Sacrifício e Espiritismo

Perguntas e Respostas

1. O que significa a palavra sacrifício?

Sacrifício – Do latim sacrificium significa o que está relacionado ao ato de fazer com que alguma coisa se torne sagrada. Sacrificar é converter em sagrado o objeto que será dado em oferta. É o ato principal de todo culto religioso; é a oferta feita à divindade em certas cerimônias solenes. Sacrificar-se é crescer; quem cede para os outros adquire para si mesmo.

2. Como o sacrifício pode ser visto no processo histórico?

Na Antiguidade, os sacrifícios de animais, crianças, virgens e prisioneiros de guerra eram corriqueiros. No Antigo Testamento, os sacrifícios eram considerados dons sagrados. Abraão, por exemplo, por ordem de Deus, quis imolar o seu filho Isaac em holocausto e que depois foi substituído por um carneiro. No Novo Testamento, a instituição antiga dos sacrifícios cede lugar ao sacrifício pela Cruz do Cristo. Numa acepção mais contemporânea, há o holocausto alemão praticado ao povo judeu.

3. O que simboliza a morte de Cristo na Cruz?

A morte de Jesus na Cruz representa o móvel da redenção da Humanidade. Por isso, dizemos que Ele é o "Mestre por excelência: ofereceu-se-nos por amor, ensinou até o último instante de sua vida, fez-se o exemplo permanente em nossos corações e nos paroxismos da dor, pregado no madeiro ignominioso, perdoou-nos as defecções de maus aprendizes". (Equipe da FEB)

4. Qual o significa simbólico da cruz?

O símbolo da cruz, em que juntam o céu e a terra, foi enriquecido prodigiosamente pela tradição cristã, condensando nessa imagem a história da salvação e a paixão do Salvador. A cruz simboliza o Crucificado, o Cristo, o Salvador, o Verbo, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. Ela é mais do que uma figura de Jesus, ela se identifica com sua história humana, com a sua pessoa. Enquanto no passado havia o "olho por olho e dente por dente", Jesus ensinou-nos a oferecer a outra face, quando numa delas alguém nos batesse. Enquanto no passado ofereciam-se animais, crianças, alimentos, Jesus oferece-nos um único mandamento: cada qual deve carregar a sua cruz.

5. Por que deve se sacrificar o adepto sincero do cristianismo?

É que toda a ideia nova custa a aclimatar no coração humano. Observe a sentença: "Não vim trazer a paz, mas a espada". Ela ainda não foi entendida. Jesus não nos convidou a guerrear com os nossos semelhantes; advertiu-nos, sim, que a sua doutrina traria cisões, porque os que não compreendessem o Novo Mandamento poderiam entrar em contradição com o seu pai, o seu filho, a sua esposa e os seus vizinhos.

6. No que se fundamenta a coragem para o sacrifício?

A coragem para o sacrifício fundamenta-se no deixar o conhecido, o lugar conquistado, a comodidade do pensamento vulgar para se aventurar na busca de novos ensinamentos, novas experiências e novos rumos na vida. "A coragem para o sacrifício está em acreditar poder de novo outra vez. Poder sempre inaugurar um novo sentido, ou mesmo repetir o feito e de novo realizar. É dispor-se à vida que se vive e se realiza vivendo, e compreender que nesse jogo de viver e realizar jogar o incerto e o inesperado, e que assim devem ser acolhidos". (Pizzolante, 2008, p. 188)

7. O sacrifício é auto-imposição?

Não. O sacrifício não é auto-imposição, mas uma disposição para a abnegação, que é o afastar-se da arrogância do ficar no já conquistado. O sacrifício assemelha-se à dor do parto, pois a mãe sofre, mas em seguida vê o rebento vir à luz, que lhe dá grande alegria. Em nosso caso, o parto refere-se à ideia nova, tal qual Sócrates fazia na Antiguidade, quando ensinava na praça pública. Sadi, por outro lado, dizia-nos: "A paciência é uma planta de raízes assaz amargas, mas de frutos dulcíssimos".

