Minha intenção, aqui, é apenas dizer como eu vejo o evangelho de São João, numa leitura simples, não especializada, para iniciantes. Leia o texto na sua bíblia antes de ler o comentário. Para um estudo mais aprofundado do Evangelho de João, veja os vídeos do padre Celso Pedro: EV. DE JOÃO EM VÍDEOS
(Resumo da introdução ao Evangelho de João da Bíblia de Jerusalém, edição 2010. Não consegui saber o nome do autor deste comentário).
Para uma “biografia” de João, acesse o site da Canção Nova, neste link: https://santo.cancaonova.com/santo/sao-joao-evangelista/.
O Evangelho de João distingue-se dos outros três, denominados “Sinóticos” por numerosos traços: milagres que eles ignoram, como o das bodas de Caná, a ressurreição de Lázaro, longos discursos como o que vem depois da multiplicação dos pães, cristologia muito mais evoluída, que insiste particularmente sobre a divindade de Cristo.
João mostra em todo o seu evangelho que em Jesus de Nazaré se realizou a promessa que Deus fizera a seu povo em Deuteronômio 18, 15.18-10 de enviar-lhe um profeta semelhante a Moisés.
Jesus é o profeta que transmite as palavras de Deus: que nos amemos uns aos outros, conforme o próprio Jesus nos amou (13,34-35; 15, 12.17); que Deus é amor (1 Jo 4,7-10). O cristianismo é essencialmente a religião do amor; Deus, o “Eu Sou” (Ex 3,13-15) é também “Pai” (1Jo 17, 1.11.24-25). Desse modo, os homens não obedecem mais como escravos, mas como amigos (Jo15, 15; 8,34-36).
Aquele que ouve a palavra de Cristo tem a vida eterna (5,24;8,51); os que não a recebem, já estão condenados (12,48; cf Dt 18,19). O mandamento de Deus é vida eterna (12,50), e somente Jesus tem palavras de vida eterna (6,63.68; cf Dt 8,3).
A palavra de Deus é ao mesmo tempo luz e vida (1,4-5.9) – luz que permite caminhar para a vida (8,12;9,5; cf salmo 119,105)
Os milagres de Jesus são sinais: os 2 primeiros e o último são sinais que provam sua missão (2,11;4,54;12.18 cf 11,42).
O sinal por excelência e último é a ressurreição (2,18-22).
Entretanto, para crer em Jesus não é preciso dar demasiada importância aos sinais, mas é sua palavra, a mensagem que ele transmite da parte de Deus que deve nos ligar a ele (4,40-42). Suas palavras devem empenhar nossa fé no mesmo grau dos “sinais” que ele realiza (15,22.24).
O Quarto Evangelho foi composto nos últimos anos do primeiro século, mas um documento joanino mais antigo, e que está inserido no evangelho atual, pode ser datado ao redor do ano 50, e isto o torna de interesse primordial para reconstituir a vida e o ensinamento de Cristo.
Para João, o simbolismo é o dos próprios fatos, brota da história, nela se enraíza, exprime seu sentido e, para a testemunha privilegiada do Verbo feito carne, só tem valor com essa condição.
Vers. 1-2 -
O "Verbo" é a "Palavra de Deus", ou seja, Jesus Cristo, antes de nascer aqui na terra, antes de ter um corpo humano. Jesus é a segunda pessoa da Santíssima Trindade, tão Deus quanto o Pai e o Espírito Santo.
Algumas seitas ou religiões não professam a divindade de Jesus Cristo, como os Mórmons e os Testemunhas de Jeová. Falam de Jesus, mas não acreditam em sua divindade.
Estes últimos, inclusive, adaptaram a tradução da bíblia à sua doutrina, alegando que a tradução que nós e os evangélicos usam (os evangélicos usam a tradução de João Ferreira de Almeida, que é ótima) estaria errada. Não sei onde eles acharam essa tradução (do Novo Mundo), que nega por completo e com todas as letras a divindade de Jesus. Aliás, essa é uma heresia muito antiga, chamada antigamente de "Arianismo". Começou lá pelos anos 300.
v.3
Como Jesus é Deus como o Pai e o Espírito Santo, ele participou da criação do mundo e de tudo o que existe. Não foi só o "Pai" que criou tudo, mas sim a Santíssima Trindade, em suas três pessoas.
Sobre a criação do mundo, veja as lições do nosso bloguinho catequético e do nosso site catequético. Em resumo, podemos dizer que Deus criou e usou a evolução em sua criação. Ou seja: o "mecanismo" da evolução também foi criado por Deus. Darwin teria plena razão, se colocasse Deus como princípio da evolução. Eu explico isso melhor lá na lição do catecismo do blog e site mencionados.
v. 4
Só Deus tem vida. Santa Catarina de Sena perguntou, certo dia, a Deus: "Senhor, quem sou eu? Quem sois vós?" E Deus lhe respondeu: "Eu sou o que existe. Você é um nada!" Santa Catarina bem que podia ter ficado sem essa!
v.5
Jesus é a luz do mundo (Jo 8,12). Sem ele, ainda estaríamos nas trevas do pecado e da condenação. Entretanto, somos livres de aceitá-lo ou não. Se quisermos, podemos continuar no escuro, embora sempre vamos ver, ao menos fora de nós, a luz divina refletida na criação e em nós mesmos, já que somos "a imagem e semelhança de Deus " (Gen 1 e 2). Por sua vez, Jesus disse que nós somos a luz do mundo (Mt 5,14) e todos verão essa luz, que não deve ser colocada debaixo dos móveis, mas à vista de todos. A nossa luz é apenas reflexo da luz de Cristo que está em nós pelo batismo. Conservando nossa vida santa, a luz de Cristo que está em nós se irradiará a todos.
v. 6
João Batista foi o profeta que uniu o Antigo com o Novo Testamento. Como todos os que anunciam o evangelho, ele recebeu de Deus a vocação para ser o "arauto" do evangelho. Qual é a vocação à qual Deus chamou a mim, a você?
v. 7-13
João Batista veio dar testemunho de Jesus, que é a luz do mundo. Muitos não lhe deram crédito e não acreditaram (como até hoje mais de quatro bilhões de pessoas não cristãs) que Jesus é o verdadeiro Deus, que com o Pai e o Espírito Santo criou o mundo. Os judeus, o povo de Deus, seu povo, não o receberam. Entretanto, a todos os que o quiserem receber, Jesus dá o poder de se tornarem filhos de Deus.
Esses que o receberam passam a nascer, pelo Batismo, não mais da natureza humana, mas do próprio Deus (v.13). Por isso, o Batismo equivale a um "nascer de novo", a uma verdadeira ressurreição.
v.14
Jesus passou a ser também homem dentro de Maria, sem nem só por um instante ter deixado de ser Deus. Ele é 100% homem e 100% Deus. Ele é a Graça e a Verdade em pessoa..
v. 15
João Batista era seis meses mais velho que Jesus, mas Jesus já vivia por toda a eternidade no céu, na Santíssima Trindade, como Verbo, a Palavra de Deus.
v. 16-18
Jesus é a plenitude da revelação divina, e veio complementar a lei dada por Moisés, com sua graça e verdade. Não há como ver Deus a não ser por meio de Jesus: "Felipe, quem me vê, vê o Pai!" (João 14,9).
v. 19-28
João Batista deixa bem claro a todos que ele não era o Messias, mas apenas "A voz do que clama no deserto", anunciando a vinda do verdadeiro Messias, o Senhor, e um novo Batismo, não com água apenas, mas no Espírito Santo, único na vida, que iria marcar a pessoa para sempre, como o fogo marca.
v. 29
Jesus é o Cordeiro Pascal, ou seja, ele é a vítima por excelência, oferecida em reparação por nossos pecados, sacrifício eterno da Nova Aliança, que substituiu todos os outros sacrifícios que até então eram feitos com cordeiros.
