;o entendem. Como numa revista que eu costumava comprar todo m&ecirc;s, independente da minha (falta de) grana. Costumava. Essa revista come&ccedil;ou a ter uma coluna onde o cara brincava de imaginar que privacidade &eacute; uma quest&atilde;o de h&aacute;bito. Todo mundo tem direito a opini&atilde;o. A opini&atilde;o do cara &eacute; que as pessoas poderiam perfeitamente se acostumar a viver sem essa "prefer&ecirc;ncia".&nbsp; Isso para mim &eacute; muito duro de engolir. Qualquer adolescente hoje em dia sabe que, morando com os pais n&atilde;o tem privacidade. Existem at&eacute; teorias que atribuem o gosto das "gatinhas" por ficar horas e horas malhando tamb&eacute;m tem a ver com n&atilde;o passar o tempo junto da fam&iacute;lia. S&oacute; conversando com um casal de cubanos &eacute; que senti a falta de preconceito contra a vida em grupo (l&aacute; em Cuba, o casamento implica em morar com a fam&iacute;lia do noivo/noiva e o div&oacute;rcio, quando acontece l&aacute;, n&atilde;o implica em separa&ccedil;&atilde;o dessa co-habita&ccedil;&atilde;o). Ent&atilde;o tentei imaginar o que se passa na cabe&ccedil;a de algu&eacute;m que n&atilde;o acredita no valor da privacidade. Para mim &eacute; um sintoma, apenas, pode ser parte de algo maior que est&aacute; acontecendo. Comecei ent&atilde;o&nbsp; pensando na cidade onde acho q mora, j&aacute; que escreve para jornais cariocas. Rio de Janeiro.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; O Rio &eacute; uma cidade dif&iacute;cil de explicar para quem n&atilde;o mora l&aacute;. Depois que voc&ecirc; mora, continua achando incompreens&iacute;vel, mas se acostuma e n&atilde;o quer nunca mudar. Morei 4 anos l&aacute;, saudades do Rui, da Dora e de um pessoal que foi parte da minha juventude. Como &eacute; que &eacute; morar l&aacute;? Voc&ecirc; n&atilde;o sai sem documento. Ningu&eacute;m te conhece, precisa dele para entrar em tudo quanto &eacute; lugar. Tem que dar satisfa&ccedil;&atilde;o para todo mundo, se entra num pr&eacute;dio ou coisa do g&ecirc;nero. Claro que todo mundo aceita essa desconfian&ccedil;a. O carioca acredita em assalto. Pelo menos s&atilde;o as duas imagens do Rio na TV, a das mulheres exibindo seu corpo e os assaltos.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; N&atilde;o tem porque ficar insistindo numa frescura chamada "privacidade". Quanto mais voc&ecirc; se "abre", mais voc&ecirc; demonstra para a pessoa que est&aacute; junto de voc&ecirc;, que &eacute; algu&eacute;m que merece confian&ccedil;a. Pelo menos &eacute; isso que entendi quando estava l&aacute;. N&atilde;o &eacute; s&oacute; l&aacute; que vigora este tipo de comportamento. Quase todo mundo (no Brasil que eu conheci at&eacute; hoje) automaticamente desconfia quando a pessoa, por uma raz&atilde;o ou outra n&atilde;o se "abre" num bate-papo informal.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; &Eacute;, o argumento usado pelo cara chega a parecer v&aacute;lido. S&oacute; foras-dos-padr&otilde;es &eacute; que teriam raz&otilde;es para se esconder. Se voc&ecirc; paga suas contas em dia, que diferen&ccedil;a faz cair na boca do povo ou n&atilde;o?</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Com licen&ccedil;a, mas acho de uma ingenuidade incr&iacute;vel esse racioc&iacute;nio. Muitos podem&nbsp; achar o contr&aacute;rio. Lembran&ccedil;a de outros tempos . Heran&ccedil;a dos tempos da ditadura, sei l&aacute;. Sabiam que numa determinada &eacute;poca do Brasil, faz n&atilde;o muito tempo, tinha-se que preencher um cart&atilde;o com seu nome, endere&ccedil;o e RG pra visitar algu&eacute;m num pr&eacute;dio? &Eacute;, a ditadura fez uma esp&eacute;cie de lobotomia (*) no povo e as vezes parece que o pessoal acredita em qualquer besteira desse g&ecirc;nero. Principalmente porque todo mundo vai mentir e negar, se o outro n&atilde;o puder provar. Da boca pra fora, todo mundo &eacute; inocente. Pergunta em qualquer pris&atilde;o se tem algu&eacute;m que realmente &eacute; culpado. Todo mundo &eacute; inocente.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Porque esse argumento de que s&oacute; os "marginais e foras-do-esquema" &eacute; que teriam a perder com o fim da privacidade &eacute; ing&ecirc;nuo?</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Podia comentar parafraseando um ministro da justi&ccedil;a de um determinado pa&iacute;s, que disse:</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">"O crime, &agrave;s vezes, &eacute; inevit&aacute;vel"</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Sem coment&aacute;rios. Mas tudo bem, vamos esquecer essa frase. Manja vida de casado? Existe um cartum do Hagar, o B&aacute;rbaro. Ele chega de viagem, numa noite em que est&aacute; caindo neve pra caramba. Bate na porta de casa e a mulher pergunta:</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">- Quem &eacute;?&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">- Sou eu, aquele a quem voc&ecirc; vem amando e dedicando toda a sua vida, desde a adolesc&ecirc;ncia.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">- Agora &eacute; tarde. Estou casada, tenho um marido e dois filhos. V&aacute; embora.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Triste, n&eacute;? Mas a verdade &eacute; que as pessoas nunca revelam toda a verdade. "Se voc&ecirc; ouvisse o que as mulheres falam quando est&atilde;o em grupo, nunca mais deixaria a sua sozinha" (Descartes?)</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Isso da&iacute; &eacute; que &eacute; o ser humano. &Eacute; ser contradit&oacute;rio. Voc&ecirc; pode n&atilde;o saber, mas convive com a mentira, diariamente.&nbsp;&nbsp; Vide o poema famoso de Fernando Pessoa.</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="400" BGCOLOR="#FDDFFB" > <TR> <TD> <B><I>POEMA EM LINHA RETA</I></B>&nbsp; <P> <I>Nunca conheci quem tivesse levado porrada.&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Todos os meus conhecidos t&ecirc;m sido campe&otilde;es em tudo.</I>&nbsp; <P> <I>E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Indesculpavelmente sujo,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tantas vezes n&atilde;o tenho tido paci&ecirc;ncia para tomar banho,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tantas vezes tenho sido rid&iacute;culo, absurdo,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que tenho enrolado os p&eacute;s publicamente nos tapetes das etiquetas,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que tenho sofrido enxovalhos e calado,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que quando n&atilde;o tenho calado, tenho sido mais rid&iacute;culo ainda;&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tenho sido c&ocirc;mico &agrave;s criadas de hotel,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos mo&ccedil;os de fretes,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Para fora da possibilidade do soco;&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que tenho sofrido a ang&uacute;stia das pequenas coisas rid&iacute;culas,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu verifico que n&atilde;o tenho par nisto tudo neste mundo.</I>&nbsp; <P> <I>Toda a gente que eu conhe&ccedil;o e que fala comigo&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Nunca teve um ato rid&iacute;culo, nunca sofreu enxovalho,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Nunca foi sen&atilde;o pr&iacute;ncipe - todos eles pr&iacute;ncipes - na vida...</I>&nbsp; <P> <I>Quem me dera ouvir de algu&eacute;m a voz humana&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que confessasse n&atilde;o um pecado, mas uma inf&acirc;mia;&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Que contasse, n&atilde;o uma viol&ecirc;ncia, mas uma cobardia!&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>N&atilde;o, s&atilde;o todos o Ideal, se os oi&ccedil;o e me falam.&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Quem h&aacute; neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>&Oacute; pr&iacute;ncipes, meus irm&atilde;os,</I>&nbsp; <P> <I>Arre, estou farto de semideuses!&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Onde &eacute; que h&aacute; gente no mundo?</I>&nbsp; <P> <I>Ent&atilde;o sou s&oacute; eu que &eacute; vil e err&ocirc;neo nesta terra?</I>&nbsp; <P> <I>Poder&atilde;o as mulheres n&atilde;o os terem amado,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Podem ter sido tra&iacute;dos - mas rid&iacute;culos nunca!&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>E eu, que tenho sido rid&iacute;culo sem ter sido tra&iacute;do,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Eu, que venho sido vil, literalmente vil,&nbsp;</I>&nbsp; <BR> <I>Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.</I>&nbsp; <P> <I>&Aacute;lvaro de Campos</I> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#000000" > <TR> <TD> <FONT COLOR="#FFFF00">&Eacute;, esse poema &eacute; antigo, mas acredito que sempre foi assim. Acreditar que o ser humano vai mudar seria deixar de acreditar que ele continuaria humano.</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Imagine a vida n&atilde;o no Rio de Janeiro, onde a vida cultural &eacute; farta. Lugar onde tamb&eacute;m s&atilde;o filmadas as novelas e que por consequ&ecirc;ncia, molda o jeito de pensar do Brasil desde que a televis&atilde;o come&ccedil;ou a fazer sucesso. Pois &eacute;. Imagina a vida l&aacute; no interior, onde a sociedade cobra um pouco, todas as atitudes da pessoa. Todo mundo fica sabendo da vida de todo mundo. Ent&atilde;o todo mundo s&oacute; faz o que todo mundo faz. Ningu&eacute;m tem muita coragem de inovar, por medo de n&atilde;o ser aceito socialmente. N&atilde;o ser convidado para as festas.&nbsp; Aqueles que v&atilde;o contra corrente viram not&iacute;cia. "O qu&ecirc;? Fulano teve coragem?"&nbsp; E &eacute; como se aparece n&atilde;o nas p&aacute;ginas policiais, mas naquela coluna de mexericos.&nbsp; &Eacute; gente rindo pelas suas costas. &Eacute; gente que nunca teve o menor contato contigo te apontando na rua. Ent&atilde;o vira uma esp&eacute;cie de pris&atilde;o, da qual voc&ecirc; s&oacute; sai quando&nbsp; o cemit&eacute;rio chama. &Eacute; um neg&oacute;cio que vo&ecirc; poderia chamar de "m&aacute;scara social". Pra sair na rua, voc&ecirc; tem que vestir, como se fosse roupa. Com o passar dos anos, vira uma pele, que te protege de qualquer inova&ccedil;&atilde;o da qual n&atilde;o se est&aacute; preparado.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; &Eacute;, voc&ecirc; cria uma armadura para te proteger do falat&oacute;rio. Tudo para n&atilde;o virar assunto dos outros. Ningu&eacute;m inova nada.