8. Como analisar o ressentimento?

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan kardec ensina-nos que o sacrifício mais agradável a Deus é o do Ressentimento. Ele expressa o pensamento da seguinte forma: "Antes de se apresentar a ele para ser perdoado, é preciso ter perdoado, e que, se cometeu injustiça contra um dos seus irmãos, é preciso tê-la reparado; só então a oferenda será agradável, porque virá de um coração puro de todo o mau pensamento" (1984, cap. X, p.134.) Em outras palavras, antes de entrarmos no templo do Senhor devemos purificar o nosso coração, porque assim teremos mais condições de entrar em perfeita conexão com os Espíritos superiores e deles receber inspirações para as nossas boas ações.

9. Qual é o sacrifício mais agradável a Deus?

O melhor sacrifício ainda não é a morte pelo martírio, ou pelo infamante opróbrio dos homens, mas aquele que se realiza com a vida inteira, pelo trabalho e pela abnegação sincera, suportando todas as lutas na renúncia de nós mesmos, para ganhar a vida eterna de que nos falava o Senhor em suas lições divinas. (Equipe da Feb)

10. O médium deve se sacrificar?

O trabalhador da seara mediúnica não raro registrará as seguintes questões: por que o meu caminho é de sofrimento? Por que a minha vida está repleta de dor? Onde estão os benfeitores espirituais? Por que eles não vêm aliviar as minhas amarguras? Lembremo-nos de que Jesus ensinou que a cruz é o símbolo da redenção do cristão. Os mensageiros de luz vêm apenas estimular as nossas ações dizendo que deveríamos pegar a nossa cruz e caminhar com ela, tanto quanto forem os passos que a divindade nos impuser. E por maior sejam os sacrifícios que teremos de suportar, não cortemos um pedaço dela, porque poderá fazer falta quando tivermos que usá-la como ponte para atravessar o rio.

(Reunião de 17/10/2009)

Fonte de Consulta

ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa: Verbo, [s. d. p.]

EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro: FEB, 1995.

GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.].

PIZZOLANTE, Romulo. A Filosofia e a Coragem para o Sacrifício. In: MEES, L. e PIZZOLANTE, R. (org.). O Presente do Filósofo: Homenagem a Gilvan Fogel. Rio de Janeiro: Mauad X, 2008. (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/sacrif%C3%ADcio-e-espiritismo?authuser=0 )


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Sacrifício e Espiritismo

Sacrifício – Do latim sacrificium significa o que está relacionado ao ato de fazer com que alguma coisa se torne sagrada. Sacrificar é converter em sagrado o objeto que será dado em oferta. É o ato principal de todo culto religioso; é a oferta feita à divindade em certas cerimônias solenes. Sacrificar-se é crescer; quem cede para os outros adquire para si mesmo.

Na Antiguidade, os sacrifícios de animais, crianças, virgens e prisioneiros de guerra eram corriqueiros. No Antigo Testamento, os sacrifícios eram considerados dons sagrados. Abraão, por exemplo, por ordem de Deus, quis imolar o seu filho Isaac em holocausto e que depois foi substituído por um carneiro. No Novo Testamento, a instituição antiga dos sacrifícios cede lugar ao sacrifício pela Cruz do Cristo. Numa acepção mais contemporânea, há o holocausto alemão praticado ao povo judeu.

A morte de Jesus na Cruz representa o móvel da redenção da Humanidade. O símbolo da cruz, em que juntam o céu e a terra, foi enriquecido prodigiosamente pela tradição cristã, condensando nessa imagem a história da salvação e a paixão do Salvador. A cruz simboliza o Crucificado, o Cristo, o Salvador, o Verbo, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. Ela é mais do que uma figura de Jesus, ela se identifica com sua história humana, com a sua pessoa. Enquanto no passado havia o “olho por olho e dente por dente”, Jesus ensinou-nos a oferecer a outra face, quando numa delas alguém nos batesse. Enquanto no passado ofereciam-se animais, crianças, alimentos, Jesus oferece-nos um único mandamento: cada qual deve carregar a sua cruz.

