Dicionário de Mitologia

Acrópole

Acrópole. A parte alta de uma cidade antiga, em oposição à parte baixa, tem, geralmente, o nome de acrópole. Primitivamente, ela constituía um lugar de refúgio para as populações rurais ou urbanas, ameaçadas por invasões inimigas ou por flagelos naturais. A ideia de proteção que os Gregos encontravam nestes altos lugares rochosos da cidade foi transformada, muito naturalmente, na ideia de um lugar com caráter sagrado. Os deuses, de fato, santificam estes lugares privilegiados de onde todo o perigo parece afastado. Os reis, as grandes famílias, os tiranos, estabelecem as suas residências na acrópole, procurando, sobre estes cumes, como que uma comunicação direta e benéfica, para o seu governo, com os deuses de quem se aproximaram. (Schmidt, 1994) 

Adivinhação

Adivinhação. Faculdade de conhecer o pensamento dos deuses, adivinhação, na mitologia, era reservada a alguns mortais que tinham recebido esse dom de um deus, ou o tinham adquirido como privilégio à nascença, por serem provenientes de uma família de adivinhos. Nas lendas, os poderes dos adivinhos são imensos. Cada estado, cada rei, cada armada, cada expedição possui o seu adivinho oficial. (Schmidt, 1994) 

Adônis

Adônis. Representa a morte e ressurreição da natureza que se renova, sem cessar, ao longo do anos. (Schmidt, 1994)

Adônis. O mito de Adônis está, desde sua introdução na Grécia, ligado à poesia. (Brunel, 2000)

Afrodite (Vênus)

Afrodite (Vênus). Deusa da mais sedutora beleza, cujo culto, de origem asiática, é celebrado em numerosos santuários da Grécia, principalmente na ilha de Citera. Filha do sêmen de Urano (o Céu) derramado no mar, após a castração do Céu por seu filho Cronos (daí a lenda do nascimento de Afrodite, que surge da espuma do mar); esposa de Hefestos o Coxo, por ela ridicularizado em várias ocasiões.

Simboliza as forças irreprimíveis da fecundidade, não em seus frutos, mas no desejo apaixonado que acendem entre os vivos. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Alcíone

Alcíone. Uma espécie de martim-pescador, que entrou na lenda e se tornou símbolo; também gaivota ou guincho; ou ainda, ave fabulosa, bela e melancólica. Conforme uma lenda grega, Alcíone, filha de Éolo, rei dos ventos, desposou Ceice, o filho do Astro da manhã. Sua felicidade é tão perfeita que eles se comparam a Zeus e Hera, e, justamente por esse motivo, atraem sobre si a vingança dos deuses.

As alcíones simbolizam uma fecundidade ao mesmo tempo espiritual e material, embora ameaçada pelo ciúme dos deuses e dos elementos. O perigo que evocam é o da auto-satisfação e da atribuição a si mesmas de uma ventura que não pode vir senão do alto. Essa cegueira na felicidade expõe ao pior dos castigos. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Apolo

Apolo. Deus grego-romano, o mais belo dos deuses. Realiza o equilíbrio e a harmonia dos desejos, não pela supressão das pulsões humanas, mas por orientá-las no sentido de uma espiritualização progressiva que se processa graças ao desenvolvimento da consciência. Na literatura conferem-lhe mais de duzentos atributos.

Símbolo da vitória sobre a violência, do autodomínio no entusiasmo, da aliança entre a paixão e a razão. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Ares (Marte)

Ares (Marte). Deus da guerra, Ares é filho de Zeus e de Hera. Entretanto, é o mais odioso de todos os Imortais, diz seu pai; esse louco que ignora as leis, diz sua mãe; esse exaltado, esse mal encarnado, esse cabeça-de-vento, diz Atena, sua irmã.

Simboliza a força bruta. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Ártemis (Diana)

Ártemis (Diana). Filha de Zeus e de Letona (Leto), Ártemis é a irmã gêmea de Apolo. Virgem severa e vingativa, indomável, aparece na mitologia como o oposto de Afrodite. Castiga cruelmente todo aquele que lhe faltar o respeito, transformando-o, por exemplo, em um cervo e ordenando a seus cães que o devorem; em contraposição, recompensa com a imortalidade seus adoradores fiéis, como no caso de Hipólito, que morreu vítima de sua castidade.

