Mitologia e Mitos da criação

Mitologia

 

O que é mito?

Como processor de compreensão da realidade, o mito não é lenda, pura fantasia, mas verdade. Quando pensamos em verdade, é comum nos referirmos à coerência lógica, garantida pelo rigor da argumentação e pela apresentação de provas. A verdade do mito, porém, resulta de uma intuição compreensiva da realidade, cujas raízes se fundam na emoção e na afetividade. Nesse sentido, antes de interpretar o mundo de maneira argumentativa, o mito expressa o que desejamos ou tememos, como somos atraídos pelas coisas ou como delas nos afastamos.

Segundo alguns intérpretes, o “falar sobre o mundo” simbolizado pelo mito está impregnado do desejo humano de afugentar a insegurança, os temores e a angústia diante do desconhecido, do perigo e da morte. Para tanto, os relatos míticos se sustentam na crença, na fé em forças superiores que protegem ou ameaçam, recompensam ou castigam.

Entre as comunidades tribais, os mitos constituem um discurso de tal força que se estende por todas as esferas da realidade vivida.

 

A permanência do mito

O mito ainda é uma expressão fundamental do viver humano, o ponto de partida para a compreensão do ser. Em outras palavras, tudo o que pensamos e queremos se situa inicialmente no horizonte da imaginação, nos pressupostos míticos, cujo sentido existencial serve de base para todo o trabalho posterior da razão.

Comecemos pelas histórias em quadrinhos de super-heróis. Elas se fundam no maniqueísmo (Atitude de quem estabelece uma oposição simplista entre algo (ou alguém) que representa o bem e outro o mal), que exprime o arquétipo da luta entre o bem e mal, polarizando heróis de um lado e bandidos de outro; além disso, a dupla personalidade do personagem principal (pessoa comum e super-herói) atinge em cheio os anseios de cada um de superar a própria inexpressividade e impot~encia, tornando-se excepcional e poderosa.

 

 Mitologia Hindu

 Brahma começou do nada. Apenas com o pensamento, ele criou as águas em que depositou seu sêmen. Isso se transformou em um ovo de ouro, do qual ele nasceu. Por pensamento novamente, ele dividiu o ovo em dois, e as metades se tornaram o céu e a terra. Brahma cresceu sozinho e dividiu-se em dois para formar o homem e a mulher. Em uma variação da história, Brahma divide-se repetidamente em dois até que todos os seres vivos do mundo sejam criados a partir de seu corpo. Em outra versão, o primeiro homem e a primeira mulher se reproduzem em diferentes formas animais até que todas as formas de vida são criadas.

 Juntos, Brahma (o Criador), Vishnu (o Preservador) e Shiva (o Destruidor) compõem o Supremo. Cada universo que Brahma cria é destruído por Shiva, depois do qual não há nada, a não ser um vasto oceano em que Vishnu flutua, repousando sobre uma grande cobra. Em algumas versões do mito, Brahma não vem de um ovo, mas a partir de uma flor de lótus que brota do umbigo de Vishnu. Eventualmente, o nosso mundo também será destruído por Shiva, e o ciclo vai começar de novo.

 

http://hypescience.com/10-mitos-sobre-a-criacao-da-humanidade/

 

 

 

Mitologia Tupi-Guarani

 A figura primária na maioria das lendas guaranis da criação é Iamandu (ou Nhanderu ou Tupã), o deus Sol e realizador de toda a criação. Com a ajuda da deusa lua Araci, Tupã desceu à Terra num lugar descrito como um monte na região do Aregúa, Paraguai, e deste local criou tudo sobre a face da Terra, incluindo o oceano, florestas e animais. Também as estrelas foram colocadas no céu nesse momento. Tupã então criou a humanidade em uma cerimônia elaborada, formando estátuas de argila do homem e da mulher com uma mistura de vários elementos da natureza. Depois de soprar vida nas formas humanas, deixou-os com os espíritos do bem e do mal e partiu.

 

Mitologia Asteca

 Segundo um mito, no princípio, tudo era negro e morto. Os deuses se reuniram em Teotihuacán para discutir a quem caberia a missão de criar o mundo, tarefa que exigia que um deles teria que se jogar dentro de uma fogueira. O selecionado para esse sacrifício foi Tecuciztecatl. No momento fatídico, Tecuciztecatl retrocede ante o fogo; mas o segundo, um pequeno deus, humilde e pobre, Nanahuatzin, se lança sem vacilar à fogueira, convertendo-se no Sol. Ao ver isto, o primeiro deus, sentindo coragem, decide jogar-se transformando-se na Lua.  Ainda assim, os dois astros continuam inertes e é indispensável alimentá-los para que se movam.

