Afonso Duarte  -biografia

Riso


Tive o jeito de rir, quando menino,Até beber as lágrimas choradas:Com carantonhas, gestos, desatino,Passou a nuvem e os pequenos nadas.
A rir de escuridões, de encruzilhadas,Tornei-me afeito logo em pequenino;Porque ri é que trago as mãos geladas,E choro porque ri do meu destino.
Vivi de mais num mundo idealizadoComigo só: E só de mim descreioEntornava-me riso a luz em cheio
Quando o meu mundo foi principiado;Rio agora que não sei donde me veioSempre o mal que me trouxe o bem sonhado.