Depressão e Espiritismo

Perguntas e Respostas

1) O que é a depressão?

Depressão é o estado de abatimento psíquico e físico. Quando se trata do primeiro temos a “depressão nervosa”. É normal que as pessoas tenham períodos de depressão nervosa, mas quando ela é muito acentuada ou quando tende a se manter por períodos muito longos, pode-se tratar de uma perturbação mental.

2) Como a psiquiatria vê a depressão?

A psiquiatria trata a depressão como uma doença. Nesse caso, pode-se buscar a cura. Sugerir passeios, idas ao cinema e conversação com amigos ao depressivo pode parecer lógico, mas é possível que estejamos mais desajudando do que ajudando. Como é uma doença, todas essas sugestões não conseguem tirar-lhe o sentimento de tristeza e de melancolia que nele se incrustou. Há necessidade de atuação técnica, inclusive com uso de remédios. 

3) A depressão é característica apenas da era moderna?

Não. Na Bíblia, há relatos sobre os padecimentos dos atingidos pelo infortúnio, aqueles que perderam a fé em Deus, e com isso a esperança no futuro. Hipócrates, o pai da medicina, no século IV a.C., já nos esclarecia que a depressão tinha relações estreitas com o temperamento melancólico. Na Idade Média, esteve associada à força mística de alguma entidade misteriosa. 

4) Quais são os tipos mais comuns de depressão?

A depressão endógena, a depressão das doenças orgânicas (hepatite, câncer, enfarte, Parkinson), a depressão traumática (acidentes automobilísticos, acidentes de trabalho), lutos patológicos, decepção amorosa...

5) Como andam os números sobre a depressão?

6) Qual é a causa verdadeira da depressão?

A verdadeira causa da depressão permanece desconhecida. A explicação mais aceite é o desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Esta afirmação baseia-se na comprovada eficácia dos antidepressivos.

7) Passe e Evangelho curam a depressão?

O tratamento médico deve estar em primeiro lugar. Os passes e as palestras evangélicas são complementos valiosos. Tratar de uma obsessão quando o problema é físico pode gerar graves incômodos ao sujeito com depressão.

8) Relacione vivências passadas e depressão?

A melancolia de hoje pode ter suas raízes em vivências passadas. O Espírito André Luiz, em “No Mundo Maior”, oferece-nos subsídios para compreendermos o cérebro intoxicado. É caso do sujeito que assassinou o padrasto, roubou-lhe certa quantia de dinheiro, mas não deixou pista alguma à justiça. “Conseguiu ludibriar os homens, mas não pode iludir a si mesmo”. O padrasto, já no mundo espiritual, concentrando a mente na ideia de vingança, passou a segui-lo ininterruptamente. Daí em diante não teve mais sossego, por mais que trabalhasse e cuidasse dos seus familiares. (Xavier, 1977, cap. 4)

9) As infelicidades cultivadas podem se transformar em depressão?

Sim. O Espírito Joana de Ângelis, na mensagem “Nostalgia e Depressão”, diz-nos que as pessoas vitimadas pela insegurança e pelo arrependimento, perdem a liberdade de movimentos, de ação e de aspiração. A nostalgia reflete evocações ricas de momentos felizes, que não mais se experimentam. Pode perfeitamente proceder de existências passadas do Espírito. (2)

(Reunião de 02/10/2010)

Fonte de Consulta

CAMMER, Dr. Leonardo. Saindo da Depressão. Tradução de Pedro Ernesto Correa Ventura. São Paulo, Rio: Difec, 1978.

EDIPE - ENCICLOPÉDIA DIDÁTICA DE INFORMAÇÃO E PESQUISA EDUCACIONAL. 3. ed. São Paulo: Iracema, 1987.

XAVIER, F. C. No Mundo Maior, pelo Espírito André Luiz. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.

