Lanterna. Desde sua origem, as lanternas (toro) tinham mais que finalidade meramente ornamental nos templos e santuários japoneses. Eram símbolos da iluminação e da clareza de espírito. A tradição ocidental conhece também o costume da lanterna dos mortos, que queima durante toda a noite perto do corpo do defunto ou diante de sua casa: ela simboliza a imortalidade das almas, que sobrevivem aos corpos perecíveis. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)
Lanterna. Como toda "luz" independe da luz, quer dizer, cindida, simboliza a vida particular frente à existência cósmica, o fato transitório frente ao eterno, a "distração" frente à essência. Daí o emprego mágico das lanternas. Por seu interesse psicológico, transcrevemos uma passagem literária chinesa da época dos reis Tong: "No dia da festa do Meio do Outono, o diabo se transformava em homem, obtinha a confiança das mulheres e das crianças e conduzia-os a lugares secretos de onde não podiam sair (símbolo da morte). Vendo que esse demônio perseguia muito o povo, o jurisconsulto Bao-Cong comunicou isto ao rei e obteve dele a promulgação de uma ordem que prescrevia a fabricação de lanternas de papel em forma de peixes para serem dependuradas nas portas das casas. Deste modo, a carpa-demônio, enganada por estes simulacros, deixaria em paz as "Cem famílias". (Cirlot, 2005)
CHEVALIER, J. e GHEERBRANT, A. Dicionário de Símbolos (mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números). 12. ed., Rio de Janeiro, José Olympio, 1998.
CIRLOT, Juan-Eduardo. Dicionário de Símbolos. Tradução de Rubens Eduardo Ferreira Frias. São Paulo: Centauro, 2005.