O catequista e os catequizandos fazem um círculo, estando todos sentados. A primeira pessoa à direita do(a) catequista diz o seu nome; a segunda pessoa fala o nome da primeira e o seu nome; a terceira pessoa fala o nome da segunda e o seu nome; a quarta pessoa fala o nome da terceira e o seu nome; a quinta pessoa fala o nome da quarta e o seu nome e assim sucessivamente até chegar ao catequista.
Essa dinâmica mostra que todos nós devemos conhecer bem, para poder nos amar. Deus nos conhece e nos ama. Ele nos conhece pelo nosso nome (Ap 2, 17b). Foi assim que Jesus e os apóstolos começaram a ter amizade, como em Jo 1, 39: "Então (Pedro e André) foram e viram onde (Jesus) morava e permaneceram com ele naquele dia".
Quando conhecemos pessoalmente alguém, deixamos de lado as fofocas e os preconceitos, temos melhores condições de gostar dessa pessoa como realmente ela é e não como os outros pensam que seja.
Em Jo 10, 14 Jesus diz: "Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem". Quanto mais nos conhecemos, melhor podemos amar.
a) Para ler: Eclesiástico 6, 14 – 17
Um amigo bom e fiel vale mais que um tesouro
b) Para conversar
1. Você tem amigos(as)? Muitos ou poucos?
2. O que você acha mais importante numa amizade?
3. Quais são os defeitos que seus amigos(as) observam em sua pessoa? Você concorda ou discorda deles?
c) Para saber
Em Provérbios 18, 24b, lemos: "Há amigos mais queridos do que um irmão". Isso quer dizer que há irmãos que não são amigos! A amizade não acontece ao acaso. Para que duas pessoas sejam amigas, é preciso várias coisas:
- devem conhecer-se bem;
- uma deve respeitar a outra em seus próprios limites e capacidades, em seu modo de vida;
- sinceridade e honestidade em todas as ocasiões;
- devem ajudar-se mutuamente no crescimento pessoal, ou seja, estarem sempre à disposição para os desabafos e os problemas. Se for preciso, devem aconselhar-se nas dificuldades e nos defeitos que uma encontra na outra;
- não podem desprezar ou fazer pouco caso das demais pessoas que não partilham a mesma amizade;
- não devem aproveitar-se uma da outra.
Isso tudo também se aplica à amizade entre pais e filhos, esposo e esposa, irmão e irmã, colegas de trabalho etc.
Sem um entrosamento num círculo bem amplo de amizades, ninguém consegue crescer no amor e na partilha, não progride muito na vida.
d) Para viver
A verdadeira amizade leva até Deus e à prática do Evangelho. Assim sendo, aquela que leve ao pecado, ao vício, ao crime não é verdadeira amizade.
Quem vive sem amigos, isolado, acaba ficando triste, solitário, egoísta, angustiado, pão-duro, só pensa em si mesmo, vive com medo de tudo e de todos, vive inseguro, torna-se antipático.
A amizade verdadeira traz muita alegria às pessoas e confiança na vida. Quem tem verdadeiros amigos e tem também Jesus por amigo vence com facilidade os problemas da vida. Jesus é um amigo que nunca vai nos "deixar na mão".
e) Para fazer
Escreva num papel os nomes das pessoas de sua família, de sua classe, de sua rua, que ainda não são seus amigos, e faça um plano para que passem a ser.
f) Para rezar
Senhor Jesus Cristo,/que fizeste tantos amigos em vossa vida aqui na Terra,/ajudai-nos a ter amigos/ que nos auxiliem a melhor amar-vos./ Vós, que sois Deus com o Pai,/ na unidade do Espírito Santo. Amém.
a) Para ler: João 1, 45 - 48 e Provérbios 4, 10 - 27
b) Para conversar
1. Porque há coisas que você acha fácil de fazer e as outras pessoas acham difícil?
2. O que você faz com facilidade e o que faz com dificuldade?
3. É possível aprender a fazer bem o que achamos difícil?
c) Para saber
Todos nós nascemos com determinado temperamento, também conhecido como "gênio" e caráter. Uns são mais abertos, outros mais fechados, uns mais nervosos, outros mais pacíficos, uns mais apaixonados, outros mais frios etc.
Esses temperamentos trazem muitas características boas, mas também muitas imperfeições, que podem ser notadas já desde que somos crianças. Cabe aos pais e educadores ajudar as crianças e jovens a vencerem os defeitos de seus temperamentos e transformá-los em virtudes. Quando nem os pais e nem os educadores conseguiram essa façanha, cabe a nós mesmo nos transformar, corrigindo os defeitos de nosso temperamento e adquirindo as qualidades que não temos.
A pessoa que corrige seus defeitos, que procura adquirir as qualidades que não possui de nascença, torna-se o que chamamos de "pessoas de bom caráter". Caso contrário, chamamos de "pessoas de mau-caráter". Por exemplo, se você nasceu com o temperamento tipo São Pedro, nervoso, que age antes de pensar, deve tentar tornar-se mais paciente, mais cauteloso. Feito isso, terá adquirido um bom caráter. Outro exemplo: uma pessoa tímida por natureza, que conseguir libertar-se e tornar-se mais extrovertida, mais aberta, adquiriu um bom caráter.
Os santos que conhecemos conseguiram fazer justamente isso: transformaram os pecados e defeitos de seus pensamentos em santidade e virtudes de um bom caráter.
d) Para viver
Procure conhecer quais são as suas boas e más tendências. Depois, anote tudo o que você precisa para ser melhor: deixar os vícios, as manias, e muitas vezes o individualismo, para se transformar-se numa pessoas de bom caráter.
As renúncias e os sacrifícios feitos voluntariamente ajudam-nos a formar (e forjar) o nosso caráter. Exemplo: dormir sempre numa mesma hora, não muito tardia, não ficar muito tempo dormindo, procurar trabalhar sempre, aproveitar bem o tempo de estudo, ser humilde e aceitar as críticas que nos fazem, ser equilibrado na comida e na bebida, não ser "baderneiro", respeitar as pessoas, sejam elas mais velhas ou mais novas, respeitar a natureza, não destruindo nada, obedecer aos pais e superiores, manter uma vida de oração, procurar ser sempre amigo, curtir boas amizades etc.
e) Para fazer
Tente ver em que você é diferente de seus amigos. Tente descobrir em que eles já melhoraram em relação ao que eram quando crianças.
f) Para rezar
Senhor Deus,/ que tanto nos quereis bem,/ ajudai-nos a transformar nossas vidas,/ a fim de que construamos um bom caráter,/ a partir das armas do amor, da renúncia e da oração que vós nos concedeis./ Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
a) Para ler: Marcos 8, 27 – 30
b) Para conversar
1. O que os seres humanos estão fazendo aqui neste mundo?
2. Você julga uma pessoa útil? Por quê?
3. Deus ama as pessoas inúteis e criminosas? Explique.
c) Para saber
Deus criou o universo todo e este mundo para que tivéssemos condições de existir. Por pior que seja uma pessoa, por mais inútil e criminosa, Deus sempre vai amá-la, sempre vai querer salvá-la e recuperá-la. Ele quis partilhar conosco a sua própria vida.
Para que não tivéssemos uma vida completamente independente dele, deixou-nos a tarefa de conseguir e partilhar com mais pessoas (nossos filhos e netos) os bens e os dons criados. Temos a capacidade da procriação e de deixar aqui na Terra outras pessoas que continuem a construí-la e a melhorá-la. Os animais fazem isso por instinto, mas nós fazemos isso dentro de uma união sólida, no casamento, que por isso mesmo é abençoada por Deus.
Depois de certo tempo trabalhando e lutando para transformar este mundo num paraíso, conhecendo e amando a Deus e ao próximo, ensinando isso aos demais, somos convidados a deixá-lo para que outros continuem o nosso trabalho e, conforme a escolha que fizemos, mudamo-nos para o Céu, onde Deus se mostra a nós com toda a sua glória e esplendor.
d) Para viver
Você precisa se conhecer. Procure saber se seus bisavós são brasileiros ou estrangeiros, onde seus pais nasceram, onde você nasceu, se teve algum trauma ou doença na infância. Procure saber como é que os outros veem você. Nunca fique sentido ou nervoso quando alguém lhe aponta algum defeito, mas procure os detalhes e tente mudar, melhorar. Quem se conhece bem, nunca vai se assustar com os defeitos que os outros lhe apontam.
Peça a Deus que ilumine sua vida e sua mente, a fim de você reconhecer os próprios defeitos e poder corrigi-los. Isso é importante para que, pelo menos de sua parte, o Plano de Deus se realize.
e) Para fazer
Escreva um resumo de tudo o que você viveu de bom ou de ruim até o presente momento.
f) Para rezar
Rezar o Salmo 8, na Bíblia.
a) Para ler: 1Cor 15, 9 – 10
b) Para conversar
1. Você se aceita como é? Explique.
2. Você aceita as pessoas como são? Por quê?
3. Deus aceita você como você é? Por quê?
c) Para saber
Diz o bispo D. Pedro Casaldáliga que Deus nos aceita como somos para transformar-nos naquilo que ele quer que nós sejamos. Se Deus nos aceita como somos, também devemos nos aceitar. Jesus disse em Mateus 22, 36 - 40 que os dois mandamentos que resumem todos os outros são: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
Ora, isso significa que devemos amar a Deus, amar a Deus, amar ao próximo, e amar a nós mesmos na mesma medida com que amamos os outros. Não posso amar mais a mim que os outros, mas também seria errado amar mais o outro que a mim mesmo. Quanto a Deus, precisamos amá-lo sobre todas as coisas.
O pior que pode acontecer a um adolescente é viver uma vida falsa, isto é, querer ser o que os outros pensam ou desejam que seja, ter de viver uma vida que os outros acham que ele deve viver. Há pessoas que vivem dois tipos de vida, uma vida dupla: a que elas realmente são e a que as pessoas obrigam-nas a viver (é aí que aparecem muitas frustrações, mágoas, recalques, depressões, complexo de culpa).
Um exemplo bem comum é quando você finge que é rico numa roda de novos amigos, quando na verdade é pobre. Ou quando o rapaz finge que é o "terror da meninas" quando na verdade não é.
Se você na realidade está numa situação social inferior à das pessoas que o cercam, assuma isso. Não invente coisas para parecer melhor ou igual aos demais. A infelicidade que a vida dupla acarreta é demais para qualquer pessoa. Viver uma vida mais honesta e sincera é fonte de muita paz e alegria, sem contar ainda com um grande progresso espiritual e humano.
Em João 8, 32, Jesus nos diz que a verdade nos liberta, nos faz livres e tranquilos. Assumir os próprios defeitos, aceitar-se plenamente, é a base de toda mudança futura que pode ocorrer em si próprio. Por mais que eu minta ao outros, nunca vou poder mentir a mim mesmo e a Deus. Essa é uma verdade que sempre deixa as pessoas vazias, angustiadas e estressadas.
Se você sofreu alguma calúnia e as pessoas pensam que você é “duas caras”, confie em Deus, ofereça isso como reparação de seus pecados e saiba que nós somos o que somos diante de Deus. Nada mais do que isso.
d) Para viver
Em seus momentos de oração, procure lembrar-se de quem você é aos olhos de Deus e de si mesmo. Em seguida peça perdão a Deus de suas faltas, de suas falhas, pelas coisas boas que você deixou de fazer, e peça-lhe que transforme sua vida naquilo que ele gostaria que você fosse. Peça-lhe força para vencer suas limitações e fraquezas. Ele o ajudará. Se você alguma vez viveu uma “vida dupla”, recomece e viva uma vida verdadeira daqui para frente, sem mentiras.
e) Para fazer
Tente escrever num papel o que você realmente é e, em seguida, o que os outros pensam (ou desejam) que você seja.
f) Para rezar
Rezar o Salmo 139(138) em dois coros, na Bíblia.
a) Para ler: Mateus 5 , 44 – 48
b) Para conversar
1. Qual é a diferença entre amar e gostar?
2. Jesus mandou que amássemos ou gostássemos dos outros? Por quê?
3. "O ódio nunca vai ser uma atitude abençoada por Deus." Comente.
c) Para saber
Amar é tratar bem as pessoas mesmo que não gostemos delas, dando-lhes comida ou atenção ou o que precisarem. Deus ama a todos indistintamente e por isso devemos também amar a todos, sem exceção. Isso é o que diferencia os cristãos de outros tipos de pessoas: os cristãos amam não apenas os amigos, mas também os inimigos.
Deus faz cair chuva tanto na plantação dos bons, como na plantação dos maus. Somente Deus pode julgar as pessoas, se fizeram isto ou aquilo por maldade ou por ignorância. Somente Deus nos conhece bem. Nunca devemos desprezar ninguém. Ele não mandou que gostássemos das pessoas. Nem Jesus gostava de todos: vivia repreendendo os fariseus. Mas amava a todos, e mandou que também nós amássemos a todos.
Amar nem sempre é fazer o que o outro gosta. Se alguém é criminoso, por exemplo, precisa ser preso para não fazer mal a mais ninguém. Mas não podemos odiá-lo. Talvez se tivesse vivido uma vida melhor, familiar, de carinho e afeto, nunca tivesse cometido tal crime. Ou mesmo talvez tenha sido caluniado e preso sem ter feito o suposto crime. Há muitos casos desses. Se ele tiver fome, é preciso dar-lhe de comer.
Quando o filho faz traquinagens, a mãe o repreende e até lhe dá um pequeno castigo. Ela faz isso porque o ama e quer que ele melhore. Em Hebreus 12,10, diz que Deus nos permite o sofrimento para que, purificados, possamos receber sua santidade. É, pois, por puro amor que ele permite que soframos. Assim também são os pais quando punem com sabedoria os filhos faltosos.
"Mais vale um prato de verduras dado com amor que um boi gordo dado com ódio" (Pr 15, 17).
d) Para viver
Se você tiver algum inimigo, procure antes saber se não é devido a algo maldoso que você fez. Se foi culpado, é seu dever pedir desculpas, para que o mal-entendido se desfaça. Ás vezes ofendemos pessoas sem termos consciência disso.
Procure perceber algumas qualidades no inimigo. Muitas vezes o que você conhece dele deriva apenas de fofocas e preconceitos dos demais. Nunca se fixe na primeira impressão em relação a uma pessoa; procure conhecê-la melhor.
Precisamos abolir de nossa vida os sentimentos negativos e rancorosos. Devemos abraçar e guardar somente os sentimentos positivos de amor, alegria, paciência, misericórdia, caridade.
Se não pudermos amar as pessoas devido às maldades que praticam, que possamos amá-las ao menos por serem pessoas humanas, templos do Espírito Santo, filhas amantíssimas de Deus, redimidas por Jesus Cristo. Amemos as pessoas, e não os pecados que fazem. É o que se chama "Amor exigente": "Gosto de você, mas não gosto do mal que você faz".
e) Para fazer
Faça uma lista dos seus inimigos e escreva os motivos dessas suas inimizades, e veja se não tem jeito de melhorar.
f) Para rezar
Senhor, / perdoai nossos pecados/ como nós perdoamos a quem nos tem ofendido,/ e que amemos todas as pessoas. Por Cristo, nosso Senhor. Amém
a) Para ler: João 8, 1 - 11 e João 4, 7 - 30. 39 - 42
b) Para conversar
1. Qual foi o método usado por Jesus para expor suas ideias nos dois trechos acima?
2. Qual é a diferença entre obedecer por medo ou por amor?
3. Por que uma palestra de que você pode participar é mais interessante da que pode somente ouvir?
c) Para saber
Quando só uma pessoa fala e outras escutam, isso é monólogo. Quando duas ou mais pessoas trocam ideias de igual para igual, isso é diálogo. Graças ao diálogo, Jesus conseguiu mostrar àqueles judeus que perdoassem a mulher adúltera. No caso da samaritana, pelo diálogo Jesus mostrou-lhe que ele era o Messias, aquele que tanto esperavam.
No diálogo não se trata de impor a razão do mais forte (isso seria monólogo), mas trocar ideias sobre o que é realmente verdadeiro ou falso na questão discutida. No caso da família, há dois modos de se obedecer: por amor ou por medo. Quando os pais conversam com os filhos e lhes mostram que devem seguir suas orientações por este ou aquele motivo. e ouvem as razões e as explicações dos filhos, há uma espécie de acordo entre eles, e os filhos passam a obedecer porque viram que é o melhor caminho.
Esses pais que sabem dialogar, conversar com os filhos, não precisam se preocupar mais, pois sabem que os filhos vão seguir o bom caminho. Quando os filhos obedecem por medo, logo que estiverem longe do alcance dos pais, vão cair no erro e desobedecê-los.