A Santa Missa é esse sacrifício de Jesus que se torna presente e atual em todas as épocas. O sacerdote celebrante se torna, na missa, o próprio Jesus, oferecendo-se ao Pai na cruz, tornando-se nosso alimento na Santa Ceia. Participar da missa, na realidade, é estar presente, na última ceia, como se fosse um único ato.
v.30-37
Trecho em que João Batista se explica e orienta as pessoas a aderirem a Jesus, que batiza não só com água, mas também com o Espírito Santo. É um batismo novo, que muda radicalmente a pessoa. No versículo 33 deixa bem claro que foi enviado por Deus. Não agiu pela própria vontade. E nós? Estamos assim dispostos a praticar a vontade de Deus e a fazer o que ele nos pede?
v.38-39
Dois discípulos de João o deixaram para seguirem Jesus e o terem como mestre (=Rabi). Jesus lhes mostra onde mora, o que fazia, o que eles estavam "abraçando", e com ele ficaram até às 16 horas, e se tornaram seus discípulos.
E nós? Teríamos coragem de chamar os que nos ouvem pregar o evangelho a ficarem conosco para verem como é a nossa vida? E se a vissem, será que continuariam a nos ouvir?
v. 40-51
Os primeiros discípulos são chamados e acolhidos por Jesus, cada um com sua particularidade. Jesus mostra que os conhece por dentro. Muda o nome de Simão para Simão Pedro (=Pedro= cefas em grego, significa rocha, pedra), nosso primeiro papa.
Jesus nos conhece profundamente. Mesmo se quiséssemos não conseguiríamos enganá-lo. É idiotice nossa achar que podemos "enrolar" Deus ou esconder dele alguma coisa. Deus gosta de que sejamos sinceros e verdadeiros, pois ele nos conhece profundamente e totalmente. Sabe de nossas fraquezas e limites e está sempre disposto a nos ajudar e a nos prover do necessário para vencermos nossas fraquezas e tentações.
V. 1-11
As núpcias de Caná. Aqui podemos anotar alguns pontos:
- Jesus, sua mãe e seus discípulos iam a festas como esta, mas note-se que era uma festa de pobres, pois o vinho faltou antes da hora (as festas de casamento duravam vários dias). A festa faz parte de nossa vida!
- Maria intercede pelos noivos. Ela continua a interceder por nós, desde que façamos o que ela disse: "Fazei tudo o que ele vos disser". Nunca nos esqueçamos disso! A alegria de Maria não é tanto que a louvemos, mas que louvemos e acolhemos Jesus em nossa vida, levando a sério seus ensinamentos e fazendo sua vontade.
- Seis talhas= seiscentos litros! E era vinho com álcool. A prova disso está no versículo 10: "Quando os convidados já estão embriagados...” Se Jesus bebia bebida alcoólica (o vinho), nós também podemos bebê-la, desde que não tenhamos tendência para o alcoolismo, ou seja, consigamos nos equilibrar nesse assunto.
- A abundância, em João, sempre lembra a vida eterna, em que tudo será abundante.
- O casamento simboliza sempre a união de Cristo, o esposo, com a Igreja, sua esposa Lembra, também, que estar com Jesus (e Maria) no céu é estar numa festa eterna.
v. 12
Os tais "irmãos" de Jesus eram seus parentes. Veja sobre isso no nosso catecismo, tanto no bloguinho catequético como no site catequético, de nossa autoria. No novo testamento só há uma vez a palavra "primo", em S. Paulo Apóstolo. Nas demais vezes, a palavra é mesmo "irmão". Lá no catecismo nosso está melhor explicado.
v.13-22
A purificação do templo. Podemos refletir sobre vários aspectos:
- Não tem sentido nos preocuparmos tanto com nossos templos quando muitos passam fome e não têm onde morar!
- Muitos lugares fazem de seus templos um lugar de comércio, ainda hoje. Nada ali é gratuito! Em minhas paróquias, quando insistiam em fazer quermesse, eu só autorizava se houvesse pelo menos uma barraca servindo algo gratuito, para que os pobres pudessem participar. E isso deu certo! Parece que foi abençoado por Deus. Havia uma paróquia (eu cuidava de duas) mais rica, que fazia uma barraca de bolo grátis. A outra, mais pobre, servia pipoca grátis (muitos doavam o milho). Precisamos ter mais confiança na Providência Divina! Preocupar-se demais com as finanças é falta de fé! Pense nisso!
- Jesus fala de sua ressurreição após três dias de sua morte (vv.19-22).
- Os dados fornecidos pelo texto remontam esse fato ao ano 28 de nossa era. Há um problema de datação dos acontecimentos, na história, e tudo indica que Jesus já teria, aí, mais de 30 anos e teria morrido com mais de 35 anos. Veja esse assunto no catecismo do blog (site).
v. 23-25
"Jesus não tinha confiança neles". Jesus conhece a todos nós, profundamente, e sabe se nosso pedido de perdão e nossas orações são sinceros. Não há como enganá-lo! Precisamos ser humildes, para recomeçarmos sempre, e estarmos convictos de que ele é misericordioso e nós somos nada de nada. Precisamos de Jesus totalmente. Será que podemos, neste instante, parar um pouco de ver o computador, olhar para Jesus e dizer: "Jesus, confio em Vós”! Jesus conhecia o que havia no homem"
V. 1-21-
Nicodemos foi procurar Jesus à noite, para não ser visto pelos seus subordinados e amigos, a fim de não comprometer-se, pois era "príncipe dos judeus" e conversar com Jesus podia prejudicá-lo em meio aos seus.
Queria conhecer melhor Jesus, que tinha, já, como um mestre, baseado nos sinais que ele fazia, mas não tinha firmeza nessa situação nova. Titubeava. Os milagres são feitos para que nós acreditemos que Deus é Deus, que existe a vida eterna, e que estamos nos dirigindo para lá. Será que é por isso que quase não acontecem milagres no meio de quem está sempre com Deus e com os irmãos? A vida eterna supera qualquer doença ou problema que tenhamos. A cura, em si, de nada adianta se nós não nos convertermos. É melhor ficar sem um pé e entrar no céu do que ter os dois e ir para o inferno!
v.3-21
Jesus mostra a Nicodemos algumas verdades:
- Para ver o Reino de Deus é necessário receber a vida nova que Jesus nos trouxe por meio do Batismo. É como "nascer de novo".
- Quem recebe o batismo nasce da água e do Espírito Santo e se torna filho de Deus, ou seja, como que "divinizado".
- Quem nasce do Espírito é plenamente livre.
- Nicodemos é mestre em Israel, mas para que ele nasça de novo no Espírito é preciso crer. A ciência que ele possui pouco tem a ver com isso.
- Jesus revela o que viu e ouviu antes de nascer, e o que ainda vê, como Deus que é, mas eles não estavam aceitando o seu testemunho.
- Fala de sua morte de cruz (v. 14)
- Quem nele crer não vai perecer, mas terá a vida eterna.
- Deus nos ama tanto que deu-nos o seu Filho unigênito para que, crendo nele, tenhamos a vida eterna.
- Jesus não veio condenar a ninguém, mas salvar a todos.
- Quem crer em Jesus não é condenado, mas quem não crer já está condenado, pois vai ficar desligado de Deus.
- O motivo da condenação é o fato de que as pessoas amam mais as trevas do pecado do que Jesus, que é a luz, e praticam obras más.
- Quem faz o mal odeia a luz e vai ficar sempre nas trevas, pois não quer que vejam suas obras más. Vivem na máscara, na hipocrisia, no logro.
- Quem pratica a verdade está na luz, e quer que suas obras sejam vistas, pois são feitas em Deus e, ao verem-nas, as outras pessoas também vão possivelmente se converterem.
v.22-36
Trecho que define o papel de João Batista e de Jesus, Deus, que está sobre todos e é necessário que todos acreditemos na divindade de Jesus e na salvação que ele nos traz. Quem crer no Filho (Jesus) terá a vida eterna.
V. 1-30.39-40
A Samaritana. Esse encontro de Jesus com ela é muito bonito e fácil de entendermos. Eis alguns tópicos:
- Jesus e seus discípulos tinham andado cerca de 50 km
- Ele pediu água à samaritana porque o poço era fundo.
- Os judeus não se dão com os samaritanos e isso impedia tanto de Jesus pedir água como a samaritana de dar-lha.
- Jesus tem outro tipo de água, que mata a sede da vida eterna, e a oferece à samaritana.
- A mulher aceita essa água, mas pensa ser uma água material, mágica, que lhe desse folga de seus trabalhos.
