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BARATA ELETRICA, numero 2

Sao Paulo, 23 de marco de 1995

Conteúdo:

1- INTRODUCAO

2- MAIS UM POUCO DE HISTORIA

3- PIRATA ELETRONICO INVADE ARQUIVOS DA USP

4- O CRIME POR COMPUTADOR

5- O CRIME ELETRONICO E A LEGISLACAO ATUAL

6- O HACKER COMO MAU ELEMENTO

7- NEWS - CARTAS

8- PRISAO DE MITNICK

10-TERMOS INTERESSANTES DO JARGON

11-BIBLIOGRAFIA

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R. da Cunha  Com as devidas excecoes, toda a redacao e' minha. Esta' liberada a copia (obvio) em formato eletronico, mas se trechos forem usados em outras  publicacoes, por favor incluam de onde tiraram e quem escreveu. Aqueles interessados em receber futuras edicoes deste ou de outro jornal (nao sei se ira' continuar com esse titulo) mandem um mail eletronico para: wu100@fim.uni-erlangen.de    INTRODUCAO: ==========  Devido ao que aconteceu aqui na USP, resolvi mais uma vez publicar um texto sobre o que eu acho que os hackers sao.  Texto da revista ZAP! 23 de outubro de 1994 - Jornal ESTADO  DE SAO PAULO  O que e' um hacker? Nao existe traducao. A mais proxima  seria "fussador" e o verbo to hack, "fucar". Hacker, vulgo  "rato de laboratorio", era o termo usado pelos estudandes  do MIT para designar aqueles que"fucavam" nos computadores  da  Universidade alem dos limites de uso. O Hacker difere  do Guru, que ja' sabe tudo. Ele quer e' descobrir como mexer  com tudo (o contrario do usuario comum, que nao tem remorso  de usar um micro Pentium para escrever cartas durante o  expediente). Nao teme virus de computador. O interessante  ate' seria escrever um, mas nao para difundir, so' exibir  p\ colegas. Infelizmente, o filme "Wargames", estimulou  muitos adolescentes a tentar seguir o exemplo, chegando no  chamado vandalismo  eletronico e acabaram sendo presos por  isso com grandes manchetes nos jornais denegrindo o termo.  Ao contrario de outros, como Mitch Kapor, que deu aulas de  meditacao transcendental durante anos, ate desistir e  comprar um Apple. Tempos depois seria dono da  Lotus(1-2-3). Houve agora, em Buenos Aires, durante os dias 7,8 e 9, o  primeiro Congressso Internacional de Hackers e fabricantes  de Virus da America Latina. O evento foi organizado por  Fernando Bomsembiante, diretor da revista argentina de  Hackers "Virus Report". Varias personalidades, como  Goldstein, editor da  revista 2600, referencia basica para  este universo, Patrice, editor da revista holandesa  Hack-Tic, tambem realizador de um congresso de Hackers,  estiveram presentes e Mark Ludwig, autor  de "Computer  Viruses, Artificial Life and Evolution" e especialistas  argentinos. Houve discusses e palestras sobre cultura  Cyberpunk, Multimidia, Auditoria Bancaria, e varios  assuntos ligados a Cibernetica. A ESCOLA DO FUTURO,  Instituto ligado a Pr-Reitoria de Pesquisa da USP  participou com uma palestra sobre Ensino a Distcncia. O  pblico era composto em sua maioria de adolescente, com  varios profissionais liberais da area de educacao e donos  de BBSes argentinas. Os hackers argentinos nao se deixam  fotografar, usando ate um jato de extintor de incendio para  coibir tentativas, apesar da inexistencia de legislacao  sobre a atividade na Argentina. O encontro foi um grande  sucesso de pblico, que ja contava com reunioes na primeira  semana de cada mes.   ---------------------------------------     MAIS UM POUCO DE HISTORIA.. ===========================  Continuando com o saudosismo do numero anterior. Compare a situacao da sua faculdade com o que eu passei em outra. Ou passe para a outra materia.  Quando eu estava estudando para o vestibular, o quente no cinema era o  filme "Wargames" e o quente na TV era o MSX-Hot Bit da Sharp. O mais legal  era poder escrever direto na tela do micro, com uma caneta especial. Isso era disponivel no TK90, se nao me engano.  Na epoca, estava com 19 aninhos e ouvi, enquanto estava peruando numa loja de informatica num shopping do Rio de Janeiro: - Pois e', fulano comecou na informatica com um daqueles micros de 2 bits, um dos primeiros que chegaram aqui no Brasil. Depois passou para um de 8 bits, os pais resolveram investir e agora com 15 anos, ele tem um escritorio de  venda de programas. Naquele tempo so' existia o Basic e a linguagem de maquina como   opcoes para desenvolvimento de software comercial. Acho que era possivel  usar outras linguagens, mas isso consumia mais memoria.                  Em 1987, entrei para uma Universidade famosa em Sao Paulo por suas greves e reacao ao governo militar. Nao por causa disso, era uma das poucas opcoes para bacharelato em computacao. Tambem era famosa pelo alto indice de desistencia, o ESTADO DE SAO PAULO soltou uma materia comentando acho que 20000 pessoas desistindo de pagar as altas mensalidades. Ficar na secao de alunos dela era ouvir historias fantasticas de ma' contabilidade financeira, perda de dados e esperas fantasticas para ouvir negativas impossiveis e injustas. Mantenho em segredo o nome. O lema do cara la' dentro era: "Estude, do contrario voce vai repetir essa mesma m(*) o ano que vem". A turma de computacao da faculdade de exatas tinha um ano. Cinquenta por cento do pessoal ia direto para a quadra de basquete durante as aulas de Calculo I. A materia  "Introducao a Computacao" era dada com micros Apple ][ recem comprados. O pessoal achava uma inovacao, pois no ano anterior, a materia era dada sem micros de qualquer especie e com linguagem BASIC. Tem gente que pode achar, PO, nao to com saco p. ler sobre isso. Tudo bem, mas um dia voce vai para uma faculdade e ai' podera' reler isso aqui e saber que apesar da condicoes horripilantes, voce pode acabar chegando a aprender alguma coisa. Principalmente se mudar para uma faculdade que preste. A FATEC de Sao Paulo era pior. As aulas eram feitas  com COBOL. O computador de la' era uma reliquia dos primeiros tempos da computacao. Ja'  ouviu falar de cartao perfurado? Isso existia. Algumas escolas tecnicas de segundo grau ainda usavam dar aula de Pascal com esse tipo de computador. Ou como diz o ditado: A sua experiencia cresce na razao inversa a qualidade do equipamento que voce utiliza. O pior e' que naqueles anos, a maioria dos anuncios pedindo estagiarios tambem pediam como pre-requisito o conhecimento de COBOL. Pelo que eu me lembro havia a famosa reserva de mercado. Isso signi- ficava basicamente que, havendo similar nacional, o produto externo nao tinha concorrencia ou mesmo entrada aqui no Brasil. Se a pessoa conseguisse demons- trar "in paper" a necessidade de um Macintosh, ela poderia comprar um. Com  sorte, em alguns meses toda a papelada estaria terminada e a alfandega libera- ria o micro. Todo mundo era obrigado a comprar somente o que era produzido no Brasil. Que, como nao tinha lei de protecao ao consumidor, ficava obrigado a engolir umas porcarias, tipo o famoso  Solution 16. Esse dai foi um micro, XT, que entrou no mercado como o mais barato  de todos. Era barato porque os primeiros nao funcionavam. Uma jornalista comprou, e teve que gastar um dinheiro enorme em cursos de informatica para descobrir que, independente de usar software legitimo, independente de conhe- cimentos de informatica, o micro nao funcionava. Teve certeza disso quando ao fazer uma materia com um alto funcionario da empresa. Este confirmou que o micro que ela comprou, para funcionar, teria que ser reconstruido, e que a empresa sabia disso, mas nao avisou ninguem por medo das consequencias  negativas do fato. Ela contou sua odisseia numa materia que escreveu para uma revista dessas de jornal de domingo. Durante o ano e meio que fiquei naquela porcaria de Universidade, entrei em contato com varios tipos de software pirateado. Havia um culto a pirataria, naqueles tempos, com um programa chamado Locksmith, sendo  muito procurado para copiar software em Apple. Me lembro de ter comprado ate' um livro, publicado por um brasileiro (na veradade escrito por ele) chamado "Dicas e Truques do Locksmith". Explicava todos os truques para se proteger e desproteger disquetes. Outro software muito usado, em PC, eram o Copy II - PC e o Copywrite, da Central Point. Nao, eu mesmo nunca travei contato com esses softwares, mas sei de muita gente que nao teria aprendido a usar Lotus 1-2-3, DBASE III + ou Word sem eles.(Tudo bem, admito algo mais do que um contato).      Ha' pouco tempo encontrei um ex-conterraneo. Tinha se formado, e estava de saco cheio de informatica. Resolveu fazer Letras-Alemao para  desanuviar a cabeca e parar de mexer com algoritimos. Depois que a pessoa se forma, ela passa a falar bem da Instituicao que lhe deu o diploma. Quando sai daquela, havia um aumento de 1400 % sobre o preco para se fazer a matricula. Durante o tempo em que fiquei la' poderia dizer que houve um aumento de 100 % ao mes, e haviam 8 ou 10 XTs e 3 ou 4 apples funcionando para toda a faculdade de Matematica, Computacao e Estatistica praticarem. Mais de 300 pessoas. Estremeco, so' de pensar o quanto se paga hoje em dia,  para se graduar em informatica.   PIRATA ELETRONICO INVADE ARQUIVOS DA USP ========================================  Condensado da materia do  Estado de Sao Paulo - 23-2-95 - Neide Maria Silva  Sao Carlos - A onda dos hackers, os piratas eletronicos que se divertem  descobrindo senhas que dao acesso a arquivos de computacao, chegou semana passada a Universidade de Sao Paulo. O primeiro departamente a ter parte de seus arquivos apagadosfoi a Engenharia Eletrica, na terca-feira. No dia seguinte, o ataque foi na Fisica, que perdeu informacoes armazenadas em  tres discos e ficou com uma importante estacao de trabalho parada seis horas. Audacioso, o hacker entrou tambem com sucesso nos sistemas do Departamento de Matematica, na quinta-feira. A acao foi considerada como "uma brincadeira maldosa", ja' que o hacker nao teve nenhum proveito pratico com o ataque. O assunto foi mantido em sigilo para evitar atrair a atencao de outros genios ciberne- ticos. Segundo o professor Jan Slacts, responsavel pelo servico de infor- matica do Departamento de Fisica, a invasao comecou por volta das tres horas da madrugada e o hacker chegou a pedir aos usuarios  que estavam no sistema para que avisassem o  FANTASTICO sobre o que ele estava fazendo.     [ Parte editada - sem saco para digitar]  Precaucao - Esta nao e' a primeira vez que um pirata eletronico invade os computadores da USP de Sao Carlos. No ano passado, um estudante da fisica se divertiu durante varios dias quebrando as senhas dos usuarios a partir de um terminal da sala de alunos. O pirata foi apanhado e agora enfrenta um inquerito na escola. "No caso desse aluno, foi uma brincadeira de adoles cente que nao causou nenhum prejuizo; e' diferente do que houve agora, porque esta foi uma acao muito bem informada", comentou Slacts. Para tentar evitar novas invasoes, a USP de Sao Carlos esta' colo- cando barreiras para impedir o acesso externo a rede e melhorando o sistema para que o material apagado possa ser recurperado em menos de 15 minutos.  -----------------------------------------------------------------------------  EFEITOS COLATERAIS NO BARATA ELETRICA  Na terca-feira, a coluna Netvox, do Jornal FOLHA DE SAO PAULO, comentou a existencia do Barata Eletrica, como o primeiro Hacker E-Zine Brasileiro. Isso, logo apos o "break-in" no computador da USP em Sao Carlos.  Todo computador ligado a Internet tem a sua equipe de Sysops ou  "Super-Users", encarregados de fazer a manutencao e controlar o acesso a maquina. O encarregado da maquina onde eu tinha a conta que foi anunciada no jornal congelou o acesso  a minha conta, ate' que eu aparecesse para  explicar o quais eram  minhas intencoes. Tive que explicar que minha  preocupacao era sobre hacking e nao cracking (ver texto abaixo).  "A Internet esta' comecando a explodir no Brasil. As pessoas terao que discutir isso em Rede, um dia. Eu nao estou ensinando o mal caminho".  