(1) http://www.scribd.com/doc/2515131/Depressao (em 30/08/2010)

(2) http://www.oespiritismo.com.br/mensagens/ver.php?id1=402 (em 30/08/2010) https://sites.google.com/view/aprofundamentodoutrinario/depress%C3%A3o-e-espiritismo?authuser=0 


Texto Curto no Blog

Depressão

Depressão é o estado de abatimento psíquico e físico. É normal que as pessoas tenham períodos de depressão nervosa, mas quando ela é muito acentuada ou quando tende a se manter por períodos muito longos, pode-se tratar de uma perturbação mental. A psiquiatria é a ciência que cuida desses problemas mais graves, pois concebe a depressão como uma doença. Nesse caso, pode-se buscar a cura, inclusive com uso de remédios.

A depressão não é característica apenas da era moderna Na Bíblia, há relatos sobre os padecimentos dos atingidos pelo infortúnio, aqueles que perderam a fé em Deus, e com isso a esperança no futuro. Hipócrates, o pai da medicina, no século IV a.C., já nos esclarecia que a depressão tinha relações estreitas com o temperamento melancólico. Na Idade Média, esteve associada à força mística de alguma entidade misteriosa. Somente no século XVIII é que passou a ter características de método científico.

Os tipos de depressão são os mais variados. Há os casos próprios (depressão endógena) e os provenientes de doenças e frustrações várias. Exemplo: depressão das doenças orgânicas (hepatite, câncer, enfarte, Parkinson); depressão traumática (acidentes automobilísticos, acidentes de trabalho); depressão dos lutos patológicos; depressão em virtude da decepção amorosa.

Algumas estimativas numéricas: a depressão afeta 15 a 20% das mulheres e 5 a 10% dos homens; aproximadamente 60% das pessoas com depressão não fazem tratamento; atualmente 10% da população mundial sofrem do mal. Em dez anos, acredita-se que esse número será de 20%; recentemente, a Organização Mundial da Saúde classificou a depressão como uma das doenças que mais causam incapacidade. É a 4.ª numa lista de 5. Até 2020 terá ocupado o 2.º posto.

No Espiritismo, os passes e as prédicas evangélicas curam a depressão? Não resta dúvida que os fluidos emitidos pelos passes, seguidos pelas orientações doutrinárias espíritas, são extremamente úteis. Entretanto, o tratamento médico deve vir em primeiro lugar; os passes e as palestras são complemento não substituição. Tratar de uma obsessão quando o problema é físico pode gerar graves incômodos ao sujeito com depressão.

A depressão de hoje pode ter íntimas relações com vivências passadas. O Espírito André Luiz, no capítulo 4 de “No Mundo Maior”, oferece-nos subsídios para compreendermos o cérebro intoxicado. É caso do sujeito que assassinou o padrasto, roubou-lhe certa quantia de dinheiro, mas não deixou pista alguma à justiça. “Conseguiu ludibriar os homens, mas não pode iludir a si mesmo”. O padrasto, já no mundo espiritual, concentrando a mente na ideia de vingança, passou a segui-lo ininterruptamente. Daí em diante não teve mais sossego, por mais que trabalhasse e cuidasse dos seus familiares.

O Espírito Joana de Ângelis, nesta linha de vivências passadas, mostra-nos, na mensagem “Nostalgia e Depressão”, que as pessoas vitimadas pela insegurança e pelo arrependimento, perdem a liberdade de movimentos, de ação e de aspiração. A nostalgia reflete evocações ricas de momentos felizes, que não mais se experimentam. Pode perfeitamente proceder de existências passadas do Espírito.

Em vista da gravidade da depressão, que é o desarranjo do nosso estado mental, saibamos cultivar pensamentos de paz, alegria e bom ânimo, alicerçados nas prédicas trazidas por Jesus. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2010/09/depressao-e-espiritismo.html)


Em Forma de Palestra

Depressão e Espiritismo

1. Introdução

O que é depressão? Há diferença entre depressão normal (“estar para baixo”) daquela defendida pela psiquiatria? Que subsídios podemos extrair do Espiritismo?