Simboliza a fecundidade. Aos olhos de certos psicanalistas, Ártemis simbolizaria o aspecto ciumento, dominador e castrador da mãe. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Atena (Minerva)

Atena (Minerva). Tal como a de seu irmão Apolo, a figura de Atena evoluiu muito na Antiguidade e, de maneira constante, no sentido de uma espiritualização. Dois de seus atributos simbolizam os termos dessa evolução: a serpente e o pássaro. Antiga deusa do mar Egeu, proveniente dos cultos ctonianos (a serpente), elevou-se a uma posição dominante nos cultos uranianos (o pássaro): deusa da fecundidade e da sabedoria; virgem, protetora das crianças; guerreira, inspiradora das artes e dos trabalhos de paz.

Atena simbolizará mais particularmente a combatividade espiritual, aquela que deve estar sempre desperta, porque nenhuma perfeição é adquirida para sempre, salvo para o ser que se houver tornado tal que, finalmente, a eternidade o converta em si mesmo. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Atlas 

Atlas. Concebido por Gaia sem a semente masculina. Outra versão diz que é filho do Titã Jápeto(ou Iápeto) com Clímene. Ofereceu auxílio aos Gigantes na batalha contra Zeus, no Monte Olimpo. Como castigo por sua cumplicidade, o Senhor do Olimpo, após sua vitória, condenou-o a sustentar, sobre os ombros, o mundo. 

Baal e Belit 

Baal e Belit. Casal de deuses adorados pelos semitas, Baal como deus do furacão e da fecundidade, Belit como deusa da fecundidade, sobretudo agrária.

Simboliza a presença ou o retorno periódico, em toda civilização, de uma tendência a exaltar as forças instintivas. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Bast

Bast. Era a deusa egípcia do amor e do riso. Com cabeça de gato, era uma forma mais branda da violenta leoa Secmet, que, por sua vez, é também uma manifestação da deusa Hator. O centro do culto a Bast era em Bubastis, no Nilo. (Wilkinson, 2010) 

Brahma

Brahma. Um dos principais deuses do panteão hindu. Primeira criação e criador de todas as coisas, é frequentemente representado com quatro braços e quatro cabeças, símbolos da sua onisciência e onipresença. (DEIL, 2007) 

Bucentauro 

Bucentauro.  Criatura fabulosa, metade homem, metade touro, da mitologia grega. É um Centauro que, em vez de ter o corpo de um cavalo, tinha o corpo de touro e cabeça de homem.

Simboliza a dualidade fundamental do homem: matéria-espírito, instinto-razão. Todavia, o cavalo representaria mais propriamente o ardor impetuoso do instinto, e o touro, sua potência fecundante. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Caim

Caim. Os primeiros relatos que serviram de mitos à cultura judeu-cristã abordam dois temas centrais: a grandeza da Criação e a revolta narcísica do homem. Assim como a cosmogonia é objeto de três versões, em que a terceira, o Dilúvio, aguça mais a imaginação, a Revolta e a Queda apresentam-se também sob três formas; e a história de Caim, frequentemente ligada à da Torre de Babel, simboliza infinitamente melhor o desastre da transgressão que o anódino voo de uma batata. O ódio de um irmão, o derramamento de sangue, a agonia e as andanças do culpado, a proliferação da violência constituíam uma surpreendente parábola sempre presentes nas literaturas ocidentais. (Brunel, 2010) 

Centauros

Centauros. Seres monstruosos da mitologia grega, cuja cabeça, braços e tronco são os de um homem, e o resto do corpo e as pernas de cavalo.

simboliza a dualidade fundamental do homem: Matéria-espírito, instinto-razão. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Cérbero

Cérbero. É o cão monstruoso, de múltiplas cabeças (três, cinquenta, cem), com cauda de dragão, e o dorso eriçado de cabeças de serpente. Proíbe que os vivos entrem no inferno, e que os mortos saiam.