Saber dialogar, antes de tudo, é reconhecer possíveis erros nas próprias opiniões e ter a humildade de voltar atrás e recomeçar do modo correto. Isso é algo muito difícil e é por esse motivo que há tantas coisas erradas: ou as pessoas não reconhecem que erraram, ou não têm humildade suficiente para assumirem uma direção mais acertada.
Numa palestra-monólogo, o palestrista fala sozinho e muito dormem. Numa palestra dialogada, todos aproveitam melhor, mas o palestrista terá muitas vezes de refazer suas ideias a respeito de várias coisas com as quais o auditório não concordou. Isso é diálogo. Isso é coragem e desejo de acertar. Isso é cristianismo.
d) Para viver
Coloque em sua cabeça que algumas coisas que você pensa ou segue podem estar erradas ou no mínimo desatualizadas. Procure conversar (= dialogar) com pessoas que estejam mais por dentro do assunto e faça uma revisão de suas convicções.
A samaritana mudou completamente de opinião depois de seu diálogo com Jesus. Talvez você também precise mudar muitos pontos de vista para crescer na santidade e no amor cristão e como pessoa humana.
e) Para fazer
Combine em assistir a algum filme (em suas casas) e depois conversem se houve diálogo ou simples monólogo no trecho assistido e se as pessoas envolvidas nas cenas estavam de acordo com a moral cristã.
f) Para rezar
Senhor Deus, / que em nossas orações sempre deixemos alguns instantes de silêncio / para que ela não se torne um simples monólogo, / mas um diálogo, / em que vós possais falar conosco. / Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
a) Para ler: 2 Timóteo 4, 1 -5 e Tito 3, 1 – 2
b) Para conversar
1. Você tem conhecimento sobre algumas discussões na comunidade?
2. Por que elas ocorreram? Foram motivos válidos ou fúteis?
3. Como evitá-las?
c) Para saber
Desde os tempos bíblicos temos problemas nas comunidades. As discussões, desentendimentos, problemas eram comuns até nas comunidades atendidas pelos apóstolos (São Paulo, por exemplo), como está descrito nos dois trechos acima.
Essas brigas e conflitos nascem por vários motivos, mas os principais são a falta de humildade, a falta de conhecimento, a falta de educação, a falta de conversão, traumas trazidos da família em que se vive, complexo de inferioridade, falta de diálogo, mania de querer aparecer a qualquer custo, espiritualidade, mal orientada, falta de caridade.
A falta de humildade. Quando a pessoa perceber que está agindo erradamente, deve mudar de atitude. Isso não é humilhação, mas amor a Deus e aos irmãos.
A falta de conhecimento. Às vezes a pessoa não conhece bem a outra ou aquele assunto e briga pensando que está fazendo o que é certo.
A falta de educação. Muitos são briguentos mesmo e não têm um pingo de educação no relacionamento diário: não formaram ainda um bom caráter.
A falta de conversão. Muitos são pessoas que estão vindo de uma vida mundana ou estiveram ausentes por muito tempo da vida de igreja e não mudaram ainda de modo real o seu coração.
Traumas trazidos da própria família. São os que em casa são humilhados, ou que não conseguiram atingir seus objetivos de vida e descontam isso na comunidade: querem impor suas ideias a qualquer custo.
Complexo de inferioridade. São os que ficam sentidos por quaisquer palavras que lhes são ditas no sentido de admoestação ou correção.
Falta de diálogo. Os que nunca dialogam, mas sempre e em toda parte querem impor suas ideias.
Mania de querer aparecer a qualquer custo. Isso os leva a pisar nos outros.
Espiritualidade mal orientada. Os que encasquetam uma ideia na cabeça e querem que a comunidade os siga a qualquer custo.
Falta de caridade. Os que acham que as ideias são mais importantes que o tratamento caridoso entre os irmãos.
d) Para viver
Procure dialogar com as pessoas briguentas que estejam dando problemas. Se não mudarem de atitude, peça ao pároco que participe da troca de ideias, para decidirem a questão. Não decida sozinho o que fazer.
e) Para fazer
Faça uma lista do que precisa mudar na comunidade e converse isso com o (a)catequista.
f) Para rezar
João 17, 1b - 5. 18 - 23
a) Para ler: 1 João 4, 7 - 14
b) Para conversar
1. Qual seria pra você a cidade ideal para se viver?
2. Como surgem os conflitos na sociedade de hoje?
3. O que é migração? Seu bairro tem muitos migrantes?
c) Para saber
Uma cidade, quer seja grande, quer seja pequena, abriga muitos problemas e conflitos. Sempre costumamos imaginar qual seria uma cidade ideal para morarmos. Nessa cidade de nossos sonhos na certa não haveria conflitos, nem brigas, nem pobreza, nem desabrigados, nem desempregados. Isso está muito longe da realidade, e por vários motivos.
- sempre deixamos aos outros a solução dos problemas;
- muitas vezes nos achamos incapazes de mudar as coisas erradas;
- acomodamo-nos e queremos que todos concordem conosco;
- cada um quer solucionar o problema do seu jeito e isso dá briga;
- os políticos muitas vezes só pensam em si mesmos;
- falta diálogo entre as autoridades civis e religiosas da cidade;
- em vez de combatermos os problemas pela raiz, nos escondemos deles e "tapamos o sol com a peneira". Alguns exemplos: em vez de combatermos a pobreza, damos cestas básicas; em vez de combatermos a criminalidade, construímos muros cada vez mais altos nas casas; em vez de acabarmos com as doenças com uma alimentação mais adequada, abrimos farmácias comunitárias.
d) Para viver
Não espere milagres para viver feliz. Acostume-se a lutar em conjunto e nunca separadamente para vencer os problemas de seu bairro, de sua cidade. Lembre-se sempre que você também é responsável por muitos problemas que acontecem em sua cidade.
Procure, sobretudo, ocupar o seu tempo no estudo profundo e eficaz, longe das drogas, do cigarro, das bebidas. Engaje-se num grupo de jovens, ou mesmo de amigos de bairro, para ajudar a resolver ou pelo menos a cobrar as soluções dos vereadores e do prefeito. Veja com os amigos como ajudar os migrantes de seu bairro.
e) Para fazer
Faça uma lista dos problemas de seu bairro e de sua cidade e um planejamento de como podem ser resolvidos.
f) Para rezar
Senhor nosso Deus / nós vos pedimos que nos ilumineis / para que saibamos como viver atuantes / na sociedade onde vivemos, / para torná-la melhor / a fim de que todos vivam como irmãos. / Por Cristo nosso Senhor. Amém.
a) Para ler: Colossenses 2, 18 - 21 e Efésios 5, 21 - 6, 4
b) Para conversar
1. Porque acontecem brigas na família?
2. Você já teve vontade de abandonar sua casa?
3. Por que os pais de seus colegas parecem melhores que os seus?
c) Para saber
Os conflitos e brigas na família acontecem por vários motivos. É difícil enumerar todos, porém poderíamos sintetizá-los.
Desse modo é preciso ressaltar a falta de diálogo entre pais e filhos. Os pais tiveram um tipo de educação diferente dos filhos e não percebem que seus filhos hoje vivem num outro mundo. Muitas vezes forçam-nos os filhos a viver segundo um estilo de vida que não mais existe.
Por exemplo, muitos pais viveram até os 20 anos de idade sem conhecer a televisão: apenas conheciam o rádio. Quando a tevê Apareceu, era somente em preto e branco; a colorida apareceu no final da década de 70. As crianças e jovens atuais já nasceram num mundo de TV em cores, videogame, computadores etc. Eles não fazem ideia de como é viver num mundo sem isso. Os pais muitas vezes não pensam nessa situação: educam seus filhos esquecendo-se que eles nunca participaram daquele mundo mais antigo.
Por outro lado, os jovens de hoje precisam aprender também que esse ponto de vista e ter mais paciência com seus pais. No tempo mais antigo, a autoridade dos pais valia muito mais que hoje em dia.
Infelizmente muitos valores, ou seja, muitos bons costumes estão sendo esquecidos ou deixados de lado pelos jovens, o que deixa os pais aflitos. Como por exemplo, posso lembrar os vícios: cigarro, sexo desenfreado, drogas, álcool e outros.
Se os pais quiserem conquistar seus filhos, precisam convencê-los pelo diálogo, pela conversa franca e honesta. Precisam levá-los a obedecer não por medo (isso não funciona mais), mas por concluírem que de outra forma não terão um futuro feliz.
d) Para viver
Procure dialogar com seus pais. Não lhes responda com aspereza; ao contrário mostre que você quer ser alguém na vida e precisa de orientação. Se o que eles pedem está fora do tempo e do espaço, faça-os ver isso com jeito e delicadeza. Se for necessário, peça aos pais de um de seus colegas falarem com eles.
E mais: fugir de casa não vai resolver seus problemas. Se você estiver com vontade de fazer uma experiência de viver longe de seus pais, fale com eles. Pode ser que eles o entendam.
e) Para fazer
Converse com seus colegas e pergunte-lhes quais são as dificuldades que eles encontram na vivência familiar.
f) Para rezar
Rezem de mãos dadas a oração do Pai-Nosso
a) Para ler: Atos 2, 42 e Mateus 10, 22; 23, 9 - 13
b) Para conversar
1. Porque muitos adolescentes abandonam o preparação crismal?
2. Você também já pensou em desistir? Por quê?
3. O que leva uma pessoa a perseverar até o fim?
c) Para saber
A perseverança num ideal, num modo de vida, depende da motivação, ou seja, do porquê a pessoa quer fazer isso. Assim, uma pessoa gordinha que quer fazer regime só persevera se pensar em ficar magra, mais bonita, com saúde melhor, com pressão sanguínea melhor etc.
Se você pensar em Deus e descobrir a felicidade de estar ao seu lado, de trabalhar com amor na comunidade, a perseverança vai ser muito fácil. Se você estiver pensando somente em seguir uma tradição de família, ou de agradar os pais, ou ter documento para poder casar mais tarde, dificilmente vai perseverar. E, se chegar a ser crismado, abandona a Igreja no domingo seguinte.
A falta de perseverança, infelizmente, muitas vezes pode estar na falta de preparação do catequista: os encontros tornam-se monótonos, sem motivação alguma. Por outro lado, acontece muitas vezes que o adolescente se põe a fazer tantos cursos e tantos esportes que acaba deixando de lado a própria religião. É preciso deixar o nosso melhor tempo para Deus e seu Reino.
d) Para viver
Empenhe-se muito em aprofundar sua vivência cristã. Não falte aos encontros da Crisma, nem às Santas Missas. Reze as orações que você conhece.
Procure realizar alguma atividade na comunidade, ajudando na Santa Missa como acólito(a), na equipe de liturgia, arrumando a sala da catequese, ajudando na limpeza da Igreja, na equipe de acolhida das Santas Missas, na promoção humana (pobres e menores de rua), na catequese, no grupo de adolescentes ou jovens (conforme a sua idade) etc., e certamente você vai perseverar.
Nunca deixe a oração. a perseverança é uma graça que Deus dá a quem lhe pede e trabalha para conservá-la.
e) Para fazer
Procure saber quantos jovens ou adolescentes que se crismaram no ano passado ainda frequentam a Igreja.
f) Para rezar
Escolha uma oração.
a) Para ler: Tiago 5, 1 - 6 e Atos 4, 32 - 37
b) Para conversar
1. Para ser feliz é preciso ser rico? Por quê?
2. Qual é o segredo da felicidade?
3. Cristo era rico no céu, mas nasceu pobre. O que isso nos ensina?
c) Para saber
Hoje em dia muitos pensam no dinheiro para serem felizes. Os meios de comunicação social, quem vivem do consumismo, espalham aos quatro cantos e por todos os modos que ter dinheiro é a coisa mais importante do mundo.
As pessoas deixam de lado o ser, ou seja, suas realizações mais íntimas e profundas, suas vocações, a alegria de viver, o serviço ao próximo, uma vida mais tranquila, sem ambições exageradas (valores espirituais), para ter: ter dinheiro de sobra, ter carro do ano, ter aparelho de som sofisticado, ter isto, ter aquilo (valores materiais). E para isso deixam a Igreja, o lazer, a convivência, adoecem, ficam estressados etc.
O ser humano precisa de valores materiais e espirituais para viver. Isso, entretanto, deve ser bem equilibrado, para que vivamos felizes. Se buscarmos os valores materiais sem procurar ao menos na mesma (ou até maior) intensidade os valores espirituais, a nossa vida tornar-se-á um verdadeiro inferno.
No trecho acima dos Atos dos Apóstolos, vemos como os primeiros cristãos partilhavam tudo o que tinham: "e não havia entre eles indigente algum". Nesse caso, o "ter" está a serviço do "ser". Os jovens de hoje acreditam que o ser é importante, mas chegaram à conclusão que para ser é preciso ter. Já não é mais a luta entre o ser e o ter, pois ambos se fundiram: "eu vou ter, para poder ser alguém na vida".
Sem valores humanos e espirituais, de nada adianta aos homens e mulheres terem muito dinheiro. Diz Jesus em Mt 16, 26: "o que aproveitará ao homem, se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar a sua vida?"
Jesus nos deu o exemplo. De rico, fez-se pobre, e morreu numa cruz. Se o dinheiro trouxesse a felicidade, talvez Jesus nascesse rico. Mas não traz. O segredo da felicidade é fazer a vontade de Deus, amá-lo e amar os irmãos. Se você fizer a vontade de Deus, amá-lo, partilhar seus bens e seus dons com o próximo, será uma pessoa cada vez mais feliz, pois Jesus prometeu a quem busca o Reino nada faltará (Mateus 6, 33 - 34).
Eu diria que quanto mais uma pessoa deixa o individualismo, procura estar a serviço da comunidade, da sociedade, das pessoas necessitadas (não só das pessoas pobres, mas também das doentes e carentes afetivamente), mais ela será feliz, mais alegre será a sua vida.
Diz Santa Tereza de Jesus: "Nada te perturbe, nada te espante. Tudo passa. A paciência tudo alcança. A quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta".
d) Para viver
Procure equilibrar os valores materiais com os espirituais, ou seja, estude bastante, contente-se com poucos bens materiais, não fique pedindo a seus pais que comprem isso ou aquilo, seja generoso para com os outros, não seja uma pessoa "pão-dura", nem egoísta e, sobretudo, ame a Deus, e você será uma pessoa feliz e alegre. O mundo e a vida sempre lhe sorrirão.
e) Para fazer
Faça uma lista do que você gostaria de ter e, ao lado, os nomes das coisas estritamente necessárias para você viver.
f) Para rezar
Salmo 34(33), em dois coros.
a) Para ler: Provérbios 23, 19 -21
b) Para conversar
1. Você conhece alguma pessoa viciada em drogas?
2. Como você faz para evitar os vícios?
3. Há cura para quem é viciado? Como?
c) Para saber
Há muitos vícios que ficam fazendo parte de modo tão profundo da pessoa que dificilmente a deixam livre. É muito mais fácil evitar os vícios que os manter ou sair deles. O sofrimento para evitá-los é bem menor que para deixá-los. Nunca pense que você vai ser forte e usar apenas uma ou outra vez o cigarro, ou o álcool, ou as drogas.
Na juventude o corpo está mais aberto para a instalação dos vícios. Um rapaz nunca deve usar nada que vicie, nem bebidas alcoólicas. O corpo "lê" essa entrada de álcool no organismo como alimento e coloca no "chips" do cérebro. Daí em diante a droga, o cigarro ou o álcool passam a fazer parte da "alimentação" daquela pessoa. Como essas coisas viciam, dificilmente se pode deixá-las.
Ninguém é forte quando se trata de vícios. Há artistas e esportistas famosos que se deixam levar pelos vícios e se dão mal. Os vícios acabam com a vida da pessoa e com todos os seus objetivos, com todos os seus projetos para o futuro.
Muitas vezes as causas dos vícios são: a solidão, a falta de carinho, o egoísmo, o individualismo, a vaidade, a facilidade de se obter tudo na vida, a ociosidade (ficar à toa), a preguiça, a falta de religião, a falta de oração, a falta de diálogo em casa, na escola ou em outros lugares etc.
d) Para viver
Encaminhe seus amigos viciados às pessoas que podem ajudá-los. Quanto a você, evite sempre a companhia de viciados. Não se ligue em amigos viciados. Encaminhe-os, se for o caso, às pessoas adultas, mas não pode ser amigo íntimo deles. Sempre é mais fácil você tornar-se um deles do que eles deixarem os vícios.
e) Para fazer
Seja bem chato com os que insistem em fumar perto de você. Saia de perto e mostre-lhes que você não gosta disso. Nunca aceite bebidas de pessoas estranhas: Podem estar contaminadas com drogas.
f) Para rezar
Senhor nosso Deus, / ajudai-nos a viver sempre livres dos vícios / para que possamos servir-vos. Amém.
