(13-12-13)
J-58
F rente a frente convosco, Senhor,
E u me sinto em falta,
L uto na ação social, no amor,
I nerte diante dos males do mundo,
Z eloso por mim, indiferente pelos outros.
N as palhas do presépio me ensinais
A me encontrar convosco nos pobres,
T anto nos da matéria como nos do espírito,
A mpará-los, socorrê-los,
L evá-los a conhecer-vos, a amar-vos.
E nsinai-me, Senhor, a amar, a partilhar!
A o ver tanta miséria e tanta dor,
N utro no coração um grande amor,
O ro com ternura, peço-vos perdão.
N este mais um Natal em minha vida,
O uço as vozes dos que vos clamam,
V olto-me a vós e vos imploro:
O lhai por todos nós, Senhor,
e dai-nos a vossa paz!
(13-12-13)
J-59
No presépio eu vos encontro, Senhor,
nas palhas da pobreza,
com José e com Maria.
No sacrário eu vos descubro, Senhor,
como pobre e abandonado,
na simplicidade da Eucaristia.
A paz que sinto diante de vós
é solitária e incompleta!
Sozinho, em meu pequeno quarto,
nesta noite tão maravilhosa,
Vejo à minha frente
milhões de empobrecidos,
de todos esquecidos,
famintos por um pedaço de pão!
O nó que na garganta eu tenho
só se desfaz quando eu me lembro
dos bens que prometestes aos que sofrem,
da paz que dais aos que lutam
Feliz Natal, Feliz ano novo.
Palavras vazias? Utópicos desejos?
Não. São desejos sinceros,
de quem ainda em vós confia,
de quem ainda convosco se encanta.
2025
J-409
As ilusões se derretendo…
os amigos morrendo…
a velhice avançou.
O sol continua a nascer…
as flores continuam a florescer…
meu corpo mirrou.
As nuvens continuam passando… passando…
e, como sempre, não estão mais voltando…
meu tempo parou.
No meu arquivo empoeirado ,
projetos embolorados,
a viabilidade acabou.
Eu me sinto como um viajante
vislumbrando um local antes distante,
que agora já quase chegou.
Deus, na minha caminhada,
é meu companheiro de estrada,
que me espera em algum momento,
quando o ouvirei, atento:
“Tua vida terminou”