  

Mitologia Nórdica

 Na mitologia nórdica, se acreditava que a terra era formada por um enorme disco liso. Asgard, onde os deuses viviam, se situava no centro do disco e poderia ser alcançado somente atravessando um enorme arco-íris (a ponte de Bifrost).  Os gigantes viviam em um domicílio equivalente chamado Jotunheim (Casa dos Gigantes). Uma enorme ábade no subsolo escuro e frio formava o Niflheim, que era governada pela deusa Hel. Este era a moradia eventual da maioria dos mortos. Situado em algum lugar no sul ficava o reino impetuoso de Musphelhein, repouso dos gigantes do fogo.  Outros reinos adicionais da mitologia nórdica incluem o Alfheim, repouso dos elfos luminosos (Ljósálfar), Svartalfheim, repouso dos elfos escuros, e Nidavellir, as minas dos anões. Entre Asgard e Niflheim estava Midgard, o mundo dos homens.

 

Mitologia Egípcia

 No princípio emergiu das águas uma ilha, e nela havia um ovo, do qual saiu Rá, iluminando todas as coisas. Todos os outros deuses seriam filhos de Rá (Nut, Chu e Geb). A deusa Nut se casou com Geb em segredo. Depois de algum tempo, Rá descobriu o que tinha acontecido, e ficou furioso com Nut. Como castigo tornou Nut estéril. Com isso Nut usou sua criatividade desafiando Thot, em um jogo de dados. Com sua vitória, consegui que Thot acrescentasse cinco novos dias ao calendário de 360 dias. Com os novos dias, que não eram vigiados por Rá, teve seus filhos: Osíris, Ísis, Set e Néftis.

 Antes do início dos tempos, havia Nu (ou Nun), o oceano primordial do caos. De um ovo na superfície de Nu surgiu uma divindade referida várias vezes como Atum, Amen, Re, Rá ou Amon-Rá. Rá criou um filho e uma filha divinos via masturbação, para produzir uma raça de deuses. As lágrimas de Rá se tornaram a humanidade. O neto de Rá, o deus Osíris, se casou com sua irmã Ísis. Ísis descobriu o nome secreto de Rá, o que permitiu que Osíris tomasse seu lugar como rei da terra. Osíris mostrou aos humanos como obter comida e vinho, enquanto Ísis ensinou-lhes a tecer e a fazer medicina.

 Set, irmão de Osíris, que representava o mal, prendeu-o em um baú por ciúmes. O baú foi selado com chumbo derretido e lançado no Nilo. Osíris afogou. Depois de uma longa busca, Ísis encontrou seu corpo, mas Set conseguiu colocar as mãos sobre ele e rasgá-lo em 14 pedaços antes de atirá-los de volta para o rio. Ísis recuperou todas as peças de Osíris exceto seu pênis, que tinha sido comido por um peixe. Ela criou um pênis de barro e “soprou” a vida de volta para Osíris através dele. Osíris reviveu apenas tempo suficiente para engravidar Ísis com seu filho Hórus, em seguida morrendo de vez e tornando-se rei do submundo. Para manter o bebê Hórus a salvo de Set, Ísis o colocou em uma cesta para flutuar pelo Nilo, inspirando a história de Moisés. Quando Hórus cresceu, competiu com Set pelo direito de governar a terra, e ganhou.

 

Mitologia Grega

 Primeiro só havia o Caos (o Universo), depois do caos surgem Géia ou Gaia (a Terra, a grande mãe de peitos largos), depois o brumoso Tártaro (submundo,que fica debaixo da Terra) e Eros (o Amor, capaz de inspirar criação). De Caos também nasceram Hérebo (a trevas suprema,o que fica debaixo da Terra) e Nix (a Noite). Da Noite nasceram Hemera (o dia) e Éter (o ar puro ou ar superior onde vivem os deuses). A Terra deu à luz primeiro a seu consorte Urano ou Coelos (céu estrelado para cobri-la), também deu a luz Óreas (às montanhas) e às ninfas que nelas habitam e Ponto (o mar não colhido).

