Fernando Pessoa é um dos poetas mais proeminentes da literatura portuguesa do século XX. Nascido em Lisboa, Portugal, em 13 de junho de 1888, Pessoa é conhecido por sua vasta obra e pela criação do conceito de heteronímia, que se tornou uma característica distintiva de sua escrita.
Filho de Joaquim de Seabra Pessoa e Maria Magdalena Pinheiro Nogueira, Pessoa perdeu seu pai aos cinco anos e sua mãe quando tinha 20 anos. Essas experiências precoces de perda tiveram um impacto profundo em sua vida e em sua poesia, contribuindo para a melancolia e introspecção que caracterizam muitos de seus escritos.
Fernando Pessoa foi educado na África do Sul, onde seu padrasto era cônsul, e lá adquiriu fluência em inglês, além de sua língua materna, o português. Mais tarde, estudou na Universidade de Lisboa, mas não concluiu o curso. Sua vida profissional foi marcada por vários empregos, principalmente como correspondente comercial e tradutor, o que lhe proporcionou uma visão única das culturas e das complexidades da vida.
A grande contribuição de Pessoa à literatura foi sua inovadora abordagem à criação literária por meio da heteronímia. Ele desenvolveu diversos heterônimos, cada um com uma personalidade, estilo e temática distintos. Os mais conhecidos são Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Cada heterônimo representava uma faceta diferente da personalidade de Pessoa, resultando em uma obra multifacetada que abrange desde a poesia lírica e pastoral até a reflexão filosófica e existencial.
Pessoa publicou muito pouco em vida, e grande parte de sua obra foi descoberta postumamente. Sua morte ocorreu em 30 de novembro de 1935, aos 47 anos, em Lisboa. Apesar de sua curta vida, Fernando Pessoa deixou um legado duradouro na literatura portuguesa e internacional, sendo reconhecido como uma figura seminal do modernismo e um dos poetas mais influentes do século XX. Sua obra continua a ser estudada, traduzida e apreciada por leitores e estudiosos ao redor do mundo.
Biografia por:
Fernando Pessoa nasceu neste edifício, no bairro do Chiado, em frente ao Teatro Nacional de São Carlos de Lisboa, a 13 de junho de 1888.
O padrasto e a mãe.
Imagem Domínio público
A relação entre Fernando Pessoa e A Brasileira, a icónica pastelaria em Lisboa, é uma parte significativa da história literária e cultural portuguesa. A Brasileira, localizada no coração do Bairro Alto, tornou-se um ponto de encontro crucial para intelectuais, artistas e escritores durante o início do século XX, e Fernando Pessoa foi uma figura proeminente nesse cenário.
A pastelaria era frequentada por diversos escritores e poetas, sendo um local onde se trocavam ideias, se discutiam teorias literárias e se partilhavam experiências. A Brasileira tornou-se, assim, uma espécie de "salão literário" informal.
Fernando Pessoa, um dos maiores poetas e pensadores da literatura portuguesa do século XX, era presença assídua neste espaço. O poeta, conhecido pelas suas múltiplas personalidades literárias, conhecidas como heterónimos, encontrava inspiração e estímulo intelectual nas conversas e no ambiente cultural proporcionado pela pastelaria.
O ambiente cosmopolita de A Brasileira oferecia a Pessoa a oportunidade de observar a diversidade da vida urbana, assim como de interagir com outros escritores e pensadores. Este contexto contribuiu para moldar a sua visão poética e filosófica, influenciando diretamente a sua obra.
A estátua de bronze de Fernando Pessoa, que se encontra à porta de A Brasileira, é um testemunho duradouro da ligação entre o poeta e a pastelaria. A estátua representa Pessoa numa pose contemplativa, como se estivesse a observar o mundo à sua volta. Este local tornou-se um ponto de peregrinação para admiradores de Pessoa e amantes da literatura em geral.
Assim, a relação de Fernando Pessoa com A Brasileira transcende o simples facto de ser um local frequentado por um escritor famoso. Ela simboliza a importância dos espaços culturais na formação e na expressão das ideias artísticas, sendo um testemunho tangível da rica herança literária de Portugal.
Texto por
Ada Abaé