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; &Eacute;, o mundo sem privacidade j&aacute; existe. De norte a sul do pa&iacute;s, caiu na boca do povo, por um motivo qualquer, ser&aacute; lembrado por toda eternidade. Voc&ecirc; &eacute; aquilo que sempre foi. Filho de fulano de tal, fez escola com ciclano que &eacute; amigo de beltrano, que foi preso por tr&aacute;fico de drogas. Ent&atilde;o n&atilde;o pode casar com a filha do outro fulano de tal, que &eacute; uma fam&iacute;lia muito digna para um p&eacute; rapado que tem amigo com ficha na pol&iacute;cia. Isso &eacute; um exemplo, acontece todo dia. Falar que isso &eacute; retrocesso, que &eacute; coisa do passado, n&atilde;o muda o fato de que coisas aconte&ccedil;am atitudes de preconceito inexplic&aacute;vel. Acontecem.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Quando pintou a Aids, nos anos 80, acabou a figura do cabelereiro em Bras&iacute;lia, durante um tempo. As "madames" tinham medo de ir fazer o cabelo nos sal&otilde;es e contrair a doen&ccedil;a.&nbsp; Isso, numa &eacute;poca em que a "revolu&ccedil;&atilde;o sexual" estava no apogeu.&nbsp; Quando morava no Rio, conheci um cara do interior que me contou que tinha medo de se aproximar de mulheres. N&atilde;o era "gay". Apenas tinha tentado e conseguido beijar a irm&atilde; quando tinha uns 8, 9 anos. Queria saber que neg&oacute;cio era aquele que aparecia toda hora na televis&atilde;o. &Eacute; engra&ccedil;ado, as irm&atilde;s n&atilde;o queriam explicar. Ele resolveu experimentar na pr&aacute;tica. E porque ficou com o trauma? &Eacute; que a irm&atilde; que ele escolheu era meio rebordosa. 2 ou 3 doses e a cidade inteira ficou sabendo. E tirando sarro do garoto. Que n&atilde;o entendeu nada durante um bom tempo. Ficou sendo o bobo da fam&iacute;lia (**). Ali&aacute;s, acabou desistindo de entender, porque virou crente, quando chegou na adolesc&ecirc;ncia, num cursinho pr&eacute;-vestibular. Largou tudo e parece que foi pra Africa ser mission&aacute;rio.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Outra hist&oacute;ria que ouvi foi a de um sujeito que morou muito tempo fora da cidade, esqueceu como eram as coisas na terra dele. Fez amizade com um cara, sem saber que ele era o maior "gay" da par&oacute;quia. "Queimou o filme" com os amigos que tinham sobrado. Perdeu todos.</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">Talvez o fim da privacidade acabasse com esse tipo de coisa. Mas n&atilde;o acredito muito nisso. Acho dif&iacute;cil extinguirem esse servi&ccedil;o de desinforma&ccedil;&atilde;o chamado "fofoca" ou essa classe social apelidada de "panelinha". Onde todo mundo sabe de todo mundo, por falta de assunto melhor. Qualquer mulher sabe quantos defeitos podem ser achados em "outra" mulher. Voc&ecirc; duvida? Tenta ouvir "os bastidores femininos" de qualquer casamento.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Tem gente que n&atilde;o sabe, mas o excesso de informa&ccedil;&atilde;o sobre outra pessoa facilita seu controle.&nbsp; Sua manipula&ccedil;&atilde;o. Se seu chefe sabe que voc&ecirc; recebeu uma oferta melhor, ele pode te ferrar oferecendo uma promo&ccedil;&atilde;o, dentro da empresa. Suja o curr&iacute;culo, recusar uma promo&ccedil;&atilde;o.&nbsp; Resultado: voc&ecirc;, que estava saindo da empresa talvez pra mudar o ambiente,&nbsp; mudar uma s&eacute;rie de coisas, &eacute; obrigado a mudar de planos. Ent&atilde;o, aquela fofoca que n&atilde;o tem import&atilde;ncia nenhuma todo mundo ficar sabendo, j&aacute; n&atilde;o &eacute; a mesma coisa.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Na verdade, existem os jornalistas de dois tipos: os que julgam que tudo deve ser revelado, doa a quem doer e os que acreditam que alguma coisa deve ser preservada. Em outras palavras, se o sujeito conseguiu entrar no site de um banco, isso N&Atilde;O tem que ser revelado porque vai abalar a confian&ccedil;a de quem deposita l&aacute;. A&iacute; as pessoas v&atilde;o retirar o dinheiro e o tal banco j&aacute; era. &Eacute; uma opini&atilde;o.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Agora, para alguns jornalistas, isso significa n&atilde;o ter not&iacute;cia. Fica a tenta&ccedil;&atilde;o de inventar fatos. Ou explorar fatos de forma sensacionalista. Um exemplo &eacute; o caso da Jenny, uma menina que entrou pras p&aacute;ginas de jornal de todo mundo porque resolveu "vender" sua privacidade, fica com uma c&acirc;mera plugada na casa dela 24 horas por dia.&nbsp; Seria o mesmo que colocar uma parede de vidro. Rende p&aacute;gina de jornal. N&atilde;o &eacute; todo mundo que faria isso. E o caso do casal que iria perder a virgindade na Internet? Maior fraude. Um suposto casal que supostamente "virgem", ia fazer sexo on-line. H&aacute; poucas horas, li que o site est&aacute; "ca&iacute;do", que o casal n&atilde;o era "virgem" e que isso foi um golpe pra chamar a aten&ccedil;&atilde;o do mundo. &Eacute;, a vida ainda &eacute; a melhor manchete de jornal.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Mas abandonando isso, vamos pra algo mais real e menos abstrato:&nbsp; A quem interessaria ou poderia interessar hoje, que as pessoas ficassem menos preconceituosas com rela&ccedil;&atilde;o a privacidade? Vamos pensar nos bancos? Algu&eacute;m gosta de ser revistado quando entra num s&oacute; pra ver seu saldo? Eu n&atilde;o gosto. E o trabalho que d&aacute;, abrir a pasta, mochila ou sacola, para mostrar ao guarda que n&atilde;o, n&atilde;o somos assaltantes. Eu j&aacute; li uma revista de sindicato de vigia de banco. Caiu na minha m&atilde;o. "A maior reclama&ccedil;&atilde;o da classe &eacute; ter que ser respons&aacute;vel por quem entra no banco".&nbsp; Eles n&atilde;o suportam o "servi&ccedil;o sujo" de ter que aguentar as reclama&ccedil;&otilde;es de clientes. &Eacute;, eles tamb&eacute;m n&atilde;o gostam. Eu n&atilde;o duvido, ent&atilde;o, que os R.P. dos bancos n&atilde;o estejam trabalhando em cima de uma campanha publicit&aacute;ria para fazer a popula&ccedil;&atilde;o aceitar essa invas&atilde;o de privacidade ou aceitar esse insulto que &eacute;, passar pelo detector de metais. Ou talvez seja algo ainda mais "teoria de conspira&ccedil;&atilde;o" (vide filme com Mel Gibson).&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Talvez seja um sinal dos tempos, avisando que a cidade grande vai ter que se comportar como cidade do interior. Todo mundo vai ter que ter sua hist&oacute;ria de vida impressa num chip. Dispon&iacute;vel para quem quiser saber. A&iacute;, vai ser f&aacute;cil fazer contrata&ccedil;&otilde;es baseando-se em coisas como a vida da pessoa. Basta ler no chip que o sujeito tinha mania de enganar seus amigos quando era pequeno.. pronto. Pra que se arriscar contratando um sujeito desses para lidar com dinheiro? Porque n&atilde;o colocar ele na &aacute;rea de vendas? Mesmo que ele jure que quer mexer com fotografia? Sei l&aacute;. Daria uma senhora fic&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica. Mas n&atilde;o teria muito de fic&ccedil;&atilde;o. Os exemplos est&atilde;o aqui e ali. Basta procurar. Eu li num jornal do Rio que a moda entre socialites &eacute; perguntar "como nasce". Assim a "socialite" fica por dentro se a nova amiguinha da filha n&atilde;o vai roubar o marido dela. Como se isso impedisse alguma coisa.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Provavelmente, sempre usar&atilde;o o argumento de que "existem as ma&ccedil;as podres". E da&iacute;? No Rio de Janeiro, todo mundo sabe quem s&atilde;o os ladr&otilde;es. Tantas vezes foi mat&eacute;ria de jornal, fulano sendo fotografado roubando, que nem &eacute; mais not&iacute;cia. A pol&iacute;cia prende e solta, mesmo sabendo que o cara vai roubar em outra esquina. N&atilde;o &eacute; saber que o cara &eacute; ladr&atilde;o que facilita o trabalho da pol&iacute;cia. O que poderia facilitar seria um sistema jur&iacute;dico que funcionasse 24 horas, o sujeito poder dar queixa na delegacia sem perder&nbsp; o expediente no trabalho. O que poderia facilitar seria uma justi&ccedil;a que funcionasse mais r&aacute;pido, demora-se anos para um assaltante ser condenado. E lugar nas cadeias, n&atilde;o se tem lugar para os que seria presos, se o sistema funcionasse mais r&aacute;pido e mais eficiente. Usar o argumento de que o direito a privacidade e ao sigilo banc&aacute;rio facilitam o crime &eacute; coisa de quem quer tapar o sol com a peneira ou arrumar um motivo para explicar uma inefic&aacute;cia. Montes de criminosos nunca v&atilde;o para as cadeias apesar de todo mundo saber quem s&atilde;o. Ali&aacute;s, quer uma piadinha?</FONT>&nbsp; <BR> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="450" BGCOLOR="#FFFBBB" > <TR> <TD> Fizeram um concurso para avaliar as pol&iacute;cias de v&aacute;rios pa&iacute;ses. Para ser mais exato, o interesse era saber at&eacute; que ponto cada pol&iacute;cia era eficiente em descobrir os criminosos. Como avaliar isso? Reuniram o pessoal numa floresta e soltaram um coelho. Come&ccedil;ando com o FBI: <P> O agente do FBI abriu seu laptop, conectou a antena que tinha um link com um sat&eacute;lite, chamou Washington. De l&aacute; conectou com um especialista e detalhou as caracter&iacute;sticas do coelho. Depois pediu um vasculhamento via computador, que por sua vez resolveu usar um sat&eacute;lite de espionagem para vasculhar a &aacute;rea do bosque onde se encontrava o coelho. Achou o animal atr&aacute;s de uma pedra, 20 passos a esquerda de onde estava o j&uacute;ri do concurso. Tempo gasto: 10 minutos. <P> O pessoal bateu palmas e chamou o representante da Scotland Yard, que parecia o Sherlock Holmes, com aquele cachimbo. Que nem perdeu tempo, achou um pelo do coelho, levou ao microsc&oacute;pio eletr&ocirc;nico, scaneou o resultado, mandou para sede via telefone e&nbsp;pouco tempo depois recebia de volta os resultados:<BR> <UL> <LI> Conta banc&aacute;ria do coelho <LI> &Uacute;ltima namorada <LI> Endere&ccedil;o <LI> Revistas que ele assinava <LI> H&aacute;bitos </UL> <P> E juntando isso com as dedu&ccedil;&otilde;es, apontou um trecho, 9 passos dal&iacute;, uma moita, onde com certeza se acharia o roedor. Dito e feito. Estava l&aacute;. Tempo:&nbsp;8 minutos.&nbsp;Mais uma salva de palmas da comiss&atilde;o julgadora. <P> A&iacute; veio o representante do Brasil. Que tamb&eacute;m n&atilde;o perdeu tempo. Foi logo se embrenhando at&eacute; uma casinha ali perto e fez o maior barulho. A&iacute; trouxe uma vaca, toda cheia de feridas, queimaduras, etc..&nbsp;e o mais incr&iacute;vel, falando: <P> - eu sou o&nbsp;coelho, eu sou o coelho, eu sou o coelho..