CRITÉRIOS ULTRASSONOGRÁFICOS PARA O DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO TÓPICA INVIÁVEL
Em 2011, pesquisadores europeus encontraram resultados falso positivos para gestacão inviável considerando os critérios diagnósticos ultrassonográficos preconizados até aquele momento. Baseados em um estudo multicêntrico que avaliou mais de 2000 mulheres em 2015, propuseram critérios ultrassonográficos mais conservadores e seguros, associados à uma especificidade de 100%, alguns deles já adotados por sociedades científicas internacionais como o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists e o American College of Radiology.
Entre os critérios sugeridos estão:
Em um estudo ultrassonográfico inicial:
Saco gestacional vazio com diâmetro médio ≥ 25 mm
Embrião com CCN ≥ 7 mm --- sem atividade cardíaca
Em estudos ultrassonográficos repetidos:
Embrião presente (independentemente do tamanho) sem atividade cardíaca em um exame inicial --- se no exame repetido com intervalo mínimo de 7 dias não visibilizada atividade cardíaca.
Gestação sem embrião visível (com ou sem vesícula vitelínica) e saco gestacional com diâmetro médio < 12 mm --- se no exame repetido com intervalo mínimo de 14 dias não visibilizada atividade cardíaca e o diâmetro médio do saco não dobrar.
Gestação sem embrião visível (com ou sem vesícula vitelínica) e saco gestacional com diâmetro médio ≥ 12 mm --- se no exame repetido com intervalo mínimo de 7 dias não visibilizado embrião com atividade cardíaca.
* O National Institute for Health and Care Excellence (NICE) recomenda que, quando os critérios acima listados estão presentes em uma ultrassonografia inicial, antes de concluir o diagnóstico, um segundo examinador deve checar os achados e/ou a ultrassonografia deve ser repetida em 7 dias.
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Coagulo e Restos ovulares (1)
Identifica-se imagem ecogênica, heterogênea, localizada no interior da cavidade uterina, medindo 3,0 x 1,0 cm, sugestiva de sangue, coágulos e restos ovulares em pequena quantidade.
(2)
Observa-se conteúdo no interior da cavidade endometrial com 10 mm de espessura, relacionável a sangue/restos ovulares.
Gestação interrompida (aborto retido), com biometria compatível com @ semanas.
Observa-se saco gestacional de contornos levemente irregulares, com implantação tópica, contendo embrião de @ mm de comprimento crânio-caudal, sem batimentos cardíacos. As vilosidades placentárias com inserção normal.
Vesícula vitelínica hipotrófica.
Colo uterino de aspecto normal, fechado.
DESCOLAMENTO OVULAR
Presença de pequena coleção laminar hipoecóica adjacente ao contorno inferior do saco gestacional, medindo 1,3 x 0,9 x 0,4 cm de diâmetro.
Presença de coleção hipoecóica, envolvendo cerca de 60% do contorno do saco gestacional, medindo cerca de 2,1 x 0,5 x 0,6 cm. Nota-se ainda outra pequena coleção hipoecóica localizada na adjacência do saco gestacional, 0,6 x 0,6 cm.
COLEÇÃO RETROCORIÔNICA
Observa-se coleção retrocoriônica e parcialmente retroplacentária (margem inferior) no nível do contorno inferior do saco gestacional, medindo cerca de 4,6 x 3,4 x 0,7 cm (volume estimado em 5,7 cm³).
DESCOLAMENTO PLACENTÁRIO
Observa-se hematoma heterogêneo intraplacentário, adjacente à borda anterior da placenta, contendo material hiperecogênico (sangue), medindo 10,3 x 10,0 x 3,6 cm.
GESTAÇÃO ANEMBRIONADA
Saco gestacional tópico, implantado na região fúndica, com contornos irregulares, medindo 2,0 x 1,3 x 1,2 cm (diâmetro médio: 1,5 cm).
Não caracterizamos embrião no presente exame.
GESTAÇÃO ECTÓPICA
Na região anexial esquerda, contíguo ao ovário esquerdo, observa-se saco gestacional que mede 6,4 x 2,8 x 2,5 cm de diâmetro, contendo pólo embrionário que mede 2,4 cm de comprimento, apresentando batimentos cardíacos presentes.
PLACENTA DE IMPLANTAÇÃO BAIXA
Zona de placentação homogênea. A placenta recobre o óstio cervical interno, com insinuação marginal.
Placenta com inserção corporal postero-lateral esquerda, com grau 0 de maturação, com espessura de 2,0 cm, insinuando-se no segmento inferior do útero, margeando o óstio cervical interno, sem recobrí-lo.
OI ABERTO
Colo uterino medindo 3,6 cm em seu comprimento. Canal endocervical virtual, porém observa-se abertura do óstio cervical interno, que mede 0,6 cm de diâmetro.
HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA
Estômago tópico, notando-se, porém, continuidade do mesmo com imagem cística supradiafragmática, localizada na projeção do hemitórax esquerdo, junto aos grandes vasos (aorta e veia cava inferior). Nesta região observa-se aparente solução de continuidade através do diafragma, estando suas outras regiões preservadas.
CISTOS PULMONARES
Observa-se pelo menos duas imagens císticas, contíguas, de contornos regulares e conteúdo anecóico, localizadas na região posterior do hemitórax esquerdo, medindo 1,3 cm e 1,1 cm de diâmetro, sem evidências de fluxo adjacente.
DOPPLER
A ausência de incisura, no traçado das artérias uterinas sugere considerar outras causas, diferentes da pré-eclâmpsia, para explicar o quadro hipertensivo da gestante.
A incisura protodiastólica, quando apenas unilateral, não costuma configurar indicativo patológico.
A incisura protodiastólica, quando apenas unilateral, não costuma ter conotação patológica. No entanto, a diferença maior que 0,10, entre os índices de resistência de ambas as artérias uterinas, justifica uma observação mais estreita, do ponto de vista clínico e complementar.
O achado de incisura protodiastólica, em artérias uterinas, pode ser fisiológico nesta idade gestacional. Sob julgamento clínico, poderia ser conveniente reavaliar com estudo Doppler com *** semanas, por USG obstétrico com Doppler.
A incisura protodiastólica bilateral, em artérias uterinas, persistente ainda nesta idade gestacional, sugere reatividade vascular aumentada em circulação útero-placentária. A vigilância clínica pode flagrar, em metade dos casos, alterações características no ganho ponderal e nas cifras pressóricas.
A alteração no Doppler de umbilicais, com preservação do Doppler de cerebrais, sugere quebra da homeostase materno-fetal, ainda sem hipoxemia. Sob julgamento clínico, poderia ser conveniente reavaliar com *** semanas, por US obstétrico com Doppler.
Estudo colordoppler do leito materno-fetal estudado evidencia sinais de centralização hemodinâmica fetal.
A "centralização" hemodinâmica do concepto apresenta estreita correlação com hipoxemia fetal. Sob julgamento clínico, e considerado as condições de berçário disponíveis, poderia ser conveniente (ou dispensável) a associação com métodos biofísicos, tais como cardiotocografia, e/ou estudo Doppler do ducto venoso.
Estudo colordoppler do leito materno-fetal evidencia sinais de pré-centralização (perfil hemodinâmico fetal normal, associado à redução da impedância do leito vascular cerebral fetal.