2. Conceito

Depressão é o estado de abatimento psíquico e físico. Quando se trata do primeiro temos a “depressão nervosa”. É normal que as pessoas tenham períodos de depressão nervosa, mas quando ela é muito acentuada ou quando tende a se manter por períodos muito longos, pode-se tratar de uma perturbação mental. (Edipe)

Na psiquiatria, podemos definir a depressão como o resultado de certas forças biológicas e sociais que de maneira complexa exercem funções depressivas sobre o sistema nervoso do indivíduo. A atividade depressiva, por sua vez, altera o comportamento, os sentimentos e os pensamentos do indivíduo e é este conjunto de disfunções que constituem a enfermidade depressiva. (Cammer, 1978, p. 5)

3. Considerações Iniciais

Na Bíblia, há diversos relatos sobre os padecimentos dos atingidos pelo infortúnio, principalmente dos seres humanos que perderam a fé em Deus, e com isso a esperança no futuro.

Hipócrates, o pai da medicina, no século IV a.C., estabeleceu os quatro temperamentos do ser humano – fleumático, sanguíneo, colérico e melancólico. O temperamento melancólico referia-se à depressão. Hoje, ainda usamos o termo melancolia para caracterizar o estado de desesperança e de desânimo da pessoa em depressão.

Na Idade Média, a depressão esteve associada à força mística de alguma entidade misteriosa. Daí reforçar-se a crença de que não é uma doença, mas influência dos espíritos maus, dos demônios.

Apenas no final do século XVIII se iniciaram estudos sobre a matéria em instituições recém-fundadas e, os hospitais especializados desvendaram a natureza médica das perturbações mentais.

4. Variedades e Estatísticas sobre a Depressão

4.1. Tipos mais Comuns de Depressão

4.2. Dados sobre a Afetação e Tratamento

4.3. Organização Mundial da Saúde e Números Globais

5. Depressão e Psiquiatria

5.1. Causa da Depressão

A verdadeira causa da depressão permanece desconhecida. A explicação mais aceite é o desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor. Esta afirmação baseia-se na comprovada eficácia dos antidepressivos. O fato de ser um desequilíbrio bioquímico não exclui tratamentos não farmacológicos.

5.2. A Depressão, como Doença, Atinge Qualquer Um

Sermos inteligentes, termos uma profissão rentável e estarmos bem estabelecidos não nos livra da depressão. Ela surge quando menos a esperamos. Sugerir passeios, idas ao cinema e conversação com amigos ao depressivo pode parecer lógico, mas é possível que estejamos mais desajudando do que ajudando. Como é uma doença, todas essas sugestões não conseguem tirar-lhe o sentimento de tristeza e de melancolia que nele se incrustou. 

5.3. O Luto e a Melancolia em Freud

“Luto e Melancolia” é um texto de 1917, em que Freud, juntamente com outros artigos sobre metapsicologia, objetiva elaborar uma teoria sobre a melancolia, partindo de questionamentos sobre o luto. Queria saber o que é normal e o que é patológico na relação entre esses dois termos.

Para Freud, aquele que não consegue administrar a perda de algo, principalmente a de um ente querido, acaba se fossilizando e caindo em depressão.

Nota: o estado melancólico pode levar ao suicídio.  

6. Depressão e Espiritismo

6.1. Passe e Evangelho curam a Depressão?

A depressão é uma doença e, como tal, deve ser tratada por especialistas que, no caso, é o psiquiatra. Os passes e as palestras evangélicas auxiliam sobremaneira. Observe, por exemplo, a frase cunhada nas papeletas de passes: “A Assistência Espiritual não dispensa o tratamento médico. No livro O Evangelho Segundo o Espiritismo encontrará a solução para muitos dos seus problemas”.

O tratamento médico deve estar em primeiro lugar. Os passes e as palestras são complementos. Inverter essa ordem pode trazer graves incômodos ao sujeito com depressão.

6.2. Cérebros Intoxicados

A depressão começa com a tristeza, a melancolia. As suas causas, porém podem estar em vivências passadas. O Espírito André Luiz, em “No Mundo Maior”, oferece-nos subsídios para compreendermos o cérebro intoxicado. É caso do sujeito que assassinou o padrasto, roubou-lhe certa quantia de dinheiro, mas não deixou pista alguma à justiça. “Conseguiu ludibriar os homens, mas não pode iludir a si mesmo”. O padrasto, já no mundo espiritual, concentrando a mente na ideia de vingança, passou a segui-lo ininterruptamente. Daí em diante não teve mais sossego, por mais que trabalhasse e cuidasse dos seus familiares. (Xavier, 1977, cap. 4)

6.3. Nostalgia e Depressão

O Espírito Joana de Ângelis, na mensagem “Nostalgia e Depressão”, esclarece-nos que as infelicidades cultivadas tornam-se estados patológicos mais profundos de nostalgia, que induzem à depressão.

