Diamantino Bártolo - biografia
SEDUÇÃO POR FUTILIDADES
Podemos viver muitos anos, com um estatuto de “superioridade” social, financeira, profissional e até etária, esta em função de uma ainda relativa juventude. Acreditamos que os amigos mais maduros, acabam por “desaparecer” primeiro, naturalmente, no que respeita à sua existência física. Podemos pensar que nunca mais vamos “aterrar” no território dos “comuns e pacatos mortais”, onde “residia” esse amigo.
Somos tentados, então, a agir, com indiferença e insensibilidade, contra os mais fracos, mesmo que numa determinada fase das nossas vidas, quando, realmente, estávamos na “mó de baixo” esses tais, amigos verdadeiros, que agora nos parecem frágeis, nos tenham apoiado incondicionalmente, nos hajam aberto os seus corações, e entregue os seus mais nobres sentimentos.
Mas, como em tudo na vida, “Não há bem que sempre dure; nem mal que nunca acabe”. Fazem-se grandes “castelos”, em cima das areias movediças das ilusões da vida. Trocam-se amizades sólidas, solidárias e leais, por bajulações, aparências e circunstancialismos momentâneos.
Deixamo-nos seduzir por futilidades, por ofertas momentâneas de colaboração (e que nós até precisamos, justamente, dada a nossa fragilidade, ignorando que tais pessoas, que sabem aparecer na hora certa, já nos ofenderam, ou ofenderam os nossos verdadeiros amigos), com vernizes, punhos de renda, que escondem, em muitas pessoas: a hipocrisia, a manipulação e a conquista fácil, de supostas amizades.
Mas isso acabará um dia. Acordaremos, então, para uma dolorosa realidade que, de fato, não pensamos pudesse vir a acontecer, e logo connosco. Deixamo-nos inebriar pelas aparências, queremos juntarmo-nos às maiorias, mesmo que isso vá contra os mais elementares princípios da nossa dignidade.
Esquecemo-nos que, quanto mais tempo permanecermos nesta situação, muito menos hipóteses teremos de sairmos desse “lamaçal” de umas certas amizades impostoras, dissimuladas, maledicentes, implacavelmente estigmatizantes, para o resto da nossa vida.
Ignoramos que, entretanto, os nossos verdadeiros amigos que, em relação a eles, tudo fizemos para, cirurgicamente, os afastar, desconsiderar, ridicularizar, humilhar e magoar, estão sofrendo porque se sentiram traídos, trocados, abandonados. A fragilidade dos nossos valores, “bateu no fundo do poço” da incompreensão, da insensibilidade, da ingratidão. De facto, somos muito fracos.
Recordaremos, então, todo um passado de amizade pura e solidária, que os amigos agora desprezados, nos proporcionaram. Poderá ser tarde, para recuperar os amigos, os princípios, os valores e os sentimentos. Tudo isto faz parte da fragilidade humana, contra a qual teremos de lutar, especialmente se a nossa vida, e a nossa relação com o “Outro”, que queremos ter por Amigo, for de Solidariedade, Amizade e Lealdade, então teremos o verdadeiro “SAL da Vida.”
Endereços e dados do autor
Venade/Caminha – Portugal, 2024
Com o protesto da minha permanente GRATIDÃO
Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Presidente HONORÁRIO do Núcleo Académico de Letras e Artes de Portugal
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