Passeio Anual
1- Crónica de viagemViagem de fim de ano letivo
O grande objetivo desta viagem de estudo foi visitar os locais onde nasceu e viveu o mestre Aquilino Ribeiro. Para nos facilitar esta tarefa tivemos a presença do Drº Lima Bastos, um apaixonado e profundo conhecedor da obra do escritor, a quem agradecemos a disponibilidade. Bem-haja.
Começamos por visitar a casa onde viveu e onde escreveu alguns dos seus livros. Aqui pudemos ver a mobília da época e imaginar como seria o seu dia-a-dia naquela terra bravia. A alguma distância da casa, havia a casa do caseiro, uma pequena casa de três pequenas divisões, onde dormiam uma família e os seus vários filhos. Contígua a esta casa foi construída uma biblioteca, à maneira da época, onde estão todos os livros de Aquilino e de muitos outros escritores.
A seguir visitamos o Santuário da Serra da Lapa, e que foi fundado em 1493, com base na lenda da pastorinha Joana, que era muda de nascença e ficou a falar depois de ter encontrado, nas fendas dum penedo ou lapa, uma imagem de nossa senhora. Dizem que já foi o terceiro santuário mais visitado do mundo.
Depois fomos ver a casa onde nasceu e a igreja onde foi batizado o nosso grande escritor. Tudo muito interessante, exceto o esqueleto duma construção de betão ali mesmo ao lado plantada, a estragar a beleza arquitetónica do conjunto. Disseram-nos que a obra estava embargada. Fazemos votos para que seja demolida.
Histórias de conventos
Seguiu-se a visita ao convento de Nª Sª da Assunção na Tabosa e Páteo Aquilino Ribeiro onde o nosso guia contou duas breves histórias. Uma fala do artifício usado para evitar que os franceses de Napoleão fizessem um massacre da população. O bispo mandou que todos os homens e mulheres arranjassem um molho de palha e fizessem muitas fogueiras quando se aproximasse a noite. Isto foi feito e o exército francês, convencido que era as forças inglesas, bateu em retirada e a população foi assim poupada ao massacre. Isto foi considerado um milagre divino.
A outra história diz: O Convento era só para mulheres, inicialmente 25 e posteriormente 33 freiras. As normas eram muito rigorosas e severas e os únicos homens autorizados a entrar no convento, eram um frade confessor e um jardineiro, ambos na casa dos 80 anos. Quando algumas freiras começaram a aparecer grávidas, a madre prioresa fez um exame visual a todas, exceto a uma que segundo as outras era uma “santa” que estaria em autoflagelamento, e por isso não havia necessidade de a examinar. Como continuaram a aparecer mais casos, foi chamado o bispo que mandou reunir todas as freiras, mas desta vez não dispensou a “santa” e o exame desta monja foi instantâneo, com a seguinte conclusão: nunca vi um falo tão perfeito.
As maravilhas de Sernancellhe
Da parte da tarde fomos recebidos pelo presidente da Câmara Municipal de Sernancelhe, onde fomos presenteados com um conjunto de livros e 2 DVD. A seguir visitamos a Igreja Matriz Românica e o Museu Paroquial, guiados por Monsenhor Cândido de Azevedo, que nos fez ver certos pormenores, inscritos nas pedras da igreja, dos quais destaco um representação da maneira como os seres humanos são concebidos, ação geralmente designada por coito.
À tardinha chegamos ao Hotel Rural Nª Sª do Carmo, antigo Convento do Freixinho, um sítio muito agradável, boas instalações e que tem como restaurante a antiga capela do convento. Uma coisa de regalar os olhos.
O segundo dia
Depois duma repousante dormida, seguimos para visitar a Igreja e Convento de Salzedas e a Ucanha, ponte romana sobre o rio Varosa, com torre medieval e onde se pagava portagem para passar para o outro lado, o que nos mostra que essa coisa das portagens é muito antiga. Neste lugar fica a casa do ilustre português Prof. José Leite de Vasconcelos.
A seguir fomos visitar a Igreja e Convento de São João de Tarouca. Nas duas Igrejas atrás citadas, encontramos pinturas muito valiosas e altares fabulosamente ricos, o que implicou na altura, gastos gigantescos e sumptuários, tudo em benefício duma minoria, como está a acontecer hoje, cada vez mais!
Já no regresso a casa, pelas 14h00, entramos num restaurante onde fomos surpreendidos com magnífico manjar, direi mesmo um manjar digno dos deuses. Ai, aqueles camarões, que bons que estavam.
Pelas 16h00 iniciamos a viagem de regresso a São João da Madeira, divertindo os viajantes, com cantares, anedotas e poemas, como é habitual. Foi bom, bom, bom!
Que outra viagem floresça.
Viva a Universidade Sénior
Serafim Almeida
2- Reportagem
Passeio anual - Rota Aquiliniana, Beira Alta
Cumprindo o PLANO DE ATIVIDADES da nossa Universidade do ano letivo que está a terminar, nos dias 29 e 30 de Junho realizou-se o designado passeio anual que juntou um grupo de cinquenta pessoas.
O programa preestabelecido, com o inestimável e determinante contributo do Sr. Dr. Lima Bastos, escritor e estudioso e inexcedível admirador da Obra de Aquilino Ribeiro , pode considerar-se ambicioso, extenso e abrangente, tendo proporcionado boas surpresas, enriquecimento a nível do conhecimento histórico, sociocultural, lazer e gastronómico da região visitada e do País.