Filosoficamente, a coragem para o sacrifício fundamenta-se no deixar o conhecido, o lugar conquistado, a comodidade do pensamento vulgar para se aventurar na busca de novos ensinamentos, novas experiências e novos rumos na vida. “A coragem para o sacrifício está em acreditar poder de novo outra vez. Poder sempre inaugurar um novo sentido, ou mesmo repetir o feito e de novo realizar. É dispor-se à vida que se vive e se realiza vivendo, e compreender que nesse jogo de viver e realizar jogar o incerto e o inesperado, e que assim devem ser acolhidos”. (Pizzolante, 2008, p. 188)

Cumpre observar que o sacrifício não é auto-imposição, mas uma disposição para a abnegação, que é o afastar-se da arrogância do ficar no já conquistado. O sacrifício assemelha-se à dor do parto, pois a mãe sofre, mas em seguida vê o rebento vir à luz, que lhe dá grande alegria. Em nosso caso, o parto refere-se à ideia nova, tal qual Sócrates fazia na Antiguidade, quando ensinava na praça pública. Sadi, por outro lado, dizia-nos: “A paciência é uma planta de raízes assaz amargas, mas de frutos dulcíssimos”.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan kardec ensina-nos que o sacrifício mais agradável a Deus é o do Ressentimento. Ele expressa o pensamento da seguinte forma: “Antes de se apresentar a ele para ser perdoado, é preciso ter perdoado, e que, se cometeu injustiça contra um dos seus irmãos, é preciso tê-la reparado; só então a oferenda será agradável, porque virá de um coração puro de todo o mau pensamento” (1984, cap. X, p.134.) Em outras palavras, antes de entrarmos no templo do Senhor devemos purificar o nosso coração, porque assim teremos mais condições de entrar em perfeita conexão com os Espíritos superiores e deles receber inspirações para as nossas boas ações.

O trabalhador da seara mediúnica não raro registrará as seguintes questões: por que o meu caminho é de sofrimento? Por que a minha vida está repleta de dor? Onde estão os benfeitores espirituais? Por que eles não vêm aliviar as minhas amarguras? Lembremo-nos de que Jesus ensinou que a cruz é o símbolo da redenção do cristão. Os mensageiros de luz vêm apenas estimular as nossas ações dizendo que deveríamos pegar a nossa cruz e caminhar com ela, tanto quanto forem os passos que a divindade nos impuser. E por maior sejam os sacrifícios que teremos de suportar, não cortemos uma pedaço dela, porque poderá fazer falta quando tivermos que usá-la como ponte para atravessar o rio.

O sacrifício mais agradável a Deus é aquele em que o individuo se coloca abertamente para aceitar, sem desânimo e sem reclamações, a determinação dos Espíritos de luz acerca de sua missão na terra.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro: FEB, 1995.

KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São Paulo: IDE, 1984.

PIZZOLANTE, Romulo. A Filosofia e a Coragem para o Sacrifício. In: MEES, L. e PIZZOLANTE, R. (org.). O Presente do Filósofo: Homenagem a Gilvan Fogel. Rio de Janeiro: Mauad X, 2008. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2009/09/sacrificio-e-espiritismo.html)


Em Forma de Palestra

Sacrifício e Espiritismo

1. Introdução

Qual o significado de sacrifício? Sacrifício é sofrimento? É dor? Qual é o sacrifício mais agradável a Deus? Que subsídios a Doutrina Espírita nos oferece para a compreensão deste tema?

2. Conceito

Sacrifício é o ato principal de todo culto religioso, por meio do qual a criatura racional reconhece o supremo domínio do Criador sobre a sua pessoa, mediante uma oferenda sensível que significa a oferenda interior. (Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura)

Ato ou efeito de sacrificar, oferta feita à divindade em certas cerimônias solenes. (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira)

O sacrifício é a prova máxima por que passam os Espíritos que se encaminham para Deus, pois por meio dele se redimem das derradeiras faltas, inundando-se de luminosidades inextinguíveis. Sacrificar-se é crescer; quem cede para os outros adquire para si mesmo. (Equipe da FEB)

3. Histórico

Na Antiguidade, diversos povos utilizavam os sacrifícios – de animais, crianças, virgens, prisioneiros de guerra – para fazerem as suas oferendas aos deuses. No Antigo Testamento, os livros sagrados designavam os sacrifícios como algo santo, como oferenda, como um dom sagrado. Abraão, por exemplo, por ordem de Deus, quis imolar o seu filho Isaac em holocausto e que depois foi substituído por um carneiro. No Novo Testamento, a instituição antiga dos sacrifícios chega ao fim. Jesus imprime outra cultura sacrifical, que é o sacrifício de si mesmo, com a morte na Cruz, dando início a uma nova forma de fé religiosa. A sua morte na Cruz simboliza a redenção dos pecados da humanidade. Numa acepção mais contemporânea, há o holocausto alemão praticado ao povo judeu, sobre a égide da bandeira nazista, mostrando a força sanguinária da gestapo, amparada pela tirania de Hitler.

