Chave. Como imagem de abrir e fechar, é simultaneamente expressão do poder transferido a seu possuidor (cf. Is 22,22). Hécate, como guardiã da porta, possuía a chave do Hades. Quem possuía as chaves da região dos mortos é seu senhor e pode despertar os mortos para a ressurreição (Ap 1,18). Na iconografia cristã encontra-se a chave sobretudo na cena da donatio clavis (transmissão da chave) e como atributo de Pedro; a chave dupla, exageradamente grande, que lhe é atribuída com frequência no portal da igreja (= porta do céu) indica o seu direito de ligar e desligar (Mt 16,19). Segundo uma lenda, a chave perdida por Pedro transformou-se na prímula, também chamada de “chave do céu” (como alusão simbólica em Hannelas Himmelfahrt, de Gerhart Hauptmann). O molho de chaves é sinal da dignidade da dona de casa e atributo de S. Marta, padroeira das donas de casa. Na obra agnóstica Pistis Sophia, a chave serve como metáfora dos mistérios que abrem o céu ao iniciado. No Conto de fada, a chave pode indicar o acesso dificultado a segredos e tesouros. (1)
Chave. A simbologia da chave refere-se ao fato de que ela tanto abre como fecha. Na Bíblia, a chave significa a plenitude de poder dada ao seu dono (cf. Is 22,22; Ap 1, 18; 3,7). Na arte cristã se descreve, de acordo com Mt 16,19, a especial plenitude de poder dada ao apóstolo Pedro de atar e desatar (que em Mt 18, 18 se dá a todo o grupo dos discípulos). (2)
(1) LURKER, Manfred. Dicionário de Simbologia. Tradução Mário Krauss e Vera Barkow. 2. ed., São Paulo: Martins Fontes, 2003.
(2) HEINZ-MOHR, Gerd. Dicionário de Símbolos: Imagens e Sinais da Arte Cristã. Tradução João Rezende costa. São Paulo: Paulus, 1994.