 

Mitologia Judaica

 No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi.  E chamou Deus à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo.

 

 

 

Epopeia de Atrahasis

Epopeia de Atrahasis é um poema épico da Mitologia suméria, sobre a criação e o dilúvio universal.

A sua cópia mais antiga data de 1600 a.C., quando a civilização suméria desaparece ante as invasões dos Hititas, e acredita-se que esteja ligada às tradições próprias do templo da cidade-estado de Eridu, vizinha à antiga foz do rio Eufrates. É um dos mitos de criação mais antigos da região do Médio Oriente, narrando a trajetória de Atrahasis ("o muito inteligente").

Estando os deuses reunidos, Anu, pai dos deuses, admite que os rebeldes tinham motivos para as suas queixas. Os deuses decidiram então criar o homem, para que este se encarregasse do serviço dos deuses. Ea (ou Enki), deus das águas, deu então o seguinte conselho:

"... que se degolasse um deus e todos os demais deuses se purificassem no banho de seu sangue. E que a sua carne e o seu sangue, Nintu (ou Mami), a deusa-mãe, misturasse um pouco de argila, de maneira a que deus e homem estivessem misturados, constituindo assim uma só carne e um só espírito."

Os deuses presentes concordaram e degolaram Wé, um deus desconhecido. Ea e a deusa-mãe chamaram então as sete genitoras, que se puseram a pisar a argila ao som de encantamentos mágicos. A deusa-mãe cortou então catorze pedaços de argila, sete à esquerda e sete à direita, e as deusas deram à luz sete varões e sete mulheres que, imediatamente, foram juntos aos pares, e a raça humana recebeu as leis do trabalho.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Atrahasis

 

Enûma Eliš

O Enûma Eliš é o mito de criação babilônico. Foi descoberto por Austen Henry Layard em 1849 (em forma fragmentada) nas ruínas da Biblioteca de Assurbanípal em Nínive (Mossul, Iraque), e publicado por George Smith em 1876.

Dadas as suas enormes semelhanças com a narração bíblica do Génesis, várias discussões têm surgido sobre qual das histórias é a original e qual é uma adaptação à religião em causa. Para a cultura babilónica, o Enuma Elish explica a origem do poder real, a sua natureza, a permanência da instituição e a sua legitimidade. A realeza humana e terrena tem a sua origem na realeza divina. A divindade continuará a ser o verdadeiro rei e também o modelo a imitar pelo rei terreno. A existência de um modelo divino impõe limites à realeza humana.

São várias as similaridades entre a história da criação no Enuma Elish e a história da criação no Livro do Génesis. O Génesis descreve seis dias de criação, seguido de um dia de descanso, enquanto que o Enuma Elish descreve a criação de seis deuses e a escravização do homem, para que os deuses tenham um dia de descanso. Em ambos a criação é feita pela mesma ordem, começando na Luz e acabando no Homem. A deusa Tiamat é comparável ao Oceano no Génesis, sendo que a palavra hebraica para oceano tem a mesma raiz etimológica que Tiamat.

Estas semelhanças levaram a que muitos estudiosos tivessem chegado à conclusão que ou ambos os relatos partilham a mesma origem, ou então uma delas é uma versão transformada da outra.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Enuma_Elish

 

Monomito ou O mito do Herói

O monomito (às vezes chamado de "Jornada do Herói") é um conceito de jornada cíclica presente em mitos, de acordo com o antropólogo Joseph Campbell. Como conceito de narratologia, o termo aparece pela primeira vez em 1949, no livro de Campbell The Hero with a Thousand Faces ("O Herói de Mil Faces"). No entanto, Campbell era um conhecido estudioso da obra de James Joyce (em 1944 publicara, em co-autoria com Henry Morton Robinson, a resenha A Skeleton Key to Finnegans Wake, "Uma Chave-Mestra para Finnegan's Wake") e tomou emprestado o termo monomyth (monomito) do conto Finnegan's Wake, do autor irlandês.

Campbell e outros acadêmicos, tais como Erich Neumann, descrevem as narrativas de Gautama Buddha, Moisés e Cristo em termos do monomito e Campbell afirma que mitos clássicos de muitas culturas seguem esse padrão básico. O padrão do monomito foi adotado também por George Lucas para a criação da saga Star Wars, tanto na trilogia original quanto suas "preqüências".