Mesmo assim, como havia uma especie de caca as bruxas, ele me pediu para arrumar outra forma de manter minha lista eletronica. No meu local de  trabalho, tambem me falaram quase a mesma coisa. "O problema sao as macas podres", Derneval. Mais interessante foi quando enviei para rede uma mensagem comuni- cando que aquela poderia ser a ultima (exagerei). Recebi duas cartas, uma me chamando nao de "Bode expiatorio", mas de "Burro expiatorio", ja' que deveria esperar retaliacao por tal atitude "rebelde" e uma outra, mais simpatica, concordando que eu era ingenuo em "chorar" esse tipo de atitude. Isso e' o que se chama de "flame". Alguem solta uma coisa extrema- mente ofensiva para gerar discussao. Gerou. Doeu, foi chato (nao esperava). Algumas pessoas, a par do problema deram o maior apoio moral e uma ofereceu  ajuda. Apesar de coisas estranhas, (tipo cair a sessao umas duas ou tres vezes quando eu editava o dito), a gente vai levando. Todo esse trabalho  ainda vai valer a pena, se essa ideia vingar: Colocar um monte de caras viciados em micro, mais ou menos com  experiencias e problemas semelhantes aos que ja' passei, numa sala, trocan- do historias, dicas e quem sabe progredindo em conjunto, passando adiante experiencias. E se a conversa  esbarrar em "Computer Underground", tudo bem. Tem muita gente que conversa sobre guerras, matar gente, roubo de bancos. Nem por isso saem por ai' cometendo crimes. As pessoas que tiverem esse tipo  de motivacao para o mal, irao descobrir que o esforco nao compensa.           CRIME POR COMPUTADOR     ====================  Em virtude dos ataques  ocorridos na USP, resolvi trazer esses arquivos, tirados da revista NIA, como mostra abaixo. Ia traduzir, adaptar, mas.. achei melhor deixar estas partes selecionadas do original para ajudar                 a mocada a treinar seu ingles.  :_Computer Crimes/Fraud/Waste part 1   -  N.I.A. :_Written/Typed/Edited By: Lord Kalkin  When Computers were first introduced, few were available and only a small number of persons were trained to use them. Computers were usually housed in seperate, large areas far removed from programm managers, analysts, economists, and statisticians. Today that is changed.  Word processors, computer terminals, and desktop computers are as common equipment.  This electronic equipment is rapidly becoming increasingly user-friendly so that many people can quickly and easily learn how-to use it.  Employees with access to computer equipment and automated information are greatly increasing throughput the organizational hierachy.  The GS-4 secretary, the GS-9 budget analyst, the GS-12 program analyst, the GS-13 statician, the GM-14 economist, and the Senior Executive Service Manager may have all the access to a computer terminal or word processor and the information it contains.  No longer is information restricted to select few at the highest levels of an organization.  This phenomenon has led computer crime to be called the "democratization of crime."  As more people gain access to automated information and equipment, the opportunities for crime, waste, and abuse likewise increase.  It's Difficult to Generalize, But... - Functional end user, not the tecnical type and   not a hacker - holds a non-supervisory position - no prevoius criminal record. - bright, motivated, desirable employee - works long hours; may take few vacations - Not sophisticated in computer use - The last person YOU would suspect - Just the person YOU would want to hire    THE COMPUTER CROOK CAN BE ANYONE  The typical computer crook is not the precocious hacker who uses a telephone and home computer to gain access to major computer systems.  The typical computer crook is an employee who is a legitimate and nontechnical end user of the system.  Nationally, employee-committed crime, waste, and abuse account for an estimated 70 to 80 percent of the annual loss related to computers. Dishonest and disgruntled employees cause an estimated 20 percent of the total computer system related loss.  And they do so for a variety of reasons.  WHY PEOPLE COMMIT COMPUTER CRIME  - Personal or Financial gain - Entertainment - Revenge - Personal Favor - Beat the system, Challenge - Accident - Vandalism  But a significantly lager dollar amount, about 60 percent of the total computer-related loss, is caused by employees through human errors and accidents.  Preventing computer losses, whether the result of debliberately committed crimes or unknowingly caused waste, requires security knowledge and security awareness.  A recent survey reported that observant employees were the primary means of detecting computer crime.    CLUES TO COMPUTER CRIME ABUSE  Be on the look out for... - Unauthorized use of computer time - Unauthorized use of or attempts to access data files - Theft of computer supplies - Theft of computer software - Theft of computer hardware - Physical damage to hardware - Data or software destruction - Unauthorized possession of computer disks, tapes   or printouts.  This is a beginning list of the kinds of clues to look for in detecting computer crime, waste, and abuse.  Sometimes clues suggest that a crime has been committed or an abusive practice has occured.  Clues can also highlight systemn vunerabilities -- identify where loopholes exist -- and help identify changes that should be made.  Whereas clues can help detect crime and abuse, conrols can help prevent them.  Controls are management-initiated safeguards -- policies or administrative procedures, hardware devices or software additions -- the primary mission of which is to prevent crime and abuse by not allowing them to occur.  Controls can also serve a limitation function by restricting the losses should a crime or abuse occur.  This document addresses information security into three areas: Information Secrurity, Physical Security, and personnel security.  In each area, crimes, clues, and controls are discussed.  In these areas not only frauds, but abuses and waste are addressed.  The final chapters provide a plan of action and cite availably security resources.    N.I.A. - Ignorance, There's No Excuse.   Founded By: Guardian Of Time/Judge Dredd. [Observacao: alguns paragrafos do texto foram retirados para maior clareza] [OTHER WORLD BBS] / O CRIME DE COMPUTADOR E A LEGISLACAO BRASILEIRA ATUAL ===========================            Coletanea  de  artigos  de  Direito  e Informatica publicados em  Jornais e Revistas, abordando os mais variados temas sobre informatica e sua  legislacao especifica, aspectos tributarios, trabalhistas, bem como protecao  de direitos autorais.     Os  artigos  sao  assinados  por MARCOS WACHOWICZ, Professor das  Faculdades  Positivo, Mestre em Direito pela Universidade Classica de Lisboa  -  Portugal,  Pos-Graduacao  em  Filosofia  do  Direito e Didadica PUC - PR,  especializado na area de direito e informatica.     E'  permita  a reproducao total ou parcial desde que mencionada a  fonte, autoria e sinopse do autor.    ###########################################################################  #     As acoes civeis e penais contra a pirataria.                        #  ###########################################################################         O titular dos direitos autorais do programa de  computador,  seja  pessoa  fisica  ou  juridica,  podera  recorrer a medidas  judiciais   contra  terceiros  que  utilizem  ou  reproduzam  ilegalmente  o  programa,  isto  independentemente da finalidade da reproducao ilegal (copia  pirata) ser ou nao comercial.        O  desconhecimento  dos  procedimentos  legais  aliada  #  id#ia gen#rica de que o processo judicial sempre sera moroso, faz  com  que  muitas  vezes  nao  se  recorra  ao Poder Judiciario na defesa dos  direitos autorais violados pela pirataria.        Por#m,    ao   contrario   a   legislacao   de  informatica,  instrumentalizou  o  tramite  processual  das  acoes  contra a  pirataria  e  com#rcio  ilegal  de software, com medidas liminares, ou seja,  antes  do julgamento da acao, podera o titular dos direitos autorais lezados  coibir  a  pratica  da  pirataria,  bem  como o infrator se sujeitar a multa  pecuniaria diaria.        Para   que   seja   acionado  o  Judiciario  #  imprescindivel  que  o  titular  dos direitos autorais possua prova cabal da  titularidade  do  software.  Isto  atrav#s  de  registro  no INPI.-Instituto  Nacional de Marcas de Patentes, ou compravada comercializacao do produto com  o registro no SEI. - Secretaria Especial de Informatica.        O  primeiro  passo  a  ser  dado  ent#o sera a  notificacao  judicial  da  pessoa fisica ou juridica que estiver de posse do  software  pirata,  para  que  se abstenha da pratica de reproducao, e ainda,  destrua a copia ilegal.        Na pratica verifica-se que uma vez realizada a  notificacao  muitas empresas deixam de utilizar a copia pirata, procurando a  empresa   produtora   para   aquisicao  do  programa  que  antes  utilizavam  ilegalmente.        Caso  a  notificacao  nao  surta  esse  efeito  regularizador  -  que  #  o  ideal  -,  posto que nao implica de imediato na  abertura  de  inqu#rito  policial,  nem de acao civel indenizatoria , havera  ent#o,  o segundo passo ha ser dado, que seria o ingresso de acoes penais ou  civeis a crit#rio da parte lezada.        A   instauracao  de  inqu#rito  policial  para  apurar o crime deve ser solicitada pela parte detentora dos direito autorais  dos  programas.  O  inqu#rito pode ser tanto contra o usuario de um software  pirata,  como  tamb#m  contra  as  empresas  de  revenda  que  comercializem  ilegalmente.         No mes de marco/93, as Empresas Audesk, Lotus,  Microsoft,  Novell  e  Wordperfec,  receberam denuncia de irregularidade nos  produtos  comercializados  pela  empresa  paulista  All  Soft. Em diligencia  preliminares  foi  verificada  a  inexistencia  de registro desta empresa na  Junta Comercial.        Em  seguida,  mediante acao penal propria, foi  autorizado judicialmente que policiais e t#cnicos da 4a. Delegacia do DEIC.,  realizassem o flagrante e procedessem a apreensao dos programas piratas, que  ser#o  objeto  de  analise  dos  peritos da Criminalistica da Policia Civil.  Caracterizou-se,  mais  ainda  a  revenda ilegal pelo fato foram apreendidos  centenas  disquetes  e  cerca  de  1.000 folhetos de propaganda. Al#m disso,  foram  recolhidos 3 computadores e 1 impressora que nao possuiam nota fiscal  de compra.        Um  paralelo  com  a  Legislacao  Argentina  #  oportuno,  pois,  em  casos  analogos,  a  Justica  apreende  todo  material  encontrado,  a  propaganda,  os  disquetes,  e os computadores. No Brasil, a  legislacao  # mais branda, o perito recolhe as evidencias de que havia copia  pirata nos micros, confiscando apenas os disquetes.        Assim,   no   caso   supra   mencionado  os  3  computadores  e  a  impressora  somente  foram  apreendidos  por suspeita de  contrabando  de  hardware,  e  nao  por  forca da medida judicial que visava  proteger os direitos autorais de software.        Independentemente  da instauracao do inqu#rito  podera  o  titular  dos  direitos  autorais interp#r na esfera civel medidas  cautelares e indenizatorias.        A  Lei  de Informatica preve a medida cautelar  civel  de  busca  e apreensao cominada com pena pecuniaria diaria no caso de  pirataria ou no descumprimento da ordem judicial.        Vale dizer: o juiz no primeiro despacho podera  conceder  liminarmente  a  busca  e apreensao das copias piratas, ato que se  realizara  atraves  de  diligencias  do  Oficial de Justica, peritos e forca  policial se necessario. Isto sem que se analise o m#rito da acao.        A  multa  diaria  # estipulada livremente pela  parte   titular   dos  direitos  autorais,  em  face  dos  prejuizos  que  o  transgressor  lhe  causar,  podendo  pois,  o  Juiz  ao seu livre arbitrio e  conviccao majora-la ou reduzi-la conforme sua analise sobre o caso.        A  fixacao  da  multa  sera concomitante com o  despacho  inicial  concessivo  da  liminar,  que  #  o  despacho  inicial do  processo.        O infrator mesmo que se abstenha da pratica do  ato lesivo, com o intuito de nao lhe ser imputada multa diaria, mesmo assim,  ao  final  do  processo  com  a  prolacao  da  sentenca, o juiz podera fixar  indenizacao  por  perdas  e  danos  desde  que  seja  tal pedido cumulado na  inicial.         Inobstantemente  #s  perdas e danos, o titular  do direito autoral lesado, podera at# promover acao ordinaria de indenizacao  por  danos  morais,  caso  se  verifique os prejuizos de ordem imaterial que  est#o ligados ao bem juridico tutelado.        O  prazo  prescricional  das  acoes  civeis  e  penais  por ofensa a direitos patrimoniais do autor foi fixada em 05 (cinco)  anos   (Lei  7.646/87).  Contudo,  entendemos,  que  tal  prazo,  #  dispare  considerando que, a mesma Lei, fixa a protecao dos direitos autorais sobre o  software  em 25 anos. E, ainda, no direito civil tem como base prescricional  das acoes ordinaria o prazo de 20 anos.   MARCOS WACHOWICZ, # advogado especializado na area de direito e informatica.      ############################################################################  #         Crimes cometidos atrav#s do computador                           #  ############################################################################        Os computadores entraram na vida cotidiana das  pessoas  e  se instalaram na vida moderna nos negocios, nas escolas e tamb#m  nos  lares  numa  velocidade  de  avanco  tecnologico  e  de dissiminacao de  produtos impares em toda a historia da civilizacao.        Basta  comparar que na ciencia m#dica qualquer  elaboracao  de vacina e seu efetivo uso pela populacao, transcorrem 10 ou 15  anos, enquanto na area da informatica, seja hardware ou software este tempo  entre  o desenvolvimento e a comercializacao se reduz nao raras vezes a 1 ou  2 anos.        As  relacoes  sociais,  como  tudo  o  que diz  respeito # vida dos homens interessa e # objeto de analise pelo direito, nao  podendo este ficar alheio especialmente ao que afeta ao direito comercial e  penal.        A  utilizacao  indevida  do computador com fim  delituoso  (computer  by  crime),  vem  crescendo  assustadoramente  # nivel  mundial.        Nos  Estados  Unidos  onde este assunto ja vem  analisado  com  maior  rigor,  estimou-se  que  na d#cada de 80, somente 20%  (vinte  por  cento) dos crimes de computador foram efetivamente apreciadados  pelos Tribunais, e destes apenas 3% (tres por cento) acabaram condenados.        A  raz#o  da pouca procura do Poder Judiciario  pelas  partes  lezadas  e  do  infimo  indice de condenacao se deve a alguns  fatores.  Primeiro  porque  o  perfil dos criminosos do chamado "computer by  crime"  sao  de  maneira  geral  jovens  cuja idade varia de 17 # 21 anos na  Europa,  e  nos  EUA.,  essa  faixa etaria baixa para 12 # 16 anos, o que os  torna inimputaveis perante a lei.        Em segundo, porque alguns "computer-crime" nao  objetivam vantagens econ#micas ou ganhos financeiros, isto porque, devido ao  alto  nivel intelectual do criminoso, que apos um certo tempo de contato, de  trabalho  com  o  software  ou via moldem com outros sistemas de computador,  passa a querer desafia-los, surgindo uma esp#cie de "competicao tecnologica"  entre  a  maquina (computador) e o homem (desafiante), numa "disputa ludica"  ou  "jogo".  Dai  o  porque,  de  muitos  criminosos  acharem  que nao est#o  cometendo ilicito algum, muito menos na ordem criminal.        Disto  decorrem uma s#rie de crimes cometidos,  como abusos de utilizacao de computador, entradas indevidas em sistemas, que  nao  raras  vezes  danificam  e tornam inoperantes os programas, acarretando  prejuizos elevadissimos #s empresas ou instituicoes . Vitimas que por vezes,  preferem  nao  divulgar suas falhas ou facilidades de acesso, preferindo uma  definicao a nivel de administracao interna.        O  terceiro tipo poderia ser classificado como  "criminoso de colarinho branco", cuja inteligencia e educacao est#o acima da  m#dia,  gozam  de  bom  conceito  entre os demais, trabalham al#m da jornada  diaria de trabalho, normalmente sem supervisao, partem para o cometimento de  infracoes   como   copias   de  programas,  vendas  a  terceiros  (inclusive  competidores  da  empresa), emitem ordens de pagamentos, cheques, dividendos  de acionistas, lancamentos indevidos. Ressalte-se nessas operacoes nao ficam  provas  materiais,  vestigios que permitam chegar aos criminosos, ja que nao  ha  interferencia  do  ser  humano,  maquina  para  maquina  e a operacao se  concretiza.        Esta  modalidade # bastante comum nos casos de  estelionato e fraudes bancarias ou cartoes de cr#dito com terminais em lojas  e  comercio  (supermercados,  restaurantes,  etc.), tamb#m nao raras vezes a  empresa  vitima  procura  uma  solucao  interna,  sem recorrer ao judiciario  temendo  pela  repercussao  negativa do crime do qual foi vitima junto a sua  clientela.        Por  outro  lado,  quanto  o  infimo indice de  condenacao pelo Poder Judiciario com relacao aos crimes cometidos atrav#s de  computador se deve a outros fatores.        Em  tese  dentre  o elenco de crimes que podem  ser  cometidos  diante  da  sistematica  do  nosso  Codigo Penal tipificados  encontram-se   ,   a  violacao  de  segredo  comercial  ou  profissional,  a  falsificacao  de  documentos  publicos  ou  particulares, os crimes contra a  inviolabilidades   de   correspondencia,   a   sabotagem,  o  vandalismo,  a  apropriacao de dados, sendo o estelionato o mais comum.        Contudo,  a  utilizacao indevida do computador  em  todas  as  suas  condutas  delituosas  extrapola  em  muito  os  limites  atualmente existentes que permitem o enquadramento penal.        A fase de investigacao, descoberta, apurac#o e  a  fase  probatoria  do  processo  judicial  #  lenta se comparada a "trama"  utilizada  pelo  agente  criminoso.  Na medida em que, se o agente criminoso  suspeitar   ou  saber  de  esta  sendo  realizada  uma  sindicancia,  podera  imediatamente  tendo  acesso  ao  computador dar uma ordem a este, dentro da  programacao, deletando provas que poderiam lhe ser incriminadoras.        A  complexidade de sistemas de coputadorizacao  nao  so  dificultam  que as proprias vitimas descubram o golpe, como impedem  mais  ainda a obtencao de provas para a Justica. Os funcionarios da Policia,  os   judiciais,   membros  do  Minist#rio  Publico  e  da  Magistratura  tem  dificuldades  em  deslindar  a  "trama"  utilizada  pelo  agente,  se a fase  probatoria se encontrar cercadas de duvidas e incertezas.        A  falta de legislacao especifica # um entrave  nao so no Brasil, posto que se depara com uma criminalidade do futuro.         Em  varios  paises  Europeus  a  Scotland Yard  investiga uma quadrilha que esta vendo nos patios de escolas, discos opticos  do  tipo  CD-ROM  para  armazenar  e  difundir  imagens  pornograficas entre  menores,  a  precos  equivalentes  a menos de US$ 1,00. Al#m disso, qualquer  menor  que  tenha  em  casa  um  computador com modem, pode acessar a muitos  bancos  de dados que oferecem imagens pornograficas, #s vezes animadas. Esta  #  a  modalidade de delito # dist#ncia, na qual o agente realiza uma conduta  delituosa e, dada a programacao a propria maquina de tempos em tempos repete  essa  mesma conduta automaticamente. A legislacao Inglesa datada de 1959 nao  previa  o  surgimento  da  "pornomatica".  Os entraves juridicos se acentuam  quando  se  indaga  se  a  competencia  de  qual Estado para julgar os crime  cometidos  #  dist#ncia, o agente esta em um pais, o sistema de computadores  em  outro.  At# o primeiro- ministro Brit#nico chegou a assumir no inicio do  mes  de  maio,  o  compromisso  de  tomar  medidas  urgentes para reforcar a  legislacao contra o "computer by crime".   MARCOS WACHOWICZ, # advogado especializado na area de direito e informatica.     ############################################################################  #   O Direito a privacidade e a informacao de dados                        #  ############################################################################        A   Constituicao   Brasileira   reconhece  aos  cidad#os  direitos  fundamentais  como  de  tomarem  conhecimento  dos dados  pessoais  introduzidos  em  computador,  de exigirem que sejam retificados e  atualizados  (se  for  caso  disso),  e  de  saberem o fim a que os dados se  destinam.        Os  direitos constitucionais objetivam impedir  que o cidad#o tenha a sua vida particular totalmente devassada.        Por#m,  #  certo,  que  a  computadorizacao de  servicos em varias esferas de atividade, podem, nao raras vezes possibilitar  a  invasao  da  privacidade.  Isto  atrav#s  do  cadastro  do  documento  de  identitade  (  Registro  Geral,  Passaporte),  controle  fiscal  (atrav#s do  Imposto  de  Renda),  dados cadastrais (bancarios,cartoes de cr#dito), todos  dados armazendos em computadores, que podem ser a qualquer momento, mediante  um codigo, serem acionados e totalmente devassados.        Na  Espanha  ocorreu o esc#ndalo da empresa de  publicidade   "Publigest",   a   qual   possuia  informacoes  detalhadas  em  computador,  sobre  21  milhoes  de  espanhois.  Lembre-se  que  a populacao  espanhola  #  de  aproximadamente  45  milhoes de habitantes. Segundo fontes  policiais,  era  a  maior base de dados e a melhor documentacao existente. A  empresa  obtinha dados por meio de uma operacao elementar: cruzava-os. Com o  resultado  dessa  aplicacao obtinha perfis individuais incluindo informacoes  sobre   rendimentos,   nivel  cultural,  padr#o  de  consumo,  matricula  de  automovel, e, at#, dados referidos "se#oras con amantes".        Como  agia  a empresa "Pulbigest" para possuir  esta  incrivel  base  de  dados? E com que finalidade? Primeiro, contava com  cumplicidades nas Administracoes Publicas e Privada. Em segundo, oferecia os  seus registros para clientes muito interessados na expansao de seus negocios  via publicidade dirigida.        O caso "Publigest" foi levado aos Tribunais. A  principio  foi  determinada a prisao dos diretores da empresa. Contudo, logo  em  seguida,  foi  determinada  a  libertacao.  Isto porque, ficou patente a  lacuna  legal dos delitos imputados aos detidos. Ou seja, acumular uma s#rie  de  dados  privados  sobre  cidad#o nao estava tipificado como um ilicito na  Legislacao Espanhola.        O  que  # relevante, e este caso demonstrou, #  que  a  informatica  descentralizou,  se  miniaturizou,  permitindo que seus  suportes   sejam   verdadeiros   "objetos   nomades",   capazes  de  grandes  performaces,  permitindo  a  disseminacao  de  bases  de  dados (gen#ricos e  especificos) de forma incontrolavel pela legislacao em vigor.         O  Governo  espanhol se apressou em enviar uma  proposta legislativa ao Parlamento para regulamentar estas questoes.        O  mesmo  ocorreu com Portugal, que atrav#s de  Resolucao  do  Conselho  de  ministros,  n.  48/92,  tratou de forma firme a  quest#o do prolema da seguranca juridica dos dados da administracao publica,  visando uma garantia efetiva dos direitos do cidad#o.         Alguns  principios  da  Legislacao  Portuguesa  merecem destaque:   -  Principio  relativo ao recolhimento, qualidade e tempo de conservacao dos     dados:  os  dados  devem  ser  recolhidos de forma licita e nao enganosa.     Devem  ser exatos, atuais e suficientes e nao excessivos. E nao devem ser     conservados  al#m  do  que seja necessario tendo em conta a finalidade do     ficheiro.   -  Principio relativo a criacao dos ficheiros: a Lei reafirma a proibicao de     tratar  em  computador  os  dados  relativos  a  vida privada (art. 35 da     Constituicao  Lusitana), dispondo a necessidade de lei, para a criacao de     banco   de   dados   ligados  ao  servico  publico,  bem  como,  para  os     eventualmente   criados   pelo   setor   privado,  a  obrigatoriedade  de     comunicacao # autoridade competente.   -  Principio  relativo  ao  processamento  de  dados:  os  dados  devem  ser     utilizados  apenas  para  o  fim  que motivou a sua criacao. Os perfis de     personalidade construidos no computador nao podem ser cruzados.   -  Direitos  da  pessoa  titular  dos  dados:  a pessoa tem o direito de ser     informada  sobre  os  bancos  de  dados  onde existem informacoes que lhe     respeitem.  Tem  direito  de  acesso,  de  retificacao,  de completar, de     suprimir, de queixa, de reclamacao e de recurso. Pode, com vista # defesa     desses  direitos  utilizar  a  acao  civel,  medidas cautelares ou a acao     penal.        No    Brasil,    embora    exitam    preceitos  constitucionais  que  garantam  a  privacidade e o direito de informacao dos  dados  armazenados,  falta  a  necessaria  mediacao  legislativa para tornar  operativos esses direitos.        A  invasao  da privacidade do individuo, a sua  intimidade  e,  at#,  no  seu  direito  de  estar  so,  direito do silencio.  Necessita,  de um aperfeicoamento do ordenamento juridico existente no pais,  a  exemplo  da  evolucao  havida,  especialemente  no  ambito  dos paises da  Comunidade Econ#mica Europ#ia (CEE.), com estudos e legislacoes recentes.   MARCOS WACHOWICZ, # advogado especializado na area de direito e informatica.         O HACKER COMO MAU ELEMENTO       ==========================   Muita gente nao entendeu direito como eu me envolvi nesta historia. Que que eu tenho a ver com a invasao de um computador em Sao Carlos para ter minha conta bloqueada ate' explicar tudo? Resposta: eu criei uma listserv informal me referindo a hackers e material do Computer Underground. Mas so' isso? E' preciso enxergar isso desde o principio. Apos o filme "Wargames", que mostra um jovem acessando computadores do sistema americano de defesa e quase detonando a terceira guerra mundial (naquele tempo essa possibilidade ainda existia), muita gente quis sentir na boca esse gosto de poder.  