Diz-nos: “Vitimado pela insegurança e pelo arrependimento, torna-se joguete da nostalgia e da depressão, perdendo a liberdade de movimentos, de ação e de aspiração, face ao estado sombrio em que se homizia. A nostalgia reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos felizes, que não mais se experimentam. Pode proceder de existências transatas do Espírito, que ora as recapitula nos recônditos profundos do ser,  lamentando, sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências da atual”. (2)

7. Conclusão

Em vista da gravidade da depressão, que é o desarranjo do nosso estado mental, saibamos cultivar pensamentos de paz, alegria e bom ânimo, alicerçados nas prédicas trazidas por Jesus. 

8. Bibliografia Consultada

CAMMER, Dr. Leonardo. Saindo da Depressão. Tradução de Pedro Ernesto Correa Ventura. São Paulo, Rio: Difec, 1978.

EDIPE - ENCICLOPÉDIA DIDÁTICA DE INFORMAÇÃO E PESQUISA EDUCACIONAL. 3. ed. São Paulo: Iracema, 1987.

XAVIER, F. C. No Mundo Maior, pelo Espírito André Luiz. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.

(1) http://www.scribd.com/doc/2515131/Depressao (em 30/08/2010)

(2) http://www.oespiritismo.com.br/mensagens/ver.php?id1=402 (em 30/08/2010)

São Paulo, agosto de 2010. 


Notas do Blog

Doença Mental e Espiritismo

Há vários tipos de doenças mentais; as mais comuns na população são depressão e os transtornos de ansiedade. Vejamos o significado de algumas delas:

Depressão: sentimento de tristeza intensa, profunda e persistente, desproporcional ao acontecimento

Distúrbio de ansiedade generalizado: nervosismo e preocupação intensos, duradouros e frequentes, com permanências de pelo menos seis meses.

Distúrbio do pânico: ansiedade extrema, com sintomas físicos como dores no peito, falta de ar, agitação, sudorese e palpitações.

Transtorno bipolar: episódios de depressão alternados com episódios de exaltação e euforia.

Esquizofrenia: perda do contato com a realidade, alucinações, delírios, alteração do desempenho e motivação diminuída. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2011/12/doenca-mental-e-espiritismo.html)

Angústia e Espiritismo

Para a medicina, a angústia, juntamente com a depressão, é a resposta do homem frente às diversas pressões do mundo contemporâneo. Os meios de comunicação, para expressá-la, usam os seguintes temos: estresse, tensão, síndrome do pânico, transtorno bipolar etc. (2) (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2011/07/angustia-proveniente-do-latim-angustia.html)

Em Torno da Fixação Mental

O Espírito André Luiz, pela pena de Chico Xavier, escreveu, em 1955, o livro Nos Domínios da Mediunidade. "Em Torno da Fixação Mental" é o capítulo 25 da referida obra e trata, principalmente da ideia fixa, que, segundo a psicologia, tem relação com a depressão onde pessoa pensa que nada vai dar certo. Isto torna a pessoa debilitada incapaz de reagir, que é profundamente aumentado pela baixa da autoestima. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2019/01/em-torno-da-fixacao-mental.html)

Desequilíbrio

Observe a humanidade que, segundo alguns pensadores, está invertida. A maioria elege o que menos importa para a evolução espiritual. Exemplo: corrida em busca do dinheiro e das coisas materiais. Isso pode causar desequilíbrios: depressão, neurastenia, melancolia etc. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2018/08/desequilibrio.html)