&nbsp; </TD> </TR> </TABLE> <P> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Pode acontecer com voc&ecirc;. </FONT> <P> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Mas, voltando ao assunto, como comentei ali em cima, os bancos e institui&ccedil;&otilde;es financeiras (AQUI NO BRASIL) parecem que v&atilde;o condicionar v&aacute;rios servi&ccedil;os ao hist&oacute;rico de seus clientes. Parece l&oacute;gico. Por&eacute;m, vasculhando a rede, descobri que existe um estudo, l&aacute; nos EUA, sobre a efic&aacute;cia de coisas como essa id&eacute;ia&nbsp; que est&atilde;o pensando em importar dos EUA, de vasculhar a vida financeira de algu&eacute;m e atrav&eacute;s dela decidir coisas at&eacute; onde essa pessoa pode ser bem atendida (em coisas como emprego, seguros, cr&eacute;dito, etc). Este estudo est&aacute; dispon&iacute;vel em <A HREF="http://www.pirg.org/consumer/credit/mistakes/index.htm">http://www.pirg.org/consumer/credit/mistakes/index.htm</A>, junto com os erros que acarreta. S&oacute; para listar alguns:</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="450" BGCOLOR="#FFFBBB" > <TR> <TD> <UL> <LI> Registro errado da informa&ccedil;&atilde;o sobre o indiv&iacute;duo, coisas como mudan&ccedil;a de endere&ccedil;o, telefone, etc, que dificulta a atualiza&ccedil;&atilde;o&nbsp; <LI> Registro errado de servi&ccedil;os ou pedidos feitos usando o cart&atilde;o de cr&eacute;dito (algu&eacute;m se lembra de cart&otilde;es que s&atilde;o enviados "por engano" a quem nunca pediu?)&nbsp; <LI> Informa&ccedil;&otilde;es erradas sobre nomes parecidos, que s&atilde;o misturadas a pessoas de outras contas, confundindo os dados sobre aquela pessoa (j&aacute; falei disso em artigos anteriores, sobre hom&ocirc;nimos, gente com nomes parecidos)&nbsp; <LI> Falta de equipamento adequado para ficar conferindo&nbsp; e/ou apagando informa&ccedil;&atilde;o obsoleta (apesar de n&atilde;o ser a mesma coisa, pensa em quantas vezes voc&ecirc; achou um link na web que teria tudo o que voc&ecirc; queria, s&oacute; que a p&aacute;gina j&aacute; estava fora do ar, pensa se isso acontece com seu hist&oacute;rico de cr&eacute;dito)&nbsp; </UL> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#000000" > <TR> <TD> <FONT COLOR="#FFFF00">A&iacute; tudo bem. Isso acontece nos EUA, um pa&iacute;s que botou o homem na Lua, baita efici&ecirc;ncia tecnol&oacute;gica. Anos de experi&ecirc;ncia em coisas como cart&atilde;o de cr&eacute;dito, computadores, etc. E ainda assim esses erros acontecem. Erros s&eacute;rios. &Eacute; como chamam l&aacute; as pessoas que s&atilde;o colocadas na lista negra, por conta de compras erradamente colocadas na conta de outra pessoa (ou mesmo compras que nunca foram feitas). As estat&iacute;sticas foram as seguintes:</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="450" BGCOLOR="#FFFBBB" > <TR> <TD> <UL> <LI> 70% dos relat&oacute;rios de cr&eacute;dito tinham algum tipo de erro qualquer&nbsp; <LI> 41% do total da pesquisa tinha informa&ccedil;&atilde;o pessoal (nome, endere&ccedil;o, fone, idade) desatualizada, de pessoa diferente ou simplesmente incorreta&nbsp; <LI> 33% tinham endere&ccedil;os que estavam desatualizados, errados ou mal escritos&nbsp; <LI> 19% dos relat&oacute;rios (de cr&eacute;dito) detalhando o uso que estava sendo feito do cart&atilde;o continham contas que eram claramente incompreens&iacute;veis ou n&atilde;o pertenciam ao consumidor.&nbsp; <LI> 13% estavam incorretamente listadas como inadimplentes ou "lista negra"&nbsp; <LI> 5% continham nomes incorretamente escritos ou confundidos com outros&nbsp; <LI> 5% tinham datas de nascimento incorretas&nbsp; <LI> Algumas pessoas apareceram como empregados de gente para quem nunca tinham trabalhado&nbsp; <LI> Uma mulher apareceu com 3 listagens diferentes para o cart&atilde;o (uma falava que ela era "lista negra", outra falava que n&atilde;o, etc)&nbsp; </UL> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp; <TABLE BORDER=0 CELLSPACING=20 CELLPADDING=2 WIDTH="620" BGCOLOR="#000000" > <TR> <TD> <FONT COLOR="#FFFF00">Mas o mais interessante &eacute; a dificuldade para se entender a listagem. Em 45% dos casos, o consumidor n&atilde;o entendia o que a listagem do seu uso do cart&atilde;o de cr&eacute;dito dizia. Isso &eacute; que &eacute; precis&atilde;o com o dinheiro dos outros. Realmente, n&atilde;o &eacute; preciso se preocupar com a privacidade. J&aacute; que o sistema vai engolir informa&ccedil;&atilde;o errada, qual o problema? O problema &eacute; que essa informa&ccedil;&atilde;o errada n&atilde;o vai permitir em alguns casos, que a pessoa alugue uma casa, em outros casos pode dificultar o acesso ao cheque especial, ou atrapalhar a busca de um emprego numa posi&ccedil;&atilde;o de responsabilidade (ex: aqui no Brasil, quem tem ficha negativa no Servi&ccedil;o de Prote&ccedil;&atilde;o ao Cr&eacute;dito n&atilde;o pode exercer cargo p&uacute;blico). Sem falar no crime de roubo de identidade, que l&aacute; &eacute; muito comum, o ladr&atilde;o rouba os dados de outra pessoa e usa para fazer credi&aacute;rios, conta em banco, depois o sujeito verdadeiro tem que esclarecer toda a hist&oacute;ria. Toda uma vida dentro da lei, todo um esfor&ccedil;o para n&atilde;o ficar devendo nada a ningu&eacute;m e um cara an&ocirc;nimamente simplesmente ferra tudo. Hacker? N&atilde;o. Aqui no Brasil isso tamb&eacute;m acontece. A pessoa coloca um an&uacute;ncio oferecendo emprego, um imbecil manda o C.V. com dados tipo CPF, RG e pronto. N&atilde;o precisa ter computador envolvido nessa hist&oacute;ria. Como n&atilde;o vende jornal esse tipo de not&iacute;cia, ningu&eacute;m fica sabendo. N&atilde;o sei se pesa o fato de que empresas de cart&atilde;o de cr&eacute;dito serem grandes anunciantes. E sempre mandam propaganda pelo correio. Nenhuma falando desses problemas. Mas tamb&eacute;m, todo mundo sorri em comercial de cigarro. Ningu&eacute;m tosse at&eacute; morrer. Ningu&eacute;m olha pro pr&oacute;prio saldo e fala que vai reclamar no Procom. Todos s&atilde;o felizes. Voltando ao assunto..&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Pois &eacute;, nos EUA, eles tem esses problemas em armazenar informa&ccedil;&otilde;es sobre as pessoas. Informa&ccedil;&otilde;es vitais (para eles, j&aacute; que sem cr&eacute;dito ningu&eacute;m vive) s&atilde;o embaralhadas de vez em quando. E talvez o mesmo esquema seja implantado aqui. Provavelmente os erros de l&aacute; v&atilde;o acontecer aqui tamb&eacute;m. As pessoas v&atilde;o continuar falando que "minha vida &eacute; um livro aberto", "n&atilde;o devo nada a ningu&eacute;m", etc e v&atilde;o ficar tentando conseguir uma linha para reclamar em algum servi&ccedil;o de cr&eacute;dito qualquer que "o sistema &eacute; muito bom, mas no meu caso, voc&ecirc;s erraram" . Os presos nas cadeias n&atilde;o fazem rebeli&atilde;o tamb&eacute;m porque a justi&ccedil;a n&atilde;o avalia seus processos (coisa que em v&aacute;rios casos significaria liberdade condicional ou mesmo imediata). Ouvi falar que tem gente que &eacute; esquecida na cadeia. Uma amiga minha (ela nunca explicou isso direito) teve que ir no tribunal provar que n&atilde;o era culpada de assassinato em 1o Grau porque simplesmente n&atilde;o conhecia a v&iacute;tima. Teve um cara que foi preso duas vezes e passou 55 dias preso apenas porque&nbsp; assaltante que levou seus documentos foi preso e condenado usando a sua identidade.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; A revista 2600 (edi&ccedil;&atilde;o Summer 98) tem um artigo que espero ser fic&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica: o Projeto Lucid. Trata-se de uma rede de computadores projetada para complementar e implementar o sistema de justi&ccedil;a internacional. Todos os bancos de dados interconectados. Tudo, desde telefone, at&eacute; cart&otilde;es de cr&eacute;dito, etc.. tudo junto. Espero s&oacute; que n&atilde;o funcione com Win95.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; Parece besteira, escrever um artigo t&atilde;o grande assim, por uma coisa que parece t&atilde;o pequena. Exatamente porque as pessoas n&atilde;o d&atilde;o import&atilde;ncia. Ningu&eacute;m sabe explicar direito porque privacidade &eacute; algo importante. Como era dif&iacute;cil, faz alguns anos, entender que o consumidor podia devolver a mercadoria e receber o dinheiro de volta, se n&atilde;o estivesse satisfeito. N&atilde;o &eacute; nenhum "favor" da loja. Os &uacute;nicos artigos que est&atilde;o aparecendo nos jornais sobre privacidade englobam principalmente o medo de "hackers". Como se um hacker tivesse tempo de ficar se divertindo vasculhando a vida alheia. Aqueles que "choram" porque alguem "escutou" sua conversa reservada numa sala de chat tem espa&ccedil;o garantido nos &oacute;rg&atilde;os de informa&ccedil;&atilde;o, quando na verdade j&aacute; deviam saber desde pequenas que n&atilde;o deveriam partilhar sua vida com estranhos. Fiquei muito impressionado com um chef&atilde;o da Pol&iacute;cia Federal que teve seu fone grampeado. Eu mesmo procuro n&atilde;o dizer no telefone nada que eu n&atilde;o diria na TV. Isso &eacute; uma regra t&atilde;o simples. Mas &oacute;bvio, tem gente que entra na Internet para zoar e hoje isso est&aacute; muito f&aacute;cil. Ao facilitar o acesso da rede ao cidad&atilde;o comum (e tamb&eacute;m ao "bandido comum"), Microsoft criou uma legi&atilde;o de usu&aacute;rios que podem "entrar" nos micros uns dos outros, basta saber o caminho das pedras.&nbsp; A Internet ficou algo mais noticioso do que sexo e as pessoas ficam chateadas porque batem com a cara na parede. A&iacute;, acham que o governo deveria ser r&iacute;gido com isso e aquilo quando na verdade, "n&atilde;o usam camisinha" ou melhor dizendo, n&atilde;o tomam precau&ccedil;&otilde;es para se resguardar, mergulham de cabe&ccedil;a e depois querem resolver "por decreto" seus fracassos em lidar com a tecnologia. E esquecem talvez a li&ccedil;&atilde;o mais importante, com rela&ccedil;&atilde;o a privacidade, a vida, com rela&ccedil;&atilde;o a muita coisa:&nbsp; "O pre&ccedil;o da liberdade, &eacute; a eterna vigil&atilde;ncia".</FONT>&nbsp; <P> <FONT COLOR="#FFFF00">(*) Lobotomia, para quem n&atilde;o sabe, era uma opera&ccedil;&atilde;o muito na moda nos anos 50, parece que foi inventada por um portugu&ecirc;s de fam&iacute;lia nobre, de nome Moniz (li em algum lugar). Ganhou o pr&ecirc;mio Nobel com isso. Era a "cura" cir&uacute;rgica da loucura, atrav&eacute;s da destrui&ccedil;&atilde;o de um peda&ccedil;o do c&eacute;rebro que lida com os sentimentos. Tinha uns efeitos colaterais, como o fato de tornar o sujeito um completo imbecil, incapaz de atravessar uma rua sem se matar ou reagir a uma surra, etc.. mais tarde descobriu-se que h&aacute; drogas pesadas que poderiam ter o mesmo efeito, sem o perigo de matar o cara numa opera&ccedil;&atilde;o dessas. O que &eacute; a tecnologia.. hoje, basta comprar uma TV e pronto.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">(**) O famoso humorista Bar&atilde;o de Itarar&eacute; tinha uma piada: "toda fam&iacute;lia tem um bobo. coitado daquele que &eacute; o filho &uacute;nico".</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp;

