A nova "Académica Basebol" contra a Federação...

Post date: Dec 19, 2012 1:57:31 PM

Até a nova "Académica Basebol" está contra o péssimo trabalho da Federação e não só! Os antigos jogadores da Académica Basebol deixaram a secção em dívidas e com falta de equipamentos... é o que se pode ler, na entrevista de Patrick Gomes ao jornal A Cabra...

Basebol e softbol: uma secção renovada de volta à primeira base

Terça, 18 de Dezembro de 2012

por Acabra .Net

A Secção de Basebol e Softbol, que se encontra numa fase de crescimento depois de ter sido reativada, procura um novo rumo para o seu projeto. Patrick Gomes, o atual presidente, acredita que vai haver mais divulgação das modalidades, mas está descontente com a direção da Federação. Por Tiago Rodrigues

Após um período de interrupção, a secção de Basebol e Softbol volta a iniciar a sua atividade

Foto por Rafaela Carvalho

O basebol e o softbol são modalidades pouco conhecidas em Portugal. Jogam nove contra nove, alternando posições de ataque e defesa, e o objetivo passa por marcar o maior número possível de pontos (“corridas”). As principais diferenças, entre uma e outra, são as dimensões da bola (maiores no softbol), o tamanho do campo e o tempo de jogo. As regras são simples: para pontuar tem que se acertar com o taco na bola atirada pelopitcher’ (o lançador) e depois correr pelas quatro bases do campo. No final, a equipa com mais corridas vence.

O softbol é uma variação “mais leve” do basebol, pelo que se tornou uma modalidade mais direcionada para as mulheres. As regras são praticamente as mesmas, mas o lançamento é muito diferente, pois é feito por baixo, junto à anca.

Em Coimbra, ambas as modalidades têm sido divulgadas pela Secção de Basebol e Softbol da Associação Académica de Coimbra (AAC), que está, neste momento, em fase de captação de jogadores, uma tarefa complicada, segundo o presidente Patrick Gomes. “O campo [de Santa Cruz] já está reservado para as secções de futebol e de râguebi e tivemos que ficar com os horários que faltavam, das 17h30 às 18h30, e para o pessoal universitário torna-se complicado vir treinar”, lamenta.

Os treinos têm sido realizados dois dias por semana (terças e quintas) e, apesar de serem poucos os praticantes deste desporto, o objetivo é muito claro: “queremos criar uma equipa masculina, para o basebol, e uma feminina, para o softbol”, afirma Patrick. No entanto, para conseguir juntar uma equipa é necessário haver mais gente a querer participar. É por esse motivo que se procuram novos jogadores e, além disso, qualquer pessoa se pode candidatar. “Temos uma página no Facebook e podem ver lá os nossos contactos. Também na AAC, no quarto piso, podem entrar em contacto connosco, costumamos estar lá muitas vezes”, revela o presidente da secção.

“Uniformes não temos, ficou tudo a antiga direção”

Como são pouco mais de uma dezena de jogadores nos treinos, tanto rapazes como raparigas, a secção convida “outras equipas para vir participar nos treinos”. Porém, como essas equipas só podem ao fim-de-semana, organiza-se um treino ao sábado, de forma a simular um jogo. Patrick Gomes considera que o campo onde treinam tem “muito boas condições”, mas não lhe agrada a falta de equipamento e pouca qualidade daquele que ainda dispõem: “estamos a ficar sem bolas, porque se vão perdendo. Os tacos e os capacetes também já estão um bocado danificados e uniformes não temos, ficou tudo com a antiga direção. Precisamos de material novo”, conclui.

A relação que existe com a anterior direção não é a melhor, visto que houve uma pausa na secção e os equipamentos não foram devolvidos: “contactei-os e eles disseram que não devolviam nada”, acusa Patrick. A única solução era falar com alguém da Direção-geral da AAC ou com o Conselho Desportivo para que fosse exigida a devolução de tudo aquilo que foi levado, mas tal não veio a acontecer.

A secção só voltou ao ativo em novembro do ano passado, por iniciativa do atual presidente. “Vim para me integrar na equipa de basebol, mas a secção estava fechada e então resolvi juntar um grupo de amigos e reativá-la”, justifica Patrick, eleito no início deste ano como principal dirigente do novo projeto. Olhando para aquilo que já foi feito, considera que “não está nada mau” e tem tudo para melhorar: “já somos cerca de 13 jogadores e temos um treinador cubano, com licenciatura de basebol”, explica.

O único problema é que, para já, só há uma equipa mista, o que não vai ao encontro daquilo que se pretende. “O objetivo seria mesmo uma equipa masculina e outra feminina, separadas”, esclarece.

Equipas sem apoio da Federação

Para além da situação complicada com a antiga direção, a relação do presidente com a Federação Portuguesa de Basebol e Softbol (FPBS) também não é a melhor. Patrick afirma que não concorda com aquilo que está a ser feito: “temos de fazer pressão à Federação para que nos dê apoio e às outras equipas que estão de fora. Caso não o faça, que seja substituída por uma direção que ajude mais o basebol em Portugal”. O desporto já foi mais praticado mas, segundo o dirigente, “ultimamente estão duas equipas a participar tanto na Liga como na Taça”.

Para a equipa da secção poder competir, tudo vai depender da atitude da FPBS, que deve “mostrar dedicação e empenho ao cargo”. Ainda assim, Patrick mostra-se solidário para com as outras equipas: “se forem deixadas de fora, em sinal de protesto, iremo-nos manter fora das competições”, indigna-se.

A situação das modalidades continua complicada, pois “com a situação da Federação, muitas equipas deixaram de jogar e desistiram, mas ainda se pratica. Temos os Vikings ou os Whitesharks”, explica um dos jogadores, Rui Duarte. Em relação ao futuro da secção, este parece confiante, talvez por “haver muita gente interessada” em participar num jogo que “não é assim tão complicado” e que cativa. “Há pessoas novas a querer experimentar. Toda a gente gosta de lançar e bater uma bola”, revela.