OUVIR DA TERRA

São João da Madeira,18 de Novembro de 2012 CARTA DE PORTUGAL

OUVIR DA TERRA - AO "JORNAL PORTUGUÊS"

SEMANÁRIO QUE SE PUBLICA SEMANALMENTE NA (AUSTRÁLIA) SYDNEY.

Por: Altino Sousa de Oliveira

Os portugueses expatriados não são melhores nem piores do que os que não precisaram de emigrar. São apenas portugueses e e o que basta para os identificar. Embora vivam longe, alguns ate muito longe, "no peito vai-lhes um país", no certeiro resumo de Pedro Barroso. Mesmo que, por razoes práticas, tenham outra nacionalidade alem da portuguesa. Porque mãe há só uma e ninguém a esquece nem lhe e indiferente. E por isso o que de Portugal se conta nas televisões e radios, nos telefonemas e E-MAILS da família e dos amigos.

Nestes dias de incerteza e angústia, que nos fazem saber que há 10.385 crianças que vão para a escola com fome, que há idosos a não poderem comprar medicamentos, porque as pensões de reforma mal dão para comer, que essas pensões sofrem cortes para cobrir as derrapagens da governamental incompetência, que os trabalhadores públicos e privados sofrem cortes brutais nos salários e subsídios, são empurrados, não para a pobreza virtuosa que algumas pessoas bacorejam, mas para a miséria que reduz a sua humana condição a indignidade, que mais de um milhão de pessoas anseiam por trabalho e não o encontram, que nos ricos e perdulários os cobardes poderes públicos não tocam, que a soberania nacional está em concreto perigo, nestes dias sofridos a atenção dos portugueses emigrados ainda é maior.

E o que veem e ouvem? Por todo o país, mesmo nos lugares mais pequenos, o povo regressa à lavoura, à floresta, à pastorícia, com especial sublinhado para os jovens.Com a maior criatividade põem a rolar projectos artísticos, comerciais, industriais, gastronómicos, turísticos. Organizam grupos de cantares e danças, de música e de História contada aos mais novos, de teatro e de poesia. E tudo isto e feito com a paixão ansiosa de quem quer salvar o país, de quem não se rende aos agiotas, de quem tem a nobre coragem de dizer NÃO aos que servem de capacho a estrangeiros que tudo encaram corno mercadoria em saldo. Todos eles são o som que vai do Portugal Real, do Portugal sério e profundo e que circulam em muitíssimos canais televisivos. São a verdadeira voz da terra portuguesa. Que la ouvem em terras distantes, que nos ouvimos, com esperança, porque com a terra não se brinca. É ela que nos sustenta e a ela voltamos na morte, é por ela que morremos e matamos se for caso disso.

Esta e a gente portuguesa que interessa e merece respeito. Governantes, partidocratas BOYS e GIRLS dos tachos, invertebrados que se vendem a tanto por cabeça, prostitutos do comentário bem pago que faz o jogo desta miséria moral em que se tornou a coisa pública, salazares de MASSAMÁ ou relvas daninhas, jornalistas que estão a trair, venerandos que sugam o pais sem servirem para nada, todos estes não valem um minuto de atenção por parte daqueles que, de facto, não deixam Portugal cair. E manda-los todos A MERKEL, ela que os ature.

E mais do que tempo de reconstruir o país, o nosso PORTUGAL. De dizer basta. Tenho dito e por hoje fico-me por aqui.

Agradeço a publicação e daqui envio os meus efusivos cumprimentos a toda a COMUNIDADE portuguesa.

Atenciosamente,

Altino Sousa de Oliveira