Na epoca, os CDFs de computacao eram chamados de "hackers". Aqueles que realmente entendiam do riscado. Vale lembrar que o computador do filme, para quem assistiu, era um Sinclair ZX-80, os disk-drives eram de 8 polegadas e o modem, provavelmente 1.200 bps. Para ilustrar melhor a historia, nos EUA pode-se conseguir um telefone pagando uma taxa de instalacao que nao chega a 100 dolares. No dia seguinte os caras vem na sua casa e voce ja' pode fazer o que quiser com ele. Pode-se inclusive especificar que o seu numero nao conste na linha telefonica (o que muita gente faz, para evitar Tele-marketing). Adicione a isso, o fato de que com as novas versoes de computador, muita gente vendia o seu micro a preco de banana (mais ou menos como as pessoas estao vendendo hoje os seus XTs). Muita gente comecou a comprar seus modems e tentar fazer acessos indevidos, sozinhos ou em turmas. Acessar BBSes virou mania, assim como criar BBSes, tanto por farra como para ganhar dinheiro. A pirataria de software, como games e utilitarios era uma forma pratica de economizar. Descobrir como remover a protecao daquele jogo "quentisssimo" era o maximo em desafio.  As pessoas usavam truques para nao pagar altas contas telefonicas, se comunicavam atraves de BBSes e trocavam arquivos de computador com coisas interessantes, por exemplo: como fazer explosivos, como entrar no computador da companhia aerea PAN-AM, como falsificar a carteira de motorista (para poder comprar ou beber cerveja), trocar numeros de cartoes de credito, etc. Pro brasileiro, isso pode parecer incrivel, ja' que vivemos uma ditadura, mas nos EUA, so' cometer um assassinato e' que e' crime: descrever um assassinato nao e'. Duvido muito que a maioria das pessoas que fizessem o download de um arquivo explicando a fabricacao de Napalm realmente fizessem o dito cujo em casa. Mas a possibilidade de bancar o espiao e mexer com coisas proibidas mexe com a cabeca das pessoas. Livros de James Bond sempre tiveram alguma saida, e o fato de eles descreverem fabricacao de bombas ou como matar alguem com um golpe de mao nunca foi motivo serio para a censura. Para quem acha que nao, existe uma referencia no "Hacker Crackdown" sobre o interesse de Steven Jobs e seu colega de criacao da Apple Inc, com relacao a fabricacao de "Blue Boxes". Voltando aos acessos ilegais, haviam os que se dedicavam a isso como forma de testar seus conhecimentos de informatica. Conhecia-se muito pouco sobre seguranca de informatica, a informacao a esse respeito era guardada a sete chaves e compartilhada aos 4 ventos,( no "Computer Underground"),ja' que a pessoa que conseguia entrar num sistema grande muitas vezes fazia questao de comentar como havia feito isso:  :back door: (porta dos fundos) n. um buraco na seguranca do sistema     deixado deliberadamente por projetistas ou controladores. A motivacao     de tais buracos nao e' necessariamente sinistra; alguns sistemas    operacionais, por exemplo, sao lancados com contas de acesso privi-    -legiado intencionados para tecnicos de manutencao ou programadores    da equipe de suporte tecnico da empresa.    Syn. {trap door}; pode ser chamado tambem de`wormhole'.  Veja tambem    {iron box}, {cracker}, {worm}, {logic bomb}.     Historicamente, as"portas de servico"ou "dos fundos" sempre pintaram    em sistemas (operacionais) por mais tempo do que alguem esperava ou    planejava te-las, e umas poucas ficaram bastante conhecidas.    A infame {RTM} "worm" de 1988, por exemplo, usava uma porta de     servico na ferramenta de "sendmail" do UNIX {BSD}.     A palestra ganhadora do premio Turing de 1983, feita por Ken Thompson    (nota: desenvolvedor do Unix) revelou a existencia de uma porta de    servico nas primeiras versoes do UNIX que talvez possam ter qualifi-    cado  como a "haqueada" de seguranca mais traicoera e inteligente    -mente feita de todos os tempos. O compilador C continha codigo que    reconhecia a senha escolhida por Thompson, dando a ele entrada para     o sistema independente do fato de existir ou nao uma conta criada    para ele.     Normalmente, tal "porta dos fundos" poderia ser removida atraves da    edicao do codigo fonte para o compilador e a posterior recompilacao    do compilador. Mas para recompilar o compilador, voce *precisa* usar    o compilador --- de forma que Thompson tambem arrumou para o compila-    dor reconhecer quando estava compilando uma versao de si proprio*, e    inseria no compilador recompilado o codigo para inserir no "login"    recompilado para permitir a entrada de Thompson --- e, claro, o codi-    go  para reconhecer a si mesmo e fazer a coisa toda novamente a     proxima vez que isso acontecesse! E tendo feito isso antes, ele era    capaz de recompilar o compilador atraves das fontes originais; essa    "haqueada" se perpetuava invisivelmente, deixando a porta dos fundos    ativa e no lugar, mas com nenhum traco nas fontes.        Esta conversa que revelou o esquema foi publicada como     "Reflections on Trusting Trust", "Communications of the    ACM 27", 8 (August 1984), pp. 761--763.  Nao e' incomum o proprio autor revelar como fez esse tipo de esquema. A motivacao por tras disso era a de que nao se intenciona mal algum com tais acessos ilegais. Se um sistema e' invadido, mas nenhum arquivo foi apagado, nada foi alterado, nem ninguem ficou sabendo, qual seria o crime? Definiu-se nessa epoca a:  :hacker ethic, the: n. 1. A crenca em que a partilha de informacoes e'    uma ferramenta poderosa, e que e' um dever etico dos hackers     partilhar sua pericia atraves da escrita de software gratis e     facilitar o acesso a informacao e a recursos de computacao, sempre    que possivel. 2. A crenca que craquear sistemas por diversao    e exploracao e eticamente certo, sempre que o craqueador nao cometa    roubo, vandalismo ou quebra de confianca.        Ambos estes principios normativos eticos sao mundialmente, mas    nao universalmente, aceitos entre hackers. Alguns hackers consideram    a etica hacker no primeiro lance, e muitos continuam nele atraves    da escrita e distribuicao de software gratuito. Uns poucos vao mais    alem e asseguram que *toda* informacao deveria ser gratuita e que    *qualquer* direito ou controle de posse e' ruim; esta e' a filosofia    por tras do projeto {GNU} (obs: grupo que se dispos a escrever em     conjunto, software de qualidade que seria distribuido sem direitos    autorais)     O sentido 2 e' mais sujeito a controversia: algumas pessoas consideram    o craquear em si algo eticamente tao ruim quanto invasao de domi-    cilio. Mas a crenca de que craqueada "etica" exclui a destruicao    pelo menos modera o comportamento de gente que se veria na posicao    de "craqueadores benignos" (ver tambem {samurai}). Dentro desta    visao, pode ser uma das maiores formas de cortesia (a) invadir um    sistema, e entao (b) explicar para o Sysop ou encarregado, de     preferencia por E-mail de uma conta {superuser}, exatamente como     isso foi feito e como o buraco pode ser fechado --- agindo como um    {tiger team} voluntario e gratuito.     A mais autentica manifestacao de ambas as versoes da etica hacker    e' que quase todos os hackers estao ativamente interessados em     partilhar truques tecnicos, software, e (quando possivel) recursos    de computacao com seus colegas. Grandes redes cooperativas tais     como: {USENET}, {FidoNet} e Internet (ver {Internet address})    podem funcionar sem controle central por causa deste trato; eles    tanto acreditam como reforcam o sentido de comunidade que pode    ser o mais valioso bem da Hackermania.  Existem varias razoes para se partilhar sabedoria entre gente que mexe com computadores. E' facil descobrir em meia hora de conversa, que todo mundo pode estar sabendo de um jeito mais facil de se solucionar um problema  que uma pessoa sozinha pode demorar dias e dias para descobrir. E haja  problemas..    Mesmo hoje, muitos programas e sistemas operacionais sao lancados no mercado contendo defeitos, que sao corrigidos em versoes posteriores. Em algumas ocasioes, sao feitos arquivos contendo os remendos, que sao denominados "patch". Isso acontece porque os programas sao desenvolvidos por conjuntos de pessoas, ou ate' grupos de grupos, trabalhando em diferentes partes do sistema, com varios chefes ou ausencia deles. O trabalho de debugar e testar os prototipos tambem nao e' exatamente glamuroso ou interessante. Caracteristicas novas ou "inovadoras" sao mantidas em segredo. Os programadores, de forma geral, ja' tem um trabalho enorme em fazer o prototipo funcionar, de forma a ser "fool-proof", imagine faze-lo funcionar de forma a ser "smart-proof". O fato do sistema funcionar sem falhas, nao impede de haver algum erro esperando para causar um crash no sistema. Para se ter uma ideia, o codigo fonte de um programa pode atingir milhares ou as vezes milhoes de linhas, no caso de programas complexos, destinados a controlar o sistema telefonico de uma cidade, por exemplo. No dia 15 de janeiro de 1990, aconteceu um defeito numa estacao telefonica de Manhattan. O problema e' que ele contagiou outras estacoes, como um virus de computador. Como aconteceu no feriado de Martin Luther King, ficou suspeito como algo provocado por uma pessoa, e nao como um defeito tecnico que desencadeou uma reacao em cadeia. As pessoas tinham medo de que isso pudesse acontecer, e comecaram a procurar provas que fundamen- tassem suas suspeitas. Outros "crashes" aconteceram. O mais espetacular foi no dia 17 de setembro de 1991. Algumas estacoes telefonicas ficaram sem energia e pararam de funcionar. Isso cortou as comunicacoes de aeroportos como Kennedy, La Guardia e Newark. Naquele tempo, esse tipo de pesadelo ja' existia, na forma de um filme chamado "Duro de matar" (Die Hard II). Cerca de 500 voos tiveram de ser cancelados. E outro tanto na Europa. 85000 passageiros foram preju- dicados e estes nao puderam usar o telefone para avisar suas familias do problema. A AT&T ficou com uma pessima imagem por causa desse episodio, que nao teve nada a ver com "computer abusers". Mesmo assim, e' sempre mais facil se apelar para um bode expiatorio. Hitler pos a culpa da crise economica da Alemanha nos Judeus, para se promo- ver. Alguns "espertos" pegos em flagrantes eram exemplos de "genialidade" a servico do mal, sendo que os bons exemplos, responsaveis pela construcao         da Usenet, por exemplo, eram ignorados. No inicio, era muito dificil o sujeito ser condenado por esse tipo de coisa. Ate' a mae de um cracker reclamar para um politico sobre isso, artificios, como provar que a conexao do computador do intruso roubava energia, (crime previsto na legislacao) eram recursos validos. Isso gerava publicidade e em alguns casos, nenhuma ou pouca condenacao. Entao a pessoa envolvida saia no jornal, com o mesmo tipo de fama que os caras que picharam o Cristo Redentor sairam (alguem sabe que um deles foi assassinado em condicoes misteriosas, por falar nisso? Isso e' Brasil). Dava entrevistas, ou era recrutado (no caso de fraude telefonica) para ajudar a cacar colegas que faziam isso. Ate' podia entrar para o ramo da seguranca eletronica (ja' que tinha otimas/pessimas referencias). A coisa ficou tao seria que o governo e as grandes companhias, como a carinhosamente apelidada de Ma BELL, comecaram a ficar preocupadas. Quando um cara crackeava uma empresa telefonica, por exemplo, e era julgado, a falha era divulgada. Custava muito condenar o mau elemento e pior: a falha ficava exposta ate' que o sistema fosse trocado, coisa que nao acontecia do dia para a noite. Imagine re-treinar o pessoal que usa o sistema, trocar senhas de acesso, numeros de telefone, talvez redesenhar o software invol- -vido, e Deus sabe o que. Sem falar na perda de credibilidade da empresa que sofresse o ataque. Para poupar um pouco a digitacao, aqui vai alguns press-releases:   ******************************************************************** ********************************************************************       PRESS RELEASE   FOR IMMEDIATE RELEASE:          CONTACT: Wendy Harnagel Wednesday, May 9, 1990                   United States Attorney's Office (602) 379-3011   PHOENIX--Stephen M. McNamee, United States Attorney for the District of Arizona, Robert K. Corbin, Attorney General for the state of Arizona, and Henry R. Potosky, Acting Special Agent in Charge of the United States Secret Service Office in Phoenix, today announced that approximately twenty-seven search warrants were executed on Monday and Tuesday, May 7 and 8, 1990, in various cities across the nation by 150 Secret Service agents along with state and local law enforcement officials. The warrants were issued as a part of Operation Sundevil, which was a two year investigation into alleged illegal computer hacking activities.  