O roteirista de Hollywood e executivo da indústria cinematográfica Christopher Vogler também usou as teorias de Campbell para criar um memorando para os estúdios Disney, depois desenvolvido como o livro "The Writer's Journey: Mythic Structure For Writers" (A Jornada do Escritor: Estrutura Mítica para Roteiristas). Este trabalho influenciou os 10 filmes produzidos pela empresa entre 1989 (A Pequena Sereia) e 1998 (Mulan), além da trilogia Matrix dos irmãos Wachowski.

Está dividido em três seções: Partida (às vezes chamada Separação), Iniciação e Retorno.

 A Partida lida com o herói aspirando à sua jornada; a Iniciação contém as várias aventuras do herói ao longo de seu caminho; e o Retorno é o momento em que o herói volta a casa com o conhecimento e os poderes que adquiriu ao longo da jornada.

Isto foi estabelecido por Joseph Campbell na primeira parte de O Herói de Mil Faces, intitulada "A Aventura do Herói". A tese do autor é de que todos os mitos seguem essa estrutura em algum grau. Para citar vários exemplos, as histórias de Prometeu, Osíris, Buda e Jesus Cristo todas seguem este paradigma quase exatamente, enquanto a Odisseia apresenta repetições freqüentes da Iniciação, o conto da Gata Borralheira (Cinderela) segue esta estrutura um tanto mais livremente e até mesmo o anime Cãezinhos de Sorte se vale de alguns estágios.

 

 Os 12 Estágios da Jornada do Herói - "The Writer's Journey" (Christopher Vogler

 Mundo Comum - O mundo normal do herói antes da história começar.

O Chamado da Aventura - Um problema se apresenta ao herói: um desafio ou a aventura.

Reticência do Herói ou Recusa do Chamado - O herói recusa ou demora a aceitar o desafio ou aventura, geralmente porque tem medo.

Encontro com o mentor ou Ajuda Sobrenatural - O herói encontra um mentor que o faz aceitar o chamado e o informa e treina para sua aventura.

Cruzamento do Primeiro Portal - O herói abandona o mundo comum para entrar no mundo especial ou mágico.

Provações, aliados e inimigos ou A Barriga da Baleia - O herói enfrenta testes, encontra aliados e enfrenta inimigos, de forma que aprende as regras do mundo especial.

Aproximação - O herói tem êxitos durante as provações

Provação difícil ou traumática - A maior crise da aventura, de vida ou morte.

Recompensa - O herói enfrentou a morte, se sobrepõe ao seu medo e agora ganha uma recompensa (o elixir).

O Caminho de Volta - O herói deve voltar para o mundo comum.

Ressurreição do Herói - Outro teste no qual o herói enfrenta a morte, e deve usar tudo que foi aprendido.

Regresso com o Elixir - O herói volta para casa com o "elixir", e o usa para ajudar todos no mundo comum.

 

 

Os Estágios da Aventura do Herói - "O Herói de Mil Faces" (Joseph Campbell)

Partida, separação

Mundo cotidiano

Chamado à aventura

Recusa do Chamado

Ajuda Sobrenatural

Travessia do Primeiro Limiar

Barriga da baleia

Descida, Iniciação, Penetração

Estrada de Provas

Encontro com a Deusa

A Mulher como Tentação

Sintonia com o Pai

Apoteose

A Grande Conquista

Retorno

Recusa do Retorno

Voo Mágico

Resgate Interior

Travessia do Limiar

Retorno

Senhor de Dois Mundos

Liberdade para Viver

 

Exercícios

 

1.Qual a definição de mito?

2.A força do mito é incrível na história da humanidade e por isso ele permanece vivo até hoje, como o mito foi adaptado para as histórias em quadrinhos e suas características?

3.Os principais mitos são os da Criação, mas cada cizilização possui um mito criador. Faça um resumo do mito criador dos Hindus.

4. Faça um resumo do mito criador dos Tupi-Guarani.

5. Faça um resumo do mito criador dos Gregos.

6. Faça um resumo do mito criador dos Nórdicos.

7. Faça um resumo do mito criador dos Egípcios.

8.O que é a Epopeia de Atrahasis?

9. O que é Enûma Eliš?

10. O que é o Monomito equais suas etapas?