Mandala. É literalmente um círculo, ainda que o seu desenho seja complexo e muitas vezes se encerre em uma moldura quadrada. Como o iantra (de uso emblemático), mas de modo menos esquemático, a mandala é ao mesmo tempo um resumo da manifestação espacial, uma imagem do mundo, além de ser a representação e a atualização de potências divinas; é assim uma imagem psicagógica, própria para conduzir à iluminação de quem a contempla.
C. C. Jung recorre à imagem da mandala para designar uma representação simbólica da psique, cuja essência nos é desconhecida. Ele observou, assim como os seus discípulos, que essas imagens são utilizadas para consolidar o ser interior ou para favorecer a meditação em profundidade. A contemplação de uma mandala supostamente inspira a serenidade, o sentimento de que a vida reencontrou seu sentido e sua ordem. A mandala produz o mesmo efeito quando aparece espontaneamente nos sonhos do homem moderno que ignora essas tradições religiosas. As formas redondas da mandala simbolizam, em geral, a integridade natural, enquanto a forma quadrangular representa a tomada de consciência dessa integridade. No sonhos, o disco quadrado e a mesa redonda se encontram anunciando uma tomada de consciência iminente do centro. A mandala possui uma eficácia dupla: conservar a ordem psíquica, se ela já existe; restabelecê-la, se desapareceu. Nesse último caso, exerce uma função estimulante e criadora. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)
CHEVALIER, J. e GHEERBRANT, A. Dicionário de Símbolos (mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números). 12. ed., Rio de Janeiro, José Olympio, 1998.