As Tribos do 'Computer Underground'(c)
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As Tribos do 'Computer Underground'(c)
(Mais um trechinho do meu livro.. aguardem o resto)
Derneval R.R. Cunha
Hacker - Um indivíduo altamente interessado em computadores ou mesmo em coisas afins. Poderia falar em cientista do computador. Mas o mais próximo seria alquimista. Um acadêmico do assunto vai trabalhar das 9 as 5hs, por exemplo. Vai registrar seus progressos em cadernetas de anotações, submeter a um chefe. Coisas burocráticas.
Um cara como o hacker vai usar umas 20hs de trabalho na frente do micro, algumas vezes vai anotar, outras não. Talvez passe mais 15 hs tentando lembrar o que fez 10 hs atrás, antes de cair no sono. O que ele vai fazer? O que lher der na telha. Talvez hoje, o interessante seja pesquisar vida artificial. Então para isso ele resolve aprender linguagem de máquina. Não é tão simples assim, mas talvez em uma semana ou duas, ele consegue.
Ou então fazer um programa de Windows funcionar em ambiente Unix. Tudo bem que não seja fácil, mas viver não é fácil. Tem que trabalhar. As vezes se precisa um pouco de trabalho para convencer o computador a obedecer. É um cara que se interessa por tudo o que se refere a um computador e se precisar invadir um, é por razões de ordem técnica, sem destruir nada (destruir é perda de tempo e dá trabalho).
Criminoso - É o carinha que se especializa em coisas mais a borda da ilegalidade. Ninguém precisa de grande habilidade para cometer crimes. Basta saber o caminho das pedras. Se você quiser roubar dinheiro, não precisa estudar muito. Na vida real, basta pegar uma arma e assaltar um banco. Ou roubar o talão de cheques de alguém. Via computador, saber o nome de uma vítima, sua senha no banco. Não existe proeza nisso. Apenas uma falta de moral e ética. Para ser criminoso, é preciso muito pouco estudo. Alguns chamam esse pessoal de Dark Side Hacker ou Crackers, mas a coisa esta' ficando tão fácil que é melhor chamar esse pessoal de criminoso mesmo. Roubo e vandalismo constam do código penal, para que inventar novos termos?
Cracker - Só para confundir. Incialmente ate' eu costumava chamar de crackers o pessoal que fazia invasões e outras coisas do gênero. Porém tomei consciência de que o pessoal que faz quebramento de senhas não está necessariamente sendo vândalo e sim perseguindo um hobby de desmontar o funcionamento de programas. Vide engenharia reversa. Confunde um pouco, até a imprensa acostumou com o dualismo hacker = gênio, cracker = demônio. Mas os crackers são uma tribo que existe e é respeitada. Claro que a definição importa muito pouco, o que importa é o que a pessoa faz. Não como ela se define.
Script-Kiddie - Poderia ser catalogado como uma tribo. São os que querem ser hackers, mas aprendendo um mínimo bem mínimo. Naquele estilo: tá com uma metralhadora na mão, vira valente. Sem aquilo não vale nada. Então ficam atrás de ferramentas que vão poupar seu trabalho intelectual, as chamadas "Receitas de bolo". Com uma receita-de-bolo, até um velhinho a beira do cemitério consegue fazer besteiras pela internet.
Há outras tribos como:
Phreaker - O fanático da telefonia. Seria o Phone Hacker. O cara que estuda telefones. Porque:
O sistema telefônico é um grande computador.Curte ficar conversando com as pessoas.Não tem grana para pagar ligações telefônicas. Miscelânia.E porque sim.
Warez - É o fanático de software pirata. Se distingue do pirata comum porque não ganha dinheiro com o seu trabalho. O termo tem principalmente a ver com cópia não autorizada de jogos de computador. É um cara fascinado pelos vírus de computador (talvez porque tenha tanto warez com vírus). E claro, costuma ter sempre a última versão oficial de vários anti-vírus no micro (sem pagar, óbvio). A descoberta de warez não é passatempo. É obsessão. Não tem fim de semana, não tem ir no banheiro. Tem que se ficar na frente do micro para se descobrir:
Onde os softwares estão
Quem sabe
Fazer o download
Divulgar para os amigos
Reformatar a winchester porque ouviu uma sirene de polícia e estão batendo na porta
Maníaco de MP3- Tal como o Warez e o Downloader, é um tipo de fanático por pirataria. O diferencial é o uso de softwares como Gnutella, Napster, Imesh, para fazer as cópias.