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uma opera&ccedil;&atilde;o dessas. O que &eacute; a tecnologia.. hoje, basta comprar uma TV e pronto.&nbsp;</FONT>&nbsp; <BR> <FONT COLOR="#FFFF00">(**) O famoso humorista Bar&atilde;o de Itarar&eacute; tinha uma piada: "toda fam&iacute;lia tem um bobo. coitado daquele que &eacute; o filho &uacute;nico".</FONT> </TD> </TR> </TABLE> <P> &nbsp;

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Porque ele tem coragem, as vezes, de ter uma opinião contrária? Porque ele é uma estrela de TV. Ele é importante. Ele é dono de um horário com sei lá quantos mil espectadores. Ele pode se dar ao luxo de pensar diferente. Porque não tem que ouvir as vozes chamando ele de imbecil. Televisão é só pra gente ver e escutar e não pra falar. Pra falar, tem o disque 900, por enquanto. Mas esse daí, é uma opinião que você paga para ser ouvida. Pensa bem: pra se fazer ouvir numa rodinha, você pode falar mais alto, cutucar o colega, fazer cara feia, bater na mesa, vão acabar te ouvindo. Agora, pra fazer diferença sua opinião num disque 900 você tem que desembolsar uma grana.

E qual é a opinião que sobra? A opinião de um monte de gente que tinha em casa televisão, telefone e dinheiro pra se fazer ouvir. E o resultado final? É realmente "aquilo que você decidiu"? Não é. O computador dá defeito, não dá? O Win 95 trava de vez em quando, não trava? Como é que o software que faz as contagens também não funciona ou para de funcionar? Além disso, as linhas ficam congestionadas. Se a pergunta que aparece na TV é válida pra toda uma região, como garantir que haja linha pra todo mundo? Depois das oito horas, conseguir um interurbano para algum lugar é sorte.. Isso daí é só pra pensar um pouco e aprender a duvida daquilo que aparece na TV.

