Divórcio

Perguntas e Respostas

1) O que se entende por divórcio?

Casamento é qualquer projeto de vida em comum entre pessoas de sexos diferentes. O divórcio é o rompimento legal do casamento. Diz-se também das dissensões entre marido e mulher ou entre amigos. Exemplo: dado o seu mau caráter, está em divórcio com todos.

2) Qual a diferença entre divórcio e repúdio?

Os romanos tinham duas formas: divortium (que dependia do consentimento de ambos os cônjuges); repudium (repúdio), que dependia da vontade de um dos cônjuges.

3) Como era o casamento e o divórcio na Roma antiga?

Na Roma antiga, era costume casar-se e descasar-se. As mulheres contavam os anos pelo número de maridos. César, por exemplo, repudiou sua mulher com a simples alegação de que “a mulher de César não deve ser suspeita a ninguém”. Observava-se, também, que era uma honra para a mulher ter tido um único marido. Nesse caso, em seu túmulo ia a seguinte lápide: “não teve senão um marido”.

4) Como estão as estimativas de casamento e divórcio no Brasil e no mundo?

Nos Estados Unidos, 50% dos casamentos acabam em divórcio. Na União Européia, a cada 30 segundos um casamento é dissolvido. Por cada dois casamentos, há um que se rompe. De acordo com Censos e pesquisas do Registro Civil do IBGE, o número de divorciados no Brasil tem aumentado ao longo do tempo. Em 1980 houve 41.140 divórcios; em 1991, 378.469; em 2000, 2.319.595. Esses números representaram, respectivamente, 0,03, 0,26 e 1,37% da população. Presentemente, a cada 6 novos casamentos há 1 divórcio.

5) Qual é a definição do direito canônico sobre a indissolubilidade do casamento?

A definição dada para a indissolubilidade é: “A propriedade em virtude da qual o matrimônio não pode dissolver-se, senão pela morte de um dos cônjuges”. (conf. Can., 1118)

6) Para os judeus, o divórcio aparece em que citação bíblica?

O divórcio como direito masculino é encontrado em Deut. 24, 1-4. O item 24,1 está assim descrito: “Quando um homem tomar uma mulher, e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar cousa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na sua mão, e a despedirá de sua casa”.

7) Onde buscar os argumentos cristãos no novo testamento?

As convicções cristãs estão firmadas nas próprias palavras do Cristo, que só no adultério via motivo para o divórcio (Mat., 19,9)

8) Deve-se facilitar o divórcio entre as criaturas?

O Espírito Emmanuel, comentando a passagem evangélica sobre o divórcio, diz-nos que “partindo do princípio de que não existem uniões conjugais ao acaso, o divórcio, a rigor, não deve ser facilitado entre as criaturas”. Entende-se que o regime monogâmico é o que melhor se presta para a evolução do ser encarnado.

9) Não separar o que Deus uniu. Comente. 

No casamento, o que é de Natureza Divina é a união dos sexos e a Lei do Amor para operar a renovação dos seres que morrem; mas as condições que regulam essa união são de ordem humana, sujeita aos costumes de cada povo. 

10) Que tipo de reflexão o Espírito André Luiz nos faz acerca da noção de lar?

O Espírito André Luiz, no livro Nosso Lar, diz-nos que o lar é como um triângulo reto nas linhas do plano de evolução divina. “A reta vertical é o sentimento feminino, envolvido nas inspirações criadoras da vida. A reta horizontal é o sentimento masculino, em marcha de realizações no campo do progresso comum. O lar é o sagrado vértice onde o homem e a mulher se encontram para o entendimento indispensável”.

(Reunião de 11/09/2010) (https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/div%C3%B3rcio-e-espiritismo?authuser=0 )


Texto Curto no Blog

Divórcio

O casamento é qualquer projeto de vida em comum entre pessoas de sexos diferentes. O divórcio é o rompimento legal do casamento. “Os Fariseus tiveram por dura a condição do matrimônio não admitir divórcio, alegando que melhor era não casar”. Diz-se também das dissensões entre marido e mulher ou entre amigos. Exemplo: dado o seu mau caráter, está em divórcio com todos.