The United States Secret Service, in cooperation with the United States Attorney's Office, and the Attorney General for the State of Arizona, established an operation utilizing sophisticated investigative techniques, targeting computer hackers who were alleged to have trafficked in and abuse stolen credit card numbers, unauthorized long distance dialing codes, and who conduct unauthorized access and damage to computers. While the total amount of losses cannot be calculated at this time, it is   (MORE) estimated that the losses may run into the millions of dollars. For example, the unauthorized accessing of long distance telephone cards have resulted in uncollectible charges. The same is true of the use of stolen credit card numbers. Individuals are able to utilize the charge accounts to purchase items for which no payment is made.  Federal search warrants were executed in the following cities:        Chicago, IL       Cincinnati, OH       Detroit, MI       Los Angeles, CA       Miami, FL       Newark, NJ       New York, NY       Phoenix, AZ       Pittsburgh, PA       Plano, TX       Richmond, VA       San Diego, CA       San Jose, CA  Unlawful computer hacking imperils the health and welfare of individuals, corporations and government agencies in the United States who rely on computers and telephones to communicate.  Technical and expert assistance was provided to the United States Secret Service by telecommunication companies including Pac Bel, AT&T, Bellcore, Bell South, MCI, U.S. Sprint, Mid-American, Southwestern Bell, NYNEX, U.S. West, and by the many corporate victims. All are to be commended for their efforts in researching intrusions and documenting losses.  Resumindo a historia acima, um monte de mandados foram executados nos EUA  com a assistencia tecnica de empresas, tais como a Nynex, Bellcore, AT&T,  etc, (todas elas do porte quase de Estatais, que tinham perdas devido a acao de tais individuos) e uns tres individuos ja' haviam sido presos no dia anterior. Esse tipo de acao, envolvendo cerca de 150 agentes do servico secreto, junto com policiais e membros de forcas locais era parte da  operacao de dois anos chamada Sundevil. Os prejuizos alegados, provocados por alguns poucos individuos poderiam  estar chegando a casa de milhoes de dolares, decorrentes do trafico ilegal de numeros de cartoes, credito, chamadas telefonicas sem pagar, acesso nao autorizado de computadores.      A ideia, claramente expressa era de mandar uma mensagem a "computer hackers" que teriam violado as leis dos EUA na crenca de que estariam  inviseis atraves do uso do computdor.     Tendo como instrumento o "Comprehensive Crime Control Act" que proibe a fraude com cartao de credito e a fraude com computador, o Servico Secreto americano alegava ter feito 9000 prisoes, a partir do momento em que a lei foi lancada, em 1984. A explicacao oficial era mais ou menos assim, traduzida:  "Recentemente nos temos testemunhado um alarmante numero de gente jovem que, por uma variedade de razoes de ordem psicologica e sociologica, tem ficado pregados a seus computadores e estao explorando seu potencial de forma  criminosa. Frequentemente, a progressao da atividade criminal  ocorre quando envolve fraude de telecomunicacoes (ligacoes interurbanas gratuitas),  acesso nao-autorizado a outros computadores (seja por dinheiro, fascinacao,  ego ou desafio intelectual), fraude de cartao de credito (dinheiro ou compra de bens materiais), e entao se movimentam para outras destrutivas atividades como virus de computador." "Alguns computer abusers formam associacoes intimas com outras  pessoas tendo interesses similares. Grupos underground tem sido formados com o  objetivo de trocar informacao relevante as suas atividades criminais. Estes grupos sempre se comunicam entre si atraves de sistemas de mensagens entre computadores denominados BBS "Bulletin Boards". Quem nao entendia nada do assunto, lia e achava otimo que o  governo estivesse fazendo alguma coisa para parar com esse tipo de ameaca. Quem sabe se ele tivesse sucesso, as companhias telefonicas jamais errariam na hora de cobrar a conta, nem os bancos deixariam de "cair o sistema" quando precisamos dele, etc. Esse tipo de coisa deixaria de acontecer. E o comunicado oficial dizia que 27 mandados de busca haviam sido feitos em 12 cidades. Tudo bem, so' que nenhum resultou em prisao. Cerca de  40 computadores e 20.000 discos foram apreendidos, em todo pais, segundo noticias. Em varias noticias, nunca a falta o uso do "would be", "may be" e numeros alarmantes. "As perdas que *estimamos* podem chegar a milhoes   de dolares", de acordo com um promotor do Arizona. Nenhuma certeza, opiniao de um sujeito que nao era do ramo de telecomunicacoes. Talvez  tenha acontecido aquele tipo de situacao em que o sujeito comete um  assalto num banco, que declara entao um prejuizo de dois milhoes. O assaltante, preso, fala que so' roubou um milhao. Ja' a policia, esta alegava so' ter recuperado metade do valor. Qual estaria dizendo a  verdade? Nao acho impossivel de acontecer esse tipo de coisa. Mas retor- nando a Operacao Sundevil...  Mesmo assim,  muita gente teve equipamento confiscado. Poucos foram presos por cometerem crimes eletronicos. A operacao fracassou em  varios aspectos. Houve acoes arbitrarias, como o confisco de equipamento orcado em 20000 dolares de um no' internet, e o caso do Steve Jackson Games. Neste, o servico secreto americano apreendeu material que seria usado para a confeccao de um jogo, do tipo do WAR ou DIPLOMACY (melhor seria dizer Role-Playing-Game) sob a alegacao de que era material de ensino para Hackers. Este jogo ja' foi traduzido para o portugues, e se chama GURPS CYBERPUNK (o preco do manual esta' em torno de 24 Reais). Nas primeiras paginas do mesmo esta' inclusa uma descricao sumaria da historia toda. No julgamento de Steve Jackson, o Servico Secreto foi mais ou menos taxado de incompetente e condenado a pagar indenizacao pelo prejuizo causado (o jogo teve que ser reconstruido, ja' que muito do material foi destruido durante o confisco).  Quem ler o livro "The Hacker Crackdown" do Bruce Sterling, ira' ter um retrato maior da historia toda. Uma parte interessante, porem, e' o fato de que muita pouca gente que fez o "raid" contra os "hackers" sabia o suficiente de computacao para isso. Entao acontecia do "especialista" de plantao mandar um policial fazer uma copia de um disquete apreendido e o cara colocava o dito na maquina de XEROX. Da mesma forma, essa carencia de gente que entende alguma coisa de modus operandi deve ter feito a tristeza de muitas pessoas e ate' adolescentes, que foram confundidos com "computer abusers". Imagine a cena abaixo:     "Um "blitz" de hacker tipica e' mais ou menos desse jeito. Primeiro, a policia entra rapidamente, atraves de todas as aberturas, com forca superior, na presumcao que esta tatica ira' diminuir as baixas ao  minimo. Segundo, possiveis suspeitos sao imediatamente removidos da vi- zinhanca de todo e qualquer computador, de forma que eles nao terao  chance de queimar ou destruir evidencia. Suspeitos sao amontoados numa sala sem computadores, e mantidos sob guarda - *desarmada*, ja' que as armas sao sutilmente guardadas, mas a mostra, de qualquer forma. Eles  recebem o mandado de busca e sao avisados de que qualquer coisa que  disserem podera' ser usada contra eles. Normalmente eles tem muito o  que dizer, especialmente se sao pais sem nenhuma suspeita". (Bruce Sterling - The Hacker Crackdown)  E', algumas pessoas ficaram chocadas, ja' que a policia americana tem um certo respeito pela lei e nao fazem blitz desse genero contra casas de traficantes de drogas, por exemplo. E se o Press Release mostrado  acima estivesse correto, usar uma forca policial de certa magnitude, invadindo sua casa para levar seu irmao ou filho de talvez 16 anos, e' algo parecido a usar canhoes para matar moscas. A ideia era, de um lado, usar justificativas para esse abuso de autoridade, digno do  livro "1984", de George Orwell (por sinal, muito comentado entre os hackers, principalmente nos EUA, onde e' leitura obrigatoria no 2o Grau). Para facilitar a acao desse tipo de coisa, explorou-se muito os "crimes perfeitos". Logo, ja' que ninguem sabe exatamente o que e' um hacker, o que ele faz de bom ou de ruim, e muito menos gente entende  o que e' um computador, porque nao transformar esses adolescentes em prototipos de super-criminosos? Foi o que aconteceu com muita gente. A comunidade eletronica chegou ate' a tentar a divulgacao de outros termos, como o de "cracker", para evitar o mal-uso da palavra "hacker".  :cracker: n. Alguem que quebra a seguranca de um computador. orig. 1985    usada por hackers contra o mau-uso jornalistico da palavra {hacker}    (q.v., sense 8).  Uma tentativa anterior de se usar`worm' neste     sentido por volta de 1981--82 na USENET foi largamente um fracasso.     O uso de ambos neologismos reflete uma forte revolta contra o roubo    e o vandalismo perpetrados por grupos de craqueadores. Enquanto e'    esperado que qualquer hacker real tera' feito algum craqueamento    inteligente e conhece tecnicas basicas, alguem pos {larval stage}    supostamente deveria ter ultrapassado o desejo de faze-lo, exceto    por razoes praticas de fim imediato (por exemplo, se e' necessario    circundar alguma medida de seguranca para se conseguir fazer um     determinado trabalho).     Embora "craqueadores (crackers)" sempre gostam de se descrever a    *si proprios* como hackers, a maioria dos verdadeiros hackers     consideram-os como uma forma de vida separada e mais baixa.     Consideracoes eticas aparte, hackers consideram que qualquer um     que nao pode imaginar uma forma mais interessante de brincar com    seus computadores que invadir o de outra pessoa, tem que ser    bem {losing}.(ver o Jargao)  :cracking: n. O ato de "invadir" um computador; aquilo que um     {cracker} faz. O contrario do que se possa pensar, isso normal    mente nao involve um brilhantismo, mas persistencia e repeticao    de um punhado de truques bem-conhecidos que exploram fraquezas    na seguranca de sistemas-alvo. A maioria dos crackers sao hackers    mediocres.  :dark-side hacker: n. Um hacker criminoso ou malicioso; um    {cracker}.  Do personagem Darth Vader (Guerra nas Estrelas),     "seduzido pelo lado escuro da forca".  A implicacao de que    os hackers formam uma especie de cavaleiros Jedi de elite    e' intencional.  Isso nao funcionou. O "hacker" virou sinonimo de bandido eletronico. O fato de que muitos adolescentes eram pegos fazendo isso ate' criou o mito de que a idade media do "hacker" varia entre 15 e 18 anos, quando na verdade, os realmente inteligentes dificilmente se conhece a existencia.  Nao existe muito glamour nos verdadeiros bandidos e vandalos eletro- nicos. No livro "Seguranca de Computador" (um do mesmo autor de "Computer Crime". Infelizmente me roubaram o livro ha' alguns anos) dentre varios casos listados, estava o de um faxineiro que se divertia em quebrar circuitos eletronicos de um mainframe da empresa onde trabalhava."So' para ver aquela maquina imensa parar de trabalhar".  Atualmente, se fizermos uma analogia, quem pensa em se instruir mais sobre o assunto enfrenta o mesmo tipo de preconceito que as pessoas que se interessavam por artes marciais enfrentavam ha' algum tempo atras. So' apos series de televisao, como "Kung-fu", comecou-se a pensar que praticantes de Karate e Capoeira nao sao assassinos em potencial. Na minha infancia, falava -se de capoeiristas como se fala do diabo. Pra explicar que o aprendizado de uma arte cria (parte das vezes) uma mentalidade que o praticante nao se sente motivado a abusar do que sabe, isso e' algo que demora a entrar na cabeca das pessoas. O verdadeiro interessado em cometer crimes informaticos nunca ira' fazer propaganda disso. Nem ira' usar sua propria conta ou acesso a uma maquina para cometer suas barbaridades. Seria como um pichador fazer suas "obras" dentro dos muros de sua casa. E aqueles interessados em roubar bancos, bom.. existe muito mais informacao hoje sobre isso do que antes. Aquele que se interessou ontem por seguranca informatica, amanha estara' desenvolvendo sistemas mais seguros. Foi um "hacker" que auxiliou na captura de Mitnick. Este especialista nao foi criado lendo manuais de "boa norma e conduta" no uso de computadores.  