Hacker de Aluguel, brincadeira ou verdade?

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"Preciso de hacker"

Brincadeira ou Verdade?

(mais uma parte do livro)

http://goo.gl/9Jveda

Derneval R.R.Cunha

Volta e meia, esse aviso aparece.. Quando colocam, fico meio preocupado. Porque parece ser uma roubada. Não existe qualificação profissional de "hacker". Supondo que se trata de firma de segurança, a contratação implica em testes e entrevistas. O imbecil que se candidata a suposta vaga responde a questionários e entrevistas que nem a polícia poderia fazer. Em outras palavras, se tudo der certo, assina uma confissão detalhada de suas atividades. Sem garantia de que irá ganhar um salário por conta disso. A melhor história que tenho sobre isso foi de um amigo que recebeu uma sociedade numa suuuper BBS (foi nos tempos de BBS). A parte dele era proteger a BBS e bancar o SYSOP. O outro sócio financiou o micro, fez o registro de tudo, comprou software, etc, etc.. Esse sujeito também vendeu o micro, depois que ficou protegido. O hacker em questão foi remunerado com uma "banana" a título de bonificação. Tenho que dizer que varia muito, esse negócio de ser hacker e fazer sucesso vendendo serviço para uma empresa. Não se pode generalizar. Por mais que o governo quisesse, por mais que a vaidade dos empresários valesse, a grande maioria das empresas brasileiras é um trabalho de improvisação. Principalmente as pequenas empresas. Algumas não estão regulamentadas. Outras estão com o orçamento a beira da falência (tem aquelas que já faliram, mas tem um sistema de contas tão ruim que nem o banco nem os credores desconfiaram ainda). Donde o "preciso de um hacker" pode significar desde um especialista em prevenir contra invasões como um "faz-tudo" que não vai precisar de treinamento. As médias e grandes empresas são um pouquinho melhores, nesse aspecto. Mas a divisão de trabalho nelas acontece de outra forma.

Há os que mandam e os que obedecem. Esses últimos vivem sob ameaça de ir para o olho da rua na próxima "re-engenharia" (uma desculpa OBSOLETA para mandar gente embora). E quando rola a ameaça de palavras como downsizing, remanejamento, otimização de recursos, aparece uma coisa chamada panelinha. Pode acontecer que começa o apoio a um chefe inútil, mas que vai fazer o máximo para que os protegidos dele não vão para o olho da rua. Aí é que mora o perigo. Porque o bom trabalhador, aquele que não tem culpa no cartório é o que menos se prepara para isso. Fica mais vulnerável a esse tipo de coisa. E.. acontece muito dos "especialistas" serem substituídos por "estagiários". Finalizando, o serviço mais útil e necessário ao bem estar da empresa corre o risco de ser terceirizado. Donde entra a questão da capacidade intelectual. Nem sempre os que tém um cargo mais alto são capacitados para exercer a função. Para compensar a falta de competência, alguns podem ou não inibir qualquer idéia nova que não seja deles. Nada pode mudar para que eles mantenham seu lugar. Não entendeu? A iniciativa é combatida. As pessoas são acusadas de não usar o critério NEED-TO-KNOW.

Hacker ou não, o cara passa a maior parte do tempo tentando defender ou implementar processos e procedimentos sem incorrer na ira de alguém. Se tiver sorte, terá a colaboração dos outros funcionários. Mesmo que o chefe defenda o "gênio" de informática, existe a questão de que os funcionários mais próximos podem invejar a segurança profissional do colega. E inveja é a arma do incompetente. O que significa que aquela bronca que o cara não recebe (ninguém sabe o suficiente para avaliar seu serviço) vira motivo para a invenção de intrigas e formas de jogar o cara contra seus patrões. E apelidam-no de puxa-saco pelas costas. Pode ficar isolado. Claro, sempre tem a chance do sujeito ter jogo de cintura com as pessoas e garantir seu ganha-pão sem pisar no calo de ninguém. Também existe gente que acredita em Papai Noel e joga na Sena, quando acumula. O grande problema de ser um gênio (hacker ou não) no local de trabalho é que ele se diverte. A lógica da cultura judaico-cristã é que o sujeito não pode se divertir trabalhando. O trabalho do gênio de informática corre o risco de ser sub-aproveitado. No entanto, seria esse trabalhador "gênio de informática" que poderia poupar verdadeiras fortunas em consultorias, treinamento de pessoal, assessoria. É difícil apresentar uma produtividade que justifique sua imunidade a demissão ou certeza de contratação. A não ser, claro, quando ele entra no jogo e começa a usar todo tipo de estratégias para também justificar seu dia-a-dia.

Que é algo muito nojento. Ter sucesso usando isso pode significar queda na vontade de trabalhar com computadores. Quanto a consultoria (trabalho eventual sem carteira assinada), ela apresenta alguns problemas. As firmas não contratam alguém que saiba fazer alguma coisa. Contratam uma solução de confiança. Então, para se trabalhar dessa forma é necessário vender o peixe, fazer amizades, divulgar o trabalho. Quem por exemplo se especializa em "prometer" segurança informática precisa virar "comerciante". O mais chato é que as pessoas relutam em pagar, reclamam e usam de artimanhas para compensar a ignorância na área. Por outro lado, o fracasso pode implicar num processo por perdas e danos. O serviço mal feito pode ter que ser refeito. E soluções "mágicas" podem ser copiadas sem pagamento de royalties. Houve época em que era muito fácil se ganhar dinheiro com acessoria. Da mesma forma, também teve tempo em que se amarrava cachorro com linguiça. Todo mundo tenta entrar nesse mercado para escapar do desemprego. Aumenta o número de incompetentes e satura o mercado, forçando os competentes a oferecer seus serviços a preço de banana. Não existe vida fácil só porque se é "hacker". Se os bancos contratam, também despedem. Só que não avisam a imprensa. Muito cuidado com a divulgação de um aprendizado de técnicas de segurança. Pode ser uma benção ou não. petentes a oferecer seus serviços a preço de banana. Não existe vida fácil só porque se é "hacker". Se os bancos contratam, também despedem. Só que não avisam a imprensa. Muito cuidado com a divulgação de um aprendizado de técnicas de segurança. Pode ser uma benção ou não.