Pornófilos - Os especialistas em chats, sites e filmes pornôs de vários tipos. Para quem não acredita nisso, é bom saber que, com a caça aos pedófilos pelo FBI e polícias variadas, isso virou uma especialidade. São uma tribo própria e bastante perseguida. Mais gente sofre por ser pornófilo do que por ser hacker (são despedidos, presos e submetidos ao ostracismo com uma facilidade muito maior). Eu até nem colocaria esse tipo, mas tive alguns papos esporádicos com alguns e sei que são em grande número, usam de técnicas sofisticadas e sofrem perseguição.
VIRCiado - O habitante do universo dos bate-papos do IRC.
Crente - O sujeito que acredita que aquele software, sistema operacional ou micro-processador é superior a esses Pentium topo de linha que estão surgindo por aí. Alguns exemplos são os fanáticos do MSX, capazes de proezas (como fazer o Linux rodar naquilo).
Downloader - Quase todo mundo é. Trata-se do indivíduo que acha que a internet vai acabar amanhã, por isso é melhor fazer seu download hoje. Pessoalmente acredito nisso. Amanhã não sei se vou ter grana pra pagar a conta telefônica e o provedor.
Vírus-Wizard - É muito raro isso, hoje em dia. Trata-se do pessoal que se dedica a trabalhar com vírus de computador. Ao contrário da maioria das pessoas, não tem problemas com vírus, acham o maior barato e se divertem colecionando, estudando ou produzindo "vida artificial". Se dividem em subgrupos (não, não vou detalhar para evitar os ripongas, aguardem meu livro)
Chater - O que vive para os chats da vida. Alguns dos caras que dão a pior fama aos verdadeiros hackers são exatamente os chaters. Porque quem fala, não sabe. Então todo mundo repete o que todo mundo fala. E basta uma menina achar que foi um "hacker" que invadiu o computador dela, que vai ficar espalhando pra rede inteira saber que tem que ter legislação contra isso, etc,etc.. Há varios tipos de chat, então nem vou estender muito. Divisões possíveis:
Lamer, Lammer - Degenerativo. É aquele cara que é denorex. Um impostor, um falso. Você pensa que o cara manja tudo, mas no fim, ele tá com o manualzinho ali do lado e tudo veio direto daquele manual. Fala que é o maior, mas ninguém da primeira linha ouviu falar dele. O pior é quando o sujeito escreve um livro, falando que teve um "mestre hacker" e no final do livro escreve: "vários textos (tirando a introdução) foram tirados da internet, se você é o dono, passa lá que a gente conversa". O adjetivo lamer é usado em várias situações em que se descobre que o sujeito estava fingindo ser algo que não é.
Wannabe - Do inglês quer ser. A grande maioria da internet. Quando se assume como tal, pelo menos tem uma virtude, a da humildade. São tantos que podem ser divididos em vários tipos, por característica. Alguns conseguem incorporar todas as características numa só figura:
Pinguim - É o cara que quer aprender, mas fica imóvel, esperando alguém chegar e ensinar para ele. Fica ali, na espreita, como se um dia algum cara fosse ter pena e escrever "você será meu discípulo".
Riponga - Aquele que tenta chegar lá falando para todo mundo que é o maior, só porque aprendeu a digitar "Raquer". Nunca leu mais que um ou dois artigos sobre o assunto, mas enrola até fazer os mais bobos acreditarem que é um grande RaCKeR. Nem que seja pelo cansaço.
Esses termos acima abrangem um universo, mas são algo genérico. Novas tribos surgem todo dia. Algumas vezes a mesma pessoa pode encarnar vários estereótipos. Ou pode pular de qualificação. Outros não ficam tempo o bastante numa categoria para serem classificados por estereótipo. Pessoalmente não me incomodo de ser chamado de lamer, apesar de ser muuuito raro, usarem esse adjetivo comigo. Não é qualquer lamer que teve seu nome na lista de colaboradores da revista 2600 - Hacker Quaterly, a publicação mais famosa do mundo hacker.
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