Universidade Sénior do Rotary Club de S. João da Madeira
(Continuação)
Chegamos ao hotel de destino, em Praga, pelo fim da tarde e depois de nos instalar-mos, jantamos no excelente restaurante do hotel, onde podemos desfrutar duma grande variedade de comidas, de muito boa qualidade, o mesmo se podendo dizer da cerveja que nos disseram ser fabricada localmente, havendo alguns restaurantes que tinham fabrico próprio. Neste restaurante tomamos todos os pequenos almoços, que iam de chá, café, laranjada e sumos diversos, bacon com ovos estrelados e até feijões com molho de tomate.
Segundo dia
No segundo dia de manhã, fomos visitar uma parte da cidade, chamada Praga Cidade Dourada, onde se situam as igrejas mais importantes da religião judaica, tais como o Bairro Judeu e a Sinagoga Staronova, a mais antiga da Europa. Visitamos ainda um bairro barroco, com belos palacetes como o de Wallenstein, de 1630, que pertenceu a um general protestante que ficou célebre por, durante a guerra dos 30 anos, ter mudado de partido várias vezes, conforme as suas conveniências pessoais: de católico para protestante e vice-versa. Visitamos ainda a Praça Velha e a estátua de Jan Huss e ao meio dia fomos até junto do relógio astronómico mais célebre do mundo, construído em 1410, assistir ao seu funcionamento.
Depois de termos almoçado num restaurante local, fomos visitar vários monumentos, dos quais destaco o castelo de Praga do século IX e o Palácio Real Velho, onde se iniciou a guerra dos 30 anos, que devastou a Europa. Atravessamos até meio a famosa Ponte de Carlos, com as suas famosas 30 estátuas. Disseram-nos que este senhor foi o imperador Carlos II, do sacro império austro-húngaro e que é uma figura muito querida dos checos. Percorremos as ruas por onde andou Kafka e concluímos a jornada visitando a igreja de Nossa Senhora da Vitoria onde se encontra a estátua do Menino Jesus de Praga e que foi muito apreciada, pela sua originalidade.
Junto ao rio, na outra margem, vimos um gigantesco bloco de betão, com uma espécie de bandeira vermelha a oscilar por cima, como um pêndulo. Foi-nos dito que em cima daquele bloco teria estado uma gigantesca estátua de Estaline, destinava ao culto da personalidade. A destruição desta estátua foi um evento muito celebrado pela população. Os checos dizem que antigamente era quase tudo proibido, principalmente viajar, mas que hoje, por não haver dinheiro, esta liberdade está também de alguma maneira, restringida. Também deu para perceber que os checos não morrem de amores pelos russos e têm um carinho muito especial pelo seu compatriota Jan PalacK, que na chamada primavera de Praga, se imolou pelo fogo. Para registar esta memória foi executada uma sua representação em escultura simbólica, colocada na parede da universidade que frequentou e que tivemos o privilégio de ver.
À noite fomos à Òpera. Como não dava tempo para ir-mos ao hotel, tivemos que melhorar o nosso visual dentro do autocarro. Já íamos preparados para isso e ninguém foi de ténis para á Ópera. Sim que isto de ir à Ópera e não fazer boa figura, não pode ser. Chegamos cheios de entusiasmo e sabendo que íamos descansar o corpo por duas horas, encher a alma de boa representação cénica e excelente música. Valeu a pena, foi diferente. Já fora de horas chegamos ao hotel para jantar, tendo isso obrigado os empregados do restaurante a fazerem horas extras, o que não terá sido muito do agrado deles.
Terceiro dia
No terceiro dia de manhã fomos para Karlov Vary, uma linda cidade, que foi balneário da Europa, muito frequentada pela realeza europeia, notáveis e estadistas dessas épocas remotas. Durante a viagem, que durou cerca de duas horas, podemos observar longas campinas, dum lado e doutro da estrada, de verdes de várias matizes e que são as matérias primas para produzir a sua própria cerveja. Quando chegamos perto da cidade vimos um edifício monumental, que em tempos serviu de argumento a um filme muito famoso chamado “CASINO ROYAL”. Na cidade tivemos oportunidade de ver imensas casas antigas, com estilos muito diversos, cada uma mais bonita que a outra. Um regalo para a vista. Em resumo um local paradisíaco. Foi aqui, num agradável restaurante local, que comemos um belo almoço gourmet: sopa deliciosa, prato de peixe, prato de carne e sobremesa. Foi pouco mas foi bom.
Depois do almoço fomos caminhar através de toda aquela beleza natural, até que entramos de novo no autocarro e iniciamos a viagem de regresso à PRAGA “Cidade Dourada”, estávamos no fim da tarde. Então dirigimo-nos a uma cervejaria típica, onde nos serviram um prato muito apreciado pelos checos, joelho de porco, que tinha muito boa apresentação, mas que não foi do agrado de alguns, por ser um prato pesado. Mas logo esquecemos isso, quando descobrimos que tinha sido convidado para animar a festa um tocador de acordeão, que demonstrou ser exímio nesta arte, pois rapidamente começou a tocar as nossas, repito as nossas queridas canções, o que muito nos agradou. Cantamos e dançamos com muita alegria. A seguir fomos dormir. Foi muito agradável.
Quarto dia e regresso
No quarto e último dia, fomos visitar uma fortaleza medieval, chamada Vysehrad, um subterrâneo escuro e frio, onde eram armazenados, armas e alimentos para várias semanas, naqueles tempos obscuros. Nesta zona também visitamos o chamado, cemitério dos artistas famosos, com imensas e muito belas esculturas, tudo da mais elevada qualidade. È caso para dizer que gente fina é outra coisa, até na morte.
Finalmente chegou a hora de virmos embora. Entramos no nosso autocarro, pela última vez, rumo ao aeroporto de Praga, donde embarcamos para Lisboa, onde chegamos pelas 17h30. Já lá estava o autocarro para nos trazer para a São João da Madeira, onde chegamos pelas 21h30.
Até à próxima e bem hajam.
Serafim Almeida (aluno)