Transtornos Mentais

Os médicos espíritas, baseados nos fundamentos da Doutrina Espírita, enveredam por um caminho diferente do da medicina convencional. Para Andrei Moreira, presidente da Associação Mineira de Médicos Espíritas, o "transtorno mental é um resquício do passado". Para os médicos espíritas, a depressão atinge aqueles espíritos rebeldes, que não estão satisfeitos com a vida que Deus lhes deu. (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2015/09/transtornos-mentais.html)

Religião e Vivência Religiosa

A religião é pródiga nesse mister. Há o jejum, o castigo da carne por flagelação ou desconforto físico, a regulação da respiração, a revelação de mistérios terríveis, os toques de tambor, as danças, os cantos, o pânico, o incenso e as drogas. Em meio a essas posturas, há diversos slogans, no sentido de atingir mais a emoção do que a razão. Observe a conversão do religioso Wesley. Seus esforços para vencer a depressão mental eram ineficazes, até que surgiu Peter Böhler, outro religioso, que o fez mudar repentinamente, via lavagem cerebral: da salvação pela execução das obras, passou para a salvação pela fé somente. Em termos práticos, é passar de católico a protestante, uma mudança radical.  (http://sbgespiritismo.blogspot.com/2011/08/religiao-e-vivencia-religiosa.html)


Sites e Blogs

A Abordagem Espírita da Depressão

Postado em Editora Vivência

O que é, por que e como ela surge.

Médicos e renomados médiuns espíritas ensinam como vencer este mal.

Por Erika Silveira

Um estado de tristeza constante que persiste por mais de quinze dias consecutivos, queda de energia, vontade e interesse; alterações no apetite, sono e desejos sexuais, podem significar os primeiros sintomas de uma crise de depressão. É um problema que atinge um número cada vez maior de pessoas nos tempos atuais, mas como prevenir e combater este mal da vida moderna?

Nesta entrevista, o médico neuropsiquiatra e psicoterapeuta, dr. Franklin Antonio Ribeiro, dirigente do Grupo Espírita Hosana Krikor e membro do Núcleo de Estudos dos Problemas Espirituais e Religiosos (NEPER), do Instituto de Psiquiatria da USP, esclarece quais são seus principais agentes causadores e como a ciência e a doutrina espírita podem trabalhar juntas.

A depressão pode ocorrer em qualquer idade?

Acontece em todas as idades, inclusive na infância. Uma tese apresentada em um congresso de psicanálise em Roma, no ano de 1953, mostrou que a falta de carinho e atenção pode causar depressão. A experiência foi realizada com 165 meninos que conviveram com as mães durante pelo menos seis meses e depois se afastaram por algum motivo. No primeiro mês, os bebês começavam a chorar mais, se tornavam tristes e mantinham distanciamento das pessoas que se aproximavam. No segundo, já não tinham a mesma qualidade no ganho de peso e altura e no terceiro, se as mães não retornassem, passavam a adquirir infecções com maior facilidade. Alguns chegavam a falecer. No caso das mães voltarem, os bebês se curavam da depressão. Isso mostra que o amor é um elemento valioso para tratar o problema. (https://www.ippb.org.br/textos/especiais/editora-vivencia/a-abordagem-espirita-da-depressao)

Depressão

Sempre queremos para nós, e para nossos amados, saúde, felicidade e sucesso, mas, algumas vezes, a vida nos brinda com doenças, contrariedades e decepções. Como o enfrentamento de algumas dessas situações difíceis torna-se inevitável, é imprescindível não permitir com que a fragilidade do momento se transforme numa arma apontada para nós mesmos, que é o que acontece com a pessoa depressiva.        

Nesse sentido, a vivência de uma religiosidade equilibrada pode nos ajudar e fortalecer, porque passamos a ter, por exemplo, outras explicações para a dor e o sofrimento que se fazem presentes em nossa vida. Acreditar que também existe uma outra realidade a nos envolver é especialmente poderoso, principalmente quando não estamos bem.        

Embora a Medicina afirme, baseada em consistentes estudos, que a depressão é um distúrbio fisiológico do cérebro – daí a necessidade de tratamento clínico, o conhecimento espírita amplia esse entendimento para as carências e dificuldades do espírito imortal, de forma que a ciência busca justificativas na presente existência, enquanto o Espiritismo busca e analisa causas mais profundas, com base nas experiências reencarnatórias e evolutivas de cada um, e ainda considera a possibilidade de uma negativa influência espiritual sobre a pessoa, denominada obsessão.        