ORIENTAÇÕES RÁPIDAS:
O uso das drogas, seja do jeito que for, só traz aborrecimentos, prejuízos e até a morte. Para esse tipo de vício não há como se tratar em particular: procure um médico especialista ou uma casa de recuperação.
COMO DEIXAR
1- Procure um grupo de recuperação. Há sempre pelo menos um em cada cidade.
2- Aos pais dos drogados: há dois modos de lidar com isso, mas seria preciso consultar os grupos especializados em familiares dos dependentes químicos. Um desses métodos é o amor-exigente: os filhos que não querem seguir as normas da casa, devem ir morar em outro lugar. É um método drástico, e se for empregado, os que dele participam devem ter muito cuidado para a coisa não ficar pior.
O outro método é baseado na compreensão, carinho, amor. A brutalidade, violência e xingação não vão surtir efeito algum e até pode levar o que se droga a ir mais ao fundo do poço. Tente conversar com ele (ela) numa boa, não só como pai/mãe, mas também como amigo/amiga. Esse carinho, entretanto, deve ser exigente e firme. Tenha cuidado para não entrar nas mentiras do dependente químico, nem em suas chantagens afetivas. Para curar, o remédio às vezes é amargo!
3- Pratique esportes, ou pelo menos, caminhadas longas.
4- Chás naturais calmantes, como a erva-cidreira (capim santo)
5- Nunca fique sem fazer alguma coisa . Ocupe-se sempre, mesmo quando estiver de folga O descanso é mudar de atividade.
6- Não frequente amigos que se drogam. Forças negativas, quando se soma, só dão positivo em matemática: na vida real, não fazem mais do que aumentar a carga negativa. É preciso uma força positiva que neutralize a negatividade.
7- Leia bastante livros bons. Muitas pessoas, no mundo todo, se converteram a partir da leitura de bons livros.
8- Reze. A oração é a única forma de darmos liberdade para que Deus entre em nossa vida.
Quem precisar de auxílio, acesse nossas reuniões para dependentes químicos clicando aqui:
a) Para ler: Atos 7, 55-60 e Mateus 5, 9
b) Para conversar
1. Por que há tanta violência hoje em dia?
2. O que fazer para diminuir a violência?
3. Há muitas brigas em sua casa?
c) Para saber
Os meios de comunicação social, principalmente a TV, o consumismo, a falta de conversão das pessoas, o imediatismo (querer tudo na hora), a fadiga (estresse), a vaidade, o orgulho, os vícios, principalmente da bebida, a ambição, a falta de misericórdia são as principais causas da violência no mundo atual.
A TV mostra violência (e bastante!) como a coisa mais normal deste mundo. Até desenhos animados aparentemente inofensivos mostram abundantemente a violência, desde os desenhos do pica-pau (que sempre faz coisas erradas e quase sempre sai ganhando), até o Tom & Jerry, que estão sempre brigando desde que foram criados.
De certa forma a violência começa já na família: além da influência da TV há os grandes problemas da atualidade, como o trânsito engarrafado, a falta de tempo, a correria, a falta de emprego, a vida desconfortável, falta de realização profissional e pessoal etc. O pai chega nervoso do trabalho, encontra a mãe nervosa porque acabou o gás, acabou a comida, ou ambos chegam nervosos do trabalho e assim começa a briga.
Para pôr um fim nisso tudo, as pessoas deveriam aprender a estar mais a serviço umas das outras e confiar mais na Graça de Deus, em sua Providência Divina.
É claro que precisamos mudar esse mundo louco, mas é certo também que precisamos nos santificar, mudar a nossa vida para melhor, meditar mais, tentar deixar para lá certos acontecimentos e certo problemas do dia-a-dia. Se deixarmos de lado o nosso egoísmo, comodismo, vaidade, e sermos um pouco mais humildes e misericordiosos em nosso relacionamento, a violência, mesmo se não acabar, ao menos tornar-se-á menor.
O consumismo, unido à propaganda, causa a violência enquanto coloca no pensamento de certas pessoas o desejo de bens supérfluos e de consumo que elas não podem obter se não roubando dos outros. As drogas entram talvez nesse campo: a maioria dos roubos e assassinatos da atualidade está ligada ao vício e ao tráfico de drogas, pois exigem do viciado muito dinheiro. Para sustentar o vício ele se torna também um traficante e assim por diante.
d) Para viver
Procure começar o dia levantando-se com tempo para fazer suas obrigações sem correria. Faça tudo sem perder tempo, mas com calma. O que você não conseguir fazer bem hoje, faça-o amanhã, que talvez saia melhor. Sempre pense que Deus existe e está olhando por nós. Ao fazer algo mais difícil e enervante, relaxe e pense: "Será que isso tem tanta importância assim"?
Separe um tempo diariamente para a oração e meditação. Isso ajuda muito a vencer o nervosismo.
Ao perceber que uma discussão vai começar, abaixe a voz e reflita se a outra pessoa está ou não com a razão. Pode ser que o errado seja você.
Quanto ao problema das drogas, é um pouco mais complexo. Se você é o viciado, procure imediatamente ajuda. Fale com o padre. Se for o seu amigo, procure aconselhá-lo a procurar ajuda.
e) Para fazer
Escreva num papel tudo o que irrita você e tente preparar-se para esses acontecimentos. Se você for resolver um problema preparado para não brigar, vai conseguir êxito, e não precisará ser violento.
f) Para rezar
Senhor nosso Deus, / dai-nos a paciência necessária / para trabalharmos assiduamente / pelo vosso Reino de Amor. / Dai-nos também a graça / de sermos mansos e humildes de coração / como Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, / na unidade do Espírito Santo. Amém.
a) Para ler: Salmo 104(103), em dois coros.
b) Para conversar
1. Você gosta de contemplar a natureza?
2. O que faz para conservar a natureza sempre bonita?
3. O futuro da Terra depende de nós? Sim, não, por quê?
c) Para saber
A palavra ecologia vem do grego e estuda as relações entre os seres vivos e o meio ambiente onde vivem, bem como as influências de um sobre o outro e vice-versa. Por exemplo: as rãs comem insetos; se eu diminuir a quantidade de rãs, vai aumentar a quantidade de insetos.
Nós muitas vezes destruímos a natureza em vez de conservá-la e melhorá-la. Por que fazemos isso? Há muitas razões: preguiça, mau exemplo dos mais velhos, comodismo, ignorância do assunto. É preciso saber que da ecologia depende o futuro de nosso planeta. Se continuarmos a poluí-lo e a destruir tudo, vamos quebrar de vez o pouco que está restando na natureza.
Deus criou este mundo para nós sem poluição e com tudo funcionando bem. Cabe a nós não só conservá-lo bom, mas até melhorá-lo.
As grandes firmas poluem tudo e acabam com a ecologia no local onde se instalam. É preciso unir as nossas forças para alertarmos as pessoas e as autoridades sobre o assunto. Pelo menos deveríamos tentar.
d) Para viver
Plante algumas flores, ou árvore, ou hortaliças em sua casa. Não destrua as plantações e as árvores. Cuide bem das maravilhas que Deus colocou neste mundo para nosso bem! E assim, estaremos deixando um mundo "novinho em folha" para os nossos filhos, netos e bisnetos.
e) Para fazer
Plante algum tipo de vegetal nesta semana, ou tente recuperar algum que está morrendo por falta de cuidados.
f) Para rezar
O Salmo 8.
a) Para ler: Atos 8, 26-31. 34-35
b) Para conversar
1. Você estuda bastante?
2. Já colou alguma vez?
3. O que você pensa sobre o ensino atual?
c) Para saber
O ensino atualmente vai indo de mal a pior. As pessoas saem do ensino fundamental sem saber quase nada! Mal sabem ler, e muitas vezes ainda gaguejando. Há escolas boas, mas somente os da classe média alta conseguem frequentá-las. É muito triste constatarmos isso.
Entretanto, vale lembrar que uma boa parcela de culpa está nos estudantes, que não se aplicam ao estudo. Mesmo que as escolas não sejam muito boas, todos podem estudar melhor as matérias e terminar seus estudos com bastante conhecimento geral. O estudo abre nossa mente para enfrentarmos o mundo, que está à nossa disposição.
É incrível, por exemplo, a dificuldade que tenho em escrever livros como este: procuro escrever palavras fáceis, mas não dá! Por mais fácil que a palavra seja, muitos não conseguem entendê-la. Muitos de vocês já estão com 12 anos ou mais, ou seja, já devem estar no mínimo na quinta série! Muitos sabem ler, mas não conseguem entender o que leem. Talvez falta vocabulário, ou seja, conhecer os significados das palavras para poder entendê-las.
Hoje em dia quem não estuda, perde muitas oportunidades, não se capacita para o grande avanço da cultura mundial. Veja, por exemplo, os computadores: a cada dia trazem novidades. Os celulares, então, nem se fale! Quando escrevi este texto, no final dos anos 90, não havia ainda essa explosão do uso de celulares que há atualmente, final da segunda década após 2000. O habitante deste planeta nas décadas vindouras ou será uma pessoa estudada, ou terá dificuldades, além de não poder acompanhar em quase nada os acontecimentos. O mundo vai ser de quem entender mais os problemas, de quem estiver mais por dentro dos assuntos. Mesmo para serviços simples, como os de faxina, se exige uma instrução mínima que muitos não possuem!
Já é hora das classes menos favorecidas, mais pobres, mais marginalizadas saírem do nível inferior e começarem a entrar nas decisões do mundo, poderem colaborar melhor com os estudiosos e sábios que dirigem o nosso futuro. Entretanto, é preciso que isso se faça num nível de comunhão com Deus e com as pessoas, num nível de caridade e misericórdia.
d) Para viver
Nunca cole na prova, Estude mais! Use sempre o dicionário para adquirir um bom vocabulário. Atualmente isso é tão fácil, pelo uso da Internet! Participe dos círculos de estudo de sua escola, frequente a biblioteca, enfim, agite-se para que seu cérebro possa ser usado para o bem deste mundo. Não use o computador apenas para o lazer, mas também para adquirir melhor conhecimento.
e) Para fazer
Pegue um dicionário (ou use a Internet) e anote o significado de todas as palavras que você não conseguiu entender.
f) Para rezar
Escolha uma oração de seu gosto.
a) Para ler: João 21, 4-14
b) Para conversar
1. O que você faz nas horas de lazer?
2. Você já escreveu uma poesia, pintou um quadro, compôs alguma música, fez um desenho bonito?
3. Você gosta de inventar algumas coisas para sua vida ficar melhor? O quê?
c) Para saber
Quem estuda adquire maior capacidade para o lazer, a arte e a criatividade (veja lição anterior). Tudo isso é muito importante para a nossa vida. O mundo não é construído apenas de trabalho remunerado (emprego). É feito e construído também a partir das artes, das diversas formas de criatividade, das coisas boas que fazemos em nossas horas de lazer.
Um exemplo de criatividade é a multimistura que a pastoral da criança faz para suprir as deficiências alimentares das famílias carentes. Sai bem barato e realmente é um superalimento.
Outro exemplo de criatividade são os grupinhos de estudantes que se juntam para se ajudarem mutuamente nas matérias escolares: os que sabem melhor aquela matéria ensinam aos que sabem menos, e assim por diante.
Outro exemplo ainda são as hortas comunitárias que existem em muitas comunidades e paróquias.
Quanto à arte, é a expressão mais íntima do ser humano. O artista coloca seu coração naquela escultura, naquela música. A arte é a interpretação pessoal de como a pessoa vê a natureza e os acontecimentos. A música, por exemplo, é algo que às vezes parece vir do céu. E nos leva a tantos belos pensamentos e sensações!
É triste irmos, por exemplo, a certas missas neste mundo de Deus e ouvir músicas mal tocadas e mal cantadas de grupos que não capricham ou não estão nem aí com o canto litúrgico.
É graças à criatividade que temos hoje tantos benefícios e invenções na humanidade, que tanto melhoraram as nossas vidas!
Quanto ao lazer, é preciso aproveitar melhor as horas de folga para completar o que falta em nosso dia-a-dia. Por exemplo, se você trabalha sentado, seu lazer deve ser movimentado. Se trabalha em movimento, seu lazer deve ser mais calmo. O próprio Jesus costumava fazer seus momentos de lazer com os discípulos, como vimos no trecho de hoje (João 21, 4-14). Quanto mais nós!
d) Para viver
Não seja como aquelas pessoas que nunca encontram tempo para a oração, para a prática de sua fé e para o lazer. Não se isole feito um caramujo! Participe do seu grupo de amigos na escola, na Igreja, no serviço, no clube, no grupo cultural etc. Uma pessoa que equilibra e distribui bem o seu tempo é uma pessoa mais calma, mais feliz, que sempre está disponível.
e) Para fazer
Marque quanto tempo você utiliza para estudar, rezar, trabalhar e praticar algum tipo de lazer ou esporte. Depois veja se o tempo gasto está bem equilibrado.
f) Para rezar
Senhor nosso Deus, / que saibamos equilibrar nossa vida / como Jesus equilibrava a dele, / que na virtude e na alegria / vivamos a perfeita caridade. / Pelo mesmo Cristo, nosso Senhor. Amém.
a) Para ler: Mateus 10, 16-20
b) Para conversar
1. Qual é a diferença entre política, política partidária e politicagem?
2. Por que a política é necessária e importante?
3. Como deve ser um bom político?
c) Para saber
Política é uma palavra grega que se refere:
- às regras usadas na direção dos negócios públicos;
- à arte de bem governar os povos (polis, em grego, significa cidade);
- ao conjunto de objetivos dos governos que englobam determinados programas de ação e da execução desses programas.
A política é muito necessária na cidade. Aliás, sem ela não há como viver numa cidade ou num país.
Política partidária é a atividade exercida na disputa dos cargos do governo ou na luta para convencer as pessoas sobre certo programa de governo e sua adesão a certo partido político.
A diferença entre política em geral, política partidária e politicagem:
- a política em geral se refere à visão dos problemas que um país, um Estado, uma cidade, ou uma família têm, assim como a busca de soluções para resolvê-los;
- a política partidária mostra determinado programa de governo, em que mentores e seguidores prometem que juntos resolverão os problemas apresentados.
- politicagem é a política mesquinha, estreita, de interesses pessoais, é o conjunto de políticos inescrupulosos, desonestos, corruptos.
Já o senso crítico é a capacidade que desenvolvemos em nós para ver, descobrir e definir os problemas, os limites e as segundas intenções de tudo o que vemos, ouvimos e sentimos.
Por exemplo, ao vermos a propaganda de um sabão que diz lavar mais branco do que os outros, temos de usar o nosso senso crítico e nos perguntar: será que um sabão que lava mais branco e gasta tanto em propaganda (no final dos anos noventa, cada minuto no horário nobre de certa rede de televisão custava onze mil dólares!)não vai ter que ser vendido mais caro do que um outro que quase não faz propaganda? Será que, se lava mais branco do que os outros não vai também fazer a roupa apodrecer mais rapidamente por causa da adição de mais produtos químicos que os outros sabões? O que diz o letreiro minúsculo que aparece correndo na parte de baixo do anúncio? Tive a paciência de gravar numa fita de vídeo e pôr a gravação na pausa para ler as letrinhas. Diziam isto: “Esse resultado mostrado no filme será obtido após 11 (onze) lavagens”.
Ao vermos um político falando (política partidária), precisamos perceber se está fazendo uma verdadeira política ou uma politicagem. Conta-se que um candidato a prefeito numa pequena cidade do interior estava prometendo, num comício, que iria construir uma ponte na cidade. Um cidadão lembrou-se que na cidade não havia nenhum rio. O político, sem titubear, gritou: "Pois eu vou conseguir também um rio para a cidade!"
Quando uma pessoa é muito gentil conosco sem motivo nenhum aparente, precisamos prestar muita atenção se é mesmo gentil por natureza ou se está com segundas intenções. Não podemos desconfiar de tudo ou de todos, mas precisamos ficar sempre preparados.