4. Sacrifício e Jesus

4.1. A Missão de Jesus

De acordo com os cânones religiosos, Jesus é o Espírito mais elevado que já reencarnou neste Planeta de provas e expiações. Pode-se dizer que era médium de Deus. Tinha a missão de dirigir os destinos da Terra. Para isso, era preciso mudar o nível mental dos seus habitantes. Por isso, não perdeu nenhuma oportunidade de nos passar um ensinamento, para que pudéssemos adentrar em uma nova forma de vida, a verdadeira vida, ou seja, a vida espiritual. A Sua morte na Cruz representa o móvel da redenção da Humanidade. Por isso, dizemos que Ele é o "Mestre por excelência: ofereceu-se-nos por amor, ensinou até o último instante de sua vida, fez-se o exemplo permanente em nossos corações e nos paroxismos da dor, pregado no madeiro ignominioso, perdoou-nos as defecções de maus aprendizes". (Equipe da FEB)

4.2. A Cruz

O símbolo da cruz, em que juntam o céu e a terra, foi enriquecido prodigiosamente pela tradição cristã, condensando nessa imagem a história da salvação e a paixão do Salvador. A cruz simboliza o Crucificado, o Cristo, o Salvador, o Verbo, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. Ela é mais do que uma figura de Jesus, ela se identifica com sua história humana, com a sua pessoa. Enquanto no passado havia o "olho por olho e dente por dente", Jesus ensinou-nos a oferecer a outra face, quando numa delas alguém nos batesse. Enquanto no passado ofereciam-se animais, crianças, alimentos, Jesus oferece-nos um único mandamento: cada qual deve carregar a sua cruz.

4.3. Ideia Nova

Toda a ideia nova custa a aclimatar no coração humano. A sentença "não vim trazer a paz mas a espada" ainda não foi bem entendida. Jesus não nos convidou a guerrear com os nossos semelhantes; advertiu-nos, sim, que a sua doutrina traria cisões, porque os que não compreendessem o novo mandamento poderiam entrar em contradição com o seu pai, o seu filho, a sua esposa e os demais semelhantes, até que, com o tempo, os novos ensinamentos fossem perenemente sedimentados em sua mente e em seu coração.

5. Sacrifício e Filosofia

5.1. Coragem para o Sacrifício

A filosofia ensina-nos que o ser humano deve se preparar, ter coragem para suportar o sofrimento. A coragem fundamenta-se no deixar o conhecido, o lugar conquistado, a comodidade do pensamento vulgar para se aventurar na busca de novos ensinamentos, novas experiências, novos rumos em sua curta existência na terra. "A coragem para o sacrifício está em acreditar poder de novo outra vez. Poder sempre inaugurar um novo sentido, ou mesmo repetir o feito e de novo realizar. É dispor-se à vida que se vive e se realiza vivendo, e compreender que nesse jogo de viver e realizar jogar o incerto e o inesperado, e que assim devem ser acolhidos". (Pizzolante, 2008, p. 188)

5.2. Liberdade

Abrindo mão do lugar conquistado, o ser humano insere-se no campo da incerteza, no acaso. Assemelha-se à noção de esperança, pois o que espera não tem certeza do que espera, mas assim mesmo espera. Tem uma convicção íntima que alcançará o esperado. Em se tratando do sacrifício pela liberdade, o indivíduo deve largar a suposta segurança e a tentativa de controlar a sua vida, para que possa viver mais intensamente. É somente através do sacrifício que o homem acha a sua liberdade. O sacrifício é o fundamento de toda e qualquer evolução da espécie humana.

