Hieróglifos

Hieróglifos. Com este nome são conhecidos os ideogramas representativos, quer dizer, formados por imagens esquemáticas de objetos, às quais podem ir unidas outras mais simples ou abstratas. A noção de hieróglifo, em si, é igual à de enigma. Os hieróglifos por antonomásia são os da civilização egípcia (que conheceu três escritas: hieroglífica, hierática* e demótica*). A complexidade do sistema hieroglífico, que chegou a incluir uns 900 signos (representativos de ideias, sílabas, palavras, letras ou complementares-determinativos), fez com que seu conhecimento se limitasse apenas à casta sacerdotal e que se esquecesse a sua interpretação já na época romana. Horapolo Nilíaco tentou restabelecê-la nos séculos II-III de nossa era, baseando-se no simbolismo. A questão foi relegada ao esquecimento durante vários séculos até que o padre Athanasius Kircher a ressuscitou, no século XVII. Quem se interessar por essa questão deve consultar a obra de Madeleine V.-David, Le Débat sur les Écritures et Hiéroglyphe aux XVII et XVIII siècles (Paris, 1965). Uma interpretação moderna, simbólica, profunda e fundada na de Enel em La langue sacrée. (Cirlot, 2005)

*Hierático. Do latim hieraticus,a,um. 1. Concernente às coisas sacerdotais, religiosas, sagradas. 2. Que pertence aos sacerdotes ou à Igreja. 3. De acordo com as normas de uma tradição litúrgica. 4. Art. Plast. Diz-se de forma consagrada pela tradição religiosa, de acentuada majestade, não isenta de certa rigidez. 5. Ling. Concernente a qualquer língua de uso restrito (DEIL, 2007).

*Demótico. Do grego demotikos, popular, plebeu. 1. Diz-se de ou língua grega moderna usada no cotidiano. 2. Diz-se de ou língua falada pelos antigos egípcios (DEIL, 2007). 

CIRLOT, Juan-Eduardo. Dicionário de Símbolos. Tradução de Rubens Eduardo Ferreira Frias. São Paulo: Centauro, 2005. 

DEIL - DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO ILUSTRADO LAROUSSE. São Paulo: Larousse, 2007.