Bênção. Conceito estabelecido na história da religião como palavra de desejo portadora de sorte, a bênção é encontrada no VT (Gn 1,22; 22,16; 27,29 ss; Dt 28,12) e no NT (Mc 6,41; 10,16; Lc 24,50), e já na Igreja primitiva (I Cor 4,12). Combatida pela Reforma e pelo Iluminismo devido ao mau uso real e suposto, manteve-se até hoje na vida da Igreja nas formas de Bênção pessoal, real-constitutiva e invocativa. Principalmente como conceito sacramental (cf. constituição da liturgia do Vaticano II, art. 59-63) a Bênção aparece como "sinal sagrado", "graças à intervenção da Igreja", pelo que os homens se tornam aptos "a colher os reais efeitos dos Sacramentos, e, ao mesmo tempo, por tais sinais a vida é santificada em seus vários aspectos" (art. 60). Quando asilos, orfanatos e similares são abençoados, aqueles sinais parecem como símbolo poderoso "de nossa segurança no amor paternal de Deus e como exemplo dos domicílios celestes"; quando isso acontece nos jardins-da-infância, trata-se de uma indicação eficaz do amor de Jesus pelas crianças. A bênção de um consultório médico lembra Jesus, o médico divino, e a bênção de uma ambulância "indica a atualidade da metáfora do bom samaritano em nossos dias". Assim toda bênção é simultaneamente glorificação de Deus, pois "a amplitude dos sacramentos, sua vastas extensão em todos os campos da nossa vida, sua proximidade com a vida faz com que vejamos nossa vida toda como um serviço religioso". Da mesma forma, são uma profissão de fé na Igreja. (Lurker, 2003)
LURKER, Manfred. Dicionário de Simbologia. Tradução Mário Krauss e Vera Barkow. 2. ed., São Paulo: Martins Fontes, 2003.