Na Roma antiga, era costume casar-se e descasar-se. Na época, as mulheres contavam os anos pelo número de maridos. César, por exemplo, repudiou sua mulher com a simples alegação de que “a mulher de César não deve ser suspeita a ninguém”. Observava-se, também, que era uma honra para a mulher ter tido um único marido. Nesse caso, em seu túmulo ia a seguinte lápide: “não teve senão um marido”.

Nos Estados Unidos, 50% dos casamentos acabam em divórcio. Na União Européia, a cada 30 segundos um casamento é dissolvido. Por cada dois casamentos, há um que se rompe. De acordo com Censos e pesquisas do Registro Civil do IBGE, o número de divorciados no Brasil tem aumentado ao longo do tempo. Em 1980 houve 41.140 divórcios; em 1991, 378.469; em 2000, 2.319.595. Esses números representaram, respectivamente, 0,03, 0,26 e 1,37% da população. Presentemente, a cada 6 novos casamentos há 1 divórcio.

Tratando-se de Religião: 1) de acordo com o direito canônico, a indissolubilidade do matrimônio cristão adquire particular firmeza em razão do sacramento; 2) o divórcio como direito masculino é encontrado em Deut. 24, 1-4; 3) em virtude da facilidade de dissolução do casamento no Império Romano, os cristãos acabaram aceitando com facilidade a indissolubilidade do matrimônio. As suas convicções estão firmadas nas próprias palavras do Cristo, que só no adultério via motivo para o divórcio. (Mat., 19,9)

O Espírito Emmanuel, comentando a passagem evangélica sobre o divórcio, diz-nos que “partindo do princípio de que não existem uniões conjugais ao acaso, o divórcio, a rigor, não deve ser facilitado entre as criaturas”. A Divina Providência jamais prescreve princípios de violência. Caso optemos pela separação, talvez estejamos adiando os reajustes para uma futura encarnação.

De acordo com o Espiritismo, o divórcio é uma lei humana que tem por fim separar legalmente o que está separado de fato; não é condenável perante Deus, pois, ele trata de legitimar o que já está separado, isto é, regular separações onde não há amor, mas somente a união dos sexos ou de interesses materiais.

Saibamos que em nosso planeta, há raríssimas uniões de almas gêmeas, poucos matrimônios de almas afins e grande número de ligações de resgate. Tenhamos, assim, paciência e resignação e adiemos o máximo possível a ruptura de uma união matrimonial. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2010/08/divorcio-e-espiritismo.html)


Em Forma da Palestra

Divórcio e Espiritismo

1. Introdução

Este tema será exposto mediante o seguinte esquema: definição de casamento e divórcio, números estatísticos acerca do divórcio, posição da religião e alguns subsídios espíritas para uma melhor compreensão deste grave problema social.

2. Conceito

Casamento. É qualquer projeto de vida em comum entre pessoas de sexos diferentes. O casamento pode ser visto como uma instituição natural, contratual e social.

Divórcio. É o rompimento legal do casamento. “Os Fariseus tiveram por dura a condição do matrimônio não admitir divórcio, alegando que melhor era não casar”. Diz-se também das dissensões entre marido e mulher ou entre amigos. Exemplo: dado o seu mau caráter, está em divórcio com todos.

3. Considerações Iniciais

O divórcio já existe desde longa data. Na Roma antiga, era costume casar-se e descasar-se. Os romanos tinham duas formas: divortium (que dependia do consentimento de ambos os cônjuges); repudium (repúdio), que dependia da vontade de um dos cônjuges.

Diz-se que na época, as mulheres contavam os anos pelo número de maridos. César, por exemplo, repudiou sua mulher com a simples alegação de que “a mulher de César não deve ser suspeita a ninguém”. Observava-se, também, que era uma honra para a mulher ter tido um único marido. Nesse caso, em seu túmulo ia a seguinte lápide: “não teve senão um marido”.

Ao longo do tempo, intercalaram-se justificativas religiosas e jurídicas acerca do casamento e do divórcio. No Brasil, o divórcio existe desde 1977. Arethuza Silva, em 28/12/1977, foi a primeira mulher a se divorciar.

4. Números Estatísticos sobre o Divórcio

4.1. Estados Unidos

De acordo com o Departamento de Saúde dos Estados Unidos e com o Centro de Serviços Humanos para Controle e Prevenção de Doenças, a taxa anual de divórcio era 4.1 a cada 1000 habitantes em 2001, enquanto havia 8.2 casamentos a cada 1000 pessoas naquele mesmo ano. Uma simples conta revela que 50% dos casamentos acabam em divórcio. Em 2002, essa taxa melhorou um pouco para 3.9 divórcios a cada 8.1 casamentos. No entanto, em 2003, podemos ver os números piorando novamente: 4.0 e 7.9, fazendo a porcentagem como maior do que 50%. Esses números não incluem estatísticas de Califórnia, Havaí, Indiana, Luisiana ou Oklahoma. Apenas em Califórnia, apesar deles não revelarem as estatísticas de divórcio, as estimativas mostram que cerca de 60-75% dos casamentos acabam em divórcio. (1)

4.2. União Europeia

Na União Europeia, a cada 30 segundos um casamento é dissolvido. Por cada dois casamentos, há um que se rompe.

Portugal foi o país da Europa dos 15 com maior crescimento do número de divórcios entre 1995 e 2004. Passou de 12.322 para 23.348, ou seja, mais 89,4%. Curiosamente, no grupo dos estados com maior aumento da taxa de divórcio entre 1995-2004, a Portugal seguem-se a Itália (62%) e a Espanha (59%). Isto é, países do Sul da Europa, de tradição mais conservadora. Segundo o Eurostat, que para ambos os países só disponibiliza números até 2003, a Itália passou de 27.038 separações definitivas em 1995, para 43.856. (2)

4.3. Brasil 

De acordo com Censos e pesquisas do Registro Civil do IBGE, o número de divorciados no Brasil tem aumentado ao longo do tempo. Em 1980 houve 41.140 divórcios; em 1991, 378.469; em 2000, 2.319.595. Esses números representaram, respectivamente, 0,03, 0,26 e 1,37% da população. Presentemente, a cada 6 novos casamentos há 1 divórcio.

5. Divórcio diante da Religião

5.1. O Direito Canônico

De acordo com o direito canônico, a indissolubilidade do matrimônio cristão adquire particular firmeza em razão do sacramento. A definição dada para a indissolubilidade é: “A propriedade em virtude da qual o matrimônio não pode dissolver-se, senão pela morte de um dos cônjuges”. (conf. Can., 1118)

5.2. O Divórcio entre os Judeus

O divórcio como direito masculino é encontrado em Deut. 24, 1-4. O item 24,1 está assim descrito: “Quando um homem tomar uma mulher, e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar cousa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na sua mão, e a despedirá de sua casa”. Houve escolas diferentes de interpretação judaica deste texto bíblico. O rabi Xamai limitava a causa justa do divórcio à infidelidade, enquanto o rabi Hilel legitimava outros motivos, como a mulher deixar queimar a comida destinada ao marido. (GEPB)

5.3. O Divórcio no Novo Testamento

Em virtude da facilidade de dissolução do casamento no Império Romano, os cristãos acabaram aceitando com facilidade a indissolubilidade do matrimônio. As suas convicções estão firmadas nas próprias palavras do Cristo, que só no adultério via motivo para o divórcio (Mat., 19,9)

Paulo, em I Cor. 7, descreve diversas regras para o casamento. O item 7, 15 “Mas, se o descrente de apartar, aparte-se; porque nesse caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão: mas Deus os chamou para a paz”, deu origem ao “privilégio Paulino” do direito canônico latino, consistindo este na possibilidade de anulação do matrimônio pagão, ou herético, ou realizado sem intenção, deu a Calvino argumento para o divórcio por abandono sofrido pelo cônjuge cristão, de parte do que o não é.

6. Divórcio e Espiritismo

6.1. O Divórcio não Deve Ser Facilitado entre as Criaturas

O Espírito Emmanuel, comentando a passagem evangélica sobre o divórcio, diz-nos que “partindo do princípio de que não existem uniões conjugais ao acaso, o divórcio, a rigor, não deve ser facilitado entre as criaturas”. Entende-se que o regime monogâmico é o que melhor se presta para a evolução do ser encarnado.

O Espiritismo orienta-nos que a Divina Providência jamais prescreve princípios de violência. Nesse caso, cada ser humano tem a liberdade de continuar numa relação matrimonial ou fugir dela, conquanto possa agravar os seus próprios débitos. Convém salientar que todos nós estamos sujeitos à lei de causa e efeito. Se não procurarmos resgatar as nossas dividas na presente encarnação, poderemos adiá-la para as futuras. De qualquer modo, a escolha é sempre nossa.  

6.2. O Divórcio como Lei Humana

No casamento, o que é de Natureza Divina é a união dos sexos e a Lei do Amor para operar a renovação dos seres que morrem; mas as condições que regulam essa união são de ordem humana, sujeita aos costumes de cada povo.

O divórcio é uma lei humana que tem por fim separar legalmente o que está separado de fato; não é condenável perante Deus, pois, ele trata de legitimar o que já está separado, isto é, regular separações onde não há amor, mas somente a união dos sexos ou de interesses materiais. (Kardec, 1984, cap. 22)

6.3. Noções de Lar

O Espírito André Luiz, no livro Nosso Lar, traz-nos uma reflexão sobre a noção de lar. O mentor mostrou que o lar é como um triângulo reto nas linhas do plano de evolução divina. “A reta vertical é o sentimento feminino, envolvido nas inspirações criadoras da vida. A reta horizontal é o sentimento masculino, em marcha de realizações no campo do progresso comum. O lar é o sagrado vértice onde o homem e a mulher se encontram para o entendimento indispensável”. (Xavier, 1978, p. 111)

7. Conclusão

Saibamos que em nosso planeta há raríssimas uniões de almas gêmeas, poucos matrimônios de almas afins e grande número de ligações de resgate. Tenhamos, assim, paciência e resignação e adiemos o máximo possível a ruptura de uma união matrimonial.

8. Bibliografia Consultada

(1) http://www.allaboutlifechallenges.org/portuguese/lidando-com-o-divórcio.htm (em 22/08/2010)

(2) http://jn.sapo.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=549471 (em 22/08/2010)

GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Lisboa/Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [s.d. p.].

XAVIER, F. C. Vida e Sexo, pelo Espírito Emmanuel. 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1978.

XAVIER, F. C. Nosso Lar, pelo Espírito André Luiz. 19. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1978.

São Paulo, 23 de agosto de 2010.


Notas do Blog

Separação

Em se tratando das separações conjugais: 1) O Espírito Emmanuel, comentando a passagem evangélica sobre o divórcio, diz-nos que “partindo do princípio de que não existem uniões conjugais ao acaso, o divórcio, a rigor, não deve ser facilitado entre as criaturas”. Entende-se que o regime monogâmico é o que melhor se presta para a evolução do ser encarnado; 2) O Espiritismo nos ensina que no casamento, o que é de Natureza Divina é a união dos sexos e a Lei do Amor para operar a renovação dos seres que morrem; mas as condições que regulam essa união são de ordem humana, sujeita aos costumes de cada povo. (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2016/01/separacao.html)

Sociologia e Espiritismo

A indissolubilidade do casamento é um fato social e pode ser analisado comparativamente. Os sociólogos estabeleceriam o dogma falacioso da Igreja Católica "O que Deus juntou o homem não separe", mostrando os excessos de população, os costume e os hábitos de alguns povos e a desobediência humana como causas do divórcio. Os Espíritos superiores instruem-nos que há fundamento na frase acima, porém, como o ser humano é dotado de livre-arbítrio, a separação é factível de acontecer. Não são, pois, contrários ao divórcio, contudo advertem-nos que deveríamos automatizar nossas ações na "monogamia", uma forma mais evoluída de convivência humana. (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2008/07/sociologia-e-espiritismo.html)

Ansiedade, Psicologia e Espiritismo

O transtorno de ansiedade é um estado de ansiedade e apreensão contínua e irracional, algumas vezes desencadeando um medo agudo que chega ao pânico. As suas causas são todas as nossas apreensões do dia a dia. De uma lista de aproximadamente 40 itens (com pontuação de 0 a 100), a morte do cônjuge recebeu 100 pontos, o divórcio, 73, a separação conjugal, 65, a aposentadoria, 45. (https://sbgespiritismo.blogspot.com/2011/07/ansiedade-psicologia-e-espiritismo.html)

O Amor Segundo Alguns Filósofos

Para Morus, a condição da mulher na Utopia é muito melhor daquela vivida em sua época. “As mulheres podem participar das atividades bélicas, mesmo se, afirma o filósofo, as melhores guerras são aquelas que não são necessário travar; em algumas circunstâncias podem obter o divórcio e, no caso de praticarem o adultério ou de manterem relações sexuais antes do casamento, são punidas exatamente como os homens”. (http://sbgfilosofia.blogspot.com/2012/02/o-amor-segundo-alguns-filosofos.html)


Sites e Blogs

O Problema do Divórcio: Casamento

“Ouvistes o que foi dito aos antigos : “Quem abandonar sua mulher, dê lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo que quem repudiar sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, a torna adúltera, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.” ( Mateus, 5:31-32 ) Nos primórdios do judaísmo os vínculos matrimoniais eram bastante frágeis. Se o homem chegasse à conclusão de que sua esposa não lhe convinha, até pelo fato de cometer uma falha no preparo da comida, bastava dar lhe carta de divórcio, uma espécie de demissão ou rescisão do contrato matrimonial. Isto bem de acordo com a mentalidade da época, situada a mulher em regime de escravidão.

Por incrível que pareça, a carta de divórcio, instituída por Moisés, representava um progresso, pois regulamentava a separação e dava à repudiada o direito de constituir nova família.

No capítulo 19, do Evangelho de Mateus, Jesus diz, categórico, que semelhante instituição deveu-se à dureza do coração humano.

Ao referir-se ao assunto, no Sermão da Montanha, o Mestre explica que o casamento deve ser indissolúvel, admitindo a separação apenas num caso — a infidelidade —, porque esta destrói as bases fundamentais da união matrimonial: a confiança, a integridade, o respeito, o amor, a dignidade.

A Doutrina Espírita é bastante clara quanto à seriedade do vínculo matrimonial, demostrando que ele é, geralmente, fruto de planejamento espiritual, e que, ao se ligarem, os cônjuges assumem compromissos muito sérios, não tão-somente em relação ao próprio ajuste, mas, particularmente, no concernente aos filhos.

Todo casamento dissolvido representa fracasso dos cônjuges. A separação não faz parte do destino de ambos — é simplesmente uma alternativa, quando a união entra em crise insuperável. O divórcio, nesta circunstância, defendido por Kardec, em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, capítulo 22, limita-se tão-só a reconhecer uma separação já existente. É o mal menor, oferecendo ao casal divorciado a oportunidade de recompor suas vidas e de legalizar sua nova situação perante a sociedade. (http://www.centronocaminhodaluz.com.br/index.php/artigo14230/)

Casamento e Divórcio

Segundo o “mito”, não é certo o divórcio, a separação, perante Deus; mas, segundo entendemos, o que não é certo perante Deus é a infelicidade.

Pergunta-se o que exatamente Jesus quis dizer com “Não separe, pois, o homem o que Deus juntou” se os israelenses daquela época praticavam a poligamia em alta escala e uma mulher podia ser dispensada segundo regras de Moisés.

Mesmo entre os cristãos a poligamia persistiu parcialmente até o século V quando, segundo Santo Agostinho, a Igreja Católica Romana a proibiu para adequar-se à lei greco-romana, que prescrevia uma só esposa legal, tolerando concubinas e prostituição.

O tempo e a evolução dos costumes cuidaram para que a monogamia se estabelecesse, mesmo assim só em pouco mais de 2/3 (dois terços) da humanidade, visto que exclui o Islã, que tolera até 4 esposas.

Nos dois terços que adotam o casamento monogâmico as relações extraconjugais ainda são praticadas por pura sensualidade ou até mesmo por afinidade.

Para entender melhor o assunto, está transcrito a seguir o único trecho do Evangelho (Mateus, cap. XIX, vv. 3 a 9.) em que Jesus supostamente tratou do assunto, não por iniciativa própria, mas porque foi provocado:

“Também os fariseus vieram ter com ele, para o tentarem, e lhe disseram: Será permitido a um homem despedir sua mulher, por qualquer motivo? Ele respondeu: – Não lestes que aquele que criou o homem desde o princípio os criou macho e fêmea e disse: Por esta razão, o homem deixará seu pai e sua mãe e se ligará à sua mulher e não farão os dois senão uma só carne? Assim, já não serão duas, mas uma só carne. Não separe, pois, o homem o que Deus juntou.

Mas, por que então, retrucaram eles, ordenava Moisés que o marido desse à sua mulher um escrito de separação e a despedisse? Jesus respondeu: – Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés permitiu despedísseis vossas mulheres; mas, no começo, não foi assim. Por isso eu vos declaro que aquele que despede sua mulher, a não ser em caso de adultério, e desposa outra, comete adultério; e que aquele que desposa a mulher que outro despediu também comete adultério”.

Na segunda declaração grifada, Jesus diz ser lícito o divórcio em caso de adultério, o que é conflitante com a indissolubilidade da união dita na primeira.

Assim, nem mesmo Jesus consagrou a indissolubilidade absoluta do casamento. Não disse ele: “Foi por causa da dureza dos vossos corações que Moisés permitiu despedísseis vossas mulheres”?

O adultério era o grande mal da época de Moisés

Isso significa que, não sendo a afeição mútua a única determinante do casamento, a separação podia tornar-se necessária. Nesta segunda declaração, Jesus ampliou o conceito de adultério em relação à lei de Iahweh ditada a Moisés. (https://jornalespacoespirita.com.br/site/2018/05/06/casamento-e-divorcio/)


Mensagem Espírita

Casamento e Divórcio 

Divórcio, edificação adiada, resto a pagar no balanço do espírito devedor. Isso geralmente porque um dos cônjuges, sócio na firma do casamento, veio a esquecer que os direitos na instituição doméstica somam deveres iguais.

A Doutrina Espírita elucida claramente o problema do lar, definindo responsabilidades e entremostrando os remanescentes do trabalho a fazer, segundo os compromissos anteriores em que marido e mulher assinaram contrato de serviço, antes da reencarnação.

Dois espíritos sob o aguilhão do remorso ou tangidos pelas exigências da evolução, ambos portando necessidades e débitos, combinam encontro ou reencontro no matrimônio, convencidos de que união esponsalícia é, sobretudo, programa de obrigações regenerativas.

Reincorporados, porém, na veste física, se deixam embair pelas ilusões de antigos preconceitos da convenção social humana ou pelas hipnoses do desejo e passam ao território da responsabilidade matrimonial, quais sonâmbulos sorridentes, acreditando em felicidade de fantasia como as crianças admitem a solidez dos pequeninos castelos de papelão.

Surgem, no entanto, as realidades que sacodem a consciência.

Esposo e esposa reconhecem para logo que não são os donos exclusivos da empresa. Sogro e sogra, cunhados e tutores consanguíneos são também sócios comanditários, cobrando os juros do capital afetivo que emprestaram, e os filhos vão aparecendo na feição de interessados no ajuste, reclamando cotas de sacrifício.

O tempo que durante o noivado era todo empregado no montante dos sonhos, passa a ser rigorosamente dividido entre deveres e pagamentos, previsões e apreensões, lutas e disciplinas e os cônjuges desprevenidos de conhecimento elevado, começam a experimentar fadiga e desânimo, quanto mais se lhes torna necessária a confiança recíproca para que o estabelecimento doméstico produza rendimento de valores substanciais em favor do mundo e da vida do espírito.

Descobrem, por fim, que amar não é apenas fantasiar, mas acima de tudo, construir. E construir pede não somente plano e esperança, mas também suor e por vezes aflição e lágrimas.

Auxiliemos, na Terra, a compreensão do casamento como sendo um consórcio de realizações e concessões mútuas, cuja falência é preciso evitar.

Divulguemos o princípio da reencarnação e da responsabilidade individual para que os lares formados atendam à missão a que se destinam.

Compreendamos os irmãos que não puderem evitar o divórcio porquanto ignoramos qual seria a nossa conduta em lugar deles, nos obstáculos e sofrimentos com que foram defrontados, mas interpretemos o matrimônio por sociedade venerável de interesses da alma perante Deus. (VIEIRA, Waldo. Sol nas Almas, pelo Espírito André Luiz, capítulo 11) 

Ante o Divórcio

Toda perturbação no lar, frustando-lhe a viagem no tempo, tem causa específica. Qual acontece ao comboio, quando estaca indebitamente ou descarrila, é imperioso angariar a proteção devida para que o carro doméstico prossiga adiante.

No transporte caseiro, aparentemente ancorado na estação do cotidiano (e dizemos aparentemente, porque a máquina familiar está em movimento e transformação incessantes), quase todos os acidentes se verificam pela evidência de falhas diminutas que, em se repetindo indefinidamente, estabelecem, por fim, o desastre espetacular.

Essas falhas, no entanto, nascem do comportamento dos mais interessados na sustentação do veículo ou, propriamente, do marido e da mulher, chamados pela ação da vida a regenerar o passado ou a construir o futuro pelas possibilidades da reencarnação no presente, falhas essas que se manifestam de pequeno desequilíbrio, até que se desencadeie o desequilíbrio maior.

Nesse sentido, vemos cônjuges que transfiguram conforto em pletora de luxo e dinheiro, desfazendo o matrimônio em facilidades loucas, como se afoga uma planta por excesso de adubo, e observamos aqueles outros que o sufocam por abuso de sovinice; notamos os que arrasam a união conjugal em festas sociais permanentes e assinalamos os que a destroem por demasia de solidão; encontramos os campeões da teimosia que acabam com a paz em família, manejando atitudes do contra sistemático, diante de tudo e de todos, e identificamos os que a exterminam pelo silêncio culposo, à frente do mal; surpreendemos os fanáticos da limpeza, principalmente muitas de nossas irmãs, as mulheres, quando se fazem mártires de vassoura e enceradeira, dispostas a arruinar o acordo geral em razão de leve cisco nos móveis, e somos defrontados pelos que primam no vício de enlamear a casa, desprezando a higiene.

Equilíbrio e respeito mútuo são as bases do trabalho de quantos se propõem garantir a felicidade conjugal, de vez que, repitamos, o lar é semelhante ao comboio em que filhos, parentes, tutores e afeiçoados são passageiros.

Alguém perguntará como situaremos o divórcio nestas comparações. Divorciar, a nosso ver, é deixar a locomotiva e seus anexos. Quem responde pela iniciativa da separação decerto que larga todo esse instrumental de serviço à própria sorte e cada consciência é responsável por si. Não ignoramos que o trem caseiro corre nos trilhos da existência terrestre, com autorização e administração das Leis Orgânicas da Providência Divina e, sendo assim, o divórcio, expressando desistência ou abandono de compromisso, é decisão lastimável, conquanto às vezes necessária, com raízes na responsabilidade do esposo ou da esposa que, a rigor, no caso, exercem as funções de chefe e maquinista. (XAVIER, Francisco Cândido. Encontro Marcado, pelo Espírito Emmanuel. FEB)

Divórcio

"E Jesus, respondendo, disse-lhes: pela dureza dos vossos corações vos deixou ele escrito esse mandamento." Marcos : 10-5

Comentando o dispositivo aprovado por Moisés, com referência ao divórcio, Jesus tem uma luminosa definição, dentro do assunto.

O Mestre explica sabiamente que a instituição não procedia da esfera de influenciação divina, mas sim, da dureza dos corações humanos.

Quer isso dizer que o divórcio é uma providência oriunda da maldade, a fim de que a maldade não destrua, de todo.

Por melhor defendida pelos argumentos de juízes e sociólogos, a medida, cristãmente considerada, não pode passar disso.

Esse ou aquele cônjuge movimenta o processo separacionista justificando a atitude, com a alegação de que procura evitar o pior; entretanto, isso não constitui senão trama individual, quando não representa insaciedade criminosa.

O casal que procura semelhante recurso não faz mais que adiar o resgate de um débito, agravando os esforços do pagamento, pelas suas noções de irresponsabilidade.

Desdenha-se a possibilidade de hoje, mas não se poderá fugir às imposições de amanhã.

O marido grosseiro ou a esposa ignorante são também campos de trabalho do Senhor, além dos laços poderosos do pretérito que a união conjugal evidencia.

Muita gente busca essa válvula para escapar da experiência útil, entregando-se à variedade viciosa, mas vale-se de uma medida nascida da dureza dos corações humanos e não faz mais que caminhar ao encontro de seus efeitos perniciosos.

Os que se encontram em trânsito, da animalidade para a espiritualidade, devem meditar a lição de Jesus, abandonando a preocupação de meros caçadores de prazer. (XAVIER, Francisco Cândido. Levantar e Seguir, pelo Espírito Emmanuel. GEEM)

Mais mensagens sobre Casamento e Divórcio: http://www.reflexoesespiritas.org/pt/cat/casamento