É por falta de senso crítico que elegemos maus políticos e que tantos jovens caem nas drogas e se perdem na vida.
d) Para viver
Procure exercitar seu senso crítico. Veja, por exemplo, os problemas de seu bairro e se há pessoas trabalhando para resolvê-los. Ás vezes tem mais gente atrapalhando que tentando resolver os problemas. Tente também ver as propagandas da TV com olhar crítico, para descobrir o que estão escondendo em relação ao produto apresentado.
e) Para fazer
Faça uma lista dos problemas de seu bairro e dos nomes das pessoas que estão fazendo alguma coisa para resolvê-los.
f) Para rezar
Senhor nosso Deus, / que nos criastes para viver em comunhão, / ajudai-nos a saber viver em comunidade, / para que juntos / possamos vencer todas as dificuldades. / Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
a) Para ler: Mateus 10,26-27
b) Para conversar
1. Você assiste muito a TV? De que mais gosta?
2. O que você acha desses programas?
3. Você lê algum jornal? Qual?
c) Para saber
Os meios de comunicação social são todos aqueles veículos que nos transmitem os fatos, os acontecimentos, o lazer, a cultura, como TV, jornais, revistas, rádio, cinema, outdoors, telefone, fax, computadores (internet) etc.
Esses veículos despejam em nossas vidas um número ilimitado de informações, tanto boas como más. Cabe a nós, cristãos, sabermos selecionar, mediante senso crítico da lição anterior, todas essas informações e ficarmos apenas com as que produzem efeito positivo em nossas vidas.
Há poucos programas realmente bons na TV e precisamos tomar mais cuidado com o que vemos. Desde novelas até programas de auditório e desenhos animados, tudo deve ser devidamente selecionado.
Um inocente desenho animado pode estar transmitindo-nos a violência, como acontece na maioria dos desenhos, a falta de misericórdia e da caridade para com as pessoas, o consumismo, doutrinas espirituais contrárias à da Igreja Católica (a reencarnação, por exemplo), e mesmo uma pregação política sobre sistemas de governo que não são tão perfeitos como são mostrados nesses filmes.
O mesmo se diga das novelas: mostram tantas coisas falsas como se fossem verdadeiras: como enganar os outros, falsidade, vingança, amor livre, adultério, reencarnação (doutrina condenada pela Igreja), homossexualismo (como se fosse uma pura e simples opção de vida), o consumismo, o famoso, "ser é ter", ou seja, mostra o dinheiro como fonte de felicidade, mostra uma falsa visão do que significa a beleza etc.
É preciso saber definir o que nos serve ou não. Os jornais, por exemplo, sempre nos apresentam as notícias já modificadas pela tendência do jornal. Uma notícia veiculada pelo Estado de São Paulo, por exemplo, vai ter um sentido e enfoque diferentes se for apresentada pela Folha de São Paulo ou um terceiro enfoque se for apresentada pelo jornal Notícias Populares etc.
Os meios de comunicação devem ser vistos e usados. Por exemplo, os jornaizinhos paroquias podem transmitir muitas coisas boas! Podem ter a sua colaboração. Entretanto, deve haver muito critério no aproveitamento daquilo que vemos e ouvimos. Caso contrário, vamos ser um "João Bobo" nas mãos da imprensa e da TV.
d) Para viver
Procure viver independentemente das propagandas da TV. Escolha um produto não porque você o viu na TV, mas porque sabe que realmente é melhor, ou pelo menos porque é mais barato e faz o mesmo efeito que o mais caro. Acostume-se a ler aquelas letrinhas pequenas que mostram os ingredientes usados no produto.
e) Para fazer
Combine com os demais e faça um jornalzinho mural na sua sala ou mesmo num local da igreja (se for na igreja, não esqueça de pedir ao padre).
f) Para rezar
Reze o Credo: "Creio em Deus Pai Todo-Poderoso”...
a) Para ler: 2 Tessalonicenses 3,6-12
b) Para conversar
1. Trabalho e emprego são a mesma coisa?
2. O trabalho é um castigo dado por Deus ao homem e à mulher, ou faz parte de nossa vida? Qual é o motivo do trabalho?
3. Você gosta de trabalhar? Por quê?
c) Para saber
Nós estamos muito acostumados a confundir trabalho com emprego. Emprego é um trabalho remunerado. Embora não exista emprego para todos, há (e muito) trabalho para todos.
Trabalho "é a aplicação das forças e faculdades humanas para alcançar um determinado fim", diz o dicionário. A dona de casa, quando cuida da casa e dos filhos, está trabalhando. Um compositor, quando compõe uma música, está trabalhando. Quando escrevi este livro, estava trabalhando. O seu catequista, ao ensinar você, está trabalhando. Uma atora de novelas, quando faz as filmagens, está trabalhando. O garoto que faz uma pipa para soltar no vento, está trabalhando. Entretanto, se ele coloca cerol na linha está fazendo um trabalho desonesto e “sujo”.
Infelizmente muitos trabalham e não recebem nada ou recebem muito pouco pelo que fazem. Os migrantes, por exemplo, ou seja, essas pessoas que saem de suas cidades para tentarem a sorte nas cidades grandes, muitas vezes são despreparados para o tipo de trabalho que é exigido e se dão mal.
A pobreza e a miséria são uma aberração e uma vergonha para a sociedade de hoje. Temos condições de ajudar as pessoas, mas nos acostumamos (governo e povo) tanto com a pobreza que nem ligamos mais. As doenças já deveriam ter sido vencidas, pois a tecnologia atual permite isso. Entretanto, há tanta burocracia e interesses mesquinhos e pessoais nos que têm a incumbência de solucionar o problema, que nunca se vê melhora e a erradicação dos problemas sociais.
Nossa igreja faz muita coisa, mas ainda não está fazendo o que pode e poderia fazer. O nosso trabalho de promoção humana ainda está engatinhando, é muito fraco e fora da realidade.
O trabalho dignifica e constrói a humanidade. É pelo trabalho que transformamos o mundo no paraíso planejado por Deus.
d) Para viver
Procure sempre um trabalho para fazer, mesmo que este não seja remunerado. Quem fica muito tempo sem fazer nada, pensa e faz somente o que é errado.
e) Para fazer
Ajude seus colegas necessitados ou doentes ou solitários.
f) Para rezar
Senhor nosso Deus, / concedei-nos a graça de sempre trabalharmos / para que este mundo, que criastes, / cresça cada vez mais no amor / e na resolução de todos os problemas. / Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
Creio em Deus Pai todo poderoso,/ criador do céu e da terra./ E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor;/ que foi concebido pelo poder do Espírito Santo;/ nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos,/ foi crucificado, morto e sepultado./ Desceu à mansão dos mortos;/ ressuscitou ao terceiro dia;/ subiu aos céus,/ está sentado à direita de Deus Pai, todo poderoso,/ donde há de vir a julgar os vivos e os mortos./ Creio no Espírito Santo,/ na Santa Igreja Católica,/ na comunhão dos santos,/ na remissão dos pecados,/ na ressurreição da carne,/ na vida eterna. Amém.
Ter fé é acreditar que Deus existe, embora nós não o vejamos, e procurar fazer sempre a sua vontade. Essa crença e essa união com Deus muitas vezes são esquecidas, ou deixadas de lado, ou mesmo ignoradas pelo ser humano. As causas desse abandono da fé são diversas: a revolta com o mal presente no mundo, quando a pessoa diz que Deus é culpado por isso, a ignorância ou a indiferença religiosa, as preocupações com as coisas no mundo e com suas riquezas (Mt 13,22), o mau exemplo dos que creem, as correntes de pensamento hostis à religião, o medo do homem pecador que se esconde de Deus e foge ao seu chamado (Gn 3,8-10; Jn l ,3).
Deus se revela ao homem por meio de suas obras, por meio dos acontecimentos e diretamente; revelou-se aos patriarcas, nossos primeiros pais, que relataram suas experiências com ele na Bíblia (Noé, Abraão e Moisés).
Deus se revelou totalmente por meio de Jesus Cristo, seu Filho. Nele, o Pai disse tudo. Cabe a nós captarmos pouco a pouco todo o alcance dessa revelação de Deus ao longo dos séculos, transmitida a nós pelos apóstolos, de duas maneiras: oralmente (a tradição apostólica) e por escrito (a Bíblia).
Queremos lembrar que a Bíblia, verdadeiramente inspirada por Deus, é uma parte dessa pregação apostólica. Os bispos e os sacerdotes validamente ordenados são como que os "descendentes" dos apóstolos e continuam a exercer a missão dada aos apóstolos por Jesus. A isso se dá o nome de "sucessão apostólica". A sucessão apostólica, garantida nos papas e bispos, continua a transmissão viva da Revelação até a consumação dos tempos.
A maioria da humanidade tem fé em Deus, mas não acredita que Jesus é Deus. Esses são os "não cristãos" (são 5 bilhões, ao passo que os cristãos somam apenas 2 bilhões). Para ser cristã, a pessoa tem de ser batizada "em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo" enquanto está em contato com a água e crê na Santíssima Trindade, ou seja, que em Deus há 3 pessoas: o Pai, o Filho (Jesus Cristo) e o Espírito Santo.
Na prática, entretanto, é cristão quem ama a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo, praticando assim o amor cristão, ficando livre de pecados.
Algumas religiões não cristãs: Mórmons, Testemunhas de Jeová (ambas não acreditam na divindade de Jesus Cristo), Espíritas, Judeus, Islamitas, Budistas.
Para ler: Hebreus 9,27-28 e Marcos 1,14-15
No trecho de Hebreus acima, vemos como se morre apenas uma só vez. No trecho de Marcos, vemos que o Reino de Deus está próximo.
Quando uma pessoa morre, ocorre o que chamamos "Juízo Particular", ou seja, cada homem recebe por meio de sua alma imortal a retribuição eterna, seja através de uma purificação (purgatório), seja para entrar de imediato na felicidade do céu (paraíso), ou para condenar-se de imediato para sempre.
No final dos tempos vai haver o Juízo Final. Como será, somente Deus sabe. Sabemos apenas que Deus vai ressuscitar o nosso corpo, para sermos julgados todos juntos. Após a morte não haverá somente a vida da alma imortal, mas mesmo os nossos corpos mortais readquirirão vida. A ressurreição dos mortos foi revelada de modo progressivo por Deus a seu povo. Jesus a ensina com firmeza.
Na morte a alma separa-se do corpo. O corpo corrompe-se. A alma vai ao encontro de Deus, à espera de ser novamente unida a seu corpo glorificado. Deus restituirá definitivamente a vida incorruptível aos nossos corpos, unindo-os às nossas almas, pela virtude da Ressurreição de Jesus.
Todos ressuscitarão, ou para a vida, ou para o julgamento (Jó 5,29), com seu próprio corpo que têm agora, porém esse corpo será transfigurado em corpo de glória (Fl 3,21), em corpo espiritual (1Cor 15,35-37.42-53).
Exemplo: a Eucaristia - um pão que não é mais pão (duas realidades, uma terrestre e outra celeste). Isso acontecerá no último dia (Jó 6,39-40.44.54; 11,24), no fim do mundo. Ligado com a parusia de Cristo (1Ts 4,16).
Unidos a Cristo pelo Batismo, os crentes já participam realmente na vida celeste de Cristo ressuscitado, mas esta vida permanece escondida com Cristo em Deus (Cl 3,3). Por isso o respeito para com o próprio corpo e o dos outros (1Cor 6,13-15.19-20).
O homem morre uma só vez, não volta mais à terra (Hb 9,27). Não há "reencarnação" depois da morte. A doutrina espírita e de tantas outras seitas, que afirma que voltamos aqui na terra em forma de outra pessoa ou de um animal, chama-se "reencarnação", e não tem base real nenhuma: a pessoa voltaria para a terra quantas vezes fosse necessário para pagar os pecados cometidos na "encarnação" passada. Essa doutrina é errada. Passamos por esta terra uma só vez, para construí-la e transformá-la, para conhecer e servir a Deus. Não temos outra oportunidade.
Quanto às "aparições" de pessoas mortas, geralmente são sonhos ou alucinações de pessoas nervosas ou preocupadas. Pode acontecer que Nossa Senhora, por exemplo, apareça vez ou outra aqui na terra, como em Lourdes, Fátima, Medjugorje, mas nem todas as aparições de Nossa Senhora são verdadeiras.
Maria ocupa um lugar privilegiado no céu. Ela é diferente dos outros que morreram: já está no céu com o seu corpo, o mesmo com que viveu aqui na terra. Em outras palavras, nossa ressurreição, que acontecerá no último dia, já aconteceu com Maria. Suas aparições somente se podem dar com o consentimento de Deus. Nenhum católico é obrigado a acreditar nas aparições de Nossa Senhora. É preciso, isso sim, que sigamos e pratiquemos as orientações e as normas de nossa santa Igreja. O nosso julgamento vai basear-se no fato de que acreditamos e seguimos ou não essas orientações
Deus é um só, mas vive em três pessoas reais e distintas (cada pessoa é uma): o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o que chamamos o Mistério da Santíssima Trindade.
Deus é Pai porque é a origem primeira de tudo e nesse sentido Deus é também mãe (ver detalhes no n. 240 do Catecismo). Deus é Pai porque é o criador de tudo e porque tem seu Filho único Jesus Cristo, no qual todos nós também somos filhos de Deus.
Jesus é o Filho de Deus que se fez homem para nos salvar (Jo I). Jesus e 100% Deus e 100% homem. Ele nasceu de Maria, sempre Virgem, aceitou sofrer e morrer na cruz, mas ressuscitou e está vivo no céu, 100% Deus, 100% homem. Sua obediência ao Pai nos trouxe a tão desejada salvação. O Verbo se fez carne para nos salvar e assim nos reconciliar com Deus, mostrando-nos, desse modo, o amor de Deus, para ser nosso modelo de santidade e para nos tornar participantes da natureza divina.
O Espírito Santo é a terceira Pessoa de Deus e nos foi revelado por Jesus Cristo. É enviado aos apóstolos e à Igreja, tanto pelo Pai, em nome do Filho, quanto pelo Filho em pessoa, depois que este voltou para junto do Pai.
Para Deus, nada é impossível. Ele faz tudo o que quer (Sl 115,3). Mas tudo o que faz provém de sua vontade justa e de sua inteligência sábia. Nunca faz o mal nem qualquer tipo de injustiça aos seres humanos.
Se Deus permite o mal, o sofrimento, é porque respeita a nossa liberdade. Não quer ser servido por "fantoches", mas por pessoas conscientes, e de livre e espontânea vontade. Cristo venceu o mal pela sua morte e ressurreição. Os que não quiserem fazer ou participar do mal, estão livres para seguir Jesus Cristo. Por isso, podemos dizer que Deus nunca castiga (Lc 15,11-32; Jo 8,1-11; Jo 17,24-26; Lc 23,39-43). Quando permite a doença ou outro mal, talvez esteja desejando a nossa conversão.
Deus criou o mundo de tal forma que nele pudéssemos viver, a fim de garantirmos a continuidade dele e para continuarmos a obra divina, ou seja, para partilharmos com os nossos descendentes (filhos, netos, bisnetos) as maravilhas da criação e a vida eterna. Em outras palavras: nossa missão principal nesta vida é ampliarmos o gênero humano e ensinarmos aos que nos vão substituir no governo deste mundo a amar a Deus, nosso criador, e a servi-lo com todo o nosso ser.
O homem é um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual. Temos todos os anos de nossa vida para decidir se aceitamos ou não o que Deus nos deu e nos quer dar. Se aceitarmos, seremos recebidos por ele no céu e por todos os seus anjos e santos. Se não aceitarmos, Deus permite que vivamos a nosso modo, tanto aqui como lá. A esse modo de vida sem Deus, chamamos inferno.
Se, ao morrermos, ainda não estivermos preparados dignamente para viver com Ele, segundo escolhemos com nossa vida aqui na terra, passaremos um tempo nos preparando. Damos o nome a esse tempo de purgatório. O tempo de purgatório já pode ser vivido antes da morte, com nossas renúncias, atos de caridade, esmolas, e aqueles sofrimentos que não conseguimos afastar, quando aceitos e oferecidos por amor.
De que modo Deus criou o universo, não sabemos. A história contida no Gênesis de 1 a 11 é apenas simbólica, para nos mostrar que quem criou o mundo foi Deus, que esse mundo segue a evolução natural das coisas, conduzida por Deus, e que, a cada homem, Deus cria a alma no momento de sua concepção no ventre materno: a alma não é gerada pelo ato sexual dos pais.
Também desconhecemos como foi realmente feito o pecado original. Sabemos que foi um ato de desobediência a Deus, ou seja, um ato de querer viver independentemente de Deus, decidindo por si mesmo o que é certo ou errado: só Deus pode decidir o que é certo ou errado. Pelo Batismo, ficamos livres da falta original, mas não ficamos livres de suas consequências (sofrimento e morte).