- Jesus procura mostrar-lhe o que significa beber da água viva que ele tem: em primeiro lugar, deixar o pecado. Faz isso perguntando do marido (que não era marido) da mulher. E lhe mostra seu pecado (5 maridos e o 6º não era marido)
- A mulher desvia o assunto e coloca em pauta um dos motivos da briga entre Judeus e samaritanos: qual seria o verdadeiro templo onde se prestava culto a Deus. Nós fazemos muito isso! Procuramos assuntos supérfluos para desviar a atenção dos que podem nos mostrar os erros e "tapeá-los" com uma vida hipócrita.
- Jesus mostra à mulher que a salvação vem dos judeus, e é ele quem a traz. A adoração não vai se restringir a templos, mas todos o adorarão em espírito e verdade.
- A mulher mostra que sabe que o Messias deve vir.
- Jesus se revela a ela como esse Messias.
- A mulher largou o seu cântaro (que até então tinha negado) e foi à cidade contar-lhes que Jesus dissera coisas íntimas de sua vida.
- Os cidadãos foram ver Jesus por causa do testemunho da mulher, mas creram nele e passaram a ouvi-lo pela sua própria pessoa, pelo seu testemunho pessoal, e não mais pelo que a mulher dissera. Em nossa vida, cabe-nos também anunciar Cristo às pessoas e para Ele as encaminharmos, a fim de que eles se encontrem e aprendam do próprio Cristo o que fazer e que caminho tomarem. É como dizia S. João Batista: "É preciso que ele cresça e que eu diminua!"
- Pediram-lhe que ficasse ali mais uns dois dias. Isso era uma grande conversão, pois judeus e samaritanos se odiavam!
v 31-38
Jesus se alimentava, em parte, do alimento comum, mas seu alimento principal era fazer a vontade do Pai, que o enviou ao mundo.
- a ceifa (a colheita) já está sendo feita, com a pregação de Jesus.
v.44-54
Conta o milagre da cura do filho de um nobre, que estava em outra cidade. No v. 48, Jesus recrimina quem só crer se ver algum milagre. É preciso crer, mesmo sem ver milagres, ou seja, simplesmente crer na palavra que Jesus nos diz.
É o segundo milagre de Jesus, diz o versículo 54.
A cura na piscina de Betesda. O capítulo todo fala da cura de um homem que estava doente já por 38 anos e não tinha como chegar à piscina antes de outros. Um anjo descia de tempos em tempos no tanque e o primeiro que ali descesse se curava.
Isso pode ser mera crendice popular, como tantas outras em nossos dias, como por exemplo pisar na brasa na noite do dia 24 de junho, dia de S. João. O fato é que Jesus curou o homem, mas era sábado e as autoridades atormentaram o homem curado por conta da proibição de se fazer qualquer trabalho (mesmo curas?) em dia de sábado.
Qualquer extremismo é maligno, e Jesus vivia ensinando isso: tudo o que é demais acaba se tornando motivo de desiquilíbrio e maldade. Vou colocar o comentário apenas de alguns versículos mais interessantes.
v 4
Se havia uma grande multidão de enfermos, por que Jesus não curou a todos? Há um autor, se não me engano o Pe. René Voillaume, que fala sobre isso num de seus livros: Jesus fez pequenas e poucas coisas: curou alguns doentes, não resolveu o problema social da época, não fez coisas mirabolantes. Conviveu com apenas algumas pessoas. Decididamente, não fez tudo o que teria podido fazer se o desejasse. Não sei a resposta. Duvido que alguém saiba. Por que alguns se curam e outros não? Não sei. Deixo isso para entender quando estiver no céu.
O que posso dizer aqui é que eu acho (achismo puro) que Jesus nos cura quando isso vai ser de proveito para nossa vida eterna. Ele está mais interessado em que nós nos santifiquemos e possamos entrar no céu, que é eterno, do que curemos nosso câncer mas continuemos uma vida que possa nos levar ao inferno. Eu sempre digo que, se um grão de areia for os anos que vamos viver aqui na terra, os demais grãos de areia do universo todo, juntos, não dão nem uma ínfima parte dos anos que vamos viver no céu. Se após a cura eu vou abandonar o caminho da santidade, pode esperar sentado que de pé vai cansar: nunca vou receber a tal cura. Por enquanto, vamos fazer o seguinte: confiemos cegamente, plenamente, em Jesus.
v.6
"Queres ficar são"? Bela pergunta! Será que há pessoas que não querem se curar? Sim, há, e muitas! Quem não quer deixar o pecado, por exemplo, é um que não quer ficar são. Tem medo de ficar sem aquela fonte de prazer, embora seja um prazer momentâneo.
v.7
"Não tenho..." Muitos doentes não se curam porque não têm ninguém que os ajude! Você ajuda algum doente? Visita algum periodicamente?
v. 14
Se Jesus o encontrou no templo, era sinal de que o homem fora lá para agradecer a cura! Diferente dos nove leprosos que seguiam a lei e por isso achavam que eram merecedores da cura e não voltaram para agradecer a Jesus. Só voltou aquele samaritano, que não seguia lei alguma judaica e por isso estava livre para voltar. Jesus disse ao homem curado para que ele não pecasse mais, para não lhe acontecer coisa pior do que a doença, que é perder o céu!
v. 16
Os judeus queriam matar Jesus porque curara em dia de sábado. Olhe aí algo que às vezes acontece hoje em dia: uma lei que supera a caridade, a misericórdia, e obriga o cidadão a não fazer o bem para cumprir a lei. Isso é uma coisa má!
Querem um exemplo? Os testemunhas de Jeová deixam morrer uma pessoa porque são proibidos de fazer transfusão de sangue. Ora, para conceber uma criança, como se fará, se não houver uma "transfusão" de sangue? Metade do meu filho é feita com o meu sangue, com o material que eu forneci!
Outro exemplo: abortar o filho porque é fruto de um estupro é uma calamidade, um pecado gravíssimo. O Sr. Edir Macedo permite e prega isso! Como pode alguém pregar a Palavra da Vida, se proclama a morte de um inocente só porque começou a existir sem o consentimento da mãe?
v. 17
Deus nunca deixou de trabalhar, ou seja, nem no sétimo dia. Nós comemoramos o domingo, e não o sábado, por três razões:
1- é o primeiro dia da criação, que realmente houve.
2- é o dia da ressurreição de Jesus.
3- era o dia do deus pagão sol. Jesus é o único Deus, e os cristãos aproveitavam o feriado pagão para comemorar o verdadeiro sol, a verdadeira luz, que é Jesus. Aliás, o dia 25 de dezembro também foi por esse motivo: era a festa do nascimento do tal deus sol.
Ou seja: não houve um dia da semana em que Deus descansou. Jesus diz que "o Pai trabalha e eu também" (mais adiante vou falar disso).
v.18
Jesus mostra-lhes que é Deus como o Pai.
v. 23
Quem não honra Jesus, não honra o Pai.
v. 24
Quem crê no Pai pela palavra de Jesus, tem a vida eterna e não será condenado. Mas veja bem: crer não é só dizer que o Pai existe, mas cumprir plenamente a sua vontade.
v.25
Mortos, aqui, podem ser, também, os mortos por causa do pecado.
v 29
A ressurreição final, tanto para o céu como para o inferno.
v. 30
Jesus veio para cumprir plenamente a vontade do Pai e viver sua vida humana como homem, embora nunca tenha deixado de ser Deus.
v.35-36
A luz de Jesus é maior do que a de João Batista, porque ele era um simples homem, mas Jesus é 100% homem e 100% Deus.
v 37-38
Só chega ao Pai quem crer em Jesus Cristo.
v. 40
Jesus não obriga ninguém a segui-lo, mas ele é a única fonte de vida eterna.
v.42
Só tem o amor de Deus quem ama os demais seres humanos.
v. 43
Muitos acreditam em tantas mentiras, mas não acreditam em Jesus como Deus.
v. 45-47
Quem acreditar no que Moisés disse, deveria também acreditar em Jesus, que veio justamente cumprir a lei, "Porque de mim (Jesus) escreveu ele (Moisés)".
A EUCARISTIA.
Neste capítulo está, para João, praticamente, a Instituição da Eucaristia por Jesus. Tanto assim que ele não narra as palavras da "consagração" na Santa Ceia, mas coloca o lava-pés, como que dizendo a todos os que desejam comungar Jesus, que sejam misericordiosos e serviçais, que acolham os irmãos necessitados.