Além de validar o tratamento médico, psicológico e psiquiátrico, o Espiritismo, através das casas espíritas, proporciona o tratamento espiritual – que consiste nas palestras doutrinárias e nos passes magnéticos – e incentiva o hábito das leituras esclarecedoras e edificantes, para que a pessoa compreenda melhor sua realidade como espírito imortal reencarnado e busque, mais eficientemente, a elevação de sua autoestima. (http://www.aluzdoespiritismo.com.br/artigos/89/depressao)


Mensagem Espírita

Depressão

A depressão tem a sua gênese no Espírito, que reencarna com alta dose de culpa, quando renteando no processo da evolução sob fatores negativos que lhe assinalam a marcha e de que não se resolveu por liberar-se em definitivo.

Com a consciência culpada, sofrendo os gravames que lhe dilaceram a alegria íntima, imprime nas células os elementos que as desconectam, propiciando, em largo prazo, o desencadeamento dessa psicose que domina uma centena de milhões de criaturas na atualidade.

*

Se desejarmos examinar as causas psicológicas, genéticas e orgânicas, bem estudadas pelas ciências que se encarregam de penetrar o problema, temos que levar em conta o Espírito imortal, gerador dos quadros emocionais e físicos de que necessita, para crescer na direção de Deus.

A depressão instala-se, pouco a pouco, porque as correntes psíquicas desconexas que a desencadeiam, desarticulam, vagarosamente, o equilíbrio mental.

Quando irrompe, exteriorizando-se, dominadora, suas raízes estão fixadas nos painéis da alma rebelde ou receosa de prosseguir nos compromissos redentores abraçados.

Face às suas cáusticas manifestações, a terapia de emergência faz-se imprescindível, embora, os métodos acadêmicos vigentes, pura e simplesmente, não sejam suficientes para erradicá-la.

*

Permanecendo as ocorrências psicossociais, sócio-econômicas, psico-afetivas, que produzem a ansiedade, certamente se repetirão os distúrbios no comportamento do indivíduo conduzindo a novos estados depressivos.

*

Abre-te ao amor e combaterás as ocorrências depressivas, movimentando-te, em paz, na área da afetividade, com o pensamento em Deus.

Evita a hora vazia e resguarda-te da sofreguidão pelo excesso de trabalho.

Adestra-te, mentalmente, na resignação diante do que te ocorra de desagradável e não possas mudar.

Quando sitiado pela ideia depressiva alarga o campo de raciocínio e combate o pensamento pessimista.

Açodado pelas reminiscências perniciosas, de contornos imprecisos, sobrepõe as aspirações da luta e age, vencendo o cansaço.

*

Quem se habilita na ação bem conduzida e dirige o raciocínio com equilíbrio, não tomba nas redes bem urdidas da depressão.

Toda vez que uma ideia prejudicial intentar espraiar-se nas telas do pensamento obnubilando-te a razão, recorre à prece e à polivalência de conceitos, impedindo-lhe a fixação.

*

Agradecendo a Deus a bênção do renascimento na carne, conscientiza-te da sua utilidade e significação superior, combatendo os receios do passado espiritual, os mecanismos inconscientes de culpa, e produzes com alegria.

Recebendo ou não tratamento especializado sob a orientação de algum facultativo, aprofunda a terapia espiritual e reage, compreendendo que todos os males que infelicitam o homem procedem do Espírito que ele é, no qual se encontram estruturadas as conquistas e as quedas, no largo mecanismo da evolução inevitável. (FRANCO, Divaldo Pereira. Receitas de Paz. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.)

Nostalgia e Depressão

As síndromes de infelicidade cultivada tornam-se estados patológicos mais profundos de nostalgia, que induzem à depressão.

O ser humano tem necessidade de auto-expressão, e isso somente é possível quando se sente livre.