Quanto aos anjos, foram criados na Graça de Deus, mas tiveram oportunidade de escolher se ficariam ou não com Deus. Alguns deles rejeitaram radical e irrevogavelmente a Deus e seu Reino. São chamados diabos, satanás, demônios. O nome "anjo", na verdade, é o nome do cargo desses espíritos, ou seja, "mensageiro". Enquanto criaturas puramente espirituais, são dotados de inteligência e de vontade: são criaturas pessoais e imortais. Superam em perfeição todas as criaturas visíveis.
Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à "vida": é o anjo da guarda. Em Mt 18,10, Jesus diz: "Não desprezeis nenhum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus veem continuamente a face de meu Pai que está nos céus". No entanto, para receber a ajuda do anjo da guarda é preciso pedir. Ele não pode entrar em nossa vida e interferir nela sem o nosso consentimento; também não é obrigado a nos obedecer. Os anjos são submissos a Deus, e não a nós. Há pessoas que colocam um nome em seu anjo da guarda. Isso é negado por uns, aceito por outros. No Catecismo da Igreja Católica não há nada que vá contra, mas há um diretório sobre piedade popular e liturgia que, no parágrafo 217, diz que não se deve pôr nome ao nosso Anjo. Cabe a você decidir...
Quanto a satanás, o seu poder é limitadíssimo. Ele não passa de uma simples criatura, poderosa, é verdade, pelo fato de ser puro espírito, mas sempre criatura: não é capaz de impedir a edificação do Reino de Deus. A permissão divina da atividade diabólica é um grande mistério, mas precisamos ter certeza de que Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam (Rm 8,29); ou seja, não devemos ter medo.
Para ler: Marcos 8,27-33; Filipenses 2,1-11 e João 1
Jesus de Nazaré nasceu judeu, de Maria, em Belém, no tempo do rei Herodes, o Grande, e do imperador César Augusto. Era carpinteiro de profissão. Foi morto, crucificado em Jerusalém, sob o procurador Pôncio Pilatos, durante o reinado do imperador Tibério. É o Filho eterno de Deus feito homem. Ele "veio de Deus" (Jo 13,3), "desceu do céu" (Jo 3,13; 6,33), "veio na carne" (l Jo 4,2), "o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e nós vimos a sua glória, glória que ele tem junto ao Pai, como Filho único, cheio de graça e de verdade... Pois de sua plenitude nós recebemos graça por graça" (Jo 1,14-16). Jesus ressuscitou e agora reina no céu com o Pai e o Espírito Santo. Tudo isso é parte integrante de nossa fé.
Jesus quer dizer, em hebraico, "Deus Salva". Jesus se fez homem para a redenção universal e definitiva dos pecados. Cristo quer dizer "Messias" (= ungido, salvador). Ele é o Filho único de Deus. É a ele, e somente a ele, que devemos submeter a nossa liberdade pessoal, de maneira absoluta. Não podemos submetê-la a nenhum poder terrestre, mas somente a Deus Pai e ao Senhor Jesus Cristo.
Seus ensinamentos levam o ser humano à felicidade suprema do Paraíso junto a Deus. Ele é a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade e é Deus com o Pai e o Espírito Santo.
Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Ele não é 50% Deus e 50% homem, mas sim 100% Deus e 100% homem. Em sua encarnação, Jesus não destruiu, mas assumiu a natureza humana, comunicando a ela o seu próprio modo de existir pessoal na Trindade. Assim, na sua alma como no seu corpo, Cristo exprime humanamente os modos divinos de agir da Trindade (Jo 14,9-10).
O Filho de Deus assumiu também uma alma racional humana, dotada de um verdadeiro conhecimento humano e, portanto, limitado ao tempo, à época em que ele vivia. Ao mesmo tempo, entretanto, esse conhecimento verdadeiramente humano do Filho de Deus exprimia a vida divina de sua pessoa.
Cristo possui duas vontades e dois modos de ação, ou seja, a vontade humana e divina, o modo de ação humano e divino. A vontade humana de Cristo segue a sua vontade divina, sem estar em resistência nem em oposição em relação a ela, mas antes sendo subordinada a essa vontade todo-poderosa. O corpo de Cristo era delimitado e visível. Por causa disso, o rosto humano de Jesus pode ser "representado" (Gl 3,1). Na verdade, Deus somente pode ser visto na pessoa de Jesus Cristo.
Jesus substituiu a nossa desobediência pela sua obediência. Ele viveu plenamente a vontade do Pai no mundo, aceitando morrer na cruz, merecendo-nos a justificação de nossos pecados e nossa associação ao Mistério Pascal (Mt 16,24; 1 Pd 2,21; Mc 10,39; Jó 21,18-19; Cl 1 ,24; Lc 2,35).
Jesus desceu à mansão dos mortos (Hb 13,20) para libertar as almas santas que esperavam o seu Libertador. Na verdade, Jesus nos abriu o Paraíso, fechado pelo pecado original (lPd 3,18-19). Também essa expressão quer dizer que Jesus morreu realmente, antes de ressuscitar.
Jesus virá no fim dos tempos julgar os vivos e os mortos. Aí revelará a disposição secreta dos corações e retribuirá a cada um segundo suas obras e segundo tiver acolhido ou rejeitado a sua Graça.
Jesus nos amou a todos também com um amor humano, representado pelo seu Sagrado Coração, traspassado por nossos pecados e para a nossa salvação (Lc l e 2, Jo 2, l - 12; Jo l9,25-27).
Maria foi escolhida por Deus desde toda a eternidade para ser a Mãe de seu Filho. Por isso, foi redimida desde a sua concepção. Tudo isso foi feito em Maria em vista dos méritos de Jesus e é isso que significa "Imaculada Conceição".
Maria é a Mãe de Deus (Lc l ,43). Aquele que ela concebeu do Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne, não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda pessoa da Santíssima Trindade.
Maria é totalmente unida a seu Filho. Pela sua assunção, em corpo e alma, à glória celeste, ela se torna o primeiro ser humano, depois de Cristo, que ressuscitou. Ela é nossa Mãe, por graça de Deus. Ela é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora, protetora, medianeira. Embora seja inteiramente própria, o culto da Santíssima Virgem é totalmente diferente do culto de adoração que se presta ao Verbo encarnado (Jesus) e igualmente ao Pai e ao Espírito Santo, mas nos ajuda muito nisso. A veneração a Maria mostra-se principalmente nas festas litúrgicas dedicadas a ela e na oração mariana como o rosário, resumo de todo o Evangelho.
Maria foi sempre virgem. O nascimento de Cristo não lhe violou, mas sagrou a integridade virginal de sua mãe. Os chamados "irmãos" e "irmãs" de Jesus (Mc 3,31-35; Mc 6,3; ICor 9,5; Gl 1,19), como Tiago e José (que são filhos de uma Maria discípula de Cristo, como relata Mt 27,56; Mt 28,1), são parentes próximos de Jesus, conforme uma expressão conhecida do Antigo Testamento (Gn 13,8; Gn 14,16; Gn 29,15 etc.). A maior prova disso é que em João 19, 26-27 Jesus pede que João cuide de sua mãe, e ele daquele dia em diante a recebeu em sua casa. Se Maria tivesse outros filhos, caberia a eles cuidarem dela, e não a um não parente como João. Em Cristo, todos somos filhos de Maria.
Maria é conhecida com muitos títulos, da mesma forma que nós, quando somos conhecidos por vários apelidos. Alguns títulos de Nossa Senhora: Nossa Senhora de Fátima, de Lourdes, da Salete, de Guadalupe, Aparecida, da Paz, do Bom Conselho, do Bom Parto, da Piedade, da Ponte, Auxiliadora, Mãe dos Homens, das Graças, do Rosário, Consolata, da Cabeça etc.
Maria, como não tem mancha nenhuma de pecado, reflete totalmente a graça maravilhosa de Deus. Nós, como somos tão pecadores e tão limitados, percebemos essa graça de Deus não de modo total, mas em partes. Ora, cada título de Nossa Senhora corresponde a um aspecto dessa Graça de Deus. Invocando-a com este ou aquele nome estamos, de certa forma, lembrando esta ou aquela virtude divina.
Para ler:
- Atos 2,1-13;
- João: 20,22-23; 3,5-8; 16,13-14; 14,16.26; 15,16; - 16,7;
- Mateus: 28,19;
- 1ª carta de João 2,1;
- Gálatas: 3,14; 4,6;
- Efésios 1,13;
- Romanos : 8,9.11.14; 15, 19;
- 2ª carta aos Coríntios 3,17;
- 1ª carta aos Coríntios: 6,11; 7,40;
- 1ª carta a Pedro 4,14.
É uma das três Pessoas da Santíssima Trindade, consubstanciai ao Pai e ao Filho, e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado. É a última Pessoa de Deus revelada.
Conhecemos o Espírito Santo na Igreja e no Magistério da Igreja, nas Escrituras, na Tradição, na Liturgia Sacramental, na oração, nos carismas e nos ministérios, nos sinais de vida apostólica e missionária, no testemunho dos santos.
Espírito é uma palavra (Ruah) que significa sopro, ar, vento. Não podemos entender as palavras "espírito" e "santo" separadas, mas somente juntas, designando a Pessoa inefável do Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos "espírito" e "santo". Mal comparando, é como entendemos, por exemplo, a palavra “Pé de moleque”, o doce. Não se pode entender essas duas palavras separadas para designar o doce. Só juntas!
Paráclito significa: "aquele que é chamado para perto", "advogado", "consolador". Chamamo-lo também de Espírito da promessa, de adoção, de Cristo, do Senhor, de Deus, de glória.
Os símbolos do Espírito Santo são vários: água, unção, fogo, nuvem e luz, selo, mão, dedo, pomba. Infelizmente, as pessoas insistem em representá-lo apenas como um pombo. Veja abaixo:
Água: - ICor 12,13; - Jo 19,34; - Jo4,10-14; - Jo7,38; - IJo 5,8; - Êx 17,1-6; - Is 55,1; - Zc 14,8; - ICor 10,4; - Ap 21,6; - Ap 22,17.
Unção: - IJo 2,20.27; - 2Cor 1,21; - Êx 30,22-32; - ISm 16,13; - Lc 4,1.18-19; - Lc 2,11.26-27; - Lc 6,19; - Lc 8,46; - Is 61,1; - Rm 1,4; - Rm 8,11; - At 2,36; - Ef 4,13.
Fogo: - Eclo 48, 1; - lRs 18,38-39; - Lc 1, 17; - Lc 3,16; - Lc 12,49; - At 2,3-4; - 1Ts 5,19.
Nuvem e Luz: - Ex 24,15-18; - Ex 33,9-10; - Ex 40,36-38; - 1Cor 10,1 -2; - 1Rs 8,10 -12; - Lc 1,35; - Lc 9,34-35; - Lc 21,27; - At 1,9.
Selo: - Jo 6,27; - 2Cor l,22; - Ef 1,13; - Ef 4,30.
Mão: - Mc 6,5; - Mc 8,23; - Mc 10,16; - Mc 16,18; - At 5,12; - At 14,3; - At 8,17-19; - At 3,3; - At 19,6; - Hb 6,2.
Dedo: - Lc 11,20; - Êx 31,18; - 2Cor 3,3.
Pomba: somente em - Mt 3,16 e paralelos, além da pomba do dilúvio, que não é símbolo do Espírito Santo.
O Espírito Santo, que Cristo, Cabeça, derrama nos seus membros, constrói, anima e santifica a Igreja, que é o sacramento da comunhão da Santíssima Trindade e dos homens. É pelos Sacramentos da Igreja que Cristo comunica aos membros de seu Corpo o seu Espírito Santo e Santificador.
O Espírito Santo prepara os homens para atraí-los a Cristo; manifesta-lhes o Senhor Ressuscitado; lembra-lhes de sua Palavra; abre-lhes o espírito à compreensão da Morte e Ressurreição de Jesus; torna-lhes presente o mistério de Cristo, na Eucaristia, para reconciliá-los, colocá-los em comunhão com Deus para que produzam muitos frutos (Jo 15,5.8.16).
Essa ação do Espírito Santo pode ser melhor compreendida nos seus Sete Dons, que podemos entender bem nesta oração que um frei franciscano escreveu em 1945 e que resumi:
Ó Espírito Santo, concedei-me o dom do Temor de Deus, para que eu sempre leve a sério a presença da Santíssima Trindade em minha vida e siga a vontade divina;
Concedei-me o dom da Piedade, para que eu sinta prazer na oração e no amor a todas as pessoas;
Concedei-me o dom da Ciência, para que eu conheça profundamente a mim mesmo e saiba como evitar o pecado;
Concedei-me o dom da Fortaleza, para que eu não tenha medo de nada, a não ser de perder o Vosso Reino. Que eu tenha forças para enfrentar o mal, as perseguições, e tudo aquilo que não puder evitar, e nunca vos renegue;
Concedei-me o dom do Conselho, para que eu sempre escolha o que mais vos agrada, e saiba também aconselhar o próximo;
Concedei-me o dom do Entendimento (da Inteligência), para que eu entenda bem as mensagens da Sagrada Escritura e da doutrina da Igreja;
Concedei-me o dom da Sabedoria, a fim de que eu cada vez mais goste de seguir com alegria o caminho que Jesus nos ensinou. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.
A revelação plena da Santíssima Trindade é feita no dia de Pentecostes. A partir desse dia, o Reino anunciado por Cristo está aberto aos que creem nele. Pela vinda do Reino, o Espírito Santo faz o mundo entrar nos "últimos tempos", o tempo da Igreja, o Reino já recebido em herança, mas ainda não consumado.
Igreja = eclesia = chamar fora = convocação = assembleias do povo de caráter religioso. Na linguagem cristã, Igreja é a assembleia litúrgica, a comunidade local, e toda a comunidade universal dos que creem. Esses três significados são inseparáveis. A Igreja é o povo que Deus reúne no mundo inteiro. Ela se realiza como assembleia litúrgica, principalmente eucarística. Vive da Palavra e do Corpo de Cristo e ela mesma se torna assim o Corpo de Cristo.
A Igreja é um projeto nascido no coração do Pai, preparada na história do povo de Israel e na antiga aliança. Foi instituída por Jesus Cristo ao pregar a Boa-Nova do Reino de Deus. A Igreja é o Reino de Deus já misteriosamente presente no pequeno rebanho dos que Jesus veio convocar em torno de si e dos quais ele mesmo é o pastor.
Jesus dotou a sua comunidade de uma estrutura que permanecerá até a plena consumação do Reino. Os 12 com Pedro como chefe, e os outros 72 discípulos, que participam da missão de Cristo e da sua sorte. Com todos esses atos, Cristo preparou e construiu a sua Igreja.
A Igreja foi santificada pelo Espírito Santo no dia de Pentecostes, manifestação pública e o começo da difusão do Evangelho com a pregação, a fim de que todos sejam discípulos de Cristo.
O Espírito Santo dota e dirige a Igreja com os diversos dons hierárquicos e carismáticos, para anunciar o Reino de Cristo e de Deus a todos os povos. A Igreja é ao mesmo tempo visível e espiritual.
A Igreja é o Mistério da união dos homens com Deus, pela caridade, que nunca passará. É o sacramento universal da salvação. Nela a unidade do gênero humano já começou, pois congrega homens de toda nação, raça povo e língua (Ap 7,9). É o instrumento da Redenção de todos os homens.
E o projeto visível do amor de Deus pela humanidade. É o povo de Deus sacerdotal, profético e régio. Pelo Batismo nos tornamos como Jesus, sacerdotes. profetas e reis (reinar, para nós, é servir), e ficamos fazendo parte do Corpo Místico de Cristo, que é a Cabeça desse Corpo.
A Igreja é o templo do Espírito Santo. O Espírito Santo opera pela Palavra de Deus, pelo Batismo, pelos sacramentos, pela graça concedida aos apóstolos que ocupa o primeiro lugar entre os seus dons, pelas virtudes, que fazem agir segundo o bem, e pelas múltiplas graças especiais (carismas).
Quanto aos carismas, devem ter utilidade eclesial, devem ser ordenados à edificação da Igreja, ao bem das pessoas e às necessidades do mundo. Nem todos provêm do Espírito Santo. Devem ser segundo a caridade e sempre submissos aos pastores da Igreja e revertidos para o bem comum. Nunca por pura vaidade pessoal.
A Igreja é Una. Provém de uma única fé recebida dos apóstolos, compreende a celebração comum do culto divino, sobretudo dos sacramentos, e mantém a sucessão apostólica através do Sacramento da Ordem.
