José Guilherme de Araújo Jorge nasceu em 20 de maio de 1914, na Vila de Tarauacá, Estado do Acre. Era filho de Salvador Augusto de Araújo Jorge e Zilda Tinoco de Araujo Jorge. Descendia, pelo lado paterno, de uma tradicional família alagoana, os Araújo Jorge. Era sobrinho do embaixador Artur Guimarães de Araujo Jorge, autor de inúmeras obras sobre Filosofia, História e Diplomacia, e sobrinho-neto de Adriano de Araujo Jorge, médico, escritor e grande orador, que foi Presidente perpétuo da Academia Amazonense de Letras, além do Prof. Afrânio de Araujo Jorge, fundador do Ginásio Alagoano, em Maceió.
Pelo lado materno, descendia dos Tinocos, dos Caldas e dos Gonçalves, de Campos, Macaé e S. Fidélis, Estado do Rio. Sua infância foi passada no Acre, em Rio Branco, onde cursou o primário no Grupo Escolar 7 de Setembro. Já no Rio, completou o ensino secundário nos Colégios Anglo-Americano e Pedro II, colaborando desde jovem na imprensa estudantil. Fundou e presidiu a Academia de Letras do Internato Pedro II, no antigo casarão de S. Cristóvão, que foi consumido pelo fogo muitos anos depois. Nessa época, ainda no ginásio, viu seu poema "Ri Palhaço, Ri" ser publicado no "Correio da Manhã" em 1931 e, posteriormente, transcrito no "Almanaque Bertrand" de 1932.
Entretanto, assim como outros trabalhos daquela época, esse não foi incluído em seus livros. Colaborou também no jornal "A Nação" e nas revistas "Carioca" e "Vamos Ler", entre outras. Formou-se pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil.
Em 1932, no Externato Colégio Pedro II, foi escolhido o "Príncipe dos Poetas" em um memorável certame, sendo saudado por Coelho Neto, "Príncipe dos prosadores brasileiros", e recebendo das mãos da poetisa Ana Amélia, Presidente da Casa do Estudante, um livro como prêmio e homenagem, ofertado por Adalberto Oliveira, então "Príncipe da Poesia Brasileira".
Na Faculdade de Direito, fundou e foi o primeiro presidente da Academia de Letras, que teve como patrono Afrânio Peixoto, então professor de Medicina Legal. Atuou como locutor e redator de programas radiofônicos, trabalhando nas Rádios Nacional, Cruzeiro do Sul, Tupi e Eldorado. Em 1965, tornou-se professor de História e Literatura no Colégio Pedro II.
Foi orador oficial de entidades universitárias, vencendo concursos de oratória ainda como estudante. Em Coimbra, recebeu o título de "estudante honorário" e fez um Curso de Extensão Cultural na Universidade de Berlim.
Com uma vocação política inabalável, candidatou-se a vários cargos públicos, sendo eleito Deputado Federal em 1970 pela Guanabara e reelegendo-se para o terceiro mandato em 1978. Ocupou a vice-liderança do MDB e a presidência da Comissão de Comunicação na Câmara dos Deputados. Desde seus dias de estudante, participou ativamente das lutas antifascistas como democrata e socialista, enfrentando o "Estado Novo" e sendo preso e perseguido várias vezes nesse período.
Conhecido como o "Poeta do Povo e da Mocidade," sua obra lírica, impregnada de romantismo moderno e por vezes dramático, o tornou um dos poetas mais lidos e, talvez por isso mesmo, o mais combatido do Brasil.
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