Soutosa – Srª da Lapa - Carregal
O percurso, com partida de S. João da Madeira, praticamente à hora prevista, incluiu a passagem por Vila Nova de Paiva e Alhais, onde foi batizado Aquilino, e Soutosa, com visita à casa do escritor beirão, hoje Fundação Aquilino Ribeiro. O espólio e o local são um legado marcante e de uma tranquilidade que merece a nossa admiração.
Finalizada a visita, seguimos para o Santuário da serra da Lapa, contíguo ao colégio dos Jesuítas frequentado por Aquilino Ribeiro e próximo da nascente do rio Vouga.
Sem perda de tempo, o grupo seguiu para o Carregal – onde nasceu Aquilino Ribeiro - com passagem próximo do Convento de Nª. Srª. da Assunção na Tabosa e Pátio do Escritor.
Antes de Almoço, tivemos a oportunidade de contemplar as ruinas do Convento de São Francisco de Caria que, lamentavelmente, se encontram num estado de deplorável de degradação e desprezo.
O almoço conjunto teve lugar em Moimenta da Beira, Hotel Verdeal.
De Sernancelhe ao Convento do Freixinho
Findo o repasto, dirigimo-nos para Sernancelhe onde fomos recebidos e obsequiados, com um conjunto de prestimosa e detalhada literatura inerente ao concelho, pelo Presidente da Câmara local.
Ainda em Sernancelhe tivemos a oportunidade de visitas à Igreja Matriz românica e Museu Paroquial acompanhados por Monsenhor Cândido Azevedo, arcipreste da localidade, Homem estudioso e empenhado, exemplo de vida dedicada ao serviço dos outros e à preservação dum património de valor incomensurável.
A caminho do Convento do Freixinho - atual Hotel Rural Nª. Srª. do Carmo -,onde jantamos e pernoitamos, ainda beneficiamos de uma “olhadela” ao Terreiro das Freiras, Moimenta da Beira, bem como à barragem de Vilar no Rio Távora.
Como o tempo convidava, após a refeição e já refrescados, ainda houve quem aproveitasse para desfrutar de uma bebida retemperante junto à referida barragem, a escassos metro do Hotel.
O segundo dia – Salzedas – Ucanha - Tarouca
Dia 30, segundo e último do périplo, partimos pelas 9h30 com destino a Salzedas onde fomos contemplados com visitas guiadas à Igreja e Convento, Ordem de Cister, cujos monumentos e recheio, relativamente conservados permitiram satisfazer os mais exigentes admiradores de um passado que foi e será marcante para um povo e civilizações vindouras.
Findas as visitas e como o tempo urgia, seguimos para Ucanha, apreciar a ponte romana sobre o rio Varosa, com torre medieval, onde se circula apenas a pé.
Como registo e curiosidade, notamos que nos primeiros tempos a ponte funcionava como “Via estreita com portagens”, mas sem via verde; para se passar de uma para outra margem não havia borlas. Não encontramos nos registos, mas presume-se que quando o rio levava pouca água, havia sempre a alternativa a nado.
Nesta localidade encontra-se bem conservada a casa de um vulto da nossa cultura, Prof. Leite de Vasconcelos.
Para encerrarmos as visitas, e ainda antes do almoço que teve lugar na Quinta de Santo Estêvão, situada entre Sernancelhe e Aguiar da Beira, visitamos mais uma preciosidade do património arquitetónico cultural, Igreja Matriz e Convento de São João de Tarouca, Ordem de Cister. A visita guiada deixou-nos profundamente deslumbrados, com a certeza de que os que foram sentem-se gratificados e os que ficaram devem aproveitar as próximas oportunidades, sempre que possível.
Almoço e regresso
Como corolário, podemos afirmar que, afinal, não há assimetrias quando se trata de enriquecer os conhecimentos, nem cotas/quotas para aquele efeito, pois os limites quantitativos e valorativos dependem da vontade.
Para finalizar, sublinhe-se que o regresso – chegada à Universidade – foi com a dita pontualidade britânica, ou seja 18h00, como aprazado.
Jorge Almeida
3-Crónica
A PRETEXTO DO ROTEIRO AQUILINIANO DA UNIVERSIDADE SÉNIOR DO ROTARY C. DE SÃO JOÃO DA MADEIRAA viagem por TERRAS DO DEMO à procura do MALHADINHAS foi uma AVENTURA MARAVILHOSA: seguindo pela VIA SINUOSA, passámos pelo JARDIM DAS TORMENTAS, vimos LÁPIDES PARTIDAS e encontrámos a MARIA BENIGNA que nos garantiu que ANDAM FAUNOS PELOS BOSQUES; vimos UMA LUZ AO LONGE quando, de repente, apareceu-nos CINCO REIS DE GENTE a ler o ROMANCE DA RAPOSA; depois o HOMEM DA NAVE informou-nos de que aparece VOLFRÂMIO sempre e QUANDO OS LOBOS UIVAM e que a MÓNICA foi para Lisboa à procura d’O ARCANJO NEGRO, e - garantiu-nos ainda - que não andou n’A BATALHA SEM FIM nem foi ele O HOMEM QUE MATOU O DIABO. Com HUMILDADE GLORIOSA entrámos num velho e decrépito convento onde encontrámos S. BONABOIÃO, ANACORETA E MÁRTIR que não estava para muitas conversas; entrámos na ESTRADA DE SANTIAGO para irmos pernoitar n’A CASA GRANDE DE ROMARIGÃES.
Como é timbre de Aquilino: “Alcança Quem Não Cansa”
António Luís Costa