A Igreja é Santa. Embora feita de pecadores.
A Igreja é Católica. Universal; recebe de Cristo a plenitude dos meios de salvação: confissão de fé correta e completa, vida sacramental integral e ministério ordenado na sucessão apostólica. As Igrejas particulares, as Dioceses devem estar unidas à Igreja de Roma, que preside a caridade.
Pertencem à Igreja Católica todos os que aceitam a totalidade de sua organização e todos os meios de salvação nela instituídos e na sua estrutura visível. Não se salva quem permanece na Igreja só com o "corpo" e não com o "coração", os que não perseveram na caridade.
Os que são batizados nas outras Igrejas mantêm certa ligação com a Igreja Católica. Os que nasceram em Igrejas separadas da Católica, podem salvar-se, se buscam a Deus com o coração sincero e tentem, sob o influxo da graça, cumprir por obras a sua vontade conhecida através do ditame da consciência.
A Igreja deve cumprir seu mandato missionário: anunciar o Evangelho a todos os homens (Mt 28,19-20), na pobreza, obediência, serviço e imolação de si até a morte. O sangue dos mártires é uma semente de cristãos.
A Igreja é Apostólica. Porque foi fundada sobre os apóstolos, e conserva e transmite o ensinamento, o depósito precioso, as salutares palavras ouvidas da boca dos apóstolos (ajudada pelo Espírito que nela habita), e continua a ser ensinada, santificada e dirigida pelos apóstolos, graças ao colégio dos bispos, assistidos pelos presbíteros, em união com o sucessor de Pedro, pastor supremo da Igreja.
Os bispos são sucessores dos apóstolos. Quem os ouve, ouve a Cristo. Quem os despreza, despreza a Cristo e aquele que Cristo enviou. A hierarquia é o colégio dos bispos com o papa, assistidos pelos presbíteros e diáconos.
Províncias eclesiásticas são várias dioceses vizinhas, sendo a sede da província chamada de Arquidiocese, e o seu bispo, de arcebispo. Os bispos com os presbíteros, seus cooperadores, têm como tarefas ensinar, santificar (pela Eucaristia, oração, trabalho, Palavra, sacramentos, bom exemplo), reger (autoridade e poder sagrado em conjunto com o espírito de serviço).
Os fiéis leigos são todos os cristãos, exceto os membros das Sagradas Ordens ou do estado religioso. A vocação do leigo é procurar o Reino de Deus trabalhando e fazendo com que este mundo seja aquilo que Deus quer, contribuindo para o louvor do Criador e Redentor.
Todas as suas obras, preces e iniciativas apostólicas, vida conjugal e familiar, trabalho cotidiano e descanso do corpo e da alma, se praticados no Espírito, as provações da vida, pacientemente suportadas, se tornam ofertas espirituais, agradáveis a Deus por Jesus Cristo (lPd 2,5), oferecidas ao Pai na Eucaristia. Desse modo os leigos consagram a Deus o próprio mundo. Também têm a missão de ensinar.
A Igreja Católica nasceu no dia de Pentecostes. Nos primeiros séculos foi perseguida, desde os anos 60, pelo Imperador Nero, até 313, quando o Imperador Constantino liberou o culto a Deus. Houve muitos mártires por conta dessa perseguição. Mártir é a pessoa que prefere ser morta a adorar outros deuses, ou a renegar sua própria religião. Em At 7,1-8,3, vemos a morte do mártir Santo Estêvão, além de um resumo da história do povo de Deus, feito pelo próprio Estêvão.
Com a liberdade concedida por Constantino, a Igreja pôde sair das catacumbas (cemitérios sob a terra, onde os católicos escondiam-se para celebrarem a Santa Missa ou fazerem suas reuniões) e os fiéis começaram a liturgia nas igrejas, publicamente, sendo as primeiras igrejas feitas com o aproveitamento dos palácios doados pelo Imperador Constantino, em Roma.
Com a liberdade e os títulos de honra dados pelo imperador aos bispos, a Igreja se aburguesou bastante e entrou desse modo na Idade Média (período da História que vai desde o ano 476, ano em que caiu o último imperador romano, até o ano 1453, a queda de Constantinopla ou 1492, a descoberta da América).
Com os feudos da Idade Média (cidades cercadas por muros), apareceram as paróquias. Em 1054 a Igreja do Oriente (Constantinopla) separou-se da do Ocidente (Roma), devido à politicagem dos responsáveis pela Igreja de então.
Algumas das Igrejas do Oriente retornaram à Igreja de Roma (os Ucranianos, por exemplo, em 1596), mas guardaram os ritos e costumes adquiridos no correr dos séculos de separação (por exemplo, a ordenação de homens casados para padres, costume que permanece até hoje. Somente os bispos precisam ser celibatários). Formam a Igreja Católica de Rito Oriental.
Nesses séculos, do ano 1000 ao ano 1500, houve um esfriamento na fé dos chefes da Igreja, ou seja, foram se esquecendo da missão de pregar o Evangelho, e se tornaram políticos, condes, barões, reis, duques. Buscavam muito dinheiro para construir grandes igrejas e palácios, manter seus exércitos e o pessoal de sua corte (bispos, papas, cónegos, abades, padres e religiosos).
No século XII surgiu um grande movimento de renovação: cristãos simples preocuparam-se em seguir o Evangelho. Muitos abandonaram a riqueza e se dedicaram aos pobres. Ex.: São Francisco de Assis, Santa Clara e São Domingos. Mais tarde: São Bernardo, Santo Tomás, Santa Catarina de Sena, Santo Antônio.
Em 1517 a Igreja dividiu-se novamente e surgiu a reforma de Lutero, que acabou fundando outra Igreja, a Luterana. Foi seguido por Zwínglio, Calvino, que fundaram as Igrejas evangélicas.
Essas divisões aconteceram muitas vezes por culpa de homens de ambas as partes, ou seja, tanto da Igreja Católica como das que se separaram.
Os que hoje em dia nascem em comunidades que surgiram de tais rupturas e estão imbuídos da fé em Cristo não podem ser tidos como culpados do pecado da separação, e a Igreja Católica os abraça com fraterna reverência e amor. Justificados pela fé recebida no Batismo, estão incorporados em Cristo, e por isso com razão são honrados com o nome de cristãos, e merecidamente reconhecidos pelos filhos da Igreja Católica como irmãos no Senhor.
O Espírito de Cristo serve-se dessas igrejas e comunidades eclesiais como meios de salvação cuja força vem da plenitude de graça e de verdade que Cristo confiou à Igreja Católica. Entretanto, é pecado muito grave o católico mudar de religião.
A seguir, damos uma lista de religiões e o ano de sua fundação:
Igreja Católica Apostólica Romana (Dia de Pentecostes após a Ressurreição de Jesus);
Nestorianos e Monofisitas (431 e 451);
Orientais ortodoxos (1054);
Luterana (1517);
Calvinismo (1528/1555);
Metodistas (1739);
Anglicanismo (1559);
Congregacionalistas (1580/92);
Batistas (1612);
Adventistas (1843);
Assembleia de Deus (1900/1914);
Congregação Cristã do Brasil (1910);
Igreja do Evangelho Quadrangular (ou Cruzada Nacional de Evangelização): sua fundadora morreu em 1944;
Igreja Universal do Reino de Deus (1977);
Árvore da Vida (1980/90);
Adhonep (Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno - 1952); Mormons (1830);
Testemunhas de Jeová (1874);
Induísmo (2500 antes de Cristo já existia, não se sabe a época precisa da origem);
Budismo (400 antes de Cristo nascer);
Igreja Messiânica Johrei (1926);
Seicho-No-Iê (1930);
Perfect Lyberty (1946);
Moonismo (Associação para a Unificação do Cristianismo Mundial - AUCM - 1954);
Espiritismo (1848);
Umbanda (não há data de fundação);
Racionalismo Cristão (1910/11);
Legião da Boa Vontade (Década de 50);
Sociedades Esotéricas (em todos os tempos houve esse tipo de agremiação).
Já nos séc. II e III já se conhecia a famosa gnose ou gnosticismo.
As Fraternidades Rosa-Cruz apareceram no séc. XVII.
A Maçonaria, no séc. XVIII;
Universo em Desencanto (anos 70);
Profecias de Trigueirinho (1987);
Vale do Amanhecer (1969);
Ordem dos 49 ou Ação Mental Interplanetária (1977);
Santo Daime (1945);
Sociedade Teosófica (1875);
Rosa-Cruz (séc. XVII);
Nova Era (década de 70);
Cientologia (1954).
Foi por ocasião da revolta de Lutero, motivada pelo clima intenso e pesado resultante, que a Igreja deu uma chacoalhada em tudo, com o Concílio de Trento, de 1545 a 1563, na Itália. Toda a vida da Igreja foi reorganizada, inclusive com as Missões. Apareceram outras congregações religiosas, como os Jesuítas. Os padres passaram a ter uma formação mais séria e severa nos seminários.
Após a descoberta do Brasil, em 1500, vieram para cá os Jesuítas. Em 1618 os primeiros índios receberam a primeira comunhão.
A Igreja não sofreu muitas mudanças por todos esses séculos. Somente nesse século XX, de 1962 a 1965, com o famoso Concílio Vaticano II, é que houve outra grande mudança na Igreja: a Missa, que era celebrada somente em Latim, passou a ser celebrada na língua própria de cada país; o padre, que ficava de costas para o povo, passou a ficar de frente. A Bíblia passou a ser mais estudada, com traduções mais fiéis aos originais, possibilitando maior acesso aos leigos. Até então, a única versão conhecida era a Vulgata, de São Jerônimo, do séc. IV.
A liturgia renovou-se completamente, com novas orações eucarísticas e a possibilidade de serem usados outros instrumentos além do órgão e do harmônio.
Em 1968 houve um encontro muito importante em Medellín, na Colômbia, onde a Igreja chegou mais perto dos pobres e dos marginalizados. Houve outro encontro desse tipo em 1979, em Puebla, no México.
Quanto às Comunidades Eclesiais de Base, em 1979, reunidos em Puebla, os bispos latino-americanos firmaram o seguinte compromisso:
“Como pastores, queremos resolutamente promover, orientar e acompanhar as comunidades eclesiais de base, de acordo com o espírito de Medellín e os critérios da Evangelii Nuntiandi; favorecer o descobrimento e a formação gradual de animadores para elas. Em especial, é preciso procurar como podem as pequenas comunidades, que se multiplicam nas periferias e zonas rurais, adaptar-se também à pastoral das grandes cidades do nosso continente” (Pb 648).
Nos anos 70 apareceu a Renovação Carismática Católica (RCC), que vivencia um modo diferente de como se pode sentir a presença do Espírito Santo, principalmente na forma mais alegre das celebrações.
Os movimentos também estão aí a pleno vapor: Legião de Maria, Emaús, Cursilho, Vicentinos, ECC, Focolares, Irmandades antigas que reapareceram, como a Irmandade de São Benedito e o Apostolado da Oração etc.
Os últimos papas de nossa Igreja foram: Pio IX (1846), Leão XIII (1878), Pio X (1903), Bento XV (1914), Pio XI (1922), Pio XII (1939), João XXIII (1958), Paulo VI (1963), João Paulo I (1978), João Paulo II (1978), Bento XVI (2005), Francisco (2013). Os primeiros papas foram: São Pedro, São Lino (67), São Cleto (76), São Clemente (88), Santo Evaristo (97), Santo Alexandre (105).
Para ler: Mateus 16,19; João 8,31 - 32 e 1João 2,20.27
Ensinamento ou doutrina proposta com autoridade e explicitamente pela Igreja como revelada por Deus, exigindo-se a crença do Povo de Deus. Há algumas verdades doutrinárias na Igreja Católica que são estabelecidas como "dogmas da fé", ou seja, nenhum católico que queira continuar católico pode negar ou mudar aquilo.
Um dogma pode ser proposto pela Igreja numa proclamação solene (por exemplo, o dogma da Imaculada Conceição) ou através do magistério ordinário (por exemplo, a verdade de que a vida do ser humano inocente é inviolável). "Os dogmas são luzes no caminho da nossa fé, que o iluminam e o tornam seguro."
Isso é muito bom, por dois motivos: dão uma segurança incrível à nossa fé e impede que a Igreja Católica fique esfacelada como muitas outras religiões em que a interpretação das escrituras é plenamente livre e arbitrária.
Creia no que a Igreja ensina e tente saber a opinião correta que ela dá sobre este ou aquele assunto.
Eis alguns exemplos de dogmas: a Santíssima Trindade, a divindade de Jesus Cristo, a Imaculada Conceição de Maria, o Paraíso, o sacerdócio Ministerial, a Eucaristia.
Para ler: Lucas 10,1-20; 18,18-27
Na Igreja Católica há cristãos que se tornam clérigos (diáconos, padres e bispos), e os que permanecem cristãos leigos. Tanto os padres como os diáconos e os cristãos leigos podem abraçar a vida consagrada.
Constituem a vida consagrada: a vida eremítica, as virgens consagradas, a vida religiosa, os institutos seculares, as sociedades de vida apostólica.
Algumas dessas sociedades fazem os votos de pobreza, castidade e obediência. Outras são criadas para os cristãos que querem viver no mundo de um modo mais consagrado, como as sociedades de vida apostólica. Quem segue a vida eremítica vive no trabalho, geralmente manual, no silêncio, na solidão, oração e penitência assíduas, em permanente louvor a Deus e à salvação do mundo. As virgens consagradas formam um tipo de instituto secular onde mulheres vivem os votos sem deixar as tarefas do dia-a-dia.
A vida religiosa mais conhecida de todos é a que vivem os Franciscanos e Franciscanas, Salesianos, Beneditinas, Irmãs da Providência, Dominicanas e Dominicanos, Irmãzinhas da Imaculada Conceição, Irmãs Missionárias de Ação Paroquial, Estigmatinos, Camilianos etc.
Uma característica da vida religiosa é a prática dos votos de pobreza (não podem ter bens em seus nomes), castidade (não se casam e se abstêm de todo e qualquer ato sexual, não somente como uma obrigação de quem é solteiro, mas como uma consagração, uma oferta de si próprio a Deus) e obediência (obedecem em tudo a um superior regional ou provincial).
Outra característica muito importante é a vida em comum. Geralmente eles e elas nunca moram sozinhos, mas sempre em comunidade. Podem viver a vida contemplativa, ou a vida missionária, ou ambas. Nas congregações masculinas, seus membros podem ser padres ou simplesmente leigos consagrados.
Os padres que escolhem ser diocesanos em vez de religiosos, não fazem os votos, a não ser o de celibato (de não se casar), mas fazem a promessa de obediência ao Sr. Bispo e se comprometem a rezar a Liturgia das Horas (o famoso breviário). Não saem da diocese a que pertencem (chamamos isso de incardinação) e podem ter bens em seus próprios nomes, já que não fazem o voto de pobreza e têm de prover o próprio sustento.
Para qualquer um desses tipos de vida é necessário ter vocação. Sem a vocação não dá certo: a pessoa não consegue ir muito longe. Aliás, até para o casamento é necessário ter vocação
"Todos os batizados aqui na terra, as almas do Purgatório e todos os beatos que estão já no Paraíso formam uma só grande família. Esta comunhão entre terra e céu se realiza especialmente na oração de intercessão."(...)”Não estamos sozinhos, mas existe uma comunhão de vida entre todos aqueles que pertencem a Cristo" (papa Francisco)
A Comunhão dos Santos tem dois significados: a comunhão das coisas santas (a Eucaristia, por exemplo) e a comunhão entre as pessoas santas (tudo aquilo que cada um faz ou sofre em Cristo e por ele produz fruto para todos).
A comunhão dos Santos também quer dizer que estamos ligados com os irmãos que descansam na paz de Cristo, que se fortalece pela comunicação dos bens espirituais.
Como os habitantes do céu estão unidos mais intimamente com Cristo, fortalecem com mais firmeza a santidade de toda a Igreja. Eles intercedem por nós junto ao Pai, por meio do único mediador de Deus e dos homens, Jesus Cristo, apresentando os méritos que alcançaram na Terra.
Assim como a comunhão entre os cristãos da Terra nos aproxima de Cristo, da mesma forma o consórcio com os santos nos une a Cristo.