A Igreja Católica acredita que o padre, ao repetir as palavras de Jesus na Santa Ceia, é o próprio Jesus, consagrando o pão e o vinho como seu Corpo e Sangue. Ao recebermos as espécies de pão e vinho consagrados na Santa Missa, estamos, na verdade, recebendo Jesus em seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade.
Há vários milagres da Eucaristia, ao longo da história, que confirmam isso. O milagre de Lanciano, por exemplo.
O Pe. arqueólogo Teilhard de Chardin diz que, ao se transformar no Corpo e no Sangue de Cristo, na transubstanciação da Missa, a Hóstia, que então é o próprio Jesus, faz convergir a si tudo o que estiver ao redor, e é também como uma fornalha, que esquenta tudo o que estiver na proximidade.
Santo Agostinho estava rezando, após a comunhão, quando Jesus lhe falou: "Quando você me recebe, não sou eu que me torno seu corpo, mas é você que se transforma em mim".
Para receber com proveito a Eucaristia é preciso que nos mantenhamos puros de coração, ou seja, unidos a Deus por uma vida sem pecados e de apostolado, e pedir sempre perdão dos pecados que por fraqueza cometemos.
v. 3
"Jesus subiu ao monte": essa expressão sempre remonta a Moisés, que na montanha recebeu a lei e depois a transmitiu ao povo de Deus. O que Jesus vai falar e fazer é, pois, algo muito importante, que ele nos deixou não só como homem, mas como Deus e homem verdadeiro.
v. 4
Veja a ligação do que vai ser relatado com a festa da Páscoa.
v.10
O número, na Bíblia, é sempre simbólico. Pode ser que não houvesse tantas pessoas , pois se se contasse as crianças e as mulheres, o número praticamente triplicaria.
v. 11
Gestos semelhantes aos da Santa Ceia.
v. 12-13
Nunca devemos desperdiçar o alimento dado por Deus, mas aqui também é um número simbólico: 12 tribos de Israel, 12 apóstolos, 12 cestos.
v. 15- As pessoas achavam que Jesus seria o Messias prometido, mas sua atuação seria, na opinião deles, referente à parte material: alimentação, casa, bem-estar, como um rei muito bondoso. Estavam ainda longe de conhecer a salvação de Jesus como algo mais global e para toda a eternidade.
v.19-20 - O mar é símbolo do mal, para o povo antigo. Dominando o mar, Jesus mostra que é Deus, que domina soberanamente e totalmente não só a natureza, mas também tgoda a criação e o mal. Jesus é Deus! Veja o que ele disse: "Sou eu"! - que poderia ser entendido como "Eu Sou", como Deus disse a Moisés quando este lhe perguntou o nome.
v.25 - A curiosidade do povo refere-se, principalmente, ao modo como Jesus chegara ali, pois não o haviam visto em parte alguma; também por interesse de obter mais alimento.
v.26- Jesus repreende as pessoas por procurá-lo por interesse material. O que não diria atualmente, dessas pessoas todas que vivem procurando milagres em toda parte?
v. 27 - Jesus pede que trabalhemos sempre tendo em vista que não viveremos para sempre aqui, mas numa outra dimensão, na vida Eterna, em que muitas coisas que aqui fazemos não vai ter utilidade alguma. Até pelo contrário, muitas coisas nos vão levar ao inferno, e não ao paraíso. Não podemos perder tempo com coisas supérfluas e às vezes até perniciosa.
v. 28-29 - Eles perguntaram a Jesus o que poderiam fazer para executarem as obras de Deus. Jesus respondeu que bastava que cressem nele e nas suas palavras.
v.30-31 - Pedem um sinal, como se não bastasse a multiplicação de pães e peixes que Jesus havia feito, e lembram o maná.
v. 32-35 - Jesus lembra que não é o maná o pão do céu, mas Ele sim, é o verdadeiro pão do céu. Ele é o alimento que desceu do céu, e que pode nos dar a vida eterna, se o recebermos.
v.42- Os judeus não conseguiam ver Jesus como Deus. Apenas o viam como o pobre filho de José.
v.48 e seguintes: Jesus se mostra como o Pão da Vida. Ele se dará em alimento. Pão verdadeiro, material, visível, que alimenta o corpo e a alma, que mantém a vida terrena e nos dá a vida eterna, a Eucaristia.
V.66- Muitos discípulos abandonaram Jesus depois que ele disse que precisavam alimentar-se dele. Não haviam entendido o alcance dessas palavras. Pensavam de modo muito materialista.
v.67 - Jesus convidou os apóstolos a irem embora, também, se quisessem, mas ele não iria mudar o seu discurso. Elçe é, verdadeiramente, comida; o se sangue é, verdadeiramente, uma bebida.
v.68- Simão Pedro, como o primeiro papa e o chefe da Igreja, fez a sua profissão de fé.
v. 70-71 - Como na Santa Ceia, aparece aqui a traição de Judas. João, na verdade, coloca neste capítulo 6 a Instituição da Eucaristia, mais do que na Santa Ceia, como os outros três evangelistas.
V 1- Jesus procurava não se expor ao perigo de morrer. Isto nos ensina a cuidar melhor de nossa vida, mas sem deixar a luta pela verdade do Reino de Deus. Nunca podemos fazer um pecado grave para poupar a nossa vida ou mesmo o nosso bem estar.
v.2- A festa dos tabernáculos - no mês de setembro os judeus habitavam, durante uma semana, em tendas, em lembrança da permanência dos hebreus no deserto.
v.3-6 - Lembro que a palavra "irmão" era usada também para parentes próximos, como os primos e sobrinhos (veja no nosso catecismo "o cristão católico" maiores explicações sobre esse assunto). Quanto ao restante do conteúdo: mesmo os parentes de Jesus não admitiam ainda a sua qualidade de Messias. Viviam ainda na esperança de uma restauração temporal, ou seja, apenas material.
v. 7- Quem diz a verdade, como Jesus, corre o risco de ser perseguido e até odiado pelos que vivem à custa da mentira.
v.8- 11- Jesus era muito prudente e não queria se expor desnecessariamente. Entretanto, continuou a sua caminhada para Jerusalém, onde depois ia ser morto.
v.12-Como saber quem está enganando e quem está falando a verdade? Nós, católicos, temos o papa, instituído por Jesus na pessoa de Pedro, para nos garantir o seguimento da verdade, com toda a Igreja.
O padre que celebra a missa participa de uma corrente, a que chamamos "Sucessão Apostólica", que se inicia com Jesus e está ligada a ele, Jesus. E os pastores de outras religiões? Quem lhes garante a veracidade de sua consagração? Por exemplo, quem "ordenou" o "bispo" Edir Macedo, ou sob que autoridade?
v.16- Jesus fala do que viu antes de nascer e do sabe enquanto Deus. Ao se encarnar como homem, ele nunca deixou de ser Deus.
v.19- Ao desejarem matar Jesus, os judeus não estão cumprindo a lei de Moisés, que dizia "Não matarás". Ao abortar um filho, tenha sido ele concebido de livre e espontânea vontade ou por violência, a pessoa está indo não só contra a lei de Moisés, mas também contra o que Jesus ensinou. Como pode, então, uma religião que diz ser de Cristo e permitir os abortos provindos de estupro? O sr. Edir Macedo diz e prega isso!
vv.22-23- Jesus lembra que se eles circuncidam alguém no sábado, quebrando a lei da proibição do trabalho no sábado, por que o estão criticando por curar nesse dia?
v.24- Não façamos mau juízo de alguém pela aparência! Vejamos todo o conjunto dos fatos. Usemos de misericórdia!
v.27- 28- Na verdade, eles não sabiam ou não acreditavam que Jesus viera do céu, de junto do Pai.
v.30- Jesus fugiu várias vezes da morte
v.31- Muitos foram os que acreditaram em Jesus por meio de suas obras.
v.33s.-Jesus anuncia a sua morte, mas não o entendiam. Eles acreditavam num Messias forte e poderoso militarmente falando, que fosse vencer o império romano e dominar o mundo pela força.