O Cão de Hades simboliza o terror da morte entre aqueles que temem os Infernos. Mais ainda, simboliza os próprios infernos e o inferno interior de cada ser humano. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Cibele

Cibele. Deusa da terra, filha do céu, esposa de Saturno, mãe de Júpiter, de Juno, de Netuno, de Plutão.

Cibele Simboliza a energia encerrada na terra. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)


Cronos

Cronos. O mais jovem dos Titãs, filho de Urano, Cronos encerra a primeira geração dos deuses cortando fora os testículos do pai. Cronos é muitas vezes confundido com o Tempo (Chronos), do qual se tornou a personificação para os intérpretes antigos da mitologia.

Cronos simboliza a fome devoradora da vida, o desejo insaciável. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Cupido

Cupido. O cupido romano equivale ao Eros grego, e os nomes dos dois deuses significam o mesmo: desejo. Os romanos quase sempre o retratavam como uma criança pequena, e os gregos, como um menino ou uma jovem. A mãe de Cupido, Vênus, enciumada de uma bela mortal, Psiquê, mandou o filho incutir no jovem a paixão por uma horrenda criatura; todavia, Cupido e Psiquê se apaixonaram. Na Enéida de Virgílio, Vênus manda Cupido inspirar em Dido a paixão por Eneias, com trágicas consequências. (Wilkinson, 2010) 

Deméter

Deméter. Deusa da fertilidade, deusa maternal da terra, Terra-Mãe, cujo culto remonta à mais remota Antiguidade, e se reveste dos maiores mistérios, Deméter ocupa o centro dos mistérios de Elêusis, que celebram o eterno recomeçar, o ciclo das mortes e dos renascimentos, no sentido, provável, de uma espiritualização progressiva da matéria.

Deméter simboliza a passagem da natureza à cultura, do selvagem ao civilizado. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Dionísio (Baco)

Dionísio (Baco). Divindade cuja significação é abusivamente simplificada quando se faz dela o símbolo do entusiasmo e dos desejos amorosos. A complexidade infinita do personagem de Dionísio, o jovem deus, ou o deus nascido duas vezes, se traduz na multiplicidade de nomes que lhe foram dados, dos quais os primeiros, verdade seja dita, como o Delirante, o Murmurante, o Fremente, derivam dos clamores orgiásticos.

Simboliza as forças de dissolução da personalidade: a regressão para as formas caóticas e primordiais da vida, que provocam as orgias; uma submersão da consciência no magma do inconsciente. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Dionísio era o Deus grego equivalente ao deus romano Baco, das festas, do vinho, do lazer e do prazer, mas, sobretudo, da intoxicação que funde o bebedor com a deidade.

Dodeca

Dodeca. Do grego dódeka, doze. Dodecateon. Do grego dōdekathlos, doze trabalhos, referindo-se aos doze trabalhos de Hércules. Neste caso, refere-se aos doze deuses do Olimpo.

Zeus - rei dos deuses

Hera - esposa de Zeus

Poseidon - deus dos oceanos

Deméter - deusa da fertilidade

Héstia - deusa da lareira e do lar

Afrodite - deusa da beleza e do amor

Apolo - deus das profecias e da música

Ares - deus da guerra

Artemis - deusa da caça

Atena - deusa da sabedoria, dos ofícios e dos guerreiros

Hefestos - deus dos ferreiros

Édipo

Édipo. Herói lendário da tragédia grega, que se tornou o eixo principal da psicanálise moderna: o complexo de Édipo.