Mas as pessoas que administram os computadores, o publico de forma geral, este dificilmente se interessa em acender a luz e apagar o mito. Quem sabe com o caso Mitnick, as pessoas se interessem em descobrir que  existe gente bem intencionada, que sabe muito sobre computadores e que   nao esta' interessada em assaltar  bancos ou atrapalhar a vida das pessoas. Quem sabe? A soma da inteligencia na terra parece ser uma constante, mas a populacao esta' crescendo (Lei de Murphy).  :samurai: n. Um hacker de aluguel para craquear legalmente sistemas,    peruando faccoes em lutas corporativas politicas, advogados    perseguindo leis de privacidade e casos da primeira emenda    e outras partes com razoes legitimas para precisar de um    "abre-portas" eletronico. Em 1991, a midia reportou a existencia    de uma cultura de samurai que se encontra eletronicamente em    BBSes, a maioria deles de adolescentes com PC; eles modelaram    eles mesmos explicitamente no samurai historico do Japao e nos    "net cowboys" das novelas de William Gibson's {cyberpunk} .      Aqueles entrevistados clamam aderir a um rigido codigo de leal    -dade aos seus empregadores e desdem por vandalismo e roubo    praticados por hackers criminosos contrarios a etica hacker;    Alguns se referem ao livro de Miyamoto Musahi "O livro dos cinco    aneis", um classico da doutrina samurai.    Ver tambem {Stupids}, {social engineering}, {cracker},    {hacker ethic, the}, e {dark-side hacker}.  No filme "SNEAKERS" existe essa preocupacao, de mostrar que e' util ter um sujeito que realmente entenda desse assunto. Nao se consegue impedir o crime eletronico "castrando" o intelecto de quem se interessa por ele. Uma propaganda que vi na revista (extinta) Hack-Tic coloca isso:  "Sabotage is as simple as pulling a plug".  Fica aqui a sugestao a aqueles que se interessam pelo assunto, que tomem muito, mas muito cuidado com a lingua. Em muitos empregos, nao se precisa de um genio, mas de gente cuja idoneidade nao seja posta em duvida. Isso  significa nao deixar arquivos com nomes "compcrime.doc" no seu espaco de disco. Se tiver de discutir alguma falha de seguranca no sistema, pense bem: sera' que um colega de trabalho nao te acusara' de utilizar aquela  falha? Ou pior, sera' que ele nao a utiliza? Repito: pense duas vezes ou mais, antes de conversar sobre seguranca de computadores. Pense mais vezes antes de experimentar qualquer coisa anormal no seu local de trabalho. E respeite aquilo que te mandarem respeitar. A confianca e' algo que, uma vez perdido, dificilmente e' recuperado.   NEWS - SECCAO DE CARTAS  =======================  CARTAS DE APOIO ---------------  Dentre as varias cartas elogiando o jornal, recebi esta, publicada com com permissao da figura. Pode ser util, no futuro: ----------------------------------------------------------------------   Olah Derneval,    Gostei muito do BARATA ELETRICA, se bem que que acho que voce poderia   colocar um nome mais condizente e fica ai a sujestao. Bom, sou SysOp   da InfoNet BBS, Brasilia/DF e caso voce decida a colocar mais edicoes,   tem todo o meu apoio e inclusive criarei uma area de arquivos soh para   o danado.     Outro ponto de vista que tenho e que achei ele muito longo e minha    outra sujestao que voce entitule o mesmo como um boletim.      Ah, caso queira fazer uma visita qualquer dia desse e so ligar:    Sistema.............: InfoNet BBS   SysOp...............: Regivaldo Costa   Fone................: (061) 351-8604   Horario.............: 24 horas no ar!!!   Configuracao........: De 1200 a 14.400 bps (Emulacao ANSI)   Abracos,  Regivaldo Costa ==================================================================== Resposta: No futuro eu explico minha insistencia com um nome desses. Quanto ao tamanho...e' muita coisa. Eu nao sei se amanha vou poder  escrever de novo. Melhor muito do que pouco (acho). ---------------------------------------------------------------------   Caros colegas...  esse e' o meu primeiro mail para todos voces, e espero que seja  bem recebido. Primeiramente, gostaria de parabenizar o Derneval pela sua  iniciativa de criar essa lista de discussao. Espero que todos possam  contribuir tanto quanto extrair informacoes uteis que serao  compartilhadas entre todos. O espirito que essa lista deve ter e' o de  hacker, porem nao no sentido "negro" da palavra. Se voces estao na lista  do Derneval, e' porque certamente voces devem ser aficcionados por  computacao (no minimo). Antes de escrever mais e mais, deixe-me apresentar-me... Eu sou Mauricio Walder, tambem conhecido por Darth Walder ou Lord Morpheus (no talker Dreaming). Espero que isso nao crie confusoes, pois ja' vi que temos um Morpheus na nossa lista... Creio que o uso de "nicknames" ou "handles" e' muito comum, e muito interessante. Bom, continuando... Eu estou atualmente no terceiro ano de Engenharia Agronomica na ESALQ/USP (Escola Superior de Agricultura 'Luiz de Queiroz') em Piracicaba, SP. Sim, eu sei que Eng. Agronomica nao tem muito a haver com computacao, mas eu sempre gostei. Mexo com computadores desde 1984, quando morei 1 ano  nos USA. Em 1989 comecei a trabalhar no CIAGRI (Centro de Informatica na Agricultura) aqui na ESALQ. Atualmente estou fazendo estagio no CENA (Centro de Energia Nuclear na Agricultura) trabalhando com computacao  (logico) aplicado `a agricultura. Por causa disso, tenho acesso direto `a  Rede, e trabalho com Unix e Windows NT. Tenho varias contas Internet,   porem prefiro usar a (mwalder@carpa.ciagri.usp.br) para correspondencia, ou a mwalder@pintado.ciagri.usp.br).  Eu morei 2 anos nos USA em 1990, e la' entrei em contato com os BBSs da vida. Curti pra burro. Eu acessava alguns BBSs meio "underground"  - nada de programas piratas, apenas alguns textos meio subversivos e outras coisas do tipo.  Portanto desde aquela epoca eu ja' conhecia aquele texto "A Night of Hackers" que o Derneval enviou a pouco para todos. Uma coisa que me estimulou muito na epoca foi que la' eu nao tinha q.arcar com um gasto absurdo em ligacoes de telefone (como todos tem aqui). Podia utilizar a maioria dos BBSs sem pagar nada por muito tempo (logicamente com um certo tempo e quantidade de download limitada).  Em 1992 eu regressei a Piracicaba, e fiquei sem mexer em nada de BBS, pois nao havia nenhum. Agora existem 4, mas nenhum muito bom... Infelizmente nao posso acessar os de Sao Paulo, pois os custos de uma ligacao DDD sao exagerados... Como nao quero gastar dinheiro com uma coisa que nao e' muito quando comparado `a Internet (a qual eu tenho acesso de graca aqui) comecei a me dedicar pra valer `a Internet. Eu ja' tinha utilizado a BITNET e a USENET, mas a Internet me mostrou ser muito maior, e muito mais poderosa, com muitos recursos exploraveis.  Portanto, apesar de ser bem geralista, meu norte e' a Internet. Eu curto pra caramba aprender sobre novos locais, e utilizar novas ferramentas e tenho utilizado ftp, telnet, gopher, www, lynx, mosaic, netscape, netfind, archie, wais, veronica, whois, irc, bla bla bla... Com certeza alguns de voces nao tem a menor ideia do seja tudo isso - e nem precisa. No futuro faco um texto pra explicar isso melhor. Me dedico atualmente a preparar uma apostila para os usuarios da Internet daqui (Campus da USP de Piracicaba). O CIAGRI colocou um computador `a disposicao dos professores e alunos, mas nao existe nenhum material de introducao para os recursos mais elementares de pesquisa que a rede oferece. Nisso, a maioria dos usuarios abre conta so'  para  enviar/receber mail e utilizar o IRC apenas (o que eu acho ridiculo, pois existe MUITO mais coisa interessante para se fazer na Internet - principalmente na area academica e cientifica, mas tambem na parte de entretenimento), e o CIAGRI ganha uma grana preta ministrando cursinhos bem ruins sobre a utilizacao da Internet. Com a apostila, passo meu conhecimento adiante, preencho a lacuna e diminuo meu trabalho. Nao aguento mais fazer isso sozinho. Bom, agora sobre as minhas opinioes sobre essa lista. Eu recebi a mensagem do nosso colega Izar la' de Israel, que estava descontente com o movimento da lista. Eu gostaria de pensar que o movimento esta' baixo por que a maioria do pessoal e' estudante, e como tal, ainda esta' de ferias aqui no Brasil... Espero que o movimento aumente com o passar do tempo.  Porem se todos forem desistindo, nunca havera' uma lista que tenha continuidade. Portanto, vamos fazer uma forcinha. Outra coisa: o Derneval teve o trabalho de criar uma lista especifica no servidor da UNICAMP, e porem, como eu acabei de ver numa mensagem, apenas 16 pessoas se cadastraram.(obs: atualmente o numero ultrapassou a marca de 50 inscritos).  Eu gostaria de pedir a todos voces que enviassem uma pequena  mensagem para todos os outros membros da lista, se apresentando, para que  nos possamos nos conhecer melhor. Acho que esse seria um primeiro passo  na direcao certa.  Eu tenho um outro assunto a propor para todos, mas irei faze-lo  em uma outra mensagem, para nao complicar muito... Aguardando mensagens de todos voces,  envio os meus abracos...  -=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-      =========     TALKER II     ========= Buenas...  A sugestao que eu gostaria de fazer e' a utilizacao de um talker para uma discussao on-line (semelhante ao IRC porem mais proximo e portanto  bem mais rapido). Eu ja'tenho um talker rodando, e ja' tendo passado por  uma fase de teste de varios meses, ja' esta' funcionando direito (fora  algumas travadas que ocorrem quando o sistema aqui esta' sobrecarregado ou  a conexao remota da' problemas). `As vezes ele sai do ar, mas sempre tem eu e o Floyd monitorando, e nos estamos  regularmente dando "boot" nele. O talker por enquanto esta' com o nome de  "Realms of Dreaming"  - em homenagem ao reino do Lord Morpheus (quem le "Sandman" do Neil Gaiman manja). Ja' temos varios usuarios cadastrados la' (mais de 120), mas nao  temos muito trafego, pois comecamos apenas com alguns amigos, depois amigos dos amigos, e por ai' foi. A maioria dos usuarios logou-se apenas uma vez, e como estava vazio, nao conversou com ninguem, nao gostou e depois nunca mais  voltou.  O Dreaming  esta' aberto  a  qualquer um - voce pode entrar e  colocar o seu "handle". Se ninguem  ainda o tiver registrado  como seu, basta colocar' a sua senha e pronto. Foi um trabalho enorme. Organizar tudo organizando tudo, colocando todos os helps, enfim, tentando torna'-lo o mais amigavel possivel. Ah! Somente aqueles usuarios com acesso direto `a Internet poderao acessa'-lo... Para dar uma olhada no Dreaming, deem "telnet carpa.ciagri.usp.br 3000".  Eu peco encarecidamente que todos os usuarios leiam todas as  mensagens que aparecem la' - nao sao meros enfeites, e que leiam os helps  antes de sairem perguntando tudo. Outro pedido (que esta' escrito la') e'  que todos os novos usuarios que desejem se cadastrar para utilizar  regularmente o sistema enviem um mail para mim, com o seu endereco de  E-mail e o username que foi registrado no Dreaming. Essa informacao e'  apenas para o meu conhecimento, nenhum outro usuario do Dreaming tera'  acesso a essa informacao. Para que voces conhecam um pouco mais sobre o talker, eixe-me citar alguns recursos existentes la':  - voce pode listar todos os comandos atraves do .help (ou .h) - todos os comandos sao precedidos por um ponto (.) - voce pode escrever mensagens publicas no board de cada sala - voce pode enviar e receber mensagens pessoais para outros  usuarios (como um sistema de E-mail) - voce pode entrar numa sala com outra pessoa e "tranca'-la",  tornando-a "particular" ou "privada", como quiserem. Outras pessoas so'  poderao entrar nessa sala se alguem de dentro convidar - voce pode conversar particularmente com uma outra pessoa sem  que as outras pessoas na sala vejam ("whisper") - voce pode listar todas as pessoas utilizando o talker - voce pode GRITAR para que todas as pessoas em todas as salas  vejam o que voce gritou - e muitas outras coisas...  