v.37-38 - Jesus é o único que pode nos matar a sede de amor e de felicidade, e isso poderemos transmitir aos demais.
v.39- Jesus anuncia a vinda do Espírito Santo, o que só poderia ocorrer após a sua morte.
v. 42- Muitos não sabiam que Jesus havia nascido em Belém e era da descendência de Davi. Havia muitos a favor e muitos contra ele. E nós? Somos a favor a Jesus ou dizemos que somos e praticamos outra coisa?
v.46s - Jesus atraía a todos por sua vida, sua santidade, sua presença, suas obras. Nós atraímos alguém pelo nosso estilo de vida? Dizem os biógrafos que quando S. Bernardino de Sena passava pela rua, os pais seguravam e prendiam os seus filhos em casa , para que não o seguissem, tamanha era a atração que sentiam pelo estilo de vida que ele levava!
v.49- O que significa conhecer a lei? Que lei? Diz Jesus: "Eu prefiro a misericórdia ao sacrifício".
v.1- Jesus costumava passar muitas noites em oração. É a oração que nos fortalece e nos impulsiona para a vida eterna.
v.2- Ele complementava a oração individual com a oração comunitária, no templo.
v.3-11- A adúltera estava com algum homem, você concorda? E onde estava esse homem? Sem ele, não havia provas. Por que levaram a Jesus apenas a mulher? Talvez fosse isso que Jesus escrevia no chão: ambos deveriam ser punidos, se fosse seguida a lei. Mas os que a acusavam eram parciais e injustos. Talvez o homem que tinha participado do adultério estivesse ali mesmo, entre eles, para apedrejá-la!
Jesus a perdoou, mas proibiu que ela voltasse a pecar. E lembrou a todos que somos todos pecadores. Só ele ficou para atirar a pedra, pois não tinha pecado. Mas ele a perdoou. Não podemos julgar a ninguém!
v.12- Seguir a Jesus significa andar na luz!
v.14- Ninguém conhecia Jesus de verdade.
v. 17-18- O testemunho só era válido se fosse feito por duas pessoas. Veja por exemplo na transfiguração de Jesus no Monte Tabor: havia duas testemunhas: Moisés e Elias.
vv.19- Quem vê Jesus vê o Pai, pois são o mesmo Deus, com o Espírito Santo. Ademais, o Pai é infinito e não pode ser visto com nossos olhos. Jesus é o ponto de encontro entre Deus e a humanidade.
v.28- Jesus falava de sua morte na cruz.
v.29- Quem quiser ter sempre a presença de Deus, faça como Jesus: faça sempre a vontade de Deus.
v. 32- A verdade vos libertará. Permanecer na verdade é ouvir e praticar o que Jesus nos diz.
v.34- Ser escravo do vício, do pecado, é pior do que ser escravo propriamente falando
.
v.36- Se Jesus nos libertar do pecado, seremos realmente livres, libertos para a vida eterna. Sua libertação é a verdadeira. Gratuita.
v.38- Jesus nos transmite a Palavra de Deus.
v.39-45- Quem é cristão não mata, não peca, nunca mente. O diabo é o pai da mentira.
v.51- Jesus fala da morte eterna, do inferno. Quem o ouvir e o obedecer, irá para o paraíso.
v.58- "Eu Sou" é o mesmo que Deus disse a Moisés quando lhe deu a lei e disse ser esse o seu nome. "Eu Sou", ou seja, eu existo por mim mesmo. Ele é o único que na verdade existe. "A criatura, sem Deus, se reduz a nada" (Lumen Gentium). Nós existimos por meio dele. E Jesus é o mesmo e único Deus.
v.59- Fazendo-se igual a Deus, Jesus incorreu no que eles achavam ser uma blasfêmia e por isso quiseram apedrejá-lo, segundo o costume da época e do local. Entretanto, ele os "driblou" e saiu de cena, para não morrer antes da hora.
v.2-3- Deus não castiga ninguém. A doença, quando muito, pode ser consequência do erro que fazemos na alimentação, vícios e coisas desse tipo, ou mesmo provação que Deus nos permite para fortalecermos nossas virtudes e O procurarmos com maior empenho. O pecado é a negação de Deus em nossa vida; se Deus não nos protege, decerto não nos curaremos desta ou daquela doença. Deus, portanto, não provocou nossa doença: ele apenas respeitou a natureza e nos permitiu aquela doença. Se nos convertermos e pedirmos sua graça, ele no-la dará. Pode ser que não nos curemos, mas com certeza teremos força suficiente para vencermos os problemas causados pela doença. Na verdade, amar a Deus é, sobretudo, deixar que ele nos ame, deixar que ele atue em nossa vida. Não é sempre que as pessoas se curam pelo milagre.
v.4- Dia=luz; noite=trevas. Dia= luz, graça de Deus. Noite: trevas, pecado, ação do maligno. São aqui palavras simbólicas: ação de Deus (em Jesus) e ação do maligno (nos que o rejeitam).
v.5- Pela Eucaristia Jesus nunca deixou de estar no mundo e, portanto, recebemos de sua luz quando comungamos.
v. 6-7- Gestos que indicam sinais concretos sacramentais, ainda usados de modo adaptado nos sacramentos e sacramentais (=bênçãos) da Igreja Católica, da Ortodoxa e algumas outras.
v.14- Era sábado, dia em que se proibia o trabalho. Jesus quer mostrar que há certas leis que foram mal-entendidas. O trabalho em favor de outra pessoa sempre é algo abençoado, seja em que dia for. Os judeus "matavam um mosquito mas engoliam um camelo", ou seja, para cumprir uma lei feita por homens, descumpriam a lei divina de amar a todos como ele nos ama. O restante do capítulo vai tratar sobre isso: o ódio das autoridades do templo ao ver o sucesso de Jesus.
v.16- Um homem pecador não faria os milagres que Jesus fazia. Muitos acreditavam, muitos não.
v.20-23- Os pais serviram aqui de testemunhas (era obrigatório duas) para atestar aos pósteros que soubessem do ocorrido que realmente houve o milagre .
v.30-33 Se os que inquiriam o homem curado fossem realmente "homens de Deus", também acreditariam e se interessariam mais por Jesus, e o conheceriam, pois ele fazia o que era próprio de Deus fazer.
v.34- Veja a arrogância das autoridades do templo que questionavam o ex-cego!
v. 35-38- O ex-cego conheceu Jesus, que o curara, no templo. Na confusão, não tivera como falar com ele. Isso é sinal de que ele fora lá para agradecer a Deus pela cura, diferente dos nove leprosos que não voltaram para esse agradecimento. No versículo 38 lemos que ele o “adorou"; ou seja, reconheceu que ele era Deus.
v.39-41- O pior cego é o que não quer ver, mesmo tendo a visão normal. Quem pode ver, ouvir, falar, e não quer ver, nem ouvir, nem falar de Deus e de seu amor para conosco. Trocam Deus por si mesmos ou pelos pecados.
As ovelhas conhecem seu pastor. Naquele tempo os pastores deixavam suas ovelhas num só redil, à noite, com vigias. De manhãzinha eles vinham e as chamavam pelos nomes (as ovelhas líderes). As ovelhas líderes de cada rebanho o seguiam ao ouvir seus nomes, e as demais daquele rebanho as seguiam.
Nós conhecemos nosso pastor, Jesus Cristo? Conhecemos os que agem em nome dele, nossos párocos, por exemplo?
v.7- Jesus é a porta das ovelhas, ou seja, para apascentar legitimamente o rebanho, é preciso passar por Jesus, como em João 21,15-17, em que Pedro, antes de ser enviado para apascentar as ovelhas, é perguntado por Jesus se o amava.
v.8- provavelmente aqui está se referindo aos fariseus.
v.10- trata-se, aqui, da vida eterna.
v. 14 - conhecer, aqui, implica num amor profundo, mais íntimo que o amor comum entre amigos.
v.16- Jesus vai conduzi-las não ao redil judaico, mas ao seu rebanho, para conduzi-las, na verdade, à vida eterna. "Haverá um só rebanho" é uma utopia que pode ser realizada, se quisermos.
v.18- Jesus dá sua vida livremente; ninguém a poderia tirar, se ele não permitisse. Como Deus que é, ele só morreu porque deixou-se prender e matar. Jesus poderia, se quisesse, evitar a morte, mas aí não teria obedecido ao Pai, ou seja, não teria vivido plenamente a vida humana que era o seu objetivo. A Bíblia de Jerusalém comenta: "daí vem essa serena majestade, essa completa liberdade diante da morte". (Veja João 12,27: "Foi precisamente para esta hora (da morte) que vim").
