Afonso Duarte  - biografia

Erros Meus a que Chamarei Virtude


Erros meus a que chamarei virtude,

Por bem vos quero, e morro despedido

Sem amor, sem saúde, o chão perdido,

Erros meus a que chamarei virtude.


A terra cultivei, amargo e rude,

No sonho de melhor a ter servido;

Para ilusão de um palmo de comprido,

A terra cultivei, amargo e rude.


E o amor? A saúde? Eis os dois Lagos

Onde os olhos me ficam debruçados

 Azul e roxo, rasos de água os Lagos.


Mas direis, erros meus, ainda amores?

— São bonitos os dias acabados

Quando ao poente o Sol desfolha flores.