Anticristo

Anticristo. A palavra alemã Antichrist origina-se do grego passando pelo latim Antichristus. Apesar de já prefigurado no VT (Ez 38; Dn 2, 31-45; 7, 7-26; 8, 23-25) e também em vários mitos não-judaicos, a ideia de um Anticristo é específica no NT (1Jo 2, 18; 4,3; Ap 13, etc.), no qual predomina a expectativa escatológica de que, no final dos tempos, dever-se-ia fortalecer o contraste entre Cristo e seus antagonistas. Do ponto de vista teológico, a ideia de um Anticristo é fixada na Patrística (Santo Agostinho, Isidoro de Sevilha, Tipônio). Santo Agostinho fundamenta a ideia no contraste metafísico-histórico entre civitas diaboli e civitas Dei no qual o Anticristo é a figura escatológica principal.

Desde a Patrística, a ideia do Anticristo está intimamente ligada à experiência histórica. Na Idade Média, o conceito de Anticristo não circunscreve um modelo com caráter religioso construtivo, mas sempre o adversário da história da salvação, tanto como figura isolada, como coletiva do Corpus Antichristi.

Desde o simbolismo alemão, o Anticristo é protagonista da história profana. As ideias sobre o Anticristo dos hussitas podem ser entendidas como precursores das opiniões reformistas desde Lutero, para as quais o papado equivale a um Anticristo.

Como sinais ou identificações do Anticristo incluem-se o número 666, Roma e Babilônia como pátria (em contraposição a Jerusalém, pátria de Cristo). (Lurker, 2003)

LURKER, Manfred. Dicionário de Simbologia. Tradução Mário Krauss e Vera Barkow. 2. ed., São Paulo: Martins Fontes, 2003.