Advertido por um oráculo de que, se tivesse um filho, este o mataria, Laio, o pai de Édipo, mandou perfurar os tornozelos de seu filho, quando este nasceu, e ligou-os com uma correia; daí este nome de pé inchado (Édipo). O servidor, que devia abandoná-lo para que morresse, entregou-o a estrangeiros, pastores ou reis, conforme as lendas. Eles tomaram conta da criança. Já adulto e indo ter a Delfos, Édipo, por causa da prioridade de passagem num desfiladeiro estreito, mata Laio, ignorando que este era seu pai. Cumpriria assim o oráculo, sem o saber. Na estrada de Tebas encontra a Esfinge, um monstro que devastava a região. Ele o mata, é aclamado rei e recebe como esposa Jocasta, a viúva de Laio, sua própria mãe. Mas em conseqüência de oráculos obscuros do adivinho Tirésias, Édipo descobre que assassinou seu pai e desposara sua mãe. Jocasta se mata; Édipo arranca os próprios olhos. Conhece-se todo o proveito que a psicanálise freudiana soube tirar dessa situação, generalizando-a, para fazer dela o modelo das relações entre os filhos e seus pais: fixação amorosa no progenitor do sexo oposto, agressividade hostil em relação ao do mesmo sexo, o qual é preciso destruir para atingir sua própria maturidade, dupla tendência que admite inumeráveis variantes.

Édipo simboliza a alma humana e seus conflitos, do ser humano capaz de loucura e de recuperação. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Electra

Electra. De acordo com a tragédia grega, Electra é filha de Agamenon e de Clitemnestra. Após o assassinato de Agamenon por Egisto, o amante de Clitemnestra, Electra sente-se devorada pelo desejo de vingar o pai, incitando a morte da mãe. O complexo de Electra, no registro da psicanálise, corresponde ao complexo de Édipo, mas com matizes femininos.

Electra simboliza um amor passional pelos pais, até o ponto de reduzi-los à igualdade pela morte. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Érebo

Érebo. Designa, primitivamente, o lugar mais sombrio e mais inacessível dos Infernos. Em consequência foi personificado e tornou-se filho de Caos e irmão da Noite. Cometeu, no entanto, o erro de socorrer os Titãs quando estes lutaram contra os deuses do Olimpo e foi precipitado nos Infernos. (Schmidt, 1994) 

Eros

Eros. Na mitologia grega, o deus do amor (Cupido, para os romanos). Filho de Afrodite (Vênus), geralmente representado como um menino com asas e carregando um arco-e-flecha. (DEIL, 2007) 

Esperança

Esperança. Chamada Elpis pelos Gregos, esta divindade alegórica foi o único dom dos deuses que não se escapou da caixa de Pandora. Esposa de Epimeteu, tinha, na verdade, sucumbido à curiosidade e à imprudência de a abrir. Os antigos veneravam-na com uma particular solenidade. Os Romanos, que lhe deram o nome de Spes, construíram-lhe vários templos e representaram-na com traços de uma jovem graciosa que levantava com uma mão a franja do vestido e segurava na outra uma flor mal desabrochada. (Schmidt, 1994) 

Eurínome

Eurínome. Os mitos gregos mais antigos sobre a Criação, que sobrevivem apenas parcialmente, referem-se à Deusa de Todas as Coisas, conhecida como Eurínome (“eterna caminhante”). Essa deusa primitiva criou o Universo e deu à antiga raça dos Titãs o poder sobre várias partes do cosmo. (Wilkinson, 2010) 

Fênix

Fênix. A fênix, segundo o que relataram Heródoto ou Plutarco, é um pássaro mítico, de origem etíope, de um esplendor sem igual, dotado de extraordinária longevidade, e que tem o poder, depois de se consumir em uma fogueira, de renascer de sua cinzas. Quando se aproxima a hora de sua morte, ele constrói um ninho de vergônteas perfumadas onde, no seu próprio calor, se queima.

Fênix é o símbolo da ressurreição, que aguarda o defunto depois do julgamento das almas se ele houver cumprido devidamente os ritos e se sua confissão negativa foi julgada como verídica. É por isso que toda a Idade Média fez da fênix o símbolo da ressurreição de Cristo e, às vezes, da Natureza Divina - sendo a natureza humana representada pelo pelicano. (Chevalier e Gheerbrant, 1998

Gaia ou Géa

Gaia ou Géa. Na mitologia grega, divindade que personifica a mãe Terra. De sua união com Urano, nasceram os titãs, os ciclopes e os monstros. (DEIL, 2007) 

Gêmeos

Gêmeos. Todas as culturas e mitologias testemunham um interesse particular pelo fenômeno dos gêmeos. Quaisquer que sejam as formas pelas quais são eles imaginados: perfeitamente simétricos; ou bem um escuro e o outro luminoso; um voltado para o céu, o outro para terra; um negro, o outro branco, azul ou vermelho; um com cabeça de touro, o outro com cabeça de escorpião - exprimem, ao mesmo tempo, uma intervenção do além e a dualidade de todo ser ou o dualismo de suas tendências, espirituais e materiais, diurnas e noturnas.