E as revistas? Será que você acredita nelas? Believe me, não são muito diferentes. O editor da revista manda o repórter escrever uma porcaria qualquer que alcance um determinado público. Falo porcaria porque normalmente os textos são o suficiente para transmitir determinada informação, mas curtos o bastante para o sujeito não largar antes do final. O texto compete com imagens. Duas páginas então não podem ser só de texto. Tém que ter imagens. E tem as propagandas e as mini-propagandas. Já experimentaram algum dia rasgar fora todas as páginas que tem propaganda dos dois lados, como emagrece determinadas revistas?

Mas voltando ao lance de opinião, o que eu queria colocar é algo mais profundo: sua opinião, que pode ser manipulada por questões de marketing (da privacidade falo depois). Um anunciante pode fazer algo que se chama de campanha publicitária. Veja o caso da viadagem (ou usando um termo politicamente mais correto e erudito, o caso do homossexualismo). Do ponto de vista comercial, o homossexualismo é um grande negócio. Enorme (ou Enoooorme, desculpa a piada, não resisti). Esse público não gasta grana com creche, escola para os filhos ou coisas do gênero. Mas vai gastar com discos, viagens, roupas, motel, boite, etc.. fica interessante então que a imprensa não seja preconceituosa, porque tem anunciante disposto a investir no mercado homossexual. E se tem anunciante pagando para aparecer anúncio de coisas relativas ao mundo gay, tem que aparecer gente falando que é algo culturalmente muito rico, que fulano, ciclano, beltrano eram chegados. Então, o cidadão comum não se revolta em ver um sujeito vestido de rosa andando de mão junta no parque. Não, ele até se acha culto, porque está admitindo que dois homens façam o que bem entenderem entre quatro paredes.

Campanha contra as drogas, por exemplo, vocês já notaram a quantidade de coisas que já se falou de quem usa drogas? Não se fala mal das crianças que ficam assistindo sessão da tarde, evitam tocar no assunto do alcolismo. Mas sem querer fazer apologia, algumas das maiores besteiras já publicadas foi sobre esse assunto. Já houve reportagens falando que toxico causavam impotência, câncer, tudo quanto é coisa, no entanto o que mais mata são as mortes por cigarro comum. Bebida também é uma das maiores causas de acidentes nas estradas. Inventam umas histórias fantásticas sobre LSD (se você tomar, corre o risco de ficar olhando para o Sol até ficar cego, durante uma viagem) ou tráfico de drogas (traficantes usam cadáver de bebê como método para contrabandear cocaína sem a alfândega perceber). São histórias divertidas de se ler, porque impressionam.

Geram discussão, coisa que não acontece se aparecer uma notícia sobre alguém que bebeu e se jogou de um prédio. Ninguém fala que vai parar de beber só porque leu isso no jornal. No entanto, tanto a história sobre o LSD induzir alguém a querer ficar cego olhando pro sol ou a do tráfico usar cadáveres pra ocultar drogas são mentiras. Americano chama isso de lenda urbana. São histórias tão interessantes que os caras botam em circulação sem checar e depois ficam com vergonha de desmentir. A dos bebês com cocaína foi publicada pelo jornal Washington Post e pela Playboy, além de outros lugares, em épocas diferentes, por volta de 85. A dos caras que ficam olhando pro Sol até ficarem cegos, apareceu no Los Angeles Times, em 67, mas tem gente que ainda repete até hoje, sem saber que não é verídica. A ficção é mais interessante do que o fato e dura mais na memória popular e como o negócio é falar mal de tóxico, porque não? Que mal faz uma mentira quando o negócio é convencer a juventude a não fazer coisas erradas, né?

Mas está ficando muito pesado este assunto, então vou mudar para outro mais próximo de onde eu quero chegar.