Para ler: Cl 3,16-17; At 2,46-47 e Lc 2,22-32; 4,16-24
A palavra Liturgia significa, originalmente, "obra pública", "serviço da parte de/ e em favor do povo". Na tradição cristã ela quer significar que o povo de Deus toma parte na "obra de Deus". Pela liturgia, Cristo, nosso redentor e sumo sacerdote, continua na sua Igreja, com ela e por ela, a obra de nossa redenção. No Novo Testamento, "liturgia" é empregada para significar a celebração do culto divino e o anúncio do Evangelho e a caridade em ato (Rm 15,16; 15,27; Fl 2,14-17.25.30; 2Cor 9,12).
A liturgia é tida como o exercício do sacerdócio de Jesus Cristo, no qual é significada (por sinais sensíveis) e realizada a santificação do homem. Também é nela exercido o culto público integral pelo Corpo Místico de Cristo, cabeça e membros.
A celebração litúrgica é ação sagrada por excelência. Sua eficácia não é igualada por nenhuma outra ação da Igreja. A liturgia realiza e manifesta a Igreja como sinal visível da comunhão entre Deus e os homens através de Cristo. Empenha os fiéis na vida nova da comunidade.
A liturgia tem de ser precedida pela evangelização, pela fé e pela conversão. Seus frutos, na vida dos fiéis, são a vida nova segundo o Espírito, o compromisso com a missão da Igreja e o serviço da sua unidade.
É na liturgia que, por meio de orações, símbolos e gestos, dizemos a Deus "eu vos amo e quero cumprir inteiramente a vossa vontade. Eu quero vos agradecer por todas as vossas obras" e dizer ao próximo: "eu amo também a vocês! Vamos juntos louvar a Deus, pedir-lhe perdão de nossos pecados, agradecer-lhe por ter-nos dado a vida, pedir força para seguir o caminho para o Reino de Deus".
Tudo isso dizemos ao Pai, por meio de Jesus Cristo, que é representado na liturgia pela pessoa do padre ou do bispo, e se faz presente na Eucaristia.
A liturgia cristã recorda os acontecimentos que nos salvaram (=anamnese), e os atualiza, torna-os presentes. O mistério pascal de Cristo não é repetido, mas celebrado. O que se repete são as celebrações; em cada uma delas sobrevém a efusão do Espírito Santo, que atualiza o único mistério.
A intercessão, na qual o sacerdote suplica ao Pai que envie o Espírito Santificador para que as oferendas se tornem o Corpo e o Sangue de Cristo, e para que ao recebê-los os fiéis se tornem eles mesmos uma oferenda viva a Deus, chama-se epíclese (= invocação sobre).
A epíclese, juntamente com a anamnese, está no cerne de cada celebração sacramental, mais especialmente da Eucaristia (não compete a nós perguntarmos como o pão se converte no Corpo de Cristo etc., mas apenas nos contentemos em saber que isso acontece por obra do Espírito Santo).
Enviado pelo Pai, que ouve a epíclese (a invocação) da Igreja, o Espírito dá a vida aos que o acolhem, e constitui para eles, desde já, o penhor da sua herança e produz os seus frutos nos ramos, ou seja, a comunhão com a Santíssima Trindade e comunhão fraterna entre os irmãos.
A celebração da liturgia pode ser feita sempre tendo em vista os costumes do local. Deve expressar Jesus Cristo inculturado (= fazendo parte) na vida diária das pessoas que estão louvando, agradecendo e pedindo perdão a Deus.
Quanto às cores litúrgicas:
O VERDE é a cor escolhida para os domingos e semanas do tempo comum, que são 32 a 34, a não ser naqueles dias em que há uma solenidade ou festa de algum santo ou alguma comemoração do Senhor ou de Maria. Começam na 2a feira depois do Batismo do Senhor, em janeiro, terminam na terça-feira do carnaval, recomeçam na segunda-feira depois de Pentecostes até o domingo de Cristo Rei, no final de novembro.
O BRANCO é usado no tempo do Natal, Tempo Pascal, festas de Nossa Senhora, de Jesus Cristo e dos Santos que morreram de morte natural.
O VERMELHO é usado nas festas do Espírito Santo, na Sexta-feira Santa, e dos santos que morreram assassinados por defenderem a fé cristã.
O ROXO é usado na quaresma e no advento, sendo que neste último atualmente também o rosa é utilizado.
O ROSA é usado no 4° domingo da quaresma e no 3° domingo do advento. As comissões de liturgia, entretanto, estão aconselhando a usar o rosa no tempo todo do advento.
Quanto às leituras:
As leituras dominicais, são distribuídas em três anos, sendo os Evangelhos distribuídos da seguinte forma: anos "A", São Mateus; anos "B", São Marcos; anos "C", São Lucas. O Evangelho de São João é usado no tempo pascal e em algumas outras ocasiões.
Quanto às leituras semanais, a primeira leitura é dividida em dois anos, pares e ímpares, mas o Evangelho é repetido todos os anos.
Quanto às equipes de liturgia, o melhor modo de se escolher os leitores é ter uma equipe fixa, de pessoas que leem bem. Não se deve pegar qualquer pessoa "a laço" na hora da leitura. Apresentar as leituras é um ministério.
Quanto a algumas outras normas:
- quando o padre tiver de celebrar a missa em pouco tempo, por qualquer motivo, é melhor cortar uma das duas leituras ou mesmo as duas primeiras leituras e o Salmo, do que disparar nas palavras;
- Canto de entrada: deve ser de ritmo alegre, festivo, escolhido de acordo com o assunto da celebração;
- Glória: há glórias que não são cantos litúrgicos, como o "glória, glória, aleluia", com música de um hino patriótico americano;
- o Canto de meditação não existe mais. Em seu lugar, deve-se cantar ou rezar o salmo próprio do dia;
- o Canto de aclamação deve ter sempre o "Aleluia", menos na Quaresma. Deve ser bem curtinho, com somente uma estrofe, que pode ser a própria antífona do Evangelho;
- o Canto das oferendas pode ser ou não cantado. É facultativo. Se cantado, deve ser de ritmo mais lento. Quando não for cantado, o padre deve rezar as palavras do ofertório em voz alta, com a participação do povo;
- o Santo deve ser vibrante; não pode ser arrastado;
- a Consagração sempre é feita em silêncio, sem aquelas famosas músicas de acompanhamento e sem palavras em voz alta por parte do povo, como "meu Senhor e meu Deus", "Jesus" ou algo parecido;
- o Abraço da paz deve ser o canto mais curto da missa. Apenas uma alusão ao abraço e à paz. Pode ser dado em outra oportunidade, como após o ato penitenciai, em vez do momento usual, ou seja, antes do Cordeiro; atualmente tem sido suprimido por motivos epidêmicos de doenças.
- Comunhão: é um canto para se cantar andando;
- Após a Comunhão: há muitas opiniões contrárias, mas deveria ser um canto mais suave, para se orar interiormente.
Há ainda outros problemas e questões, que poderão ser resolvidos pelo seu pároco.
Toda a vida litúrgica da Igreja está em função do Sacrifício Eucarístico e dos sacramentos que são o Batismo, a Confirmação, a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos Enfermos, a Ordem, o Matrimónio. Como forças que saem do corpo de Cristo, sempre vivo e vivificante, ações do Espírito Santo em operação no seu Corpo que é a Igreja, os sacramentos são as obras-primas de Deus na Nova e Eterna Aliança.
Foram instituídos por nosso Senhor Jesus Cristo. O sacramento não é realizado pela justiça do homem que o confere ou o recebe, mas pelo poder de Deus. Não depende da santidade do ministro. Os frutos do sacramento, entretanto, dependem também das disposições de quem os recebe.
Os celebrantes da Liturgia Sacramental, graças ao sacerdócio comum dos leigos, são toda a comunidade, o corpo de Cristo unido à sua Cabeça; é o povo santo, unido e ordenado sob a direção dos bispos. Não tem muito sentido a celebração individual ou quase privada. Certos membros da comunidade são escolhidos e consagrados pelo sacramento da ordem, através do qual o Espírito Santo os torna aptos a agir na pessoa de Cristo-Cabeça para o serviço de todos os membros da Igreja.
E, uma vez que o sacramento da Igreja manifesta-se plenamente na Eucaristia, é na presidência da Eucaristia que o ministério do Bispo aparece primeiro, e, em comunhão com ele, o dos presbíteros e diáconos. Há também outros ministérios particulares, não consagrados pelo sacramento da ordem: os ajudantes, os leitores, os comentaristas e os membros do coral, que desempenham um verdadeiro ministério litúrgico.
Quanto ao "como" celebrar os sacramentos, é preciso lembrar que na vida humana os sinais e símbolos ocupam um lugar importante, por ser o homem ao mesmo tempo um ser corporal e espiritual. Um ser social que precisa de sinais e símbolos para comunicar-se com os outros através de linguagem, gestos, ações, assim como para comunicar-se com Deus.
Deus fala ao homem através da criação visível: luz, noite, vento, fogo, água, terra, árvore, frutos. Da mesma forma lavar e ungir, partir o pão e partilhar o cálice podem exprimir a presença santificante de Deus e a gratidão do homem diante de seu criador.
A Igreja vê nos sinais da aliança: circuncisão, unção e consagração dos reis e dos sacerdotes, imposição das mãos, sacrifícios, páscoa, uma prefiguração dos sacramentos da Nova Aliança.
Na sua pregação, o Senhor Jesus serve-se muitas vezes dos sinais da criação para dar a conhecer os mistérios do Reino de Deus; realiza suas curas ou sublinha sua pregação com sinais materiais ou gestos simbólicos. Dá um sentido novo aos fatos e aos sinais da Antiga Aliança, particularmente ao Êxodo e à Páscoa, por ser ele mesmo o sentido de todos esses sinais.
Desde Pentecostes, é através dos sinais sacramentais que o Espírito Santo realiza a santificação. Os sacramentos da Igreja não anulam, mas purificam e integram toda a riqueza dos sinais e dos símbolos do cosmos e da vida social. Além disso, realizam os tipos e as figuras da Antiga Aliança, significam e realizam a salvação operada por Cristo, e prefiguram e antecipam a glória do céu.
A celebração sacramental, encontro dos filhos de Deus com seu Pai, em Cristo e no Espírito Santo, exprime-se como um diálogo, mediante ações e palavras, mesmo que as ações simbólicas sejam em si mesmas uma linguagem. A Palavra de Deus e a resposta de fé acompanham e vivificam essas ações, para que a semente do Reino produza seu fruto na terra fértil.
As ações litúrgicas significam o que a Palavra de Deus exprime: a iniciativa gratuita de Deus e ao mesmo tempo a resposta de fé do seu povo.
A liturgia da palavra é parte integrante das celebrações sacramentais, e leva a uma valorização necessária do livro da palavra (lecionário), sua veneração (procissão, incenso, luz), o lugar de onde é anunciado (ambão), sua leitura audível e inteligível, a homilia do ministro, que prolonga sua proclamação, as respostas da assembleia (aclamações, salmos responsoriais, ladainhas, profissão de fé etc.).
São o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia, e constituem os fundamentos de toda vida cristã: os fiéis, renascidos pelo Batismo, são fortalecidos pelo sacramento da Confirmação e nutridos com o alimento da vida eterna na Eucaristia.
É o sacramento da regeneração pela água na Palavra. É chamado de "o banho da regeneração e da renovação no Espírito Santo. Ele significa e realiza o nascimento a partir da água e do Espírito" (Jo 3,5).
É um sacramento ministrado desde o dia de Pentecostes para os que querem tornar-se cristãos. A pessoa pode ser balizada ainda quando criança ou quando adulta. No segundo caso, também é crismada e faz a primeira comunhão na mesma cerimônia.
Quem ministra o Batismo é o bispo, o padre e o diácono. Na prática, são os diáconos e os padres que ministram esse sacramento. O bispo pode, entretanto, dar a qualquer cristão o ministério de batizar. Tendo a intenção exigida pelas normas da Igreja, até mesmo quem não é batizado pode batizar outra pessoa que queira receber o Batismo. As duas condições para a validade do Batismo ministrado por leigos é que queiram fazer o que a Igreja faz quando batiza e aplicar a fórmula batismal trinitária: "Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo".
O Batismo é necessário, para a Salvação, para aqueles aos quais o Evangelho foi anunciado e que tiveram a possibilidade de pedir esse sacramento, segundo as próprias palavras de Jesus, que ordenou que seus discípulos anunciassem o Evangelho e balizassem todas as nações.
Entretanto, Deus pode salvar a quem ele quiser, mesmo aos que não foram batizados, pois ele mesmo não está ligado aos seus sacramentos. É o caso das crianças mortas sem o Batismo, ou mesmo das pessoas que seguem religiões não cristãs.
Os dois efeitos principais do Batismo são a purificação dos pecados (pelo Batismo todos os pecados são perdoados, tanto o pecado original como os pecados pessoais, e também as penas do pecado) e o novo nascimento no Espírito Santo, ou seja, o que foi batizado se torna uma criatura nova, um filho adotivo de Deus que se tornou participante da natureza divina (2Cor 5,17; 2Pd 1,4).
A Santíssima Trindade dá ao batizado a graça santificante, pela qual ele pode crer em Deus, esperar nele e amá-lo, através das virtudes da Fé, da Esperança e da Caridade, pode viver e agir sob a moção do Espírito Santo pelos seus dons, e pode crescer no bem pelas virtudes morais.
O Batismo faz-nos membros do Corpo de Cristo, a Igreja, e faz-nos participar do sacerdócio comum dos fiéis. Desse modo, é chamado a servir os outros na comunhão da Igreja, a ser obediente e dócil aos chefes da Igreja e considerá-los com respeito e afeição. O batizado pode receber os sacramentos, ser alimentado com a Palavra de Deus e ser sustentado pelos outros auxílios espirituais da Igreja.
Uma vez batizado, o fiel se torna cristão e filho de Deus para sempre. O pecado, embora possa impedir o Batismo de produzir os frutos de salvação, de modo algum apaga essa marca. Não tem sentido, portanto, a pessoa "repetir" o Batismo. O Batismo é o selo da vida eterna.
É o sacramento necessário para consumar a graça batismal. Pelo sacramento da Confirmação, os fiéis são vinculados mais perfeitamente à Igreja, enriquecidos de força especial do Espírito Santo, e assim mais estreitamente obrigados à fé. Como verdadeiras testemunhas de Cristo, devem difundir e defender seu Evangelho tanto por palavras como por obras.
Consiste na imposição das mãos e na unção com o óleo perfumado (crisma). Quem crisma é o bispo ou, por ordem dele, o padre. Quando batizada adulta, a pessoa recebe uma só unção pós-batismal, a da Confirmação. Se for criança, o padre unge-a, depois do batismo, com o santo crisma; unção essa ligada ao rito batismal: ela significa a participação do batizado nas funções profética, sacerdotal e régia de Cristo.
Pela confirmação, o cristão é enraizado mais profundamente na filiação divina, une-se mais solidamente a Cristo, recebe mais os dons do Espírito Santo, torna-se vinculado à Igreja de modo mais perfeito, recebe uma força especial do Espírito Santo para difundir e defender a fé pela palavra e pela ação, como verdadeira testemunha de Cristo, para professar com valentia o nome de Cristo e para nunca sentir vergonha em relação à cruz.
Como o Batismo, do qual é a consumação, a Confirmação é dada uma só vez. Pode recebê-lo os que já foram balizados. É necessário estar em estado de Graça e, portanto, todos os que já foram batizados anteriormente, quando crianças, devem participar do sacramento da Penitência antes da Confirmação.
Somos ungidos na Crisma, e recebemos o Espírito Santo como Dom, para seguirmos Jesus Cristo e participarmos na Missão da Igreja, nas seguintes dimensões:
- no anúncio (querigma) de Jesus Cristo e sua mensagem;
- no serviço (diaconia): assumir a ação pastoral da Igreja a serviço do Reino de Deus;
- na comunhão (coinonia): promover a unidade, a fraternidade, a participação;
- no testemunho (martíria) da fé através de uma vida cristã e da defesa da justiça em favor dos enfraquecidos e pobres.
- na celebração (liturgia) do mistério de Cristo na vida da comunidade: eucaristia, sacramentos, festas litúrgicas, expressões da piedade popular.
A Crisma é o começo, e não o ponto de chegada! Muitos somem da igreja depois que recebem a Crisma!
É o sacramento pelo qual participamos, com toda a comunidade, do próprio sacrifício do Senhor na Cruz. Os demais sacramentos, assim como todos os ministérios eclesiásticos e tarefas apostólicas, ligam-se à sagrada Eucaristia e a ela se ordenam, pois a santíssima Eucaristia contém todo o bem espiritual da Igreja, a saber, o próprio Cristo, nossa Páscoa.
A Eucaristia significa e realiza a comunhão de vida com Deus e a unidade do povo de Deus. Une a ação, pela qual Deus santifica o mundo em Cristo, e o culto que prestamos a Cristo, no Espírito Santo, e por Cristo, ao Pai. Pela Celebração Eucarística já nos unimos à liturgia do céu e antecipamos a vida eterna, quando Deus será tudo em todos. A Eucaristia é o resumo de nossa fé.
Os nomes que damos à Eucaristia:
1. Ação de Graças.
2. Ceia do Senhor: trata-se da ceia que o Senhor fez com seus discípulos na véspera de sua paixão, e da antecipação das bodas do Cordeiro na Jerusalém Celeste.
3. Fração do Pão: porque esse rito, próprio da refeição judaica, foi utilizado por Jesus quando abençoava e distribuía o pão como presidente da mesa, sobretudo por ocasião da Última Ceia. Quer dizer que todos comem do único pão partido, o Cristo, entram em comunhão com ele e já não formam senão um só corpo nele.
4. Assembleia Eucarística: porque a Eucaristia é celebrada na assembleia dos fiéis, expressão visível da Igreja.
5. Memorial da Paixão e da Ressurreição do Senhor.
6. Santo Sacrifício: porque atualiza o único sacrifício de Cristo Salvador e inclui a oferenda da Igreja; ou também o santo sacrifício da Missa, "sacrifício de louvor", sacrifício espiritual, sacrifício puro e santo, pois realiza e supera todos os sacrifícios da Antiga Aliança.
7. Santa e divina Liturgia: porque toda a liturgia da Igreja encontra o seu centro e sua expressão mais densa na celebração desse sacramento; também chamado, nesse sentido, de Santos Mistérios. Também: Santíssimo Sacramento, porque é o sacramento dos sacramentos. Colocamos esse nome nas espécies eucarísticas guardadas no tabernáculo.
8. Comunhão: porque é por esse sacramento que nos unimos a Cristo, que nos torna participantes do seu Corpo e do seu Sangue para formarmos um só corpo. Também, nesse sentido, chamado de "as coisas santas", dando o primeiro sentido da "Comunhão dos Santos" do Credo.
9. Santa Missa: porque a liturgia na qual se realizou o mistério da salvação termina com o envio dos fiéis (missio) para que cumpram a vontade de Deus na sua vida cotidiana.
Encontram-se no centro da celebração da Eucaristia o pão e o vinho, os quais, pelas palavras de Cristo e pela invocação do Espírito Santo, tornam-se o Corpo e o Sangue de Cristo. Fiel à ordem do Senhor, a Igreja continua fazendo, em sua memória, até à sua volta gloriosa, o que ele fez na véspera de sua paixão. Ao se tornarem misteriosamente o Corpo e o Sangue de Cristo, os sinais do pão e do vinho continuam a significar também a bondade da criação.
Na Antiga Aliança o pão e o vinho são oferecidos em sacrifício entre as primícias (= primeiros frutos) da terra, em sinal de reconhecimento ao Criador.
No êxodo eles recebem um novo significado: os pães ázimos que Israel come cada ano na Páscoa comemoram a pressa da partida libertadora do Egito; a recordação do maná do deserto há de lembrar sempre a Israel que ele vive do pão da Palavra de Deus. Jesus instituiu a sua Eucaristia dando um sentido novo e definitivo à bênção do Pão e do Cálice.
Outros símbolos da Eucaristia são o milagre da multiplicação dos pães e a água transformada em vinho em Cana. Acolher na fé o dom da Eucaristia do Senhor é acolher a ele mesmo.
Vejam melhor a instituição da Eucaristia na própria Bíblia. Leiam Lc 22,7-20; Mt 26,17-29; Mc 14,12-25; 1Cor 11,23-30; At 2,42-46. Entre os primeiros cristãos, por exemplo, era principalmente no domingo, o dia da Ressurreição de Jesus, que os cristãos se reuniam "para partir o pão" (At 20,7). Ela continua sendo o centro da vida da Igreja.
O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício. "É uma só e mesma vítima, é o mesmo que oferece agora pelo ministério dos sacerdotes, que se ofereceu a si mesmo então na cruz. Apenas a maneira de oferecer é diferente."
Na Eucaristia, o sacrifício de Cristo torna-se também o sacrifício dos membros de seu Corpo. A vida dos fiéis, seu louvor, seu sofrimento, sua oração, seu trabalho são unidos aos de Cristo e à sua oferenda total, e adquirem assim um valor novo. O sacrifício de Cristo presente no altar dá a todas as gerações de cristãos a possibilidade de estarem unidos à sua oferta.
No santíssimo sacramento da Eucaristia estão contidos verdadeira, real e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo.
A presença eucarística de Cristo começa no momento da consagração e dura também enquanto subsistirem as espécies eucarísticas. Cristo está presente inteiro em cada uma das partes delas, de maneira que a fração do pão não divide o Cristo.
Devido a esse tão grande mistério da presença de Cristo é que devemos fazer a genuflexão sempre que entramos e saímos da igreja, onde há o sacrário com a sagrada comunhão, e respeitarmos o ambiente da igreja. Devemos comungar sempre que participarmos da Santa Missa, se estivermos preparados. O católico é obrigado a ir à Missa todos os domingos, ou no sábado, quando não der no domingo.
Quanto aos frutos da comunhão: Ela aumenta a nossa união com Cristo, separa-nos do pecado, preserva-nos dos pecados mortais futuros, promove a união nossa enquanto Igreja, compromete-nos com os pobres, promove a unidade dos cristãos.
Quanto às partes da Missa:
A. Ritos iniciais: A procissão de entrada do padre e ministros, a saudação inicial do padre, comentários iniciais, ato penitenciai, glória, oração inicial.
B. Liturgia da Palavra: Uma leitura do Antigo Testamento, um salmo, uma leitura do Novo Testamento (no Tempo Pascal ambas as leituras são do Novo Testamento), a aclamação, o Evangelho, a homilia do padre, o creio, a oração da comunidade.
C. Liturgia eucarística: A preparação das oferendas, a oração sobre as oferendas, o prefácio, a oração Eucarística.
D. Rito da Comunhão: O Pai-nosso e orações complementares, a comunhão, a Ação de Graças, a oração após a comunhão.
E. Ritos finais: O canto final, a bênção, a despedida do padre.
Aqueles que se aproximam do sacramento da Penitência obtêm da misericórdia divina o perdão da ofensa feita a Deus e ao mesmo tempo são reconciliados com a Igreja que feriram pecando, e a qual colabora para sua conversão com caridade, exemplo e orações.
Esse sacramento chama-se:
1. sacramento da Conversão (caminho de volta ao Pai);
2. da Penitência (esforço de conversão, de arrependimento e de satisfação por parte do cristão pecador);
3. da Confissão, porque a declaração, a confissão dos pecados diante do sacerdote é um elemento essencial desse sacramento, além da confissão que se faz da santidade de Deus e de sua misericórdia para com o homem pecador;
4. do Perdão, porque, pela absolvição sacramental do sacerdote, Deus concede "o perdão e a paz";
5. da Reconciliação: porque dá ao pecador o amor de Deus que reconcilia. Quem vive do amor misericordioso de Deus está pronto a responder ao apelo do Senhor: "Vai primeiro reconciliar-te com teu irmão" (Mt 5,24).
A Confissão é necessária porque Jesus nos convida à conversão. A primeira e fundamental conversão é selada com o Batismo. A segunda conversão é uma tarefa ininterrupta para toda a Igreja, e Cristo nos convida pela vida toda a realizá-la. Santo Ambrósio diz que na Igreja existem a água e as lágrimas: a água do Batismo e as lágrimas da Penitência.
Sem a penitência interior, entretanto, as obras de penitência externas são estéreis, vazias e enganadoras. A penitência interior é uma reorientação radical de toda a vida, um retorno, uma conversão para Deus de todo nosso coração, uma ruptura com o pecado, uma aversão ao mal e repugnância às más obras que cometemos. É também o desejo e a resolução de mudar de vida com a esperança da misericórdia divina e a confiança na ajuda de sua graça.
A conversão é, antes de tudo, uma obra da graça de Deus que reconduz nossos corações a ele. É descobrindo a grandeza do amor de Deus que nosso coração experimenta o horror e o peso do pecado e começa a ter medo de ofender a Deus pelo mesmo pecado, e ser separado dele.
Somente Deus perdoa os pecados, mas confiou o exercício do poder de absolvição ao ministério apostólico (bispos e padres). Conferindo aos apóstolos seu próprio poder de perdoar os pecados, o Senhor também lhes dá a autoridade de reconcilia os pecadores com a Igreja.
A reconciliação com a Igreja é inseparável da reconciliação com Deus. O sacramento da Penitência foi instituído por Jesus para aqueles que, depois do Batismo, cometeram pecado grave e com isso perderam a graça batismal e feriram a comunhão eclesial. É uma nova possibilidade de converter-se e de recobrar a graça da justificação.
Há cinco condições para se fazer uma boa confissão:
1. Examinar a consciência, a fim de descobrir os pecados cometidos;
2. Arrepender-se dos pecados cometidos, ou seja, querer não cometê-los mais;
3. Propor não pecar mais. Sem esse propósito, a confissão fica nula.
4. Confessar os pecados ao padre. Somente se é obrigado a confessar os pecados graves, mas é aconselhável confessar todos, tanto os graves como os leves.
5. Cumprir a penitência que o padre determinar. A Igreja pede que o fiel se confesse ao menos uma vez por ano.
As graças que o sacramento da Penitência e Reconciliação nos oferece são: a reconciliação com Deus, pela qual o penitente recobra a graça; a reconciliação com a Igreja; a remissão da pena eterna devida aos pecados mortais; a remissão, pelo menos em parte, das penas temporais, sequelas do pecado; a paz e a serenidade da consciência, e a consolação espiritual; o acréscimo de forças espirituais para o combate cristão.
A confissão individual e integral dos pecados graves, seguida da absolvição, continua sendo o único meio ordinário de reconciliação com Deus e com a Igreja.
É o outro sacramento de cura. Tanto o bispo como o sacerdote ungem o doente com o óleo sagrado pelo bispo e pelos sacerdotes na Semana Santa, a fim de que ele se cure, tenha seus pecados perdoados, e tenha paciência e paz suficientes para suportar a doença quando não acontece a cura.
De fato, a enfermidade tanto pode levar a pessoa à angústia, a fechar-se sobre si mesma, e às vezes até ao desespero e à revolta contra Deus, como pode tornar a pessoa mais madura, ajudá-la a discernir em sua vida o que não é essencial, para voltar-se àquilo que é essencial. Não raro, a doença provoca uma busca de Deus, um retorno a ele.
Na Bíblia, vemos muitas vezes a cura dos enfermos, tanto no Antigo como no Novo Testamento. Jesus mandava que os apóstolos curassem os enfermos (Mc 6,12-13; Mc 16,17-18; Mt 10,8). Entretanto, é em Tg 5,14-1 5 que a Igreja conhece um rito próprio em favor dos doentes. Diz São Tiago: "Alguém de vós está doente? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o porá de pé; e se tiver cometido pecados, estes lhe serão perdoados".
A graça especial do sacramento da Unção dos Enfermos tem como efeitos: a união do doente com a paixão de Cristo, para seu bem e o bem de toda a Igreja; o reconforto, a paz e a coragem para suportar cristãmente os sofrimentos da doença ou da velhice; o perdão dos pecados, se o doente não puder obtê-lo pelo sacramento da Penitência; o restabelecimento da saúde, se isso convier à salvação espiritual; a preparação para a passagem à vida eterna.
A Ordem é o sacramento que transforma o leigo em diácono, o diácono em sacerdote e o sacerdote em bispo. É o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo a seus Apóstolos continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos; é o sacramento do ministério apostólico. Possui três graus: o diaconato (para diáconos) o presbiterado (para padres) e o episcopado (para bispos).
O sacramento da Ordem insere a pessoa num determinado grupo de cristãos que exercem uma função específica em relação à do cristão leigo, graças à imposição das mãos do bispo e da oração consecratória.
Toda a Igreja é um povo sacerdotal, pois graças ao Batismo, todos os fiéis participam do sacerdócio de Cristo. O "sacerdócio comum dos fiéis" deve ser exercido por todos os cristãos.
O ministério conferido pelo sacramento da Ordem consiste num outro tipo de participação na missão de Cristo, ou seja, no serviço em nome e na pessoa de Cristo no meio da comunidade. Além disso, o sacerdócio ministerial confere um poder sagrado para esse serviço dos fiéis. Esse serviço consiste no ensino, no culto divino e no governo pastoral.
No serviço eclesial do ministro ordenado, é o próprio Cristo que está presente à sua Igreja enquanto Cabeça de seu Corpo, Pastor de seu rebanho, Sumo Sacerdote do sacrifício redentor, Mestre da Verdade. A Igreja expressa isso dizendo que o sacerdote, em virtude do sacramento da Ordem, age "In persona Christi Capitis", ou seja, na pessoa de Cristo-Cabeça.
O bispo é o único que pode tornar o leigo um diácono, sacerdote ou outro bispo. Para que isso aconteça e seja válido, o bispo ordenante deve ter sido validamente ordenado, isto é, que esteja na linha da sucessão apostólica, e em comunhão com a Igreja toda, principalmente com o Sumo Pontífice (o Papa).
Os padres somente podem exercer seu ministério na dependência do bispo e em comunhão com ele. Já para a legítima ordenação de um Bispo, é hoje exigida uma especial intervenção do Bispo de Roma (o Papa), por causa de sua qualidade de vínculo visível supremo da comunhão das Igrejas particulares (as dioceses) na única Igreja e garantia da sua liberdade.
A ordenação de mulheres não é possível porque o Senhor Jesus escolheu homens para formar o colégio dos doze Apóstolos, e os apóstolos fizeram o mesmo quando escolheram os colaboradores que seriam seus sucessores na missão. O colégio dos bispos, ao qual os presbíteros estão unidos no sacerdócio, torna presente e atualiza, até o retorno de Cristo, o colégio dos doze. A Igreja se reconhece ligada a essa escolha do próprio Senhor.
O sacramento da Ordem é concedido uma vez por todas, ou seja, não pode ser repetido, pois confere um caráter espiritual indelével, ou seja, para sempre. Assim, um padre que deixe o ministério para casar-se, por exemplo, continua sendo padre. Se ficar viúvo e quiser voltar a exercer o ministério, não precisa ser ordenado novamente, bastando seguir as orientações da Igreja a esse respeito.
Por falar nisso, é bom lembrar que na Igreja de rito latino somente o diácono pode ser casado; o bispo e o padre devem ser solteiros ou, em alguns casos, viúvos. Entretanto, se o diácono permanente casado ficar viúvo, não poderá mais se casar.
A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, ordenada ao bem dos cônjuges e à geração e educação dos filhos, foi elevada, entre os que são batizados, à dignidade de sacramento, por Cristo Senhor.
Diz Jesus em Mt 19,6: "De modo que já não são dois, mas uma só carne". Isso mostra uma unidade profunda de duas vidas, confirmadas pelo pacto conjugal, ou seja, o consentimento pessoal irrevogável.
O sacramento do Matrimônio significa a união de Cristo com a Igreja.
Concede aos esposos a graça de se amarem com o mesmo amor com que Cristo amou a sua Igreja. A graça do sacramento leva à perfeição o amor humano dos esposos, consolida sua unidade indissolúvel e os santifica no caminho da vida eterna. Se os cônjuges separam-se, divorciam-se, separam algo que Deus uniu. O novo casamento dos divorciados ainda em vida do legítimo cônjuge contraria o desígnio e a lei de Deus, que Cristo nos ensinou. Eles não estão separados da Igreja, mas não têm acesso à comunhão eucarística. Levarão vida cristã principalmente educando seus filhos na fé.
O lar cristão é o lugar onde os filhos recebem o primeiro anúncio da fé. Por isso, o lar é chamado, com toda razão, de "Igreja doméstica", comunidade de graça e de oração, escola das virtudes humanas e da caridade cristã.
É preciso lembrar, ainda, que há certas situações que invalidam o matrimônio, ou seja, os noivos se casam à vista de todos, mas na verdade o casamento não valeu. Esses casos são resolvidos pelo chamado "Tribunal Eclesiástico" das Províncias Eclesiásticas. Exemplo: dois primos em primeiro grau somente podem casar-se com a autorização do bispo ou dos padres autorizados por ele. Se os noivos-primos se casam sem essa autorização (sem a devida dispensa), o casamento não valeu, está nulo.
Finalmente é bom lembrar que até para o Matrimônio é necessário ter vocação, sem ela muitos casamentos fracassam.