Vitimado pela insegurança e pelo arrependimento, torna-se joguete da nostalgia e da depressão, perdendo a liberdade de movimentos, de ação e de aspiração, face ao estado sombrio em que se homizia.

A nostalgia reflete evocações inconscientes, que parecem haver sido ricas de momentos felizes, que não mais se experimentam. Pode proceder de existências transatas do Espírito, que ora as recapitula nos recônditos profundos do ser. lamentando, sem dar-se conta, não mais as fruir; ou de ocorrências da atual.

Toda perda de bens e de dádivas de prazer, de júbilos, que já não retornam, produzem estados nostálgicos. Não obstante, essa apresentação inicial é saudável, porque expressa equilíbrio, oscilar das emoções dentro de parâmetros perfeitamente naturais. Quando porém, se incorpora ao dia-a-dia, gerando tristeza e pessimismo, torna-se distúrbio que se agrava na razão direta em que reincide no comportamento emocional.

A depressão é sempre uma forma patológica do estado nostálgico.

Esse deperecimento emocional, fez-se também corporal, já que se entrelaçam os fenômenos físicos e psicológicos.

A depressão é acompanhada, quase sempre, da perda da fé em si mesmo, nas demais pessoas e em Deus... Os postulados religiosos não conseguem permanecer gerando equilíbrio, porque se esfacelam ante as reações aflitivas do organismo físico. Não se acreditar capaz de reagir ao estado crepuscular, caracteriza a gravidade do transtorno emocional.

Tenha-se em mente um instrumento qualquer. Quando harmonizado, com as peças ajustadas, produz, sendo

utilizado com precisão na função que lhe diz respeito. Quando apresenta qualquer irregularidade mecânica, perde a qualidade operacional. Se a deficiência é grave, apresentando-se em alguma peça relevante, para nada mais serve.

Do mesmo modo, a depressão tem a sua repercussão orgânica ou vice-versa. Um equipamento desorganizado não pode produzir como seria de desejar. Assim, o corpo em desajuste leva a estados emocionais irregulares, tanto quanto esses produzem sensações e enarmonias perturbadoras na conduta psicológica.

No seu início, a depressão se apresenta como desinteresse pelas coisas e pessoas que antes tinham sentido

existencial, atividades que estimulavam à luta, realizações que eram motivadoras para o sentido da vida.

À medida que se agrava, a alienação faz que o paciente se encontre em um lugar onde não está a sua realidade.

Poderá deter-se em qualquer situação sem que participe da ocorrência, olhar distante e a mente sem ação, fixada na própria compaixão, na descrença da recuperação da saúde. Normalmente, porém, a grande maioria de depressivos pode conservar a rotina da vida, embora sob expressivo esforço, acreditando-se incapaz de resistir à situação vexatória, desagradável, por muito tempo.

Num estado saudável, o indivíduo sente-se bem, experimentando também dor, tristeza, nostalgia, ansiedade, já que esse oscilar da normalidade é característica dela mesma. Todavia, quando tais ocorrências produzem infelicidade, apresentando-se como verdadeiras desgraças, eis que a depressão se está fixando, tomando corpo lentamente, em forma de reação ao mundo e a todos os seus elementos.

A doença emocional, desse modo, apresenta-se em ambos os níveis da personalidade humana: corpo e mente.

O som provém do instrumento. O que ao segundo afeta, reflete-se no primeiro, na sua qualidade de

exteriorização.

Idéias demoradamente recalcadas, que se negam a externar-se - tristezas, incertezas, medos, ciúmes, ansiedades - contribuem para estados nostálgicos e depressões, que somente podem ser resolvidos, à medida que sejam liberados, deixando a área psicológica em que se refugiam e libertando-a da carga emocional perturbadora.

Toda castração, toda repressão produz efeitos devastadores no comportamento emocional, dando campo à instalação de desordens da personalidade, dentre as quais se destaca a depressão.

É imprescindível, portanto, que o paciente entre em contato com o seu conflito, que o libere, desse modo

superando o estado depressivo.