Que é .. privacidade. Já falei sobre isso antes, em outro número do Barata Elétrica. Mas.. estou vendo que ninguém liga muito para isso. Vi nos jornais: "Bancos vão condicionar talão de cheque a histórico bancário". Ou seja, tem cheque devolvido, pensa-se duas vezes antes até de aceitar que o sujeito abra conta no banco. Legal. Os bancos já cobram quase um real para que a gente veja nosso saldo, um dinheiro que é nosso, mas "eles" estão guardando, ainda vão fazer mais essa. Se você tem um passado de inadimplência, perdeu sua "cidadania financeira". Vai ter que fazer que nem os americandos, que tem um monte de livros sobre como fazer uma identidade falsa, para poder movimentar cheques de novo. E lá nos EUA, a coisa é pior, viu? Um cheque devolvido, um só, e você não pode mais alugar um apartamento no seu nome. Nunca mais. Não interessa se a culpa não é sua. Não interessa se aquela sua ex-namorada te roubou uma folha do seu talão e fez o cheque ser devolvido só pra te ferrar. Ou se a culpa foi do banco, que ao cancelar o seu cartão de crédito, não cancelou o seguro dele, tornando você inadimplente quando acabou o saldo da sua conta (quase aconteceu comigo, deixei 10 Reais na conta do BB e 4 meses depois tinha 6, fui olhar e descobri isso, se tivesse fechado a conta, hoje estaria fichado no SPC, mais uma do Ourocard).

Mas não foi só isso que me preocupou. Tem gente que escreve "brincando de imaginar que o mundo pode ser perfeito e que todas as pessoas poderão ser felizes". Pessoas que não param para pensar e escrevem sobre algo que não entendem. Como numa revista que eu costumava comprar todo mês, independente da minha (falta de) grana. Costumava. Essa revista começou a ter uma coluna onde o cara brincava de imaginar que privacidade é uma questão de hábito. Todo mundo tem direito a opinião. A opinião do cara é que as pessoas poderiam perfeitamente se acostumar a viver sem essa "preferência". Isso para mim é muito duro de engolir. Qualquer adolescente hoje em dia sabe que, morando com os pais não tem privacidade. Existem até teorias que atribuem o gosto das "gatinhas" por ficar horas e horas malhando também tem a ver com não passar o tempo junto da família. Só conversando com um casal de cubanos é que senti a falta de preconceito contra a vida em grupo (lá em Cuba, o casamento implica em morar com a família do noivo/noiva e o divórcio, quando acontece lá, não implica em separação dessa co-habitação). Então tentei imaginar o que se passa na cabeça de alguém que não acredita no valor da privacidade. Para mim é um sintoma, apenas, pode ser parte de algo maior que está acontecendo. Comecei então pensando na cidade onde acho q mora, já que escreve para jornais cariocas. Rio de Janeiro.

O Rio é uma cidade difícil de explicar para quem não mora lá. Depois que você mora, continua achando incompreensível, mas se acostuma e não quer nunca mudar. Morei 4 anos lá, saudades do Rui, da Dora e de um pessoal que foi parte da minha juventude. Como é que é morar lá? Você não sai sem documento. Ninguém te conhece, precisa dele para entrar em tudo quanto é lugar. Tem que dar satisfação para todo mundo, se entra num prédio ou coisa do gênero. Claro que todo mundo aceita essa desconfiança. O carioca acredita em assalto. Pelo menos são as duas imagens do Rio na TV, a das mulheres exibindo seu corpo e os assaltos.

Não tem porque ficar insistindo numa frescura chamada "privacidade". Quanto mais você se "abre", mais você demonstra para a pessoa que está junto de você, que é alguém que merece confiança. Pelo menos é isso que entendi quando estava lá. Não é só lá que vigora este tipo de comportamento. Quase todo mundo (no Brasil que eu conheci até hoje) automaticamente desconfia quando a pessoa, por uma razão ou outra não se "abre" num bate-papo informal.

É, o argumento usado pelo cara chega a parecer válido. Só foras-dos-padrões é que teriam razões para se esconder. Se você paga suas contas em dia, que diferença faz cair na boca do povo ou não?

Com licença, mas acho de uma ingenuidade incrível esse raciocínio. Muitos podem achar o contrário. Lembrança de outros tempos . Herança dos tempos da ditadura, sei lá. Sabiam que numa determinada época do Brasil, faz não muito tempo, tinha-se que preencher um cartão com seu nome, endereço e RG pra visitar alguém num prédio? É, a ditadura fez uma espécie de lobotomia (*) no povo e as vezes parece que o pessoal acredita em qualquer besteira desse gênero. Principalmente porque todo mundo vai mentir e negar, se o outro não puder provar. Da boca pra fora, todo mundo é inocente. Pergunta em qualquer prisão se tem alguém que realmente é culpado. Todo mundo é inocente.

Porque esse argumento de que só os "marginais e foras-do-esquema" é que teriam a perder com o fim da privacidade é ingênuo?

Podia comentar parafraseando um ministro da justiça de um determinado país, que disse:

"O crime, às vezes, é inevitável"

Sem comentários. Mas tudo bem, vamos esquecer essa frase. Manja vida de casado? Existe um cartum do Hagar, o Bárbaro. Ele chega de viagem, numa noite em que está caindo neve pra caramba. Bate na porta de casa e a mulher pergunta:

- Quem é?

- Sou eu, aquele a quem você vem amando e dedicando toda a sua vida, desde a adolescência.

- Agora é tarde. Estou casada, tenho um marido e dois filhos. Vá embora.

Triste, né? Mas a verdade é que as pessoas nunca revelam toda a verdade. "Se você ouvisse o que as mulheres falam quando estão em grupo, nunca mais deixaria a sua sozinha" (Descartes?)

Isso daí é que é o ser humano. É ser contraditório. Você pode não saber, mas convive com a mentira, diariamente. Vide o poema famoso de Fernando Pessoa.

POEMA EM LINHA RETA

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.

Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,

Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,

Indesculpavelmente sujo,

Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,

Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,

Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,

Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,

Que tenho sofrido enxovalhos e calado,

Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;

Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,

Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,

Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,

Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado

Para fora da possibilidade do soco;

Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,

Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo

Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,

Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana

Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;

Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!

Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.

Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?

Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!

Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,

Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!

E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,

Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?

Eu, que venho sido vil, literalmente vil,

Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Álvaro de Campos

É, esse poema é antigo, mas acredito que sempre foi assim. Acreditar que o ser humano vai mudar seria deixar de acreditar que ele continuaria humano.

Imagine a vida não no Rio de Janeiro, onde a vida cultural é farta. Lugar onde também são filmadas as novelas e que por consequência, molda o jeito de pensar do Brasil desde que a televisão começou a fazer sucesso. Pois é. Imagina a vida lá no interior, onde a sociedade cobra um pouco, todas as atitudes da pessoa. Todo mundo fica sabendo da vida de todo mundo. Então todo mundo só faz o que todo mundo faz. Ninguém tem muita coragem de inovar, por medo de não ser aceito socialmente. Não ser convidado para as festas. Aqueles que vão contra corrente viram notícia. "O quê? Fulano teve coragem?" E é como se aparece não nas páginas policiais, mas naquela coluna de mexericos. É gente rindo pelas suas costas. É gente que nunca teve o menor contato contigo te apontando na rua. Então vira uma espécie de prisão, da qual você só sai quando o cemitério chama. É um negócio que voê poderia chamar de "máscara social". Pra sair na rua, você tem que vestir, como se fosse roupa. Com o passar dos anos, vira uma pele, que te protege de qualquer inovação da qual não se está preparado.

É, você cria uma armadura para te proteger do falatório. Tudo para não virar assunto dos outros. Ninguém inova nada.

É, o mundo sem privacidade já existe. De norte a sul do país, caiu na boca do povo, por um motivo qualquer, será lembrado por toda eternidade. Você é aquilo que sempre foi. Filho de fulano de tal, fez escola com ciclano que é amigo de beltrano, que foi preso por tráfico de drogas. Então não pode casar com a filha do outro fulano de tal, que é uma família muito digna para um pé rapado que tem amigo com ficha na polícia. Isso é um exemplo, acontece todo dia. Falar que isso é retrocesso, que é coisa do passado, não muda o fato de que coisas aconteçam atitudes de preconceito inexplicável. Acontecem.

Quando pintou a Aids, nos anos 80, acabou a figura do cabelereiro em Brasília, durante um tempo. As "madames" tinham medo de ir fazer o cabelo nos salões e contrair a doença. Isso, numa época em que a "revolução sexual" estava no apogeu. Quando morava no Rio, conheci um cara do interior que me contou que tinha medo de se aproximar de mulheres. Não era "gay". Apenas tinha tentado e conseguido beijar a irmã quando tinha uns 8, 9 anos. Queria saber que negócio era aquele que aparecia toda hora na televisão. É engraçado, as irmãs não queriam explicar. Ele resolveu experimentar na prática. E porque ficou com o trauma? É que a irmã que ele escolheu era meio rebordosa. 2 ou 3 doses e a cidade inteira ficou sabendo. E tirando sarro do garoto. Que não entendeu nada durante um bom tempo. Ficou sendo o bobo da família (**). Aliás, acabou desistindo de entender, porque virou crente, quando chegou na adolescência, num cursinho pré-vestibular. Largou tudo e parece que foi pra Africa ser missionário.

Outra história que ouvi foi a de um sujeito que morou muito tempo fora da cidade, esqueceu como eram as coisas na terra dele. Fez amizade com um cara, sem saber que ele era o maior "gay" da paróquia. "Queimou o filme" com os amigos que tinham sobrado. Perdeu todos.

Talvez o fim da privacidade acabasse com esse tipo de coisa. Mas não acredito muito nisso. Acho difícil extinguirem esse serviço de desinformação chamado "fofoca" ou essa classe social apelidada de "panelinha". Onde todo mundo sabe de todo mundo, por falta de assunto melhor. Qualquer mulher sabe quantos defeitos podem ser achados em "outra" mulher. Você duvida? Tenta ouvir "os bastidores femininos" de qualquer casamento.

Tem gente que não sabe, mas o excesso de informação sobre outra pessoa facilita seu controle. Sua manipulação. Se seu chefe sabe que você recebeu uma oferta melhor, ele pode te ferrar oferecendo uma promoção, dentro da empresa. Suja o currículo, recusar uma promoção. Resultado: você, que estava saindo da empresa talvez pra mudar o ambiente, mudar uma série de coisas, é obrigado a mudar de planos. Então, aquela fofoca que não tem importãncia nenhuma todo mundo ficar sabendo, já não é a mesma coisa.

Na verdade, existem os jornalistas de dois tipos: os que julgam que tudo deve ser revelado, doa a quem doer e os que acreditam que alguma coisa deve ser preservada. Em outras palavras, se o sujeito conseguiu entrar no site de um banco, isso NÃO tem que ser revelado porque vai abalar a confiança de quem deposita lá. Aí as pessoas vão retirar o dinheiro e o tal banco já era. É uma opinião.

Agora, para alguns jornalistas, isso significa não ter notícia. Fica a tentação de inventar fatos. Ou explorar fatos de forma sensacionalista. Um exemplo é o caso da Jenny, uma menina que entrou pras páginas de jornal de todo mundo porque resolveu "vender" sua privacidade, fica com uma câmera plugada na casa dela 24 horas por dia. Seria o mesmo que colocar uma parede de vidro. Rende página de jornal. Não é todo mundo que faria isso. E o caso do casal que iria perder a virgindade na Internet? Maior fraude. Um suposto casal que supostamente "virgem", ia fazer sexo on-line. Há poucas horas, li que o site está "caído", que o casal não era "virgem" e que isso foi um golpe pra chamar a atenção do mundo. É, a vida ainda é a melhor manchete de jornal.

Mas abandonando isso, vamos pra algo mais real e menos abstrato: A quem interessaria ou poderia interessar hoje, que as pessoas ficassem menos preconceituosas com relação a privacidade? Vamos pensar nos bancos? Alguém gosta de ser revistado quando entra num só pra ver seu saldo? Eu não gosto. E o trabalho que dá, abrir a pasta, mochila ou sacola, para mostrar ao guarda que não, não somos assaltantes. Eu já li uma revista de sindicato de vigia de banco. Caiu na minha mão. "A maior reclamação da classe é ter que ser responsável por quem entra no banco". Eles não suportam o "serviço sujo" de ter que aguentar as reclamações de clientes. É, eles também não gostam. Eu não duvido, então, que os R.P. dos bancos não estejam trabalhando em cima de uma campanha publicitária para fazer a população aceitar essa invasão de privacidade ou aceitar esse insulto que é, passar pelo detector de metais. Ou talvez seja algo ainda mais "teoria de conspiração" (vide filme com Mel Gibson).

Talvez seja um sinal dos tempos, avisando que a cidade grande vai ter que se comportar como cidade do interior. Todo mundo vai ter que ter sua história de vida impressa num chip. Disponível para quem quiser saber. Aí, vai ser fácil fazer contratações baseando-se em coisas como a vida da pessoa. Basta ler no chip que o sujeito tinha mania de enganar seus amigos quando era pequeno.. pronto. Pra que se arriscar contratando um sujeito desses para lidar com dinheiro? Porque não colocar ele na área de vendas? Mesmo que ele jure que quer mexer com fotografia? Sei lá. Daria uma senhora ficção científica. Mas não teria muito de ficção. Os exemplos estão aqui e ali. Basta procurar. Eu li num jornal do Rio que a moda entre socialites é perguntar "como nasce". Assim a "socialite" fica por dentro se a nova amiguinha da filha não vai roubar o marido dela. Como se isso impedisse alguma coisa.

Provavelmente, sempre usarão o argumento de que "existem as maças podres". E daí? No Rio de Janeiro, todo mundo sabe quem são os ladrões. Tantas vezes foi matéria de jornal, fulano sendo fotografado roubando, que nem é mais notícia. A polícia prende e solta, mesmo sabendo que o cara vai roubar em outra esquina. Não é saber que o cara é ladrão que facilita o trabalho da polícia. O que poderia facilitar seria um sistema jurídico que funcionasse 24 horas, o sujeito poder dar queixa na delegacia sem perder o expediente no trabalho. O que poderia facilitar seria uma justiça que funcionasse mais rápido, demora-se anos para um assaltante ser condenado. E lugar nas cadeias, não se tem lugar para os que seria presos, se o sistema funcionasse mais rápido e mais eficiente. Usar o argumento de que o direito a privacidade e ao sigilo bancário facilitam o crime é coisa de quem quer tapar o sol com a peneira ou arrumar um motivo para explicar uma ineficácia. Montes de criminosos nunca vão para as cadeias apesar de todo mundo saber quem são. Aliás, quer uma piadinha?

Fizeram um concurso para avaliar as polícias de vários países. Para ser mais exato, o interesse era saber até que ponto cada polícia era eficiente em descobrir os criminosos. Como avaliar isso? Reuniram o pessoal numa floresta e soltaram um coelho. Começando com o FBI:

O agente do FBI abriu seu laptop, conectou a antena que tinha um link com um satélite, chamou Washington. De lá conectou com um especialista e detalhou as características do coelho. Depois pediu um vasculhamento via computador, que por sua vez resolveu usar um satélite de espionagem para vasculhar a área do bosque onde se encontrava o coelho. Achou o animal atrás de uma pedra, 20 passos a esquerda de onde estava o júri do concurso. Tempo gasto: 10 minutos.

O pessoal bateu palmas e chamou o representante da Scotland Yard, que parecia o Sherlock Holmes, com aquele cachimbo. Que nem perdeu tempo, achou um pelo do coelho, levou ao microscópio eletrônico, scaneou o resultado, mandou para sede via telefone e pouco tempo depois recebia de volta os resultados:

Conta bancária do coelho

Última namorada

Endereço

Revistas que ele assinava

Hábitos

E juntando isso com as deduções, apontou um trecho, 9 passos dalí, uma moita, onde com certeza se acharia o roedor. Dito e feito. Estava lá. Tempo: 8 minutos. Mais uma salva de palmas da comissão julgadora.

Aí veio o representante do Brasil. Que também não perdeu tempo. Foi logo se embrenhando até uma casinha ali perto e fez o maior barulho. Aí trouxe uma vaca, toda cheia de feridas, queimaduras, etc.. e o mais incrível, falando:

- eu sou o coelho, eu sou o coelho, eu sou o coelho..

Pode acontecer com você.