Devido `a natureza "sensivel" de algumas informacoes que nos  compartilhamos, me foi sugerido que eu criasse um outro talker, separado  do talker - para que outros usuarios, que nao tem nada a haver com o  nosso assunto, ficassem olhando. E' possivel construir um outro talker, em  uma outra porta, que tivesse acesso restrito. Um outro recurso de  seguranca poderia ser que esse talker nao teria registro de novos  usuarios livres - ou seja, todos os usuarios teriam que ser registrados  por mim, e qualquer novo usuario deveria pedir permissao especifica via  mail para mim - e essa permissao seria discutida pelo grupo, ou  se for indicado diretamente por algum membro. E' uma simples  questao de todos darem uma olhada no talker e fazerem sugestoes... Eu  estou aberto a qualquer sugestao ;-) Abracos para todos,  |)arth \/\/alder   +----------------------------------------------------------+----------------+ |  Mauricio F. A. Walder - mwalder@pintado.ciagri.usp.br   |    * USP *     | |     CIAGRI - Centro de Informatica na Agricultura        +----------------+ |  ESALQ - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz  |  UNIVERSIDADE  | |                Piracicaba - S.P. - BRASIL                |  de SAO PAULO  | +----------------------------------------------------------+----------------+ |    Warning: Don't drink and drive on the `Information Superhighway'!!!    | +---------------------------------------------------------------------------+ "All things are divided into the twin forces of order and chaos, forever  contending for dominance. Life is something that occurs in the interface,  not in the writhing discord of utter chaos, nor in the flatline perfection  of pure order, but somewhere in between."       - Dr. Fate in 'Books of Magic'  *************************************************************************                 WORM     ---- Esta carta e' meio velha, fala sobre uma worm (programa virus de computador grande porte). Estou colocando aqui so' por causa da opiniao do cara,  que eu achei muito engracada. Esta carta e'  anterior ao virus "Good Times". Nunca ouvi mais falar do dito.   ---------- Forwarded message ---------- Date: Mon, 12 Dec 1994 10:44:00 BDB From:??????%FAPQ.FAPESP.BR@lion.cce.usp.br To: Multiple recipients of list RNPTEC-L  Subject: URGENTE! *** WARNING *** - destructive bitnet worm received from BRUFMS  Que sucede, agora os brasileiros estao pegando a moda de gerar viruses?  Sou absolutamente contra a pena de morte. Amputar os cinco membros e' suficiente...    | | |Date: Sat, 10 Dec 94 00:54:27 EST |From: ????? ??????  |Subject: *** WARNING *** - destructive bitnet worm received from BRUFMS |To: ?????@brnlcc, ?????@brufms.BITNET, ????@brlncc.BITNET, | ?????@fpsp.fapesp.br | |Due to the urgency, I am mailing to everybody listed in the BITEARN NODES |entry for BRUFMS.  I just received a destructive bitnet worm called |'EMPIRE EXEC'.  This exec sends a copy of itself to everybody in the |user's NAMES file, and then purges the user's RDR, and then erases |all * EXEC, * NOTEBOOK, and * NAMES files on the user's 191.  You may wish |to search your system and delete all copies that you can find, and try to |track down where/how it started (it may have been created at BRUFMS, or |received from offsite.  It appears that the comments in the Rexx code are |in Portugese, so I suspect a Brazilian origin. |The first 30 lines of the file are: |/*  EMPIRE CONQUEST FOR CMS - VER1.05 - BY SCARFACE SOFTWARE(1994) */ |'VMFCLEAR' |'ID (STACK' |parse pull . . locnod |SAY;SAY |hi='1dc8'x;lo='1dc1'x |SAY'/////////////////////////////////////////////////////////////' |SAY'//        EMPIRE  CONQUEST  FOR CMS   -  VER1.05           //' |SAY'//                                                         //' |SAY'//   * SHAREWARE *                   BY SCARFACE SOFTWARE  //' |SAY'/////////////////////////////////////////////////////////////' |SAY;SAY;SAY |SAY'INSTRUCOES:' |SAY;SAY |SAY'       OBSERVANDO AS POUCAS OPCOES DE GAMES PARA CMS, A SCARFACE' |SAY'SOFTWARE INOVA TRAZENDO PARA O DOMINIO PUBLICO A VERSAO PARA CMS' |SAY'DO CLASSICO JOGO EMPIRE CONQUEST. BASICAMENTE PROCURAMOS NAO MO-' |SAY'DIFICAR A ESSENCIA DO JOGO, ONDE  A  ESTRATEGIA  SEMPRE  SERA  A' |SAY'A MELHOR DEFESA E OU O MELHOR ATAQUE.' |SAY'       A VERDADEIRA DIFERENCA ENTRE A VERSOES (DOS/CMS) SERA BA-' |SAY'SICAMENTE GRAFICA TENDO EM VISTA A IMPOSSIBILIDADE DOS  RECURSOS' |SAY'GRAFICOS DO CMS. OS OBJETIVOS SAO SIMPLES COMO NA VERSAO P/ DOS,' |SAY'DOIS PAISES LUTANDO ESTRATEGICAMENTE ENTRE SI A FIM DE  CONQUIS-' |SAY'TAR O TERRITORIO INIMIGO CAPTURANDO E SUBSTITUINDO SUA BANDEIRA.' |SAY'       A TELA BASICA DO JOGO ASSEMELHA-SE COM  UM  TABULEIRO  DE' |SAY'XADREZ ONDE OS MOVIMENTOS DE CADA PECA DE SEU EXERCITO  SE  DARA' |SAY'ATRAVES DE COORDENADAS ESPECIFICADAS ANTERIORMENTE PELO JOGADOR.' |SAY'COORDENADAS DIGITADAS ERRADAS PODERAO SER CORRIGIDAS  ESCOLHENDO' |SAY'A OPCAO RETURN. CADA PECA DE SEU EXERCITO POSSUE UMA  QUANTIDADE' |SAY'LIMITADA DE HP (FORCA E ATAQUE) SENDO QUE PARA RESTAURA-LAS SERA' | |The copy I received came from user CACOM17.  I cannot tell if this |user is the author, or merely a victim. | |                                  Valdis Kletnieks |                                  Computer Systems Engineer |                                  Virginia Polytechnic Institute  ************************************************************************  ************      REUNIAO:  Outra coisa e' a proxima reuniao de (would-be) Hackers aqui na USP (espero). Esta' havendo um clima meio tenso aqui com relacao a lista de hackers que  estou fazendo, por isso tenho um ou duas duvidas se vou conseguir a sala.  Outra duvida e' o quorum. Na reuniao anterior nao houve nem cinco pessoas. Epoca de prova, sabado de sol, essas coisas. Eu estou querendo marcar outra  reuniao, possivelmente talvez ate' chamando a imprensa. Para isso, gostaria que as pessoas que tiverem uma ideia de melhor dia (o mais facil delas apa- recerem) que escrevam para a esquina das listas para discutir o lance. Quem ainda nao sabe acessar a esquina, vai uma dica:    Mande um mail para esquina-das-listas@dcc.unicamp.br   Como texto, coloque:  inscreva hackers   (seuemail@sua.maquina)  <- sem os parenteses  Assim voce faz parte de uma lista que de vez em quando tem uma pa' de textos interessantes e discussoes sobre o assunto, que envolve ate' seguranca de computadores. Se voce tiver afim de contribuir, escreva, antes de qualquer texto  submeta hackers  Dessa forma, o listserv entende que voce quer enviar um texto para mais de cinquenta pessoas que atualmente assinam esta lista.  Existe uma possibilidade de se fazer uma reuniao de maniacos de microcompu- tador. Se voce estiver interessado em participar, mande um mail com o subject:  subject: To^ afim  No corpo da carta podem colocar os dias. Melhor depois da semana santa.  Detalhe: esse "to afim" indica uma presenca certa no local. Gente, se ninguem vier, nunca vai ter uma conferencia de hackers aqui no Brasil. Se poucos  responderem, vou marcar um encontro num boteco, com os poucos interessados e alguns que eu ja' conheco. Ah, sim. Para quem nao sabe, isso seria aqui em Sao Paulo. Se nao for possivel, nao fique preocupado. E' uma ideia, nada esta' definido.    -----------------------------------------------------------------------     A PRISAO DE MITNICK   ===================      Muito se escreveu sobre isso. Eu peguei esses arquivos gracas a um anonimo que enviou para a lista. Junto, haviam algumas observacoes, que nao anotei. Basicamente era sobre o exagero em que transformam cada cracker preso. Se o cara foi preso, tudo bem. Mas muita gente aumenta o tamanho dele para  justificar coisas que se fazem para vigiar outros, que nao tem nada a ver  com a historia. Do meu ponto de vista, alem de mau-elemento, Mitnick e'  um pouco menos do que se fala acerca dele. Dos crimes que se atribuiram a ele, por exemplo:   From: emmanuel@well.sf.ca.us (Emmanuel Goldstein) Newsgroups: netcom.general,comp.org.eff.talk,alt.2600 Subject: Re: Mitnick Incident Date: Fri Feb 17 11:29:43 1995   cmd@aimnet.com (Lord Soth) writes: >Don't >you guys think that security is more important than convenience?  Stealing >cc #'s is not all that hard, but you guys seem to make it easier than it >should be.   The fact of the matter is that they obviously don't. Check out page 34 of the autumn 94 issue of 2600 - "Recent reports indicate that Netcom's credit file, stored online and containing information on all their customers, has been compromised." This is old news. It's got nothing to do with Mitnick; that file has been wide open since August and Netcom hasn't done a thing about it, despite the warnings. That's the story no reporter seems to want to write.   emmanuel@well.sf.ca.us  -----------------------------------------------------------  Portanto lembrem-se: pouca gente na imprensa conhece o bastante do  assunto para saber o que esta' falando. Para quem nao sabe, o autor da carta acima e' o editor-chefe da revista 2600 - Hacker Quaterly. Abaixo, outros artigos conseguidos no http://underground.net  Subject: nytimes-021595.html                    HOW A COMPUTER SLEUTH     TRACED A DIGITAL TRAIL     NY TIMES, FEB 15 1995                         New York Times                 RALEIGH, N.C. (8.59 p.m.) -- It takes a computer hacker to catch one.        And if, as federal authorities contend, 31-year-old computer outlaw    Kevin D. Mitnick is the person behind a recent spree of break-ins to    dozens of corporate, university and personal computers on the global    Internet, his biggest mistake was raising the interest and ire of    Tsutomu Shimomura.        Shimomura, who is 30, is a computational physicist with a reputation    as a brilliant cyber-sleuth in the tightly knit community of    programmers and engineers who defend the country's computer networks.        And it was Shimomura who raised the alarm in the Internet world after    someone used sophisticated hacking techniques on Christmas Day to    remotely break into the computers he keeps in his beach cottage near    San Diego and steal thousands of his data files.        Almost from the moment Shimomura discovered the intrusion, he made it    his business to use his own considerable hacking skills to aid the    FBI's inquiry into the crime spree.        He set up stealth monitoring posts, and each night over the last few    weeks, Shimomura used software of his own devising to track the    intruder, who was prowling around the Internet. The activity usually    began around mid-afternoon, Eastern time, broke off in the early    evening, then resumed shortly after midnight and continued through    dawn.        Shimomura's monitoring efforts enabled investigators to watch as the    intruder commandeered telephone company switching centers, stole    computer files from Motorola, Apple Computer and other companies, and    copied 20,000 credit-card account numbers from a commercial computer    network used by some of the computer world's wealthiest and    technically savviest people.        And it was Shimomura who concluded last Saturday that the intruder was    probably Mitnick, whose whereabouts had been unknown since November    1992, and that he was operating from a cellular telephone network in    Raleigh, N.C.        Sunday morning, Shimomura took a flight from San Jose to    Raleigh-Durham International Airport. By 3 a.m. Monday, he had helped    local telephone company technicians and federal investigators use    cellular-frequency scanners to pinpoint Mitnick's location: a 12-unit    apartment building in the northwest Raleigh suburb of Duraleigh Hills.        Over the next 48 hours, as the FBI sent in a surveillance team from    Quantico, Va., obtained warrants and prepared for an arrest, cellular    telephone technicians from Sprint Corp. monitored the electronic    activities of the man they believed to be Mitnick.        The story of the investigation, particularly, Shimomura's role, is a    tale of digital detective work in the ethereal world known as    cyberspace.                A COMPUTER SLEUTH BECOMES A VICTIM                On Christmas Day, Tsutomu Shimomura was in San Francisco, preparing to    make the four-hour drive to the Sierra Nevadas, where he spends most    of each winter as a volunteer on the cross-country ski patrol near    Lake Tahoe.        But the next day, before he could leave for the mountains, he received    an alarming telephone call from his colleagues at the San Diego    Supercomputer Center, the federally funded research center that    employs him. Someone had broken into his home computer, which was    connected to the center's computer network.        