Aliás, essa foi uma das tentações que Jesus sofreu por parte do maligno: mudar seu objetivo e não se deixar matar.
v.26-Para crer em Jesus é preciso aderir interiormente a ele, amar a verdade e confiar plenamente em suas palavras.
v.30- Jesus é a terceira pessoa da Santíssima Trindade, tão Deus quanto o Pai e o Espírito Santo.
v.37- Os milagres e ensinamentos de Jesus atestam que ele é Deus, além de ser 100 por cento homem.
v.39- Um exemplo das tantas vezes que Jesus escapou das mãos deles.
v.4- Esse milagre apressará a morte de Jesus, que também seria sua glorificação. Veja João 12,31-32.
v.23-24- Este trecho é um ensinamento sobre a ressurreição final.
v.35- Jesus chorou- Jesus era homem normal, com todos os sentimentos que temos. Só não foi igual a nós no pecado.
v.45-54- resolveram matar Jesus e o próprio Lázaro, para que não se espalhasse a notícia de sua ressurreição. Eis a cegueira que leva ao inferno: recusar-se a aceitar os sinais evidentes que Deus nos dá de sua existência, de seu amor e de seu convite a que participemos da vida eterna!
v.54- Jesus evitava morrer antes da hora.
v.1- Última semana da vida pública de Jesus. João narra pormenorizadamente como o fez na primeira semana da vida pública de Jesus, em 2,1s. Jesus, agora, não faz mais os "sinais", ou seja, as curas.
v.7- Precisamos ter muito cuidado para não interpretarmos mal este trecho. Muitas pessoas acham que o trecho permite enfeites suntuosos nas igrejas (=o perfume) em detrimento dos pobres. Não é isso! Diz São João Crisóstomo (veja na 2ª leitura do ofício das leituras do sábado da 21ª semana comum): "Que proveito haverá se a mesa de Cristo estiver coberta de taças de ouro e ele próprio (na pessoa do pobre) estiver morrendo de fome? Sacia primeiro o faminto e, depois, do que sobrar, adorna sua mesa. Fazes um cálice de ouro e não dás um copo de água?(...) Se vês alguém que precisa de alimento e deixando-o, vais rodear a mesa de ouro, será que Deus te agradecerá ou, ao contrário, se indignará?"
Esse trecho está aí para lembrar que Maria valorizou plenamente a Jesus entre eles, e nós precisamos valorizar sua presença nos pobres e necessitados...
v.10- A atitude dos chefes dos sacerdotes poderia ser diferente, a de conversão à palavra de Jesus, mas o interesse de poder e monetário os impediam a isso. Podemos refletir aqui quantas vezes deixamos de mudar para melhor nossas atitudes por causa de nossas pendências e apegos financeiros ou de poder!
Se algo não estiver dando certo em sua vida, e o caminho alternativo que você vê é de retrocesso em sua vida econômica e financeira, não pense duas vezes! Aceite recomeçar da estaca zero! Quantos suicídios isso não teria evitado!
v.13- O "rei de Israel" aqui se refere ao rei messiânico, o Messias que estavam esperando. Eles pensavam que Jesus fosse tomar o poder pela força. Só depois da ressurreição e de Pentecostes é que perceberam a "novidade" das atitudes de Jesus.
v. 19- Perceba a inveja dos fariseus!
v.20- São os não judeus, que abraçaram o monoteísmo de Israel e, em certa medida, as observâncias de Moisés. São os "tementes a Deus" de Atos 10,2.
v.26- "Onde estou eu, aí também estará o meu servo", ou seja, na Glória do Pai. Confira Jo 14,3; 17,24.
v.28 - A Bíblia de Jerusalém comenta: "Jesus se oferece à morte para realizar a obra que glorificará o Pai, manifestando o seu amor pelo mundo (Jo 17,6)".
v.30 - Muitas coisas que aconteceram entre Jesus e o Pai não são conhecidas nossas. Aliás, ninguém sabe plenamente qual é o relacionamento que o outro tem com Deus, por mais íntimo amigo sejam. Nosso encontro com Deus é único e indescritível!
v.31- O diabo é o príncipe deste mundo (dos que não acreditam ou não querem se unir a Deus de modo verdadeiro). Por suas mentiras (o diabo é mentiroso por natureza), ele é a causa de todas as desordens morais. O reino de Cristo, pelo contrário, é o do amor que gera a vida (BJ).
v.32- Se fossem os judeus que matassem Cristo, ele seria apedrejado. Executado pelos romanos, foi "elevado" sobre a cruz, primeiro passo que deveria levá-lo à direita do Pai. O modo como Jesus foi morto tinha, portanto, valor de símbolo. Veja Jo 18,32-32 (BJ).
v.42-43- Muitos dos que acreditaram em Jesus, eram dependentes economicamente da sinagoga e não se arriscavam a segui-lo para não perder a fonte de sustento. Como isso é atual, não acham?
v.1- A vida e a morte de Jesus são vistas, aqui, sob o sinal do amor que ele tem aos seus. É como um segredo, cuja revelação plena está reservada para os últimos momentos.
v.2- Não se trata da refeição pascal de que falam Mateus 26,17s e paralelos. Confira João 13,29: achavam que Jesus teria pedido a Judas que comprasse o necessário para a festa, ou seja, para a Ceia Pascal, que, portanto, ainda não estaria acontecendo.(BJ).
"Quando o diabo..." Precisamos ter muito cuidado para não nos deixarmos levar pelas tentações.
v. 5- Esse traje de Jesus e essa função de lavar os pés era própria dos escravos. Veja 1ª Samuel 25,41.
v.6-11- Menção doo sacramento do Batismo, que purifica do pecado. Os conceitos "limpo" e "puro", em grego, são significados pela mesma palavra.
v.12- Preste atenção, aqui, que Jesus tirou o manto, mas não se diz nada que ele tivesse tirado a toalha. Isto pode significar que ele continua, de certo modo, a "lavar nossos pés", quando nos perdoa e acolhe.
v.14-Ato simbólico de partilha, de estar a serviço e de amor mútuo. Cuidar do irmão. É o que importa e o que nos vai levar ao céu. Tudo o mais pode ser apenas conversa fiada.
v.16- Se Jesus sofreu, Deus também permitirá que nós soframos, em reparação de nossos pecados e talvez até dos pecados alheios, e para que consigamos nos reconduzir ao bom caminho. O sofrimento é purificador e, como diz Hebreus 12,10b, "nos purifica, a fim de que Deus possa nos transmitir sua santidade". Se eu vou pegar um pouco de perfume que meu amigo trouxe da França, vou lavar meticulosamente o frasco em que vou colocar o perfume, a fim de que não haja outros odores que estraguem o aroma especial do outro.
v.19- "Eu Sou" - é o nome de Deus revelado a Moisés.
v. 27- Satã quis defender o seu reino, fazendo morrer Jesus, mas, por ironia do plano divino, é subindo à cruz que Jesus o venceu! (BJ).
v.29- "para a festa"=para a Ceia Pascal.
v.30- "Era noite" - símbolo para mostrar que Judas agora pertence ao mundo das trevas, porque deixou-se iludir por Satanás. Veja Lucas 22,53.
v.31- "Agora" - a paixão já começou, com a saída de Judas da sala. (BJ).
v.32- "Em si mesmo"= o Pai, que acolherá Jesus em sua glória.
v.33- "Não podeis ir", ou seja, a não ser pela morte.
v.34- O mandamento é considerado "novo", apesar de já estar na lei mosaica, pela perfeição a que Jesus o faz atingir (BJ). É o distintivo dos cristãos!
v.1- Há pessoas que creem em Deus, mas não creem em Jesus, ou seja, que Jesus seja Deus, como os muçulmanos, judeus, mórmons, testemunhas de Jeová, budistas. Eles não creem na divindade de Jesus e, por consequência, não creem na Santíssima Trindade.