Noutras vezes, a perda dos sentimentos, a fuga para uma aparência indiferente diante das desgraças próprias ou alheias, um falso estoicismo contribuem para que o fechar-se em si mesmo, se transforme em um permanente estado de depressão, por negar-se a amar, embora reclamando da falta de amor dos outros.

Diante de alguém que realmente se interesse pelo seu problema, o paciente pode experimentar uma explosão de lágrimas, todavia, se não estiver interessado profundamente em desembaraçar-se da couraça retentiva, fechando-se outra vez para prosseguir na atitude estóica em que se apraz, negando o mundo e as ocorrências desagradáveis, permanecerá ilhado no transtorno depressivo.

Nem sempre a depressão se expressará de forma autodestrutiva, mas com estado de coração pesado ou preso, disfarçando o esforço que se faz para a rotina cotidiana, ante as correntes que prostram no leito e ali retêm.

Para que se logre prosseguir, é comum ao paciente a adoção de uma atitude de rigidez, de determinação e desinteresse pela sua vida interna, afivelando uma máscara ao rosto, que se apresenta patibular, e podem ser percebidas no corpo essas decisões em forma de rigidez, falta de movimentos harmônicos...

Ainda podemos relacionar como psicogênese de alguns estados depressivos com impulsos suicidas, a conclusão a que o indivíduo chega, considerando-se um fracasso na sua condição, masculina ou feminina, determinando-se por não continuar a existência. A situação se torna mais grave, quando se acerca de uma idade especial, 35 ou 40 anos, um pouco mais, um pouco menos, e lhe parece que não conseguiu o que anelava, não se havendo realizado em tal ou qual área, embora noutras se encontre muito bem. Essa reflexão autopunitiva dá gênese a estado depressivo com indução ao suicídio.

Esse sentimento de fracasso, de impossibilidade de êxito pode, também, originar-se em alguma agressão ou

rejeição na infância, por parte do pai ou da mãe, criando uma negação pelo corpo ou por si mesmo, e, quando de causa sexual, perturbando completamente o amadurecimento e a expressão da libido.

Nesse capítulo, anotamos a forte incidência de fenômenos obsessivos, que podem desencadear o processo depressivo, abrindo espaço para o suicídio, ou se fixando, a partir do transtorno psicótico, direcionando o paciente para a etapa trágica da autodestruição.

Seja, porém, qual for a gênese desses distúrbios, é de relevante importância para o enfermo considerar que não é doente, mas que se encontra em fase de doença, trabalhando-se sem autocomiseração, nem autopunição para reencontrar os objetivos da existência. Sem o esforço pessoal, mui dificilmente será encontrada uma fórmula ideal para o reequilíbrio, mesmo que sob a terapia de neurolépticos.

O encontro com a consciência, através de avaliação das possibilidades que se desenham para o ser, no seu

processo evolutivo, tem valor primacial, porque liberta-o da fixação da idéia depressiva, da autocompaixão,

facultando campo para a renovação mental e a ação construtora.

Sem dúvida, uma bem orientada disciplina de movimentos corporais, revitalizando os anéis e proporcionando estímulos físicos, contribui de forma valiosa para a libertação dos miasmas que intoxicam os centros de força.

Naturalmente, quando o processo se instala - nostalgia que conduz à depressão - a terapia bioenergética (Reich, commo também a espírita), a logoterapia (Viktor Frankl), ou conforme se apresentem as síndromes, o concurso do psicoterapeuta especializado, bem como de um grupo de ajuda, se fazem indispensáveis.

A eleição do recurso terapêutico deve ser feita pelo paciente, se dispuser da necessária lucidez para tanto, ou a dos familiares, com melhor juízo, a fim de evitar danos compreensíveis, os quais, ocorrendo, geram mais

complexidades e dificuldades de recuperação.

Seja, no entanto, qual for a problemática nessa área, a criação de uma psicosfera saudável em torno do paciente, a mudança de fatores psicossociais no lar e mesmo no ambiente de trabalho constituem valiosos recursos para a reconquista da saúde mental e emocional.

O homem é a medida dos seus esforços e lutas interiores para o autocrescimento, para a aquisição das paisagens emocionais.

Autor: Joanna de Ângelis

Psicografia de Divaldo Franco