Mitras. Deus do sol, da guerra, da verdade. Em tempos helenísticos, Mitras adquiriu traços de Hélio e Apolo, divindades da luz e Divindades do Sol. O culto de Mitras foi difundido pelos soldados romanos até Panonia e Germânia. Na Pártia, Mitras era quase idêntico ao sol. Uma das festas mais importantes era a do seu nascimento, no solstício de inverno. O nascimento de Mitras em uma rocha ou numa caverna pode ser visto em relação simbólica com o sol, que se levanta das trevas noturnas. As grutas e os espaços subterrâneos (mítrias) do culto de Mitras possuíam significado cósmico (caverna = universo).
Nos mistérios de Mitras, o corvo indicando o caminho e o leão solar designavam cada um dos sete graus iniciatórios, associados às sete esferas planetárias, pelas quais a alma do iniciado deve ascender após sua separação do corpo. Nas cerimônias de iniciação, a espada (reminiscência da função do deus guerreiro) desempenhava um papel importante: alusão à luta contra o mal. Na refeição ritualística, pão e vinho indicavam a misteriosa transformação do touro sacrificado por Mitras e uniam mito cosmogônico com esperança escatológica. (Lurker, 2003)
LURKER, Manfred. Dicionário de Simbologia. Tradução Mário Krauss e Vera Barkow. 2. ed., São Paulo: Martins Fontes, 2003.