v.2- Jesus nos garante a existência do paraíso, a que todos somos convidados. Temos uma "morada" reservada lá. Pena que ela nunca vai ser ocupada por aqueles que recusam Deus em sua vida! Peço sempre a Deus que eu não esteja no número dessas pessoas.
v.3- Jesus voltará no juízo final, mas dessa vez, glorioso; não mais como um homem limitado pela natureza.
v.4-6- Jesus é ao mesmo tempo o Caminho, a Verdade e a Vida, nossa única comunicação com o Pai. Mesmo quando nos dirigimos diretamente ao Pai, é por meio de Jesus que o fazemos, pois ele assumiu nossa natureza humana justamente para se esse elo de ligação entre nós e Deus.
v.7-11- Deus é infinito e só conseguimos vê-lo totalmente em Jesus Cristo, que é homem e Deus verdadeiro e por isso pode ser visto e abrangido por nossa vista.
v.12-14- Jesus, glorificado no céu, não é mais limitado, mas todo poderoso, e pode nos ajudar em plenitude. Quanto a fazer tudo o que lhe pedimos, é preciso lembrar que Deus nunca nos dá aquilo que, de certa forma, pode nos afastar da salvação eterna. Isso é justamente porque ele nos ama!
v.15- Até na vida normal, do dia a dia, isso é verdadeiro: sempre levamos a sério a pessoa que amamos e que nos ama!
v.16-17- O Espírito Santo, que recebemos no Batismo como vida, e na Crisma, como força.
v.18- Deus sempre está conosco. Nós é que às vezes nos afastamos dele pelo pecado. Como diz o nosso papa Francisco, Deus nunca se cansa de perdoar. Nós é que nos cansamos de pedir perdão!
v.20- Estamos enxertados em Cristo, como o ramo que está enxertado na videira.
v.21- Fazer a vontade de Deus, guardar os mandamentos, é a maior prova de amor. É a "porta" que abre nossa comunicação com Deus, como no Apocalipse 3,20: "Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele comigo".
Amar a Deus, antes de tudo, é deixar que ele nos ame, deixar que ele faça conosco o que quiser. Diz um bispo (esqueci quem disse isso) "Deus nos aceita como somos para nos transformar naquilo que ele quer que sejamos".
v.23- "Faremos nele morada"= nós nos tornaremos templos de Deus, templos da Santíssima Trindade!
v.26- O Espírito Santo anima e dá vida à Igreja. A Igreja nasceu no dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre os que seguiam Cristo e os santificou, os fez entender tudo o que ele havia ensinado.
v.27- A paz que Cristo nos dá não se baseia na "sombra e água fresca", mas na confiança de que não estamos sozinhos e de que nada nos poderá perturbar se Deus estiver conosco. "Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa. Deus nunca muda. A paciência tudo alcança. A quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta! (Parte da poesia de Santa Teresa D'Ávila). A fé nos dá confiança e segurança.
Aconteça o que nos acontecer, sabemos estar nas mãos misericordiosas e poderosas de Deus. É isto o que importa.
v.28- O Pai não é, realmente, maior do que Jesus, enquanto Deus. Os testemunhas de Jeová se apoiam neste versículo para dizer que Jesus não é Deus. Não é bem assim! Enquanto Jesus estava no mundo, ele, como 100% homem, ao mesmo tempo continuando sempre 100% Deus, estava sujeito às necessidades humanas: frio, fome, calor, cansaço, medo, nudez, ir ao banheiro (ou o que correspondia ao banheiro), tomar banho etc. Nesse sentido, enquanto homem sujeito a tudo isso, ele estava numa posição inferior ao Pai. Mas, ao morrer, tudo isso acabou e ele ficou plenamente Deus e homem, mas sem nenhuma fraqueza ou necessidade. Veja a respeito Filipenses 2,6-10: "Jesus Cristo não se apegou ciosamente a ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens (...), humilhando-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz".
V.1-3- O critério para saber se existe a comunhão entre o cristão (=ramo) e Cristo é dado pelos frutos, ou seja, pela observância dos mandamentos e pelo amor fraterno.
v.2- Deus nos permite os sofrimentos e as provações para "podar", "limpar", a fim de que demos mais frutos ainda do que daríamos sem estes obstáculos.
"Todo crescimento é sempre acompanhado de tensões, de desequilíbrios, tanto no campo fisiológico como no social, no político, no religioso" (Missal dominical).
v.5- "Sem mim, nada podeis fazer". Não poderia ser mais clara essa frase. "Sem Deus, a criatura se reduz a nada" (Lumen Gentium).
v.10- É cumprindo os mandamentos, ou seja, vivendo sem pecados e atuando na comunidade, é que permaneceremos no amor de Deus.
v.12- É amando o próximo que mostramos que amamos a Deus.
v. 14-15- Se praticarmos o que Jesus nos manda, não seremos mais tidos como servos, mas como seus amigos.
v. 16- A vocação é dada por Deus; não somos nós que a escolhemos. Nosso "sim" sempre é uma resposta à iniciativa de Deus. E como diz o evangelho, Deus nunca "se arrepende" pela vocação e pelos dons que nos deu.
v. 18-21- Se perseguiam Jesus, perseguirão também aos que o seguirmos, e estarão perseguindo o próprio Jesus em nós.
v.22- Conhecer a Palavra de Deus nos dá maior responsabilidade em sermos santos. "A quem se deu muito, também se pedirá muito".
v.1- Como os apóstolos, nós também não podemos nos escandalizar pelas coisas negativas que vemos na Igreja ou nos que seguem a Cristo. Nem sempre o caminho é forrado de rosas! Ao encontrarmos os espinhos, não desanimemos!
v2- Muitos fazem o mal pensando estar fazendo a coisa certa. Nisto é um privilégio termos o papa e a Igreja como centro de referência das coisas em que cremos!
v. 8-10- A "cegueira" do mundo é o seu pecado. Praticar a justiça não é odiar, mas amar (ver 1 Jo2,29).
v. 20- Tristeza da Paixão, alegria de rever o Cristo ressuscitado.
v.24- Porque Jesus ainda não fora glorificado.
v. 32- "Eu não estou só"... Jesus nunca se sentia só porque sentia o Pai junto dele. A solidão provém da sensação de que ninguém está conosco. Nunca haverá solidão se sentirmos Jesus conosco. Jesus estava menos só quando rezava sozinho ao Pai do que quando estava no meio da multidão.
v. 33- Coragem! Jesus venceu o mundo. Mundo, aqui, designa os que não o aceitam.
V.3- Cuidado com a interpretação deste versículo. Deve ser entendido como 1 João 20, em que diz que Jesus é "o Deus verdadeiro". Aqui está escrito assim para não contrariar a fé no Deus único. É um texto escrito posteriormente, por um judeu-cristão (BJ).
v.5- Aqui é mostrado claramente a divindade de Jesus Cristo, co-eterno com o Pai e o Espírito Santo.
v.6- O Nome que Jesus revelou é o de "Pai". Veja o versículo 1.
v.9- O mundo, para S. João, tem dois sentidos: um sentido positivo, ou seja, o universo, e outro negativo, que é o dos que não querem saber de Deus. E este último é que é aqui mencionado.
v.11- Jesus pede que nós sejamos "um" como ele e o Pai são "um só". Já pensou nisso? Quanto ainda falta para que nós sejamos "um" como Deus o é na Santíssima Trindade?
v.15- Deus nos permite o sofrimento e as tentações, mas nos ajuda e nos protege, nos livra do pecado, se lhe pedirmos isso.
v.17- "santifica-os"= separar-nos para Deus, consagrar-nos para Deus.
v.20- Preste atenção que Jesus, aqui, está pedindo por nós e por toda a Igreja de todos os tempos! Veja a insistência para que sejamos um como a Santíssima Trindade é um só Deus: "para que sejam perfeitos na unidade" (v.23). Se formos perfeitos na unidade, os que não têm fé também acabarão crendo em Deus!
v.24- "Onde eu estiver, também eles estejam comigo". Lembre-se de que Jesus, antes de voltar para o céu, esteve pregado numa cruz!