Mas, voltando ao assunto, como comentei ali em cima, os bancos e instituições financeiras (AQUI NO BRASIL) parecem que vão condicionar vários serviços ao histórico de seus clientes. Parece lógico. Porém, vasculhando a rede, descobri que existe um estudo, lá nos EUA, sobre a eficácia de coisas como essa idéia que estão pensando em importar dos EUA, de vasculhar a vida financeira de alguém e através dela decidir coisas até onde essa pessoa pode ser bem atendida (em coisas como emprego, seguros, crédito, etc). Este estudo está disponível em http://www.pirg.org/consumer/credit/mistakes/index.htm, junto com os erros que acarreta. Só para listar alguns:

Registro errado da informação sobre o indivíduo, coisas como mudança de endereço, telefone, etc, que dificulta a atualização

Registro errado de serviços ou pedidos feitos usando o cartão de crédito (alguém se lembra de cartões que são enviados "por engano" a quem nunca pediu?)

Informações erradas sobre nomes parecidos, que são misturadas a pessoas de outras contas, confundindo os dados sobre aquela pessoa (já falei disso em artigos anteriores, sobre homônimos, gente com nomes parecidos)

Falta de equipamento adequado para ficar conferindo e/ou apagando informação obsoleta (apesar de não ser a mesma coisa, pensa em quantas vezes você achou um link na web que teria tudo o que você queria, só que a página já estava fora do ar, pensa se isso acontece com seu histórico de crédito)

Aí tudo bem. Isso acontece nos EUA, um país que botou o homem na Lua, baita eficiência tecnológica. Anos de experiência em coisas como cartão de crédito, computadores, etc. E ainda assim esses erros acontecem. Erros sérios. É como chamam lá as pessoas que são colocadas na lista negra, por conta de compras erradamente colocadas na conta de outra pessoa (ou mesmo compras que nunca foram feitas). As estatísticas foram as seguintes:

70% dos relatórios de crédito tinham algum tipo de erro qualquer

41% do total da pesquisa tinha informação pessoal (nome, endereço, fone, idade) desatualizada, de pessoa diferente ou simplesmente incorreta

33% tinham endereços que estavam desatualizados, errados ou mal escritos

19% dos relatórios (de crédito) detalhando o uso que estava sendo feito do cartão continham contas que eram claramente incompreensíveis ou não pertenciam ao consumidor.

13% estavam incorretamente listadas como inadimplentes ou "lista negra"

5% continham nomes incorretamente escritos ou confundidos com outros

5% tinham datas de nascimento incorretas

Algumas pessoas apareceram como empregados de gente para quem nunca tinham trabalhado

Uma mulher apareceu com 3 listagens diferentes para o cartão (uma falava que ela era "lista negra", outra falava que não, etc)

Mas o mais interessante é a dificuldade para se entender a listagem. Em 45% dos casos, o consumidor não entendia o que a listagem do seu uso do cartão de crédito dizia. Isso é que é precisão com o dinheiro dos outros. Realmente, não é preciso se preocupar com a privacidade. Já que o sistema vai engolir informação errada, qual o problema? O problema é que essa informação errada não vai permitir em alguns casos, que a pessoa alugue uma casa, em outros casos pode dificultar o acesso ao cheque especial, ou atrapalhar a busca de um emprego numa posição de responsabilidade (ex: aqui no Brasil, quem tem ficha negativa no Serviço de Proteção ao Crédito não pode exercer cargo público). Sem falar no crime de roubo de identidade, que lá é muito comum, o ladrão rouba os dados de outra pessoa e usa para fazer crediários, conta em banco, depois o sujeito verdadeiro tem que esclarecer toda a história. Toda uma vida dentro da lei, todo um esforço para não ficar devendo nada a ninguém e um cara anônimamente simplesmente ferra tudo. Hacker? Não. Aqui no Brasil isso também acontece. A pessoa coloca um anúncio oferecendo emprego, um imbecil manda o C.V. com dados tipo CPF, RG e pronto. Não precisa ter computador envolvido nessa história. Como não vende jornal esse tipo de notícia, ninguém fica sabendo. Não sei se pesa o fato de que empresas de cartão de crédito serem grandes anunciantes. E sempre mandam propaganda pelo correio. Nenhuma falando desses problemas. Mas também, todo mundo sorri em comercial de cigarro. Ninguém tosse até morrer. Ninguém olha pro próprio saldo e fala que vai reclamar no Procom. Todos são felizes. Voltando ao assunto..

Pois é, nos EUA, eles tem esses problemas em armazenar informações sobre as pessoas. Informações vitais (para eles, já que sem crédito ninguém vive) são embaralhadas de vez em quando. E talvez o mesmo esquema seja implantado aqui. Provavelmente os erros de lá vão acontecer aqui também. As pessoas vão continuar falando que "minha vida é um livro aberto", "não devo nada a ninguém", etc e vão ficar tentando conseguir uma linha para reclamar em algum serviço de crédito qualquer que "o sistema é muito bom, mas no meu caso, vocês erraram" . Os presos nas cadeias não fazem rebelião também porque a justiça não avalia seus processos (coisa que em vários casos significaria liberdade condicional ou mesmo imediata). Ouvi falar que tem gente que é esquecida na cadeia. Uma amiga minha (ela nunca explicou isso direito) teve que ir no tribunal provar que não era culpada de assassinato em 1o Grau porque simplesmente não conhecia a vítima. Teve um cara que foi preso duas vezes e passou 55 dias preso apenas porque assaltante que levou seus documentos foi preso e condenado usando a sua identidade.

A revista 2600 (edição Summer 98) tem um artigo que espero ser ficção científica: o Projeto Lucid. Trata-se de uma rede de computadores projetada para complementar e implementar o sistema de justiça internacional. Todos os bancos de dados interconectados. Tudo, desde telefone, até cartões de crédito, etc.. tudo junto. Espero só que não funcione com Win95.

Parece besteira, escrever um artigo tão grande assim, por uma coisa que parece tão pequena. Exatamente porque as pessoas não dão importãncia. Ninguém sabe explicar direito porque privacidade é algo importante. Como era difícil, faz alguns anos, entender que o consumidor podia devolver a mercadoria e receber o dinheiro de volta, se não estivesse satisfeito. Não é nenhum "favor" da loja. Os únicos artigos que estão aparecendo nos jornais sobre privacidade englobam principalmente o medo de "hackers". Como se um hacker tivesse tempo de ficar se divertindo vasculhando a vida alheia. Aqueles que "choram" porque alguem "escutou" sua conversa reservada numa sala de chat tem espaço garantido nos órgãos de informação, quando na verdade já deviam saber desde pequenas que não deveriam partilhar sua vida com estranhos. Fiquei muito impressionado com um chefão da Polícia Federal que teve seu fone grampeado. Eu mesmo procuro não dizer no telefone nada que eu não diria na TV. Isso é uma regra tão simples. Mas óbvio, tem gente que entra na Internet para zoar e hoje isso está muito fácil. Ao facilitar o acesso da rede ao cidadão comum (e também ao "bandido comum"), Microsoft criou uma legião de usuários que podem "entrar" nos micros uns dos outros, basta saber o caminho das pedras. A Internet ficou algo mais noticioso do que sexo e as pessoas ficam chateadas porque batem com a cara na parede. Aí, acham que o governo deveria ser rígido com isso e aquilo quando na verdade, "não usam camisinha" ou melhor dizendo, não tomam precauções para se resguardar, mergulham de cabeça e depois querem resolver "por decreto" seus fracassos em lidar com a tecnologia. E esquecem talvez a lição mais importante, com relação a privacidade, a vida, com relação a muita coisa: "O preço da liberdade, é a eterna vigilãncia".

(*) Lobotomia, para quem não sabe, era uma operação muito na moda nos anos 50, parece que foi inventada por um português de família nobre, de nome Moniz (li em algum lugar). Ganhou o prêmio Nobel com isso. Era a "cura" cirúrgica da loucura, através da destruição de um pedaço do cérebro que lida com os sentimentos. Tinha uns efeitos colaterais, como o fato de tornar o sujeito um completo imbecil, incapaz de atravessar uma rua sem se matar ou reagir a uma surra, etc.. mais tarde descobriu-se que há drogas pesadas que poderiam ter o mesmo efeito, sem o perigo de matar o cara numa operação dessas. O que é a tecnologia.. hoje, basta comprar uma TV e pronto.

(**) O famoso humorista Barão de Itararé tinha uma piada: "toda família tem um bobo. coitado daquele que é o filho único".

uma operação dessas. O que é a tecnologia.. hoje, basta comprar uma TV e pronto.

(**) O famoso humorista Barão de Itararé tinha uma piada: "toda família tem um bobo. coitado daquele que é o filho único".