Shimomura returned to his beach cottage near San Diego, in Solana    Beach, Calif., where he found that hundreds of software programs and    files had been taken electronically from his powerful work station.    This was no random ransacking: the information would be useful to    anyone interested in breaching the security of computer networks or    cellular phone systems.        Taunting messages for Shimomura were also left in a computer-altered    voice on the Supercomputer Center's voice-mail system.        Almost immediately, Shimomura made two decisions. He was going to    track down the intruders. And Lake Tahoe would have to wait awhile    this year.        The Christmas attack exploited a flaw in the Internet's design by    fooling a target computer into believing that a message was coming    from a trusted source.        By masquerading as a familiar computer, an attacker can gain access to    protected computer resources and seize control of an otherwise    well-defended system. In this case, the attack had been started from a    commandeered computer at Loyola University of Chicago.        Though the vandal was deft enough to gain control of Shimomura's    computers, he, she or they had made a clumsy error. One of Shimomura's    machines routinely mailed a copy of several record-keeping files to a    safe computer elsewhere on the network -- a fact that the intruder did    not notice.        That led to an automatic warning to employees of the San Diego    Supercomputer Center that an attack was under way. This allowed the    center's staff to throw the burglar off the system, and it later    allowed Shimomura to reconstruct the attack.        In computer-security circles, Shimomura is a respected voice. Over the    years, software security tools that he has designed have made him a    valuable consultant not only to corporations, but also to the FBI, the    Air Force and the National Security Agency.                WATCHING AN ATTACK FROM A BACK ROOM                The first significant break in the case came on Jan. 28, after Bruce    Koball, a computer programmer in Berkeley, Calif., read a newspaper    account detailing the attack on Shimomura's computer.        The day before, Koball had received a puzzling message from the    managers of a commercial on-line service called the Well, in    Sausalito. Koball is an organizer for a public-policy group called    Computers, Freedom and Privacy, and the Well officials told him that    the group's directory of network files was taking up millions of bytes    of storage space, far more than the group was authorized to use.        That struck him as odd, because the group had made only minimal use of    the Well. But as he checked the group's directory on the Well, he    quickly realized that someone had broken in and filled it with    Shimomuru's stolen files.        Well officials eventually called in Shimomura, who recruited a    colleague from the Supercomputer Center, Andrew Gross, and an    independent computer consultant, Julia Menapace.        Hidden in a back room at the Well's headquarters in an office building    near the Sausalito waterfront, the three experts set up a temporary    headquarters, attaching three laptop computers to the Well's internal    computer network.        Once Shimomura had established his monitoring system, the team had an    immediate advantage: it could watch the intruder unnoticed.        Though the identity of the attacker or attackers was unknown, within    days a profile emerged that seemed increasingly to fit a well-known    computer outlaw: Kevin D. Mitnick, who had been convicted in 1989 of    stealing software from Digital Equipment Corp.        Among the programs found at the Well and at stashes elsewhere on the    Internet was the software that controls the operations of cellular    telephones made by Motorola, NEC, Nokia, Novatel, Oki, Qualcomm and    other manufacturers. That would be consistent with the kind of    information of interest to Mitnick, who had first made his reputation    by hacking into telephone networks.        And the burglar operated with Mitnick's trademark derring-do. One    night, as the investigators watched electronically, the intruder broke    into the computer designed to protect Motorola Corp.'s internal    network from outside attack.        But one brazen act helped investigators. Shimomura's team, aided by    Mark Seiden, an expert in computer fire walls, discovered that someone    had obtained a copy of the credit-card numbers for 20,000 members of    Netcom Communications Inc., a service based in San Jose that provides    Internet access.        To get a closer look, the team moved its operation last Thursday to    Netcom's network operation center in San Jose.        Netcom's center proved to be a much better vantage point for watching    the intruder. To let its customers connect their computer modems to    its network with only a local telephone call, Netcom provides dozens    of computer dial-in lines in cities across the country.        Hacking into the long-distance network, the intruder was connecting a    computer to various dial-in sites to elude detection. Still, every    time the intruder would connect to the Netcom system, Shimomura was    able to capture the computer keystrokes.        Late last week, FBI surveillance agents in Los Angeles were almost    certain that the intruder was operating somewhere in Colorado. Yet    calls were also coming into the system from Minneapolis and Raleigh.        The big break came late last Saturday night in San Jose, as Shimomura    and Gross, red-eyed from a 36-hour monitoring session, were eating    pizza. Subpoenas issued by Kent Walker, the U.S. assistant attorney    general in San Francisco, had begun to yield results from telephone    company calling records.        And now came data from Walker showing that telephone calls had been    placed to Netcom's dial-in phone bank in Raleigh through a cellular    telephone modem.        The calls were moving through a local switching office operated by GTE    Corp. But GTE's records showed that the calls had looped through a    nearby cellular phone switch operated by Sprint.        Because of someone's clever manipulation of the network software, the    GTE switch thought that the call had come from the Sprint switch, and    the Sprint switch thought that the call had come from GTE. Neither    company had a record identifying the cellular phone.        When Shimomura called the number in Raleigh, he could hear it looping    around endlessly with a "clunk, clunk" sound. He called a Sprint    technician in Raleigh and spent five hours comparing Sprint's calling    records with the Netcom log-ins. It was nearly dawn in San Jose when    they determined that the cellular phone calls were being placed from    near the Raleigh-Durham International Airport.        By 1 a.m. Monday, Shimomura was riding around Raleigh with a second    Sprint technician, who drove his own car so as not to attract    attention. From the passenger seat, Shimomura held a    cellular-frequency direction-finding antenna and watched a    signal-strength meter display its readings on a laptop computer    screen. Within 30 minutes the two had narrowed the site to the Players    Court apartment complex in Duraleigh Hills, three miles from the    airport.        At that point, it was time for law-enforcement officials to take over.    At 10 p.m. Monday, an FBI surveillance team arrived from Quantico, Va.        In order to obtain a search warrant it was necessary to determine a    precise apartment address. And although Shimomura had found the    apartment complex, pinning down the apartment was difficult because    the cellular signals were creating a radio echo from an adjacent    building. The FBI team set off with its own gear, driven by the Sprint    technician, who this time was using his family van.        On Tuesday evening, the agents had an address -- Apartment 202 -- and    at 8:30 p.m. a federal judge in Raleigh issued the warrant from his    home. At 2 a.m. Wednesday, while a cold rain fell in Raleigh, FBI    agents knocked on the door of Apartment 202.        It took Mitnick more than five minutes to open it. When he did, he    said he was on the phone with his lawyer. But when an agent took the    receiver, the line went dead.              _________________________________________________________________         Aleph One / aleph1@underground.org         Last modified Feb 24, 1995. ===================================================================   ALGUNS TERMOS IMPORTANTES DO JARGON: ====================================  :brute force: adj. Describes a primitive programming style, one in    which the programmer relies on the computer's processing power    instead of using his or her own intelligence to simplify the    problem, often ignoring problems of scale and applying naive    methods suited to small problems directly to large ones.  The term    can also be used in reference to programming style: brute-force    programs are written in a heavyhanded, tedious way, full of    repetition and devoid of any elegance or useful abstraction (see    also {brute force and ignorance}).     The {canonical} example of a brute-force algorithm is associated    with the `traveling salesman problem' (TSP), a classical    {NP-}hard problem: Suppose a person is in, say, Boston, and    wishes to drive to N other cities.  In what order should the    cities be visited in order to minimize the distance travelled?  The    brute-force method is to simply generate all possible routes and    compare the distances; while guaranteed to work and simple to    implement, this algorithm is clearly very stupid in that it    considers even obviously absurd routes (like going from Boston to    Houston via San Francisco and New York, in that order).  For very    small N it works well, but it rapidly becomes absurdly    inefficient when N increases (for N = 15, there are    already 1,307,674,368,000 possible routes to consider, and for    N = 1000 --- well, see {bignum}).  Sometimes,    unfortunately, there is no better general solution than brute    force.  See also {NP-}.     A more simple-minded example of brute-force programming is finding    the smallest number in a large list by first using an existing    program to sort the list in ascending order, and then picking the    first number off the front.     Whether brute-force programming should actually be considered    stupid or not depends on the context; if the problem is not    terribly big, the extra CPU time spent on a brute-force solution    may cost less than the programmer time it would take to develop a    more `intelligent' algorithm.  Additionally, a more intelligent    algorithm may imply more long-term complexity cost and bug-chasing    than are justified by the speed improvement.     Ken Thompson, co-inventor of UNIX, is reported to have uttered the    epigram "When in doubt, use brute force".  He probably intended    this as a {ha ha only serious}, but the original UNIX kernel's    preference for simple, robust, and portable algorithms over    {brittle} `smart' ones does seem to have been a significant    factor in the success of that OS.  Like so many other tradeoffs in    software design, the choice between brute force and complex,    finely-tuned cleverness is often a difficult one that requires both    engineering savvy and delicate esthetic judgment.  :crack root: v. To defeat the security system of a UNIX machine and    gain {root} privileges thereby; see {cracking}.   BIBLIOGRAFIA ============  Algumas partes em ingles mencionadas aqui vieram direto do  The on-line hacker Jargon File, version 3.0.0, 27 JUL 1993".)  Me referenciei muito tambem no "Hacker Crackdown" do Bruce Sterling, que esta' disponivel gratuitamente on-line no ftp site ftp.eff.org no subdiretorio pub/Publications/Bruce_Sterling  A parte da legislacao veio de um arquivo de CDROM contendo softwares brasileiros. Infelizmente esqueci o nome do dito. Sei que tem BBSes  que tem o mesmo. O arquivo original tinha mais de 200 kbytes e englo- ba muita outras coisas.  A parte do Press Release veio do artigo sundevil  Disponivel no ftp.eff.org no subdiretorio pub/Publications/CuD/Papers  {}            ELECTRONIC TEXT -- PUBLIC INFORMATION FILE              {} {}                      ** SPECIAL EDITION **                         {} {}                        THE EPIC PROJECT                            {}   Press RETURN to Continue: