DOMINGO DA DIVINA MISERICÓRDIA
TEXTOS DAS LEITURAS - CNBB
Salmo Responsorial 117 (118) - R- Dai graças ao Senhor porque ele é bom! Eterna é a sua misericórdia!
2ª Leitura: Apocalipse 1,9-11a.12-13.17-19
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos, com as portas fechadas por medo dos judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio deles. Disse: “A paz esteja convosco”. 20 Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então, se alegraram por verem o Senhor. 21 Jesus disse, de novo: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou também eu vos envio”. 22 Então, soprou sobre eles e falou: “Recebei o Espírito Santo. 23 A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os retiverdes, lhes serão retidos”. 24 Tomé, chamado Gêmeo, que era um dos Doze, não estava com eles quando Jesus veio. 25 Os outros discípulos contaram-lhe: “Nós vimos o Senhor!” Mas Tomé disse: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. 26 Oito dias depois, os discípulos encontravam-se reunidos na casa, e Tomé estava com eles. Estando as portas fechadas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. 27 Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!” 28 Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” 29Jesus lhe disse: “Creste porque me viste? Bem-aventurados os que não viram, e creram!” 30 Jesus fez diante dos discípulos muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. 31 Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.
Hoje é celebrado o domingo da misericórdia. Foi o próprio Jesus que pediu a Santa Faustina que se instituísse este domingo depois da Páscoa para que se torne conhecida no mundo todo a infinita misericórdia divina.
Foi o Santo Papa João Paulo II que acatou o pedido e instituiu esta festa. Santa Faustina viveu no início do século passado e foi canonizada por esse mesmo Papa em 30 de abril de 2000.
Disse Jesus a essa santa: “A alma que recorrer à minha misericórdia não perecerá: Eu, o Senhor, vou defendê-la como minha própria glória, e na hora da morte não virei como um juiz, mas como Salvador. Diga à humanidade sofredora que se refugie em meu Coração Misericordioso e eu a preencherei de paz”.
Entretanto é bom lembrar que a misericórdia divina se estende apenas àqueles que a desejam. Jesus respeita a liberdade de escolha de cada um e não vai obrigá-lo a se converter, a pedir perdão. É uma escolha às vezes dolorosa, mas necessária.
E a conversão que se pede a quem deseja ser absolvido pela misericórdia divina está baseada na humildade, na pureza e simplicidade de vida e no amor pleno a Deus e ao próximo. Quem quiser obter a misericórdia divina é só pedir, mesmo que ainda esteja na lama. Jesus vai dar todas as condições materiais e espirituais para que essa pessoa vença os pecados e se realize na santidade de vida.
No evangelho de hoje vemos como Tomé custou a acreditar na ressurreição de Jesus. Ele só acreditaria vendo e tocando sua mão nas chagas. Jesus não o decepcionou: apareceu no domingo seguinte ao da ressurreição, que seria como este domingo de hoje, e permitiu que Tomé encostasse seus dedos nas chagas. Não consta que Tomé tenha tocado em Jesus. Ele finalmente acreditou.
Segundo o missal dominical, temos três pontos fundamentais: 1- o poder que o Ressuscitado obteve com a ressurreição é transmitido aos discípulos; 2- a fé é um risco. Não se trata de tocar e ver (a incredulidade de Tome), mas de acolher um anúncio que é proclamado; 3- o objetivo a que o evangelista propõe em seu evangelho, como ele diz no final do texto, é obter a fé em Jesus, reconhecendo-o como Cristo e Filho de Deus, e assim fazer com que, pela fé, tenda-se à obtenção da vida eterna.
Jesus, então, lembra que depois que ele fosse definitivamente para o céu, não o veríamos mais fisicamente e todos os que viessem depois disso teriam que acreditar sem ver. Mas chamou-nos de “bem-aventurados”: “Bem-aventurados os que creram sem ter visto”.
Não é fácil pregar o evangelho aos que não conhecem o amor de Deus. É difícil. Mas, com a ajuda divina e nosso empenho para vivermos na humildade, simplicidade, pureza e num amor profundo por Deus e pelo próximo, tudo será possível. O bom exemplo converte muito mais pessoas do que as palavras. E as palavras, se vêm acompanhadas pelo bom exemplo e por uma vida de santidade, também convertem, pois a conversão de uma pessoa que quer se converter mas não encontra forças para isso, é proporcionada pelo próprio Cristo.
A primeira leitura narra os milagres que os apóstolos faziam e como isso empolgava a multidão que aderia à fé cristã.
A segunda leitura, do Apocalipse, lembra que Jesus esteve morto (por 3 dias), mas agora vive para sempre. E Jesus continua vivo entre nós também pelos Sacramentos, sobretudo pela Eucaristia.
Precisamos confiar sempre no que a Igreja ensina, sem ter a ideia fixa de constatar tudo com argumentos e provas inquestionáveis. Precisamos crer sem ver sinais mirabolantes, estupendos. Crer na vida comum de cada dia, sem coisas extraordinárias. Os santos, na maioria, viveram esse tipo de vida simples e humilde. Lembro-me de repente de Santa Teresinha: viveu sempre uma vida simples, humilde, sem grandes acontecimentos. Viveu o dia de hoje, o dia a dia.