5.3. Abnegação

Não se deve pensar o sacrifício como auto-imposição, mas uma disposição para a abnegação, que é o afastar-se da arrogância do ficar no já conquistado. O sacrifício assemelha-se à dor do parto, pois a mãe sofre, mas em seguida vê o rebento vir á luz e tudo fica esquecido. Em nosso caso, o parto refere-se à ideia nova, tal qual Sócrates fazia na Antiguidade, quando ensinava no ágora, ou seja, na praça pública. Sadi, por outro lado, já nos dizia que "A paciência é uma planta de raízes assaz amargas, mas de frutos dulcíssimos".

6. Sacrifício e Espiritismo

6.1. Ressentimento

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan Kardec ensina-nos que o sacrifício mais agradável a Deus é o do Ressentimento. Ele expressa o pensamento da seguinte forma: "Antes de se apresentar a ele para ser perdoado, é preciso ter perdoado, e que, se cometeu injustiça contra um dos seus irmãos, é preciso tê-la reparado; só então a oferenda será agradável, porque virá de um coração puro de todo o mau pensamento" (1984, cap. X, p.134.) Em outras palavras, antes de entrarmos no templo do Senhor devemos purificar o nosso coração, porque assim teremos mais condições de entrar em perfeita conexão com os Espíritos superiores e deles receber inspirações para as nossas boas ações.

6.2. O Melhor Sacrifício

O melhor sacrifício ainda não é a morte pelo martírio, ou pelo infamante opróbrio dos homens, mas aquele que se realiza com a vida inteira, pelo trabalho e pela abnegação sincera, suportando todas as lutas na renúncia de nós mesmos, para ganhar a vida eterna de que nos falava o Senhor em suas lições divinas. (Equipe da Feb)

6.3. Guardemos Confiança

Decerto ouviremos muitas interrogações acerca de nossa conduta espírita, porque os obstáculos e as dificuldades serão sem monta. O trabalhador da seara mediúnica não raro registrará as seguintes questões: por que o meu caminho é de sofrimento? Por que a minha vida está repleta de dor? Onde estão os benfeitores espirituais? Por que eles não vêm aliviar as minhas amarguras? Lembremo-nos de que Jesus ensinou que a cruz é o símbolo da redenção do cristão. Os mensageiros de luz vêm apenas estimular as nossas ações dizendo que deveríamos pegar a nossa cruz e caminhar com ela, tanto quanto forem os passos que a divindade nos impuser. E por maior sejam os sacrifícios que teremos de suportar, não cortemos uma pedaço dela, porque poderá fazer falta quando tivermos que usá-la como ponte para atravessar o rio.

7. Conclusão

O sacrifício mais agradável a Deus é aquele em que o individuo se coloca abertamente para aceitar, sem desânimo e sem reclamações, a determinação dos Espíritos de luz acerca de sua missão na terra.

8. Bibliografia Consultada

ENCICLOPÉDIA LUSO-BRASILEIRA DE CULTURA. Lisboa: Verbo, [s. d. p.]

EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro: FEB, 1995.

GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.].

PIZZOLANTE, Romulo. A Filosofia e a Coragem para o Sacrifício. In: MEES, L. e PIZZOLANTE, R. (org.). O Presente do Filósofo: Homenagem a Gilvan Fogel. Rio de Janeiro: Mauad X, 2008.

São Paulo, agosto de 2009.



 Notas do Blog

Mártir

Jesus é o protótipo do mártir. Pela voluntariedade do seu sacrifício, deu o testemunho supremo da sua fidelidade à missão que o Pai lhe confiou. Dizia: "Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade" (cf. Ap 1,5; 3,14). (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2015/10/martir.html)

Dor e Sofrimento

Na antiguidade, os papiros do Egito e os documentos da Pérsia descreviam a ocorrência da dor e o desenvolvimento de medidas para o seu controle. Como naquela época a dor era atribuída aos maus espíritos, a Medicina era exercida pelos sacerdotes, que empregavam remédios naturais, sacrifício e prece para aliviar a dor. Os primeiros instrumentos analgésicos vieram da observação dos animais, que se banhavam em barro para proteger-se das picadas dos insetos e comiam plantas para se purgar. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2010/01/dor-e-sofrimento.html)