- A PAIXÃO
v.6- Como já dissemos antes, a tradução literal é "Eu Sou". Alusão ao Nome divino que Jesus leva consigo (veja 8,24) e cuja majestade aterroriza os adversários. Se Jesus é preso, é, portanto, porque ele o permite. Veja João 10,17-18; Mt 26,53 (BJ).
v12- A coorte era um destacamento da guarnição romana de Jerusalém.
v.22-23- Jesus não deu a outra face, como dissera no Sermão da Montanha. Isso mostra que "dar a outra face" é um conselho simbólico, para nos dizer que não devemos levar adiante uma provocação, uma discussão, e não guardarmos ódio nem sentimentos de vingança. Não significa, pois, deixar que nos judiem.
v.28- Entrar na casa de um pagão (gentio) constituía uma impureza legal que impedia a participação na Páscoa. Veja Atos 11,2s (BJ).
v.31- Os romanos tinham cassado ao Sinédrio o direito de vida e de morte. Da parte dos judeus, Jesus teria sido apedrejado e não crucificado (elevado). Veja João 8,59;10,31(BJ).
V.38- A verdade é Jesus Cristo em pessoa. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.
v.8-"De onde és tu" = Pilatos não queria de fato saber de que país ou território Jesus tinha vindo, mas de sua origem misteriosa. Pilatos acha-se em face do mistério de Jesus (veja cap. 16,v.28; cap17v. 25), objeto de todo o evangelho (veja cap.1, 13).
v.11 Se Pilatos estava fazendo aquilo, é porque Deus o estava permitindo; caso contrário, não teria nenhuma chance. "Quem a ti me entregou": os chefes judeus, principalmente Caifás (veja 11,51s; 18,14), mas também , que o entregou a estes (veja 6,71; 13,2.11.21; 18,2.5).
v.14- Dia em que se preparava a ceia pascal, que segundo Êxodo 12,6, devia realizar-se depois do pôr-do-sol. Preparava-se também todo o necessário para passar a festa no repouso prescrito pela lei (BJ).
Sexta hora seria meio-dia, hora em que tudo o que era fermentado devia desaparecer das casas, dando lugar aos ázimos da páscoa (veja Êxodo 12,15s). Pode ser que o evangelista queira salientar essa coincidência (veja 1 Cor.5,7).
v.23- A menção da túnica ser sem costura talvez seja porque a do sumo sacerdote devia ser sem costura lembrando, assim, o sacerdócio de Cristo na cruz.
Mas, penso eu, mostra também o carinho e o cuidado com que Maria tratava seu Filho, pois tudo naquele tempo era artesanal, feito em casa. A túnica foi certamente feita por Maria.
v.25- Não era irmã, mas parente. Maria era filha única. Na Bíblia não se usa a palavra "primo, mas "irmão" para parentesco próximo. Pode ser Salomé, mãe dos filhos de Zebedeu. Confira Mateus 27,56, ou então a que logo se segue, "Maria, mulher de Cléopas".
v.26-27- Diz a bíblia de Jerusalém que aqui, a palavra "mulher" e o contexto parecem significar que o evangelista vê aqui um ato que transcende a simples piedade filial: a proclamação da maternidade espiritual de Maria, a nova Eva, sobre os fiéis, representados pelo discípulo amado. Veja 15,10-15.
Eu vejo, neste trecho, uma prova clara de que Maria não teve outros filhos. Caso ela os tivesse, seria obrigatório para eles cuidarem da mãe, segundo as leis vigentes. Confira, por exemplo, em 1Tim5,4; Deut 5,16; Mt15,4. João, que a recebeu por mãe, não era seu parente, o que mostra que Jesus não tinha outros irmãos, mas apenas primos próximos e parentes. Escrevi mais detalhadamente sobre isso no nosso catecismo "O Cristão Católico", que você encontra neste site (ou blog).
v.30- "Está consumado" - a obra do Pai, como foi anunciada pela Escritura: a salvação do mundo pelo sacrifício de Cristo.
"Entregou o espírito" pode também estar mencionando o início da efusão do Espírito Santo, como em 20,22: "pousou sobre eles..."
v.31- Os ossos eram quebrados para acelerar a morte dos crucificados.
v.34- "Sangue e água" = O sangue testemunha a realidade do sacrifício do cordeiro imolado para a salvação do mundo. A água, símbolo do Espírito, sua fecundidade espiritual. Numerosos Padres dos primeiros tempos, com fundamento, viram na água o símbolo do Batismo; no sangue, o da Eucaristia e, nesses dois sacramentos, o sinal da Igreja, nova Eva, que nasce do novo Adão. Veja sobre isso Efésios 5,23-32 (BJ).
v35- S. João, do versículo 26.
v. 37- "Olharão..."= João vê, aqui, a adesão dos gentios ao cristianismo (BJ).
v.1- Esse dia tornou-se o "Dia do Senhor", o domingo cristão. Veja em Apocalipse 1,7: "No dia do Senhor..."
v.9- João não cita texto algum. Ele quer lembrar que os discípulos não se achavam preparados para a revelação pascal, apesar das Escrituras. Veja Lucas 24,27;; 32,44-45.
v.11-18= Gosto de meditar sobre o fato de que Maria Madalena, que viu Jesus ressuscitado em primeiro lugar, havia sido pecadora (muitos negam isso por não estar bem claro na bíblia) e por ter sido possuída por muitos demônios e libertada deles por Cristo (isto é verdadeiro e comprovado). Fica aqui (e é nisso que medito sempre) o fato de que somos, sim, perdoados por Deus, sempre que pedirmos perdão, e podemos sempre recomeçar, seja qual for o tipo de pecado que tenhamos cometido. Nunca desanimar! É o diz o nosso já tão querido papa Francisco: "Deus nunca se cansa de perdoar. Nós é que nos cansamos de pedir perdão!". Quanto ao vers. 17, em Mateus 28,9 lemos que Maria Madalena lançou-se aos pés de Jesus para abraçá-los.
v.22- As palavras "sopro e "espírito", em hebraico são a mesma palavra, princípio de vida (Jo 6,63). É um verbo raro, como em Gênesis 2,7. Confira Sabedoria 15,11. Cristo ressuscitado dá aos discípulos o Espírito que realiza uma espécie de re-criação da humanidade. Possuindo desde já esse princípio de vida, o homem passou da morte à vida (5,24), não morrerá jamais (8,51)(BJ).
v.23- Para saber qual pecado pode ou não ser perdoado, o pecador precisa falar dele ao confessor; daí o costume da nossa confissão com o padre. Veja que Jesus não diz que o pecador não seria "perdoado", mas o pecado seria "retido", até que o pecador se arrependa e se comprometa a não mais pecar.
v.27- "no meu lado"= veja 19,34
v.29- De certa forma, estamos incluídos nesse "os que não viram e creram". Os apóstolos têm por missão especial dar testemunho da ressurreição de Jesus e mesmo de toda a sua vida pública (veja Atos 1,8). A missão dos apóstolos estende-se ao universo. Ver também Isaías 45,14
v. 30- Aqui se entende o valor da tradição oral, completamente desprezada pelos não católicos.
Este relato funde dois episódios primitivamente distintos: uma pesca milagrosa (veja Lucas 5,4-10) e uma refeição pós-pascal (veja Lucas 24,41-43). Eles são ligados pelo versículo 10 (BJ).
v.11- Como Lucas 5,10, João dá valor simbólico ao relato. Os peixes representam os futuros discípulos de Jesus. O nº 153 é número triangular (gênero de cômputo bem conhecido na antiguidade) cuja base é 17, ou seja, 10x7, que significam a multidão e a totalidade. A rede que não se rompe simboliza a Igreja da qual Pedro será pastor (veja os versículos 15-17, que confirmam isso)(BJ).
v.17- Pedro viu, nisso, uma lembrança de sua tríplice negação. À tríplice profissão de amor de Pedro, Jesus responde por tríplice investidura. Ele confia a Pedro o encargo de, em seu nome, reger o rebanho. Veja também Mateus 16,18; Lucas 22,31s. Há um costume semítico (próprio daquele povo) de que a tríplice repetição seja sinal de compromisso, contrato em boa e devida forma. Sobre isso, veja Gênesis 23,7-23 (BJ).
v.19- A palavra "segue-me" sempre era usada por Jesus para convidar alguém a se tornar seu discípulo. Aqui, Pedro é chamado a seguir Jesus até à morte. Veja o v. 18 e o cap. 13,36. (BJ)