Crónicas do Jantar de encerramento de ano letivo.

KARAOKE

Crónica dum vencedor antecipado

Entramos na sala para o jantar de fim de ano ainda não eram 20h00. Pagamos logo à entrada os 6 €, pois a Profª Joana, estrategicamente colocada, não dava hipótese às pessoas de se “esquecerem” com o argumento de que ninguém estava a cobrar. E lá nos acomodamos, numa mesa onde pontificavam os alunos de informática, graças à nossa colega Benedita, que, diligente como sempre, já nos tinha reservado os lugares. E como o arroz à valenciana ainda estava atrasado, a Drª Susana, atenta e oportuna, aproveitou para vender duas séries de rifas onde foram sorteados um leitão (50 oportunidades), e um quadro (150 contributos) a favor da CVP-Cruz Vermelha Portuguesa. Sublinhe-se o facto dos prémios terem sido ofertas individuais.

Mas, para as pessoas mais atentas, notava-se que alguma coisa estava a ser “cozinhado” nos bastidores. Os pequenos grupos e as conversas em surdina .prenunciava que o jogo não ia ser limpo. Entretanto, é servido o dito arroz à valenciana, bem temperado, a puxar um tinto bairrada que nos calhou (levado de casa). Repetiu-se a dose porque o tempo de espera tinha sido muito e já passava das 21h00, horário pouco adequado para seniores. Enquanto esperávamos pelas sobremesas, continuamos a assistir a umas “conversas”, cuja mímica, difícil de decifrar, permitiu inferir que havia ali “ tráfico de influências”.

Finalmente há ordens para atacar as sobremesas. Assiste-se a um corrupio de gente num vai vem, mas lá conseguimos chegar, num "encosta rabos", um "chega para lá", fruto da exiguidade do espaço – a obesidade não perdoa!. Fizemos uma mista de frutas com fatias de bolo. Tudo muito bom.

Enquanto as pessoas ainda repetiam a dose de alguns excelentes bolos que por lá sobravam, a Drª Susana, o Dr. Magalhães dos Santos e o Prof. Celestino Pinheiro interpretavam um sketch humorístico, “como apanhar o autocarro para a Praça da República”. O desempenho superou as expectativas.

Mas o pior estava para vir. E o pior a que nos referimos não era a qualidade das atuações do Karaoke, que tiveram interpretações magníficas. É nossa convicção de que, nas Sénior há talentos que poderiam perfeitamente concorrer a um programa de televisão intitulado “ A minha cara não me é estranha” com êxito garantido!.

Atentos às atuações e votações do júri, logo percebemos a razão de toda aquela movimentação a que tínhamos assistido desde o início. E o que vimos foi membros do júri a serem “tendenciosos” nas suas votações denunciando uma falta de isenção, o que fazia prever que o vencedor já estava previamente escolhido, devido a “pressões” inaceitáveis, a que foram sujeitos, bem como algum desconhecimento sobre a matéria avaliada. Tomamos uma decisão e, recusando ser cúmplices dum espetáculo incoerente e pouco edificante, atropelando o mérito em vez de o premiar. Assim, cerca das 23h15, após o resultado da 5ª. atuação, discretamente, abandonamos a sala. No dia seguinte soubemos que a vencedora, obviamente, tinha sido a Disciplina de Teatro, conforme suspeitávamos, mas satisfeitos por não termos assistido àquela farsa!

Entretanto, segundo informações de que dispomos, o convívio continuou com danças e mais música, por isso pedimos a quem esteve até final que complete esta crónica com o que de relevante se passou. E se não estiver de acordo com o texto desta crónica, sugerimos que seja contestada.

Mas há um enigma que nos traz intrigados. Porquê e donde vieram as pressões sobre o júri? Terá sido a Maçonaria, as Secretas, o KGB, a Opus Dei ou FBI - Falso Bilhete de Identidade -?

Julgamos que nenhumas destas organizações tinha poder para mover tanta influência. Para nós, só há uma pessoa capaz de ter um papel tão determinante neste tráfico de influências sobre o júri: o Dr. Miguel Relvas,versus Sénior Lusófona.

Finalmente, registámos com especial agrado o facto de, apesar da crise, interpretamos o evento como o jantar mais participado de sempre da nossa Sénior. Foi sem margem para dúvidas um momento alto de integração interpares, classes e gerações e uma garantia de continuidade com surpresas agradáveis.

Desejamos que todos desfrutem das merecidas boas férias e, retemperados, um bom regresso lá para Setembro, e atenção às matrículas e ao número clausus.

Jorge Oliveira

Jorge Almeida

António Luís

Na terça feira passada

fizemos nosso jantar,

caldo, broa, arroz d'enfiada

com vinhinho p'ra amaciar....

Muita fruta, muito doce,

confusão p'ra lá chegar,

viria embora se não fosse

o caso de ter pago ao entrar...

Ac*ta poética

Teatro, dança e sorteio,

muita alegria em stock,

algumas gaffes p'lo meio

nas músicas do Karaoke.

Júri muito tendencioso

com votação muito errática

num processo sinuoso

premeia a falta de prática.

Depois dança e algum baile

com boa coreografia

Susana tirou o xaile

dançou p'ra fotografia......

Em suma e p'ra acabar:

foi uma festa mediana

barulho até fartar

c' um bom arroz à valenciana....

Amílcar Bastos

* Este "c" não se lê, mas tem um grande valor estimativo para o autor da ata. R)