Quem me Segue não Anda nas Trevas

O Espírito Emmanuel, comentando esta passagem, fala-nos que quando Cristo designou os seus discípulos como sendo a luz do mundo, assinalou-lhes tremenda responsabilidade na Terra. É que a chama da candeia gasta o óleo do pavio. Nesse sentido, o Cristão sem espírito de sacrifício é lâmpada morta no santuário do Evangelho. Recomenda-nos, assim, não nos determos em conflitos ou perquirições sem proveito, visto que a luz não argumenta, mas sim esclarece e socorre, ajuda e ilumina. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2009/11/quem-me-segue-nao-amda.html)


Dicionário

Sacrifício. Como ação ritual, o sacrifício simboliza, entre outras coisas, uma renúncia aos bens terrenos em prol de uma união com Deus, deuses ou antepassados (entretanto, é ao mesmo tempo uma ação com objetivos mágicos). Também são muitos difundidos os sacrifícios sacramentais em forma de banquetes, em que somente uma parte das dádivas (normalmente animais imolados) é consumida pelo fogo e o resto é comido em comum pelos ofertantes, assinalando a comunidade sacramental e, ao mesmo tempo, a ligação com Deus, deuses etc. C. G. Jung interpretou determinados animais imolados, por exemplo, o touro nos cultos a Mitra, como símbolo de uma vitória da espiritualidade do homem sobre sua animalidade. (1)

(1) LEXIKON, Herder. Dicionário de Símbolos. Trad. Erlon José Paschoal. São Paulo: Cultrix, 1997.


Pensamentos

"Dar um gosto ao corpo é dar armas a um inimigo." (Autor desconhecido)

"A terra deixada à vontade só dá cardos e espinhos." (Autor desconhecido)

"Cada missão tem um sofrimento correspondente." (Autor desconhecido)

"Quem vence sem perigo triunfa sem glória." (Autor desconhecido)

"O herói é aquele que, tendo de escolher entre o medo e a morte, se liberta do medo lutando." (Autor desconhecido) 

"Os fortes são mais fortes quando lutam sozinhos." (Autor desconhecido)

"A sabedoria não se encontra na terra daqueles que levam uma vida suave." (Bíblia, Livro de Job) 

"Vencer não é nada, se não se teve muito trabalho; fracassar não é nada se se fez o melhor possível." (Nadia Boulanger, pianista) 

"Há que tornar a ungir os cavalos guerreiros e levar a luta até ao fim; porque quem nunca descansa, quem com o coração e o sangue pensa em conseguir o impossível, esse triunfa." (I Ching)

"Não te fies de mim, se te faltar valentia." (Inscrição gravada num antigo punhal)

"Quem não sobe nas altas montanhas, não conhece a planície."(Provérbio Chinês)

"Os nossos desejos são como crianças pequenas: quanto mais lhes cedemos, mais exigentes se tornam." (Provérbio Chinês) 

"Há alguém em mim a quem eu combato para me elevar." (Saint-Exupéry) 

"Só conseguirá compreender o que é uma propriedade quem lhe tiver sacrificado uma parte de si próprio, quem tiver lutado para a salvar e sofrido para lhe dar beleza." (Saint-Exupéry) 

"O êxito não se consegue só com qualidades especiais. É sobretudo um trabalho de constância, de método e de organização." (J. P. Sergent) 

"A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela: é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau." (Mark Twain)

"Somos mais pais do nosso futuro do que filhos do nosso passado." (Miguel de Unamuno)


Mensagem Espírita

Sacrifício

Não cogites de eliminar da órbita das atividades a que te vinculas, objetivando a redenção do próprio espírito, o sacrifício, que é cantinho de redenção.

Todos os pés que transitam pelas dificuldades aprendem a contornar obstáculos e a vencer impedimentos. As mãos que se calejam no afã sublime da produtividade perdem a sensibilidade às coisas vãs que agradam a cobiça e a insensatez, e o corpo, em geral, disciplinado pela continência e educado na contenção, transforma-se em veículo dúctil e nobre ao cumprimento dos deveres superiores da vida.

Sacrifício é, também, atestado inequívoco de devoção ao bem e à verdade.

Examina a história dos crucificadores e vê-los-ás triunfantes sob o aplauso da ilusão enlouquecida, carregados em triunfo momentaneamente, enquanto os crucificados permanecem em silêncio. Logo, porém, eles passam e aqueles que foram as suas vítimas levantam-se do olvido para perpetuarem, através do martírio de que foram instrumento, os ideais nobilitantes da vera Humanidade.