Os gêmeos simbolizam o estado de ambivalência do universo mítico. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Hefestos

Hefestos. Filho de Zeus e de Hera, coxo, mal amado pelo pai e pela mãe, deposou a mais bela das deusas, Afrodite, que o traiu com Ares, seu irmão, e com inúmeros outros deuses mortais. Foi amado por Cáris, a graça por excelência, e por muitas mulheres de grande beleza. Suas companhias sempre primaram por um grande charme.

Mestre das artes do fogo, governa o mundo industrioso dos ferreiros, dos ourives e dos operários. É visto soprando seu fogo e penando na sua bigorna, em que fabrica as armas dos deuses e dos heróis.

Símbolo: o demiurgo amoral transmudado em apóstolo inspirado. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Hera

Hera. Um dos enfeites habituais de Dionísio; verde em todas as dimensões, ela simboliza a força vegetativa e a persistência do desejo. Dionísio servia-se da hera, como da videira, para provocar um delírio místico nas mulheres que se recusavam a participar do seu culto. (Chevalier e Gheerbrant, 1998) 

Héracles (Hércules)

Héracles (Hércules). Seus trabalhos, suas proezas, suas aventuras alimentam as crônicas mitológicas e fazem de Héracles o mais popular dos deuses. Seu nome, à glória de Hera, lhe foi dado pela Pítia e designa o que se poderia dizer a suas vocação: glorificar a deusa suprema, esposa de Zeus.

Simbologia: representante idealizado da força combativa: símbolo da vitória (e da dificuldade da vitória) da alma humana sobre as suas fraquezas. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Hermes (Mercúrio)

Hermes (Mercúrio). Um dos símbolos da inteligência industriosa e realizadora; preside ao comércio. Tem por atributo sandálias aladas, que significam a força de elevação e a aptidão para os deslocamentos.

Hermes simboliza os meios de troca entre o Céu e Terra, a mediação, em suma, meios que se podem perverter em comércio simoníaco ou elevar-se, ao contrário, até a santificação. Assegura a viagem, a passagem entre os mundos infernais, terrestres e celestes. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Héstia (Vesta)

Héstia (Vesta). Filha de Crono e de Réia, Héstia pertence à geração das doze grandes divindades do Olimpo. Quando Zeus, seu irmão, se apoderou do poder supremo, ela obteve o favor de conservar, para sempre, a sua virgindade, a fim de escapar às tentativas amorosas do Apolo e de Poseidon. Héstia é venerada como protetora das famílias, das cidades e das colônias.

Héstia simboliza a perenidade religiosa, a continuidade da civilização e das suas luzes, apesar das emigrações, das destruições, das revoluções e das vicissitudes dos tempos. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Hórus

Hórus. Deus egípcio de cabeça de falcão. Filho de Osíris e de Ísis, muitas vezes representado por um olho, o olho de Hórus, ou por um disco solar com asas de gavião.

Simboliza a implacável acuidade do olhar justiceiro, ao qual nada escapa, da vida íntima ou da vida pública. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Ícaro

Ícaro. Filho de Dédalo e de uma escrava, Ícaro morreu vítima das invenções do pai, que ele utilizou sem fazer caso das advertências paternas. Eu te previno, Ícaro, tens de fixar teu curso numa altura média. Aprisionado no labirinto, com seu pai que ajudara Ariana e Teseu a matar o Minotauro, ele consegue evadir-se com o auxílio de Pasífae e graças às asas que Dédalo lhe fez e que ele fixou com cera sobre os ombros. Ícaro voou por cima do mar. E desprezando todos os conselhos de prudência elevou-se cada vez mais alto, cada vez mais perto do Sol. A cera derrete e ele precipita-se no mar.