*

Falar-te-ão da necessidade de poupares as tuas energias quando aplicadas ao Bem; conclamar-te-ão à inutilidade do nada e à vaidade enganosa, como explicando a nulidade do investimento homem, nos turbulentos dias da atualidade; estimular-te-ão emoções grosseiras, o cultivo de idiossincrasias, fazendo-te aferrado ao azedume, à intolerância e à perniciosidade.

Outras bocas apresentarão aos teus ouvidos os convites da felicidade, qual estupefaciente que absorvido produz o sonho ilusório, antecedendo o despertar da crua e inditosa realidade...

Quando, porém, fascinado pela quimera perceberes o engôdo em que caíste e desejares retornar; quando descobrires que tudo não passou de um sonho de loucura acalentado numa hora de angústia; ao perceberes que estes na Terra e que por enquanto o Planeta se mantém sob o fragor das provações e o sopro dos sofrimentos e desejares buscar aqueles que foram comparsas da tua desdita, possivelmente não os encontrarás receptivos nem ateveis ao teu lado...

Consultados dir-te-ão: "Não sabias? Que esperavas do mundo, tu que emboscaste o Cristo no coração e o atiraste fora, no lodo da paixão? Agora, caro amigo, é contigo".

Verificarás, então, somente na via da soledade, o peso do remorso e o travo de amargura sem nome. Nessa hora, todavia, com sacrifício te imporás o recomeço difícil e necessário.

Sacrifica-te, pois, antes, renunciando, não cedendo ao mal, olvidando vaidades e superstições. Sacrifica à vida a tua vida para que a paz te entesoure as moedas da harmonia interior.

Chegarás, depois, à conclusão do porque Ele, teu Amigo Divino, preferiu o sacrifício a todo instante, desde as palhas úmidas de um estábulo pobre, às jornadas a pé sob sol causticante, o encontro e a convivência com as pessoas mal cheirosas dos caminhos, em regime de misericórdia para com os pecadores e infelizes até a hora da cruz de ignomínia e de horror, sacrificando-se sempre para a fulguração perene como Rei Excelso em plena Glória Solar.

*

"O reino dos céus é tomado à fôrça, e os que se esforçam, são os que o conquistam". Mateus: capítulo 11º, versículo 12.

*

"O verdadeiro devotamento consiste em não temer a morte, quando se trate de ser útil, em afrontar o perigo, em fazer, de antemão e sem pesar, o sacrifício da vida se for necessário" O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 5º - Item 29, parágrafo 2.(FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 27.)

Com Amor

“E, sobre tudo isto, revesti-vos de caridade, que é o vínculo da perfeição.” — Paulo. (Colossenses, 3:14.)

Todo discípulo do Evangelho precisará coragem para atacar os serviços da redenção de si mesmo.

Nenhum dispensará as armaduras da fé, a fim de marchar com desassombro sob tempestades.

O caminho de resgate e elevação permanece cheio de espinhos.

O trabalho constituir-se-á de lutas, de sofrimentos, de sacrifícios, de suor, de testemunhos.

Toda a preparação é necessária, no capítulo da resistência; entretanto, sobre tudo isto é indispensável revestir-se nossa alma de caridade, que é amor sublime.

A nobreza de caráter, a confiança, a benevolência, a fé, a ciência, a penetração, os dons e as possibilidades são fios preciosos, mas o amor é o tear divino que os entrelaçará, tecendo a túnica da perfeição espiritual.

A disciplina e a educação, a escola e a cultura, o esforço e a obra, são flores e frutos na árvore da vida, todavia, o amor é a raiz eterna.

Mas, como amaremos no serviço diário?

Renovemo-nos no espírito do Senhor e compreendamos os nossos semelhantes.

Auxiliemos em silêncio, entendendo a situação de cada um, temperando a bondade com a energia, e a fraternidade com a justiça.

Ouçamos a sugestão do amor, a cada passo, na senda evolutiva.

Quem ama, compreende; e quem compreende, trabalha pelo mundo melhor. (XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB, capítulo 5)