Ícaro é o símbolo do intelecto que se tornou insensato... da imaginação pervertida. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Inferno (Hades)

Inferno (Hades). Sobre esse tema, as crenças antigas — egípcias, gregas, romanas — variavam muito; e mesmo na Antigüidade já eram numerosas; por isso, aqui mencionaremos apenas o que julgamos essencial.

Entre os gregos, Hades, o Invisível — segundo etimologia duvidosa — é o deus dos mortos. Como ninguém ousasse pronunciar-lhe o nome, por temor de lhe excitar a cólera, ele recebeu o apodo de Plutão (o Rico), nome que implica um terrível sarcasmo, mais do que um eufemismo, para designar as riquezas subterrâneas da terra, entre as quais se encontra o império dos mortos. E esse sarcasmo torna-se macabro quando se coloca uma cornucópia entre os braços de Plutão.

Na simbologia, entretanto, o subterrâneo é o local das ricas jazidas, o lugar das metamorfoses, das passagens da morte à vida, da germinação. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Íris

Íris. Na mitologia grega, Íris é a mensageira dos deuses, e, em particular, de Zeus e de Hera. É a correspondente feminina de Hermes e, como ele, é leve, alada, veloz.

Simboliza o arco-íris, e, de modo mais geral, am ligação entre a Terra e o Céu, entre os deuses e os homens. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Sibilas, As

Sibilas, As. Sacerdotisas com dom profético, eram mortais ou filhas de um mortal com uma ninfa, e eram em geral bastante longevas. Duas das Sibilas mais famosas são a da Eritreia, consagrada a Apolo pelos pais, cujo tempo de vida foi igual ao de nove homens; e a de Cumas, na Itália, cuja velhice foi longa e agonizante após Apolo tê-la amaldiçoado. (Wilkinson, 2010) 

Urano

Urano - Deus do Céu, na teogonia de Hesíodo.

Símbolo de uma proliferação criadora sem medida e sem diferenciação, que destrói por sua própria abundancia, tudo quem engendra. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Zeus (Júpiter)

Zeus (Júpiter) - Descende dos reinos de Urano e de Cronos. É o organizador do mundo interior e exterior; é dele que depende a regularidade das leis físicas, sociais e morais.

Símbolo: Zeus simboliza o reino do espírito, deus único. Lançando o relâmpago, simboliza o espírito e o esclarecimento da inteligência humana. Desencadeando o raio, simboliza a cólera de Deus, a punição, o castigo, a autoridade ultrajada: é o justiceiro. (Chevalier e Gheerbrant, 1998)

Zeus significa rei dos céus; Júpiter, o Deus Pai.

Bibliografia Consultada

BRUNEL, Pierre (Org.). Dicionário de Mitos Literários. Tradução de Carlos Sussekind... [et al.]. 3 ed., Rio de Janeiro: José Olympio, 2000.

CHEVALIER, J. e GHEERBRANT, A. Dicionário de Símbolos (mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números). 12. ed., Rio de Janeiro, José Olympio, 1998.

DEIL - DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO ILUSTRADO LAROUSSE. São Paulo: Larousse, 2007.

DRURY, Nevill. Dicionário de Magia e Esoterismo: Mais de 3000 Verbetes sobre Tradições Místicas e Ocultas. Tradução de Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Pensamento, 2011.

EDIPE - ENCICLOPÉDIA DIDÁTICA DE INFORMAÇÃO E PESQUISA EDUCACIONAL. 3. ed. São Paulo: Iracema, 1987.

LURKER, Manfred. Dicionário de Simbologia. Tradução Mário Krauss e Vera Barkow. 2. ed., São Paulo: Martins Fontes, 2003.

SCHMIDT, Joël. Dicionário de Mitologia Grega e Romana. Lisboa: Edições 70, 1994.

WILKINSON, Philip e Neil Philip. Guia Ilustrado Zahar: Mitologia. Tradução de Áurea Akemi. 2.